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domingo, 31 de maio de 2020

AUTOBIOGRAFIA 9º ANO RÚSSIA - BRASIL - TATIANA BELINKY RIO18


AUTOBIOGRAFIA 9º ANO RÚSSIA - BRASIL - TATIANA BELINKY RIO18
RÚSSIA - BRASIL
        Eu não nasci no Brasil: sou imigrante. Nasci na Rússia, na então capital, que já não se chamava São Petersburgo, como quando foi fundada e construída pelo imperador Pedro, o Grande, e ainda não se chamava Leningrado – agora São Petersburgo, recuperando assim seu nome original. Quando eu nasci, dois anos depois da Revolução Russa, um ano após o término da Primeira Guerra Mundial, a cidade se chamava Petrogrado – “cidade de Pedro”, em russo. O país estava em plena guerra civil, havia mesmo fome na cidade, os alimentos estavam racionados, a vida era muito difícil. Então meus pais, que eram cidadãos letonianos, resolveram voltar para Riga, capital da Letônia, um dos pequenos países do Mar Báltico. E foi assim que, de um ano de idade até os dez vivi com meus pais e meus dois irmãos [...] na bonita cidade de Riga, conhecida principalmente pela madeira que exportava para o mundo inteiro, o famoso pinho-de-Riga.
        Mas também em Riga a vida não era fácil. A situação econômica era ruim, a política, pior ainda, e as coisas não andavam boas para meus pais, gente de classe média remediada. Até que a situação se tornou insustentável, e meus pais resolveram sair do país, tentar arrumar a vida em outra terras.
        [...]
        Então sou – ou fui – imigrante. Mas sou brasileira, como consta no meu “RG” – casada com brasileiro, com filhos e netos brasileiros: marido santista, filhos, netos e bisnetos paulistanos.
        [...]
        Só que eu não virei brasileira de repente, do dia para a noite, sem mais nem menos. Quando cheguei ao Brasil, tinha pouco mais de dez anos e todo um passado europeu atrás de mim: toda uma vida, todo um “caldo de cultura”. Clima, costumes, educação, idioma, até a maneira de vestir e de morar eram muito diferentes. E levei algum tempo até me “aclimatar” e acostumar com todas as coisas novas que me esperavam no Brasil, na cidade de São Paulo e, principalmente, na Rua Jaguaribe [...].
        Hoje – e já há muito tempo – eu não trocaria o Brasil por nenhuma espécie de “paraíso terrestre” em qualquer outra parte do mundo. (E, note-se que eu viajei muito, vi muitos países, coisas bonitas e interessantes...) [...]
        Viajar para o Brasil! Foi o que nos disseram papai e mamãe, naquele dia: nós íamos viajar para o Brasil, um país que ficava na América, muito longe, do outro lado do oceano. E que nós íamos navegar até lá num navio transatlântico – que coisa romântica e empolgante!
        [...]
        Papai de fato partiu antes de nós – para “apalpar o terreno” e, finalmente, três meses depois, chegou também a hora da nossa partida. [...]
        Saímos de Riga de trem noturno, até Berlim, de onde iríamos para Hamburgo, e de lá, desse velho porto alemão, embarcaríamos rumo ao Brasil.
        As despedidas na estação ferroviária de Riga foram emocionadas e emocionantes. De repente a gente se deu conta de que estávamos deixando para trás toda a nossa grande família, boa parte da qual se apinhava na plataforma: vovô e vovó, tios e tias, primos e primas, adultos e crianças – toda uma multidão de pessoas próximas e queridas, que sempre fizeram parte integrante da nossa vida – e das quais de repente íamos ficar separados e distantes, não sabíamos por quanto tempo.
        Por fim, vinte e um dia depois de alçarmos âncora em Hamburgo, chegamos! Chegamos ao Rio de Janeiro. O General Mitre entrou na Baía de Guanabara ao anoitecer e ficou fora da barra à espera da licença de ancorar até a manhã do dia seguinte. Todo mundo correu para as amuradas, e ficamos olhando de longe aquela vista incomparável: a linha harmoniosamente curva da praia de Copacabana, toda faiscante no seu “colar de pérolas”, como era chamada, carinhosamente, a iluminação da Avenida Atlântica. [...]
        O nosso primeiro contato com a paisagem brasileira foi o Rio de Janeiro, e não podia ter sido mais encantador.

BELINKY, Tatiana. Transplante de menina. São Paulo: Uno Educação, 2008.

1- Observe que, no primeiro parágrafo, aparecem os diferentes nomes que a cidade russa, São Petesrburgo, teve ao longo de sua história. Organize-os em ordem cronológica.
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2- Qual o significado de Petrogrado?
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3- Por que os pais da narradora resolveram voltar para a cidade de Riga, na Letônia?
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4- Como era a vida em Riga?
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5- Por que os pais da narradora decidiram sair de seu país?
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6- Por que a narradora afirma que não virou brasileira, de repente, de uma hora para outra?
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7- A expressão “caldo de cultura” se refere a que aspectos presentes no texto?
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8- Que parágrafo do texto mostra que a narradora gosta do Brasil?
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9 - O que, no quinto parágrafo, os parênteses e o que eles contêm nos revelam?
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10- Qual o efeito de sentido das exclamações, no sexto parágrafo?
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11- Retire do sexto parágrafo um fato e uma opinião.
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12- Qual o efeito de sentido das aspas na expressão “apalpar o terreno” no sétimo parágrafo?
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13- A que se refere “desse velho porto alemão” no oitavo parágrafo?
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14- Qual a diferença entre EMOCIONADA e EMOCIONANTE, no décimo parágrafo?
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15- No décimo primeiro parágrafo, a que se refere General Mitre?
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16- A que a iluminação da Avenida Atlântica era comparada?
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01 – Qual o significado de Petrogrado?
        Significa Cidade de Pedro, em Russo.

