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quarta-feira, 8 de março de 2023

POEMA TIRADO DE UMA NOTÍCIA DE JORNAL PRODUÇÃO DE HQ

Obs:

Há várias há várias perguntas, algumas são parecidas.

Fiz o trabalho de produção com os aluno de transformar o poema em notícia. O resultado foi bom. Também fica legal fazer paródias.

Dá para transformar o poema em HQ  também como no exemplo abaixo:







Poema tirado de uma notícia de jornal (Manuel Bandeira) 

João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número

Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro

Bebeu

Cantou

Dançou

Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.

1. Qual o espaço da narrativa?

2. O narrador participa da história?

3. Qual o tempo?

4. Qual o personagem?

5. Como era o nível social de João Gostoso?

6.  Qual a profissão e a possível condição financeira de João?

7. Como você explicaria o final trágico de João?

8. O nome do bar faz referência a quê?

9. Por que o nome do homem é João? A sua história é parecida com a de outras pessoas?Justifique sua resposta.

10. Esse texto se parece com uma notícia de jornal ou um poema?

11. Que motivos teriam levado João Gostoso a um gesto tão extremo?

12. Qual é a tema (assunto) dessa narrativa? 

13. Sobre quem é a história? 

14. Quais características físicas(Exterior) e psicológicas(interior) poderíamos atribuir a essa personagem?

15. Por que será que João tinha o sobrenome de Gostoso? 

16. O que representa ser Carregador De Feira Livre e morar em um morro?

17. Na sua opinião, ele era feliz ou infeliz com a vida que levava?

18.O que ele foi fazer no bar? 

19. Ele resolveu nadar na Lagoa ou se suicidar?

20. Mesmo sendo um poema, este texto apresenta características de uma notícia,vamos buscá-las?

a) Quem participou do fato?

b) Qual a profissão de João Gostoso?

c) O que aconteceu?

d) Onde ele morava?

e) Onde aconteceu o fato?

f) Como aconteceu o fato narrado no poema?

g) Qual foi o possível motivo de ter acontecido a situação narrada?

21.Por que você acha que o título é “Poema tirado de uma notícia de jornal”?

22. Por que o poema se aproxima de uma notícia de jornal?

23. Como é a estrutura de uma notícia e qual a sua função? A função e a estrutura do poema são as mesmas da notícia? Explique

quarta-feira, 12 de outubro de 2022

POESIA: IDENTIDADE - PEDRO BANDEIRA ATIVIDADE INTERPRETAÇÃO

 

POESIA: IDENTIDADE - PEDRO BANDEIRA

Às vezes nem eu mesmo

sei quem sou.

Às vezes sou.

"o meu queridinho",

às vezes sou

"moleque malcriado".

Para mim

tem vezes que eu sou rei,

herói voador,

caubói lutador,

jogador campeão.

Às vezes sou pulga,

sou mosca também,

que voa e se esconde

de medo e vergonha.

Às vezes eu sou Hércules,

Sansão vencedor,

peito de aço

goleador!

 

Mas o que importa

o que pensam de mim?

Eu sou quem sou,

eu sou eu,

sou assim,

sou menino.

 

BANDEIRA, Pedro. Cavalgando o arco-íris. 4. Ed. São Paulo: Moderna, 2009.

Entendendo a poesia:

 

01 – Quantas linhas há na poesia “Identidade”?

 

      Vinte e cinco linhas.

 

02 – Essas linhas encontram-se agrupadas ou separadas por espaços em branco?

 

      As linhas 1 a 19 estão separadas das linhas 20 a 25 por um espaço em branco.

 

03 – Quantos versos formam a poesia “Identidade”? E quantas estrofes?

 

      A poesia é formada por 25 versos e duas estrofes.

 

04 – Leia a fonte que indica o livro do qual essa poesia foi retirada e responda às questões a seguir.

 

a)   De que livro essa poesia foi retirada?

 

Do livro Cavalgando o arco-íris.

 

b)   Qual é o nome do autor da poesia?

 

Pedro Bandeira.

 

c)   Pedro Bandeira é um autor adulto. Mas a voz que fala na poesia não é a de um adulto. Considerando essa afirmação, responda: A quem podemos atribuir a fala do texto? Qual verso traz essa indicação?