02 – Por que os pais da narradora resolveram voltar para a cidade de Riga, na Letônia?
      Porque o país estava em plena Guerra Civil, e tinha muita fome, os alimentos racionados e a vida era muito difícil.

03 – Como era a vida em Riga?
        A vida não era fácil.

04 – Por que os pais da narradora decidiram sair de seu país?
       Porque a situação econômica era ruim, a política, pior ainda, e as coisas não andavam boas para meus pais, gente de classe média remediada. Até que a situação se tornou insustentável, e meus pais resolveram sair do país, tentar arrumar a vida em outra terras.

05 – Por que a narradora afirma que não virou brasileira, de repente, de uma hora para outra?
      Porque ela já tinha vivido até os dez anos na Europa. E vindo para o Brasil teve que aprender tudo de novo.

06 – A expressão “caldo de cultura” se refere a que aspectos presentes no texto?
      Refere-se a tudo que ela teve que aprender e acostumar num outro país: Clima, costumes, educação, idioma diferente, etc.

07 – Que parágrafo do texto mostra que a narradora gosta do Brasil?
      “Hoje – e já há muito tempo – eu não trocaria o Brasil por nenhuma espécie de “paraíso terrestre” em qualquer outra parte do mundo.”

08 – Qual o efeito de sentido das exclamações, no sexto parágrafo?
      Tem o sentido de afirmação e de alegria e felicidade.

09 – Qual o efeito de sentido das aspas na expressão “apalpar o terreno” no sétimo parágrafo?
      Tem o efeito de conhecer, verificar se é uma boa ideia mudar para aquele lugar.

10 – A que se refere “desse velho porto alemão” no oitavo parágrafo?
      Refere-se ao local de onde eles partiram rumo ao Brasil.

11 – Qual a diferença entre EMOCIONADA e EMOCIONANTE, no décimo parágrafo?
·        Emocionada: é o sentimento de felicidade, de conquista.
·        Emocionante: é algo que causa emoção.

12 – No décimo primeiro parágrafo, a que se refere General Mitre?
      Refere-se ao Navio Transatlântico.

13 – A que a iluminação da Avenida Atlântica era comparada?
      Era comparada a um colar de pérolas.


quinta-feira, 30 de abril de 2020

AUTOBIOGRAFIA 6º ANO APOEMA P27 EXERCÍCIOS


AUTOBIOGRAFIA 6º ANO APOEMA P27

1) Compare os trechos destacados.
I. “Minha história começa numa ilha com pouco mais de duzentos habitantes, na baía de Todos os santos. [...]
II. “[...] Não me lembro onde ficava a casa paroquial e vivia o vigário vestido com batina preta e sapato de verniz e elástico.[...]”
a) Que pessoa do discurso é usada nos dois trechos? Destaque palavras que justifiquem sua resposta.
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b) O modo de narrar causa determinados efeitos de sentido. Dizemos “efeitos” porque não existe um sentido único, fixo, mas efeitos criados pelo diálogo entre o autor e o leitor. Anote os itens que indicam alguns dos efeitos de sentido criados nos dois textos.
·         Efeito de verdade , de que o que se conta aconteceu de fato.
·         Efeito de subjetividade, porque o sujeito que escreve conta suas memórias de acordo com o próprio ponto de vista, sua maneira própria de pensar.
·         Efeito de objetividade, porque o ponto de vista dos trechos é imparcial, não se submete a um sujeito particular.
·         Efeito de mentira e ilusão, porque se percebe logo que ambas as narrativas inventam tudo sobre o passado dos narradores.

2. Leia este fragmento e faça o que se pede.
[...] As paredes eram o caderno do meu avô. Cada quarto, cada sala, cada cômodo, uma página.[...]
a) Que palavras relacionam com a atividade da escrita?
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b) Que palavras nomeiam parte de uma casa?
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c) ao relacionara a atividade da escrita às partes da casa, o autor revela algo especial na maneira de escrever do avô. Explique.
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3. O relato da vida de alguém é chamado de biografia. Bio quer dizer vida e grafia significa escrita. Uma selfie é um alto retrato. Associe essas informações e responda: O que é uma autobiografia? Justifique sua resposta com base em cada elemento formador da palavra.
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4. leia o trecho.
“Enquanto ele escrevia, eu inventava historia sobre cada pedaço da parede. A casa do meu avó foi o meu primeiro livro.”
a) Que sentimentos transparecem no modo como o autor fala sobre o que viveu na casa dos avós?
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b) A casa do avô é comparada a quê?
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c) A figura do avô é importante para o autor. E para você? Que figura importante em sua vida certamente apareceria em sua autobiografia?
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5. além de falar das pessoas que o cercavam, que outros assuntos o autor da autobiografia comenta?
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6. Leia o fragmento abaixo.
[...] Debruçado na janela meu avô espreitava a Rua da Paciência, inclinada e estreita. Nascia lá em cima, entre casas miúdas e se espichava preguiçosa, morro abaixo. Morria depois da curva, num largo com sapataria, armazém, armarinho, farmácia, igreja, tudo perto da escola Maria Tangará, no Alto de são Francisco [...]