 

A um menino. O último verso.

 

05 – Releia os versos a seguir.

 

        Às vezes sou.

        "o meu queridinho",

        às vezes sou

        "moleque malcriado".

 

        Os versos destacados acima aparecem entre aspas. Isso acontece porque o eu lírico:

 

 

a)   Quer dar destaque a duas maneiras de ser que ele atribui a si mesmo.

 

b)   Pretende mostrar duas maneiras de ser que ele atribui a si mesmo e que se opõem.

 

c)   Destaca duas maneiras de ele ser na voz de outras pessoas.

 

06 – Em que situação o eu lírico é considerado “o meu queridinho”?

 

      Provavelmente, quando faz coisas boas e as pessoas elogiam o comportamento dele.

 

07 – E em qual situação ele é considerado “moleque malcriado”?

 

      Provavelmente, quando responde mal às pessoas, principalmente aos adultos.

 

08 – Reproduza a poesia “Identidade” em uma folha à parte. Escreva os itens a seguir ao lado dos versos da poesia a que cada um deles corresponde.

 

·        Como os outros veem o menino – Corresponde ao trecho que vai do 3° ao 6° verso.

 

·        Como o menino se vê – Corresponde ao trecho que vai do 7° ao 19° verso.

 

·        O menino rejeita a opinião dos outros a seu respeito – Corresponde ao 20° e 21° verso.

 

·        O menino se aceita como é – Corresponde aos quatro últimos versos.

 

09 – Na poesia que você reproduziu, circule a expressão que indica que o menino vai falar sobre como ele se vê?

 

      Os alunos deverão circular a expressão “Para mim”.

 

10 – O menino fala que é “rei”, “herói”, “caubói” e “mosca”.

 

a)   Essas identidades fazem parte da imaginação ou da realidade do menino? Por quê?

 

Elas fazem parte da imaginação dele, pois são identidades irreais.

 

b)   Podemos dizer que essas palavras estão relacionadas à identidade dele? Por quê?

 

Sim, pois o eu lírico revela que se vê dessa maneira: como rei, herói, caubói e mosca.

domingo, 11 de setembro de 2022

POEMA 6º ANO INTERPRETACAO

 

POEMA: BASTA

Agora Chega!

Chega de obedecer

E de ficar calado

Chega de ter que fazer

tudo o que eu nao quero

e acho errado

Agora chega!

Chega de comer pepino

E de engolir ovo quente

Chega de dormir cedo

E acordar mais cedo ainda,

Chega de visitar a avo,

a tia, a prima, o primo, o padrinho...

chega de prestar contas

do banho tomado,

 

da roupa escolhida,

do uniforme da escola,

da nota da prova,

de cada segundo,

de cada respiro!

Chega, chega...e chega!

Liberdade ainda que tarde!

Independencia ou morte!

Manheeeee!

Onde esta a minha roupa de goleiro?

Paieeeee!

Quero a minha mesada!

(Carlos Queiroz Telles)

 

Questões sobre o texto:

1.  Ha um protesto que atravessa todo o texto. Esse protesto se faz por meio de uma palavra que se repete. Que palavra e essa?

2. Destaque do texto algumas ações que a pessoa não quer mais fazer.

3.  E você, o que não aguenta mais fazer em sua casa?

4. A repetição num texto reforça ideias. Que ideia aparece reforçada durante o texto?

5. Esse tipo de comportamento e próprio de gente de qual idade?

6. Quem fala no texto e do sexo masculino ou feminino? Por que?

7. Você se identifica com o eu lírico que fala no texto? Por quê?

8. O poema pode ser dividido em duas partes. Cada parte tem um sentido. As duas partes se juntam para construir o sentido do texto. Indique onde começa e termina cada parte. Depois explique o sentido de cada parte.

9. A 6ª estrofe e formada por dois gritos de liberdade famosos na historia do Brasil. Explique-os.

10.  Relacione esses gritos com a principal vontade de quem fala no texto.

11. A mudança do comportamento na final do texto deixa as ideias engraçadas? Explique.

12. Como e o seu comportamento em relação aos pais?


01 – Marque a opção cujo vocábulo grifado possui classe gramatical distinta dos demais:

a)   “De engolir ovo quente”.

b)   “Chega de prestar contas”.

c)   “Da nota da prova”.

d)   “De cada respiro”.

e)   “Liberdade ainda que tarde!”.