a) Por meio desse trecho, o autor caracteriza o avô e o lugar em que vivia. O que você pode dizer sobre a personalidade do avô? E sobre o lugar em que vivia? Justifique suas respostas.
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b) Nesse trecho o autor mostra um estado permanente da Rua da Paciência, descreve como ela era no passado a que se refere. Destaque os verbos que descrevem a rua.
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c) quais os elementos enumerados pelo narrador para descrever o largo onde a rua terminava?
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7. Compare o trecho analisado acima com este.
        Enquanto ele escrevia, eu inventava histórias sobre cada pedaço da parede. A casa do meu avô foi meu primeiro livro. Até história de assombração, tinha. Era de Maria Turum, preta que foi escrava, não sei se veio de navio negreiro, e ajudou a criar os filhos. Antes de morta, já tinha bicho no corpo de tanto ficar na cama, fraca, inválida, velha. Eu olhava para ela e pensava que viver era encolher, diminuir, subtrair. Cada dia ela ficava menor. Sua alma costumava passear no terreiro em noites de sextas-feiras, assustando cachorros, gatos, galinhas. Andava também pelo corredor da casa, rangendo as tábuas do assoalho, implorando missa.
Bartolomeu Campos de queiros. Por Parte de Pai.p.12
a)  Nesse trecho há uma história sendo contada. Sobre quem o autor fala?
........................................................................................................................................b) O autor rememora o passado dessa personagem, dizendo como provavelmente chegou ao Brasil, qual era a sua condição e o que fazia na casa do avô? Localize essas informações no fragmento.
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c) Dê uma ordem aos fatos narrados em relação à personagem. Diga o que aconteceu enquanto ela viveu na casa, antes e depois de sua morte.
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8. Leia a seguir trechos do livro Infância do escritor alagoano Graciliano Ramos. Nessa autobiografia o autor percorre um período que vai de seus 2 anos de idade até a puberdade.

I. [...] Meu pai e minha mãe conservavam-se grandes, temerosos, incógnitos. Revejo pedaços deles, rugas, olhos raivosos, bocas irritadas e sem lábios, mãos grossas e calosas, finas e leves, transparentes [...]

II. [...] Mergulhei numa comprida manhã de inverno. O açude apojado, a roça verde, amarela e vermelha, os caminhos estreitos mudados em riachos, ficaram-me na alma. Depois veio a seca. Árvores pelaram-se, bichos morreram, o sol cresceu, bebeu as águas, e ventos mornos espalharam na terra queimada uma poeira cinzenta. [...]

III. A nossa casa era na Rua da Palha, junto à de d. clara, pessoa grave que tinha diversos filhos, um gato, marido invisível. Uma parenta dela, irmã ou sobrinha, dessas criaturas que não pedem, não falam, não desejam, aparecem quando são uteis e logo se some, fogem aos agradecimentos, familiarizou-se conosco, tomou conta dos arranjos da instalação. Espanou, esfregou, arrumou as cadeiras pretas, os armários, os baús cobertos de sola, enfeitados de brochas. Findos os trabalhos, ausentou-se. Até o nome dela se perdeu.
Graciliano Ramos . Infância.

a) No fragmento I, a descrição dos pais indica que tipo de sentimento do narrador em relação a eles?
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................................................................................................................................................................................................................................................................................c) Para marcar a mudança, o narrador, no fragmento II, usa um marcador temporal, uma palavra que indica o momento do tempo a partir do qual houve a transformação. Localize esse marcador.
........................................................................................................................................d) No fragmento III, destaque a sequência narrativa que mostra tudo que a parenta da vizinha fez pela família.
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e) Que transformação é narrada no fragmento III por meio das ações da parenta da vizinha?
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9. Após ter lido e analisado narrativas autobiográficas, responda as questões a seguir sobre as características do genro.
a) Que assuntos são tratados nas autobiografias?
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b) Como se caracteriza, quanto á pessoa verbal, a escrita da autobiografia? Que efeitos isso produz?
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c) Por que a autobiografia mescla sequências narrativas e descritivas?
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d) Os fatos relatados em uma autobiografia são reais ou inventados pelo autor?
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segunda-feira, 16 de março de 2020

AUTOBIOGRAFIA, LÁZARO RAMOS, A ILHA,6º ANO APOEMA, P11. INTERPRETAÇÃO


   

AUTOBIOGRAFIA, LÁZARO RAMOS, A ILHA, INTERPRETAÇÃO 



       Minha história começa numa ilha com pouco mais de duzentos habitantes, na baía de Todos os Santos. Uma fração de Brasil praticamente secreta, ignorada pelas modernidades e pelos mapas: nem o (quase) infalível Google Maps consegue encontrá-la. É nessa terra minúscula, a Ilha do Paty, que estão minhas raízes. O lugar é um distrito de São Francisco do Conde — município a 72 quilômetros de Salvador, próximo a Santo Amaro e conhecido por sua atual importância na indústria do petróleo. Na ilha, as principais fontes de renda ainda são a pesca, o roçado e ser funcionário da prefeitura.
          No Paty, sapatos são muitas vezes acessórios dispensáveis. Para atravessar de um lado para o outro na maré de águas verdes, o transporte oficial é a canoa, apesar de já existirem um ou outro barco, cedidos pela prefeitura. Ponte? Nem pensar, dizem os moradores, em coro. Quando alguém está no “porto” e quer chegar até o Paty, só precisa gritar: “Tomaquê!”.
        Talvez você, minha companhia de viagem, não saiba o que quer dizer “tomaquê”. É uma redução, como “oxente”, que quer dizer “O que é isso, minha gente”. Ou “Ó paí, ó”, que é “Olhe pra isso, olhe”. Ou seja, é simplesmente “Me tome aqui, do outro lado da margem”. É muito mais gostoso gritar “Tomaquê!”.          
        Assim, algum voluntário pega sua canoa e cruza, a remo, um quilômetro nas águas verdes e calmas. Entre os dois pontos da travessia se gastam uns quarenta minutos. Essa carona carrega, na verdade, um misto de generosidade e curiosidade. Num lugar daquele tamanho, qualquer visita vira assunto, e é justamente o remador quem transporta a novidade.
         Até hoje procuro visitar a ilha todos os anos. Gosto de entender minha origem e receber um abraço afetuoso dos mais velhos. Vou também para encontrar um sentimento de inocência, uma felicidade descompromissada, que só sinto por lá.
        Graças à sua refinaria de petróleo, São Francisco do Conde é um dos municípios mais ricos do país. (....) Essa dinheirama, porém, não chega até o cotidiano de quem mora no Paty. Eles até conseguem ver vantagens na vida simples que levam: como não há violência, não há polícia na ilha, e as portas das casas estão sempre abertas para quem quiser entrar. O que faz falta mesmo é a água encanada. Para tudo: dar descarga nos banheiros, lavar pratos e roupas, tomar banho.
        Não faz muito tempo, luz também era luxo. Na minha infância, a energia elétrica vinha de um único gerador, usado exclusivamente à noite, quando os televisores eram ligados nas novelas. As janelas da casa de meu avô, que teve uma das primeiras tvs do Paty, ficavam sempre cheias de gente. Era o nosso cineminha. (...)
Lázaro Ramos. Na Minha Pele.Rio de Janeiro: Objetiva, 2017.p.16-17

1. O texto está organizado em parágrafos, marcados por uma entrada em branco na mudança de linha e um sinal de pontuação final. Releia o primeiro parágrafo.
a) A qual localidade referem-se as passagens abaixo?
I.  Ilha com pouco mais de duzentos habitantes, na Baía de Todos os Santos.
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II. Uma fração de Brasil praticamente secreta, ignorada pelas modernidades e pelos mapas.
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III. nem o quase infalível, Google Maps conseguiu encontra-la.
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IV. Terra minúscula.

b) Que características do lugar são reforçadas pela caracterização feita pelo autor nas passagens acima?
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c) Com base em seu conhecimento de mundo, explique o que vem a ser Google Maps. Por que ele seria quase infalível, segundo o autor?
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d) O modo detalhado pelo qual o autor apresenta seu local de nascimento é importante para o leitor? Por quê?
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2. Identifique no texto mais algumas informações sobre o autor.

a)  Ele ainda mora na ilha? Justifique sua resposta com uma passagem do texto.
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b) No último parágrafo, o autor fala de um tempo passado. Que lembranças ele trás para o texto?
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c) Com base nas informações do texto, como você imagina a infância do autor?
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d) Que sentimentos ele parece ter em relação a ilha? Escolha elementos do texto para explicar sua resposta.
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3. O estilo de vida dos moradores da ilha é o mesmo da época em que o autor era criança? Justifique sua resposta.
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4. Nas frases a seguir, aparecem elementos linguísticos, como verbos, pronomes, que indicam ser o próprio autor quem relata sua história.” Minha história começa numa ilha. Até hoje procuro visitar a ilha todos os anos.”
a) Em que pessoa verbal foi escrito o relato?
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b) Destaque do texto mais uma passagem que confirme o uso dessa pessoa verbal.
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c) indique as duas alternativas corretas. Esse tipo de relato:


(   ) Produz um efeito de verdade, de que o autor conta o que de fato aconteceu na vida dele.
(  ) Tem efeito de dissimulação e incerteza, porque o autor admite estar inventando tudo.
(   ) Afasta autor e leitor, porque esse último desconfia do que lê, já que tudo parece invenção.
(   ) Constrói efeito de fantasia e ficção, porque nada do que se conta parece ter verdadeiramente acontecido.
(   ) Aproxima autor e leitor, porque este último acredita na sinceridade do relato pessoal.