02 – O poema demonstra o desejo de o eu lírico tornar-se independente e de ficar livre das exigências feitas pelos pais. Tal postura de independência só não se comprova no verso.

a)   Dois.

b)   Oito.

c)   Dez.

d)   Doze.

e)   Vinte e cinco.

03 – Há um protesto que atravessa todo o texto. Esse protesto se faz por meio de uma palavra que se repete muitas vezes.

a)   Que palavra é essa?

“Chega”.

b)   A repetição, num texto, reforça ideias. Que ideia aparece reforçada durante todo o texto?   

A ideia de liberdade.         

c)   Copie, do texto, algumas ações que a pessoa que fala não quer mais fazer.

Obedecer / ficar calado / de fazer tudo que eu não quero / de comer pepino / de engolir ovo quente, de dormir cedo, etc.

d)   No poema tem palavras que indiquem o sexo de quem fala. (O eu lírico) copie o verso.

“...e de ficar calado”.

O eu lírico é masculino.

e)   A mudança no comportamento do menino ao final do texto deixa as ideias engraçadas. Explique por quê.  

Na última estrofe ele desfaz tudo que falou, pois se mostra superdependente de sua mãe e de seu pai.            


domingo, 18 de abril de 2021

POEMA: GATO QUE BRINCAS NA RUA

 

 POEMA: GATO QUE BRINCAS NA RUA ( Fernando Pessoa)

 

 Gato que brincas na rua

como se fosse na cama

invejo a sorte que é tua

porque nem sorte se chama.

 

Bom servo das leis fatais

que regem pedras e gentes,

que tens instintos gerais

e sentes só o que sentes.

 

És feliz porque és assim,

Todo o nada que és é teu.

Eu vejo-me e estou sem mim,

Conheço-me e não sou eu.

 

 Entendendo o poema

1.   Que sensação uma primeira leitura desse poema provoca em você: alegria, melancolia, inquietação, serenidade? Justifique sua resposta.

Resposta pessoal.

2.   Como você imagina a cena observada pelo eu lírico? Copie o verso que justifica sua resposta.

Resposta pessoal.

3.   Releia a primeira estrofe e responda às questões a seguir:

a)   Segundo o eu lírico, qual é a sorte do gato? Que sentimento o eu lírico confessa diante disso?

É o fato de o gato mostra-se feliz, confortável, mesmo sem ter consciência disso.

O eu lírico inveja essa condição.

b)   O significa saber o nome das coisas?

Significa conhece-las, reconhece-las e ter consciência de sua existência.

c)   O que você acha que significa dizer que a sorte do gato não tem nome?

Resposta pessoal. Sugestão: O eu lírico sugere ser sorte viver sem ter consciência do que se vive, livre de autojulgamentos, “sentido só o que sente”.

   4- Releia a segunda estrofe e responda às questões a seguir.

a)   Discuta com um colega: O que são leis fatais?

Resposta pessoal. Sugestão: São as leis da natureza, que se impõem sobre todos os seres, como o desgaste das rochas, a passagem do tempo e a morte dos seres vivos.

b)   A que se refere a oração adjetiva “que tens instintos gerais e sentes só o que sentes”?

Refere-se ao gato.

c)   O que essa oração esclarece sobre o elemento a que se refere?

Significa que o gato age como qualquer outro gato; suas ações são instintivas; ele não pensa no que é.

5 – Releia a última estrofe do poema e, abaixo as acepções para o termo “nada”, retiradas de um dicionário.

nada – pr.indef.

1.Coisa nenhuma [...] adv.

2.De modo nenhum [...] sm.

3.O não existente, a não existência, o vazio [...]

4.Ser ou coisa insignificante [...]

a) Em sua opinião, a palavra “nada” empregada no poema corresponde a algo mencionado em outros versos? Justifique sua resposta.

O “nada” citado na última estrofe recupera a ideia de viver sem pensar que se vive, presente nos versos “porque nem sorte se chama” e “sentes só o que sentes”, e não corresponde às acepções apresentadas.

b) Podemos afirmar que o eu lírico é feliz como o gato? Justifique.

Não. O eu lírico se observa, reflete sobre si mesmo (“Eu vejo-me”), não se encontra e não se reconhece.

 6. Assinale a alternativa mais adequada ao sentido do poema.


a) O eu lírico inveja a sorte do gato, porque este tem a felicidade de uma vida segura, ao passo que ele, eu lírico, está solitário e desamparado.
B) Entre o eu lírico e o gato há a distância devida a que este se situa do lado de uma generalidade despreocupada, enquanto aquele vive uma individualidade consciente e problemática.
c) O gato é feliz porque brinca despreocupado de sua própria sorte; o eu lírico é infeliz porque não se adapta a sua situação.
d) O gato tem a felicidade instintiva; o eu lírico, a angústia das sensações e das ideias incertas, em razão de excessivo intelectualismo.
e) O gato não é nada, mas é feliz porque se conforma às “leis fatais”; o eu lírico (o homem), que se revolta contra essas leis, vive torturado pela solidão e pela incerteza.

POEMA: SAPATO DE MENINO

 

POEMA: SAPATO DE MENINO ( Nye Ribeiro)

 

Menino,

amarra esse sapato,

senão...

 

Você vai acabar

pisando

nesse cordão!

 

Leva um tombo,

esfola o joelho,

arma um berreiro

de cara no chão...

 

A mãe vem correndo,

o cachorro late,

a porta bate e amassa o dedão...

 

O pai chega assustado,

o gato mia,

o papagaio fala um nome feio,

o irmão faz birra,

 

o avô desmaia,

o vizinho reclama do barulho...

Pronto!

Está armada a confusão!

 

Menino,

amarra esse sapato,

senão...!

                    Ribeiro, Nye. Roda de letrinhas. São Paulo: Rada & Cia.2004.

Fonte: Livro - Tecendo Linguagens - Língua Portuguesa: 6º ano/Tania Amaral Oliveira, Lucy Aparecida Melo Araújo - 5.ed. - Barueri(SP): IBEP, 2018 - p.111/112.

 

Entendendo o poema

 1.   O poema apresenta um ritmo bastante marcado, como nos versos “o cachorro late, a porta bate, e amassa o dedão...”.

a)   Que relação tem o ritmo com os acontecimentos?

O ritmo das ações são sequenciais e consiste na repetição ordenada de sons vocálicos.

b)   Que expressões resume as consequências de não amarrar o sapato?

“...pisando nesse cordão...”,

“...leva um tombo...”

“...esfola o joelho...”

“...arma um berreiro...”

“...de cara no chão...”.

2.   Os pronomes esse e aquele usados no poema são chamados de :

pronomes demonstrativos.

3.   Ao usar a palavra esse para se referir ao sapato e ao cordão, o eu lírico indica que o sapato está próximo ou longe do menino?

É possível perceber que o eu lírico está se referindo ao sapato que o menino está usando, ou seja, está próximo do menino.

4.   Caso o eu lírico se referisse a um sapato que estivesse distante de si mesmo e do menino, que palavra substituiria o termo esse?

Aquele.

5.   Qual o pronome de tratamento que substitui no texto a palavra menino?

O pronome você.

 

 

POEMA: NO MUNDO HÁ MUITAS ARMADILHAS

 

POEMA: NO MUNDO HÁ MUITAS ARMADILHAS

        Ferreira Gullar

 No mundo há muitas armadilhas

e o que é armadilha pode ser refúgio

e o que é refúgio pode ser armadilha

 

Tua janela por exemplo

aberta para o céu

e uma estrela a te dizer que o homem é nada

 

ou a manhã espumando na praia

a bater antes de Cabral, antes de Troia

(há quatro séculos Tomás Bequimão

tomou a cidade, criou uma milícia popular

e depois foi traído, preso, enforcado)

 

No mundo há muitas armadilhas

e muitas bocas a te dizer

que a vida é pouca

que a vida é louca

E por que não a Bomba? te perguntam.

Por que não a Bomba para acabar com tudo, já

que a vida é louca?

 

Contudo, olhas o teu filho, o bichinho

que não sabe

que afoito se entranha à vida e quer

a vida

e busca o sol, a bola, fascinado vê

o avião e indaga e indaga

 

A vida é pouca

a vida é louca

mas não há senão ela.