5. Antes da leitura você e seus colegas pensaram em algumas hipóteses sobre o conteúdo do livro Na Minha Pele, depois de ler o texto suas ideias iniciais se confirmaram? Por quê?
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6. Em vez de usar a palavra dinheiro, o autor preferiu dizer dinheirama. O que significa a palavra empregada?
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domingo, 15 de março de 2020

AUTOBIOGRAFIA, MALALA, NASCE UMA MENINA, 6º ANO, TECENDO


     
1. Nasce uma menina


       No dia em que nasci, as pessoas da nossa aldeia tiveram pena de minha mãe, e ninguém deu os parabéns a meu pai. Vim ao mundo durante a madrugada, quando a última estrela se apaga. Nós, pachtuns, consideramos esse um sinal auspicioso. Meu pai não tinha dinheiro para o hospital ou para uma parteira; então uma vizinha ajudou minha mãe. O primeiro bebê de meus pais foi natimorto, mas eu vim ao mundo chorando e dando pontapés. Nasci menina num lugar onde rifles são disparados em comemoração a um filho, ao passo que as filhas são escondidas atrás de cortinas, sendo seu papel na vida apenas fazer comida e procriar.
       Para a maioria dos pachtuns, o dia em que nasce uma menina é considerado sombrio. O primo de meu pai, Jehan Sher Khan Yousafzai, foi um dos poucos a nos visitar para celebrar meu nascimento e até mesmo nos deu uma boa soma em dinheiro. Levou uma grande árvore genealógica que remontava até meu trisavô, e que mostrava apenas as linhas de descendência masculina. Meu pai, Ziauddin, é diferente da maior parte dos homens pachtuns. Pegou a árvore e riscou uma linha a partir de seu nome, no formato de um pirulito. Ao fim da linha escreveu “Malala”. O primo riu, atônito. Meu pai não se importou. Disse que olhou nos meus olhos assim que nasci e se apaixonou. Comentou com as pessoas: “Sei que há algo diferente nessa criança”. Também pediu aos amigos para jogar frutas secas, doces e moedas em meu berço, algo reservado somente aos meninos.
       Meu nome foi escolhido em homenagem a Malalai de Maiwand, a maior heroína do Afeganistão. Os pachtuns são um povo orgulhoso, composto de muitas tribos, dividido entre o Paquistão e o Afeganistão. Vivemos como há séculos, seguindo um código chamado Pachtunwali, que nos obriga a oferecer hospitalidade a todos e segundo o qual o valor mais importante é nang, a honra. A pior coisa que pode acontecer a um pachtum é a desonra. A vergonha é algo terrível para um homem pachtum. Temos um ditado: “Sem honra, o mundo não vale nada”. Lutamos e travamos tantas infindáveis disputas internas que nossa palavra para primo — tarbur — é a mesma que usamos para inimigo. Mas sempre nos unimos contra forasteiros que tentam conquistar nossas terras. Todas as crianças pachtuns crescem ouvindo a história de como Malalai inspirou o Exército afegão a derrotar o britânico na Segunda Guerra Anglo-Afegã, em 1880.
       Malalai era filha de um pastor de Maiwand, pequena cidade de planícies empoeiradas a oeste de Kandahar. Quando tinha dezessete anos, seu pai e seu noivo se juntaram às forças que lutavam para pôr fim à ocupação britânica. Malalai foi para o campo de batalha com outras mulheres da aldeia, para cuidar dos feridos e levar-lhes água. Então viu que os afegãos estavam perdendo a luta e, quando o porta-bandeira caiu, ergueu no ar seu véu branco e marchou no campo, diante das tropas.
(...)
       Malalai foi morta pelos britânicos, mas suas palavras e sua coragem inspiraram os homens a virar a batalha. Eles destruíram uma brigada inteira — uma das piores derrotas da história do Exército britânico. Os afegãos construíram no centro de Cabul um monumento à vitória de Maiwand. Mais tarde, ao ler alguns livros de Sherlock Holmes, ri ao ver que foi nessa batalha que o dr. Watson se feriu antes de se tornar parceiro do grande detetive. Malalai é a Joana d’Arc dos pachtuns. Muitas escolas de meninas no Afeganistão têm o nome dela. Mas meu avô, que era professor de teologia e imã da aldeia, não gostou que meu pai me desse esse nome. “É um nome triste”, disse. “Significa luto, sofrimento.”
(...)
      Meu pai contava a história de Malalai a toda pessoa que viesse à nossa casa. Eu a adorava, assim como amava ouvir as músicas que ele cantava para mim e a maneira como meu nome flutuava ao vento quando alguém o chamava.

POR DENTRO DO TEXTO
1. Releia os dois primeiros parágrafos do texto e indique a alternativa que melhor responde à pergunta: Por que, no dia em que Malala nasceu, as pessoas tiveram pena de sua mãe e não deram parabéns a seu pai?
a) Malala veio ao mundo durante a madrugada, quando a ultima estrela se apaga e isso era considerado um sinal auspicioso.
b) o pai de Malala não tinha dinheiro para o hospital ou para uma parteira então uma vizinha ajudou a sua mãe.
c) O primeiro bebê de seus pais foi natimorto, mas ela veio ao mundo chorando e dando pontapés.
d) Malala nasceu menina em um lugar onde os rifles são disparados em comemoração a um filho, mas as filhas são escondidas atrás das cortinas.