E não te mataste, essa é a verdade.

 

Estás preso à vida como numa jaula.

Estamos todos presos

nesta jaula que Gagárin foi o primeiro a ver

de fora e nos dizer: é azul.

E já o sabíamos, tanto

que não te mataste e não vais

te matar

e aguentarás até o fim.

 

O certo é que nesta jaula há os que têm

e os que não têm

há os que têm tanto que sozinhos poderiam

alimentar a cidade

e os que não têm nem para o almoço de hoje

 

A estrela mente

o mar sofisma. De fato,

o homem está preso à vida e precisa viver

o homem tem fome

e precisa comer

o homem tem filhos

e precisa criá-los

Há muitas armadilhas no mundo e é preciso quebrá-las.

 GULLAR, Ferreira. Melhores poemas de Ferreira Gullar. Seleção e apresentação de Alfredo Bosi. 6. ed. São Paulo: Global, 2000. p. 58-59.

Fonte: Livro – APROVA BRASIL- Língua Portuguesa – 9º Ano -  Editora Moderna;editora responsável, Thaís Ginícolo Cabral. --São Paulo : Moderna, 2019, p.48-51

 

1.   Denomina-se eu lírico a voz que fala no poema. No poema, que sentimentos são manifestados pelo eu lírico na comparação que faz nos versos a seguir?

 “No mundo há muitas armadilhas

e o que é armadilha pode ser refúgio

e o que é refúgio pode ser armadilha”

 O eu lírico compara o mundo (a vida) a uma armadilha e a um refúgio. Como armadilha, o mundo é visto negativamente, trazendo problemas, surpresas desagradáveis; como refúgio, ele é visto como proteção.

 

 2. Na estrofe citada na questão anterior, a palavra refúgio tem o sentido de

a) esconderijo.

b) perigo.

c) abrigo.

d) fuga.

 

 3. Assinale a alternativa que expressa uma possível interpretação para a estrofe a seguir.

 “Contudo, olhas o teu filho, o bichinho

que não sabe

que afoito se entranha à vida e quer

a vida

e busca o sol, a bola, fascinado vê

o avião e indaga e indaga”

a) As crianças são deslumbradas porque não conhecem a vida.

b) As crianças são ingênuas porque jogam bola e admiram o sol e os aviões.

c) As crianças não se sentem presas e são ávidas por conhecer o novo.

d) As crianças aproveitam a vida porque ela é pouca e louca.

 

 4.A linguagem dos poemas geralmente é figurada, metafórica. Que metáfora é empregada na estrofe a seguir para referir-se à Terra?

Lembre: metáfora é o emprego de uma palavra ou expressão em lugar de outra, com a qual guarda alguma semelhança.

 “Estás  preso à vida como numa jaula.

Estamos todos presos

nesta jaula que Gagárin foi o primeiro a ver

de fora e nos dizer: é azul.

E já o sabíamos, tanto

que não te mataste e não vais

te matar

e aguentarás até o fim.”

 No poema, a palavra jaula é utilizada como metáfora para Terra; “Estamos todos presos / nesta jaula que Gagárin foi o primeiro a ver / de fora e nos dizer: é azul”.

 5.Extraia do poema a estrofe em que o eu lírico aborda as desigualdades sociais.

“O certo é que nesta jaula há os que têm / e os que não têm / há os que têm tanto que sozinhos poderiam / alimentar a cidade / e os que não têm nem para o almoço de hoje”.

POEMA - O RIO

 

 POEMA: O RIO (Vinicius de Moraes)

 

Uma gota de chuva

A mais, e o ventre grávido

Estremeceu, da terra.

Através de antigos

 

Sedimentos, rochas

Ignoradas, ouro

Carvão, ferro e mármore

Um fio cristalino

Distante milênios

Partiu fragilmente

Sequioso de espaço

Em busca de luz.

Um rio nasceu.

 

MORAES, Vinicius de. O rio. Disponível em: <www.viniciusdemoraes.com.br/pt-br/

poesia/poesias-avulsas/o-rio>. Acesso em: 24 jun. 2019.

 

 ENTENDENDO O POEMA

1.1 Qual é o tema do texto?

     O nascimento de um rio.