2. Leia o fragmento a seguir retirado do texto:
“O primo de meu pai, Jehan Sher Khan Yousafzai, foi um dos poucos a nos visitar para celebrar meu nascimento e até mesmo nos deu uma boa soma em dinheiro. Levou uma grande árvore genealógica que remontava até meu trisavô, e que mostrava apenas as linhas de descendência masculina. Meu pai, Ziauddin, é diferente da maior parte dos homens pachtuns. Pegou a árvore e riscou uma linha a partir de seu nome, no formato de um pirulito.”

Em sua opinião, qual foi a intenção do pai de Malala ao riscar na arvore genealógica uma linha a partir do seu nome no formato de um pirulito?
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3. O nome de Malala foi escolhido em homenagem a Malala de Maiwand, a maior heroína do Afeganistão. No terceiro parágrafo temos:
“Os pachtuns são um povo orgulhoso, composto de muitas tribos, dividido entre o Paquistão e o Afeganistão. (...) Mas sempre nos unimos contra forasteiros que tentam conquistar nossas terras.”
Agora releia o quarto parágrafo ao final do texto e responda:
a) Quem eram os forasteiro contra quem Malalai de Maiwand lutou?
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b) Por quê Malalai se tornou uma heroína?
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4. Levante uma hipótese coerente: Ao chamar a filha de Malala, que características da heroína Malalai o pai esperava que ela tivesse?
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5.Releia o trecho a seguir.
“Vim ao mundo durante a madrugada, quando a última estrela se apaga. Nós, pachtuns, consideramos esse um sinal auspicioso. Para a maioria dos pachtuns, o dia em que nasce uma menina é considerado sombrio.”

Com base no que você pode compreender do decorrer da leitura, responda:
a) Para o pai de Malala, o nascimento da filha foi considerado um sinal auspicioso ou sombrio?
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b) Releia o segundo parágrafo e identifique uma atitude do pai que justifique sua resposta ao item anterior.

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AUTOBIOGRAFIA - NASCE UMA MENINA - (FRAGMENTO) - LAMB, CHRISTINA YUSAFZAI, MALALA - COM GABARITO

 Autobiografia - Nasce uma menina – (fragmento)

Fonte da imagem - https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fguiadoestudante.abril.com.br%2Fblog%2Fatualidades-vestibular%2Fconheca-a-historia-da-ativista-malala-yousafzai%2F&psig=AOvVaw3aravc36QYE5B0YbBO1IgB&ust=1615163358149000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCKCr2c_2nO8CFQAAAAAdAAAAABAD
No dia em que nasci, as pessoas da nossa aldeia tiveram pena de minha mãe e ninguém deu os parabéns ao meu pai. Vim ao mundo durante a madrugada, quando a última estrela se apaga. Nós, pachtuns, consideramos esse sinal auspicioso. Meu pai não tinha dinheiro para o hospital ou para uma parteira; então uma vizinha ajudou minha mãe. O primeiro bebê dos meus pais foi natimorto, mas eu vim ao mundo chorando e dando pontapés. Nasci uma menina num lugar onde os rifles são disparados em comemoração a um filho, ao passo que as filhas são escondidas atrás de costinhas, sendo seu papel na vida apenas fazer comida e procriar.

Para a maioria dos pachtuns, o dia em que nasce uma menina é considerado sombrio. O primo de meu pai, Jehan Sher Khan Yousafzai, foi um dos poucos a nos visitar para celebrar meu nascimento e até mesmo nos deu uma boa soma em dinheiro. Levou uma grande árvore genealógica que remontava até meu trisavô e que mostrava apenas as linhas de descendência masculina. Meu pai, Ziauddin, é diferente da maior parte dos homens pachtuns. Pegou a árvore e riscou uma linha a partir de seu nome, no formato de um pirulito. Ao fim da linha escreveu “Malala”. O primo riu, atônito. Meu pai não se importou. Disse que olhou nos meus olhos assim que nasci e se apaixonou. Comentou com as pessoas: “Sei que há algo diferente nessa criança”. Também pediu aos amigos para jogar frutas secas, doces e moedas em meu berço, algo reservado somente aos meninos.

Meu nome foi escolhido em homenagem a Malalai de Maiwand, a maior heroína do Afeganistão. Os pachtuns são um povo orgulhoso, composto de muitas tribos, dividido entre o Paquistão e o Afeganistão. Vivemos como há séculos, seguido um cógido chamado Pachtunwali, que nos obriga a oferecer hospitalidade a todos e segundo o qual o valor mais importante é nang, a honra. A pior coisa que pode acontecer a um pachtum é a desonra. A vergonha é algo terrível para um homem pachtum. Temos um ditador: “Sem honra, o mundo não vale nada.” Lutamos e travamos tantas infindáveis disputas internas que nossa palavra para primo “tarbur” é a mesma que usamos para inimigo. Mas sempre nos unimos contra fortasteiros que tentam conquistar nossas terras. Todas as crianças pachtuns crescem ouvindo a história de como Malalai inspirou o Exército afegão a derrotar o brotânico na Segunda Guerra Anglo- Afegã em 1880.