 2.2 Explique, com suas palavras, o que o poema conta.

      Resposta pessoal. Sugestão de resposta: Uma gota de chuva a mais cai sobre a terra fértil, formando um fio de água cristalina que futuramente se transforma em rio.

 

POEMA TROCA-SE UM HOMEM-ARANHA

 

 POEMA: TROCA-SE UM HOMEM-ARANHA

Troca-se um homem-aranha de mentira

por uma aranha de verdade.

Uma aranha competente

que teça belas teias transparentes,

que pegue moscas, mosquitos

e não entenda nada de bandidos.

Uma aranha que seja

uma aranha simplesmente.

                           Roseana Murray Classificados poéticos

                            São Paulo. Moderna, 2010. P.17.

Fonte – Livro – APOEMA –  Português 6 / Lucia Teixeira...[et. Al.]– 1.ed – São Paulo: Editora do Brasil ,2018, p.139.

ENTENDENDO O POEMA

1)   O principal efeito desse poema é de humor, tristeza, apelo comercial ou sabedoria?

O principal efeito é de humor, porque se fala de uma situação absurda – a troca de um homem-aranha por uma aranha.

2)   Explique  o sentido dos sintagmas aranha de verdade e aranha competente no contexto do poema.

“Aranha de verdade” faz oposição a “homem-aranha de mentira” para dizer que se troca uma personagem de ficção por um animal verdadeiro. “Aranha competente” é aquela que faz as coisas que uma aranha costuma fazer, como tecer teias para capturar moscas e mosquitos.

3)   Ao propor essa troca, o eu lírico mostra uma oposição entre o mundo da fantasia e o mundo concreto, da vida real. O que ele parece sentir em relação a esses dois mundos?

Ele parece estar cansado do mundo da ficção e por isso prefere um animal concreto, que faça coisas reais.

4)   Ao usar a linguagem figurada, um poema transforma a linguagem do dia a dia, produzindo novos sentidos para o mundo.

Como os classificados poéticos de Roseana Murray fazem isso em relação à linguagem dos anúncios classificados?

Os poemas imitam a proposta de anúncios de compra e troca. Com isso, trazem novos sentidos para os “Classificados”, que deixam de oferecer produtos e objetos para tratar de memórias.

5) No verso: 

    "que teça belas teias transparentes", (...) Que figura de linguagem encontramos? Por quê?

A figura é Assonância. Porque nesse verso consiste na repetição ordenada de som vocálicos idênticos.

 

POEMA IDENTIDADE

 

Identidade (Pedro Bandeira)

Às vezes nem eu mesmo
sei quem sou.
Às vezes sou.
"o meu queridinho",
às vezes sou
"moleque malcriado".
Para mim
tem vezes que eu sou rei,
herói voador,
caubói lutador,
jogador campeão.
Às vezes sou pulga,
sou mosca também,
que voa e se esconde
de medo e vergonha.
Às vezes eu sou Hércules,
Sansão vencedor,
peito de aço
goleador!

Mas o que importa
o que pensam de mim?
Eu sou quem sou,
eu sou eu,
sou assim,
sou menino.

BANDEIRA, Pedro. Cavalgando o arco-íris. 4. Ed. São Paulo: Moderna, 2009.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 6º ano – Ensino Fundamental – IBEP 5ª edição- 2018. p. 45-7.

 

Entendendo a poesia:

01 – Quantas linhas há na poesia “Identidade”?

      Vinte e cinco linhas.

02 – Essas linhas encontram-se agrupadas ou separadas por espaços em branco?

      As linhas 1 a 19 estão separadas das linhas 20 a 25 por um espaço em branco.

03 – Quantos versos formam a poesia “Identidade”? E quantas estrofes?

      A poesia é formada por 25 versos e duas estrofes.

04 – Leia a fonte que indica o livro do qual essa poesia foi retirada e responda às questões a seguir.

a)   De que livro essa poesia foi retirada?

Do livro Cavalgando o arco-íris.

b)   Qual é o nome do autor da poesia?

Pedro Bandeira.

c)   Pedro Bandeira é um autor adulto. Mas a voz que fala na poesia não é a de um adulto. Considerando essa afirmação, responda: A quem podemos atribuir a fala do texto? Qual verso traz essa indicação?

A um menino. O último verso.

05 – Releia os versos a seguir.

        Às vezes