Malalai era filha de um pastor de Maiwand, pequena cidade de planícies empoeiradas a oeste de Kandahar. Quando tinha dezessete anos, seu pai e seu noivo se juntaram às forças que lutavam para pôr fim à ocupação britânica. Malalai foi para o campo de batalha com outras mulheres da aldeia, para cuidar dos feridos e levar-lhes água. Então viu que os afegãos estavam perdendo a luta e, quando o porta bandeira caiu, ergueu no ar seu véu branco e marchou no campo, diante das tropas.

[...]

Malalai foi morta pelos britânicos, mas suas palavras e sua coragem inspiraram os homens a virar a batalha. Eles destruíram a brigada inteira, uma das piores derrotas do Exército britânico. Os afegãos construíram no centro de Cabul um monumento à vitória de Maiwand. [...] Muitas escolas de meninas no Afeganistão tem o nome dela. Mas meu avô, que era professor de teologia e imã da aldeia, não gostou que meu pai me desse esse nome. “É um nome triste”, disse. “Significa luto, sofrimento”. 

[...]

Meu pai contava a história de Malalai a toda pessoa que viesse à nossa casa. Eu a adorava como amava ouvir as músicas que ele cantava para mim e a maneira como meu nome flutuava ao vento quando alguém o chamava.”

LAMB, Christina YOUSAFZAI, Malala. Eu sou Malala

Fonte: Livro - Tecendo Linguagens - Língua Portuguesa: 6º ano/Tania Amaral Oliveira, Lucy Aparecida Melo Araújo - 5.ed. - Barueri(SP): IBEP, 2018 - p.25/26/27.

GLOSSÁRIO

Auspicioso: que gera esperanças; prometedor; de bom agouro.

Forasteiro: aquele que é estranho à terra onde se encontra ou que é de fora.

Natimorto: refere-se ao feto viável que foi expulso morto do útero materno.

Pachtuns – também chamados pachtos ou pastós, são um grupo etnoliguístico formado principalmente por afegãos e paquistaneses que se caracteriza pela língua própria, pelo código de honra reliogioso pré-islâmico e pela prática do islamismo,

Parteira: mulher que auxilia quem está em trabalho de parto ou que acabou de parir, mesmo não sendo médica.

POR DENTRO DO TEXTO

1.   Releia os dois parágrafos do texto e indique a alternativa que melhor responde à pergunta:

Por que, no dia em que Malala nasceu, as pessoas tiveram pena de sua mãe e não deram parabéns a seu pai?

 

a)   Malala veio ao mundo durante a madrugada, quando a última estrela se apaga e isso era considerado um sinal auspicioso.

b)   O pai de Malala não tinha dinheiro para o hospital ou para uma parteira, então uma vizinha ajudou sua mãe.

c)   O primeiro bebê de seus pais foi natimorto, mas ela veio ao mundo chorando e dando pontapés.

d)   Malala nasceu menina em um lugar onde rifles são disparados em comemoração a um filho, mas as filhas são escondidas atrás de cortinas.

 2.   Leia o fragmento a seguir, retirado do texto.

             “O primo de meu pai, Jehan Sher Khan Yousafzai, foi um dos poucos a nos visitar para celebrar meu nascimento e até mesmo nos deu uma boa soma em dinheiro. Levou uma grande árvore genealógica que remontava até meu trisavô e que mostrava apenas as linhas de descendência masculina. Meu pai, Ziauddin, é diferente da maior parte dos homens pachtuns. Pegou a árvore e riscou uma linha a partir de seu nome, no formato de um pirulito.”

 Em sua opinião, qual foi a intenção do pai de Malala ao riscar na árvore genealógica uma linha a partir de seu nome no formato de pirulito?

Resposta pessoal.

3.   O nome  de Malala foi escolhido em homenagem a Malalai de Malwand, a maior heroína do Afeganistão. No terceiro parágrafo temos:

              “Os pachtuns são um povo orgulhoso, composto de muitas tribos, dividido entre o Paquistão e o Afeganistão.[...]sempre nos unimos contra forasteiros que tentam conquistar nossas terras.”

 Agora, releia do quarto parágrafo ao final do texto e responda:

a)    Quem eram os forasteiros contra quem Malalai de Malwand lutou?

O exército britânico na Segunda Guerra Anglo-Afegã.

b)    Por que Malalai se tornou heroína?

Porque ao marchar no campo diante das tropas britânicas e ser morta, Malalai inspirou o exército afegão com suas palavras e sua coragem. Isso contribuiu para que ganhassem a batalha, destruindo a brigada inteira do exército britânico.

4.   Levante uma hipótese coerente: Ao chamar a filha de Malala, que características da heroína Malalai o pai esperava que ela tivesse? 

Resposta pessoal.

5. Releia o trecho a seguir.

“Vim ao mundo durante a madrugada, quando a última estrela se apaga. Nós, pachtuns, consideramos esse sinal auspicioso. Para a maioria dos pachtuns, o dia em que nasce uma menina é considerado sombrio.”

Com base no que você pôde compreender do decorrer da leitura, responda: 

a)   Para o pai de Malala, o nascimento da filha foi considerado um sinal auspicioso ou sombrio? 

Foi considerado um sinal auspicioso.

b)  Releia o segundo parágrafo e identifique uma atitude do pai que justifique sua resposta ao item anterior. 

Quando Malala nasceu, o pai da menina comentou com as pessoas que havia algo diferente naquela criança e pediu aos amigos que jogassem frutas secas, doces e moedas em seu berço, comportamento que costumava ser reservado somente aos meninos.


quarta-feira, 11 de março de 2020

AUTOBIOGRAFIA CLARICE LISPECTOR TEORIA EXEMPLO PRODUÇÃO 6º E 7º ANO


PRODUÇÃO DE TEXTO

AUTOBIOGRAFIA

TRAÇOS AUTOBIOGRÁFICOS

        Sou Clarice Lispector. Nasci na Ucrânia, numa aldeia que não existe no mapa, Tchetchelnik, e vim com dois meses para o Brasil. para o Recife. Minha primeira língua foi o português. Muitas pessoas pensam que eu falo com sotaque por ser russa de nascimento. Mas é que eu tenho a língua presa. Há a possibilidade de cortar, mas meu médico falou que dói muito. Tem uma palavra que eu não posso falar, senão todo mundo cai pra trás: aurora.
       Antes de aprender a ler e a escrever, eu já fabulava. Inventei junto com uma amiga minha, muito passiva, uma história que nunca terminava, porque quando eu dizia: "Então todos estavam mortos", ela replicava: "Não tão mortos assim". Então eu continuava a história.
       Eu trabalho do modo mais esquisito do mundo: sentada numa poltrona, com a máquina no colo. Por causa de meus filhos. Quando eles eram pequenos, eu não queria que tivessem uma mãe fechada num quarto a que não pudessem ter acesso. Então eu sentava no sofá, com a máquina no colo e escrevia.
       Meus romances, meus contos me vêm em pedaços, anotações sobre as personagens, tema, cenário, que depois vou juntando, mas que nasceram de uma realidade interior vivida ou imaginada, sempre muito pessoal.
      Quando eu era criança, durante muito tempo pensei que os livros nascessem como as árvores, como os pássaros. Quando descobri que existiam autores, pensei: também quero fazer um livro.

      Esse texto foi criado a partir de uma colagem de depoimentos e crônicas da autora.
Para gostar de ler, vol. 9, Contos. São Paulo: Ática.





Minha autobiografia

       Meu nome é Ana Júlia Barboza Oliveira dos Santos, tenho 11 anos e nasci no dia 01/06/2000, na cidade de Pesqueira - PE. Sou filha de Ana Maria Barboza Oliveira dos Santos e Edvaldo Pedro dos Santos. Tenho 3 irmãos: João Paulo, Ana Lívia e Ana Laura. Aos 2 anos, por conta do trabalho do meu pai, me mudei com minha família para Poços de Caldas - MG. Fiquei por lá até os 3 anos. Em seguida, mudei-me para Recife – PE, onde estou atualmente.
       Com 3 anos entrei no Colégio Souza Veras, onde estudei até os 10 anos. Lá fiz alguns amigos.
 Durante os anos de 2003 e 2010, fiz natação, ganhando alguns torneios (e medalhas) e me destacando em alguns nados.
         No ano de 2010, fiz um preparatório para entrar no Colégio de Aplicação e fiquei muito feliz quando o resultado saiu e nele tinha o meu nome como uma das selecionadas. No começo achei difícil, pois não conhecia quase ninguém, mas com o tempo fui me habituando e conhecendo pessoas que, com a convivência, se tornaram meus amigos.
          Não sei muito bem a carreira que quero seguir. Só desejo que seja feliz no que eu fizer e que goste do meu trabalho. É claro que meus amigos também estão nos meus planos para futuro.
        Gosto de ler, de escrever e de falar no MSN com meus amigos e com a minha família que ficou em Pesqueira, lugar que sempre visito nas férias e também uma vez por mês. E, modéstia a parte, sou muito engraçada e poderia ser comediante e ganhar “rios de dinheiro”.
        Tudo isso que vivi até agora me ajudou a ser do jeito que eu sou, às vezes engraçada, alegre, animada,
realista, mas acima de tudo otimista.

Organização do texto:

O texto que você acabou de ler é uma autobiografia, ou seja, é um relato da vida de uma pessoa, escrita por ela própria. Na autobiografia, o autor fala em primeira pessoa.

Preparação:

1º - Uma boa fonte de inspiração para escrever uma autobiografia é olhar álbuns de família. Observe com atenção suas primeiras fotografias e veja as mudanças que foram acontecendo em você. Observe alguns traços que não se modificaram durante esses anos. Anote o que você constatou.

2º - Selecione alguns dados importantes e diferentes:
- local e data de nascimento
- apelido
- descrição da casa e da rua
- lugar preferido
- preferências (música, TV, esporte)
- amigos
- escola
- sonhos
- medos
- momentos de alegria ou de tristeza
- coisas de que gosta
- coisas de que não gosta

Escrita do texto:

Depois de pensar, escreva, em seu caderno, a sua autobiografia.

Roteiro de revisão:

O texto apresenta sequência entre as partes?
Constrói frases claras e completas?
Escreve sem repetir desnecessariamente as palavras?
Faz parágrafos?
Escreve corretamente as palavras?
Emprega corretamente os sinais de pontuação?
Usa a letra maiúscula, quando necessário?

Observação:

A produção de texto deverá ter no mínimo 20 linhas e no máximo 30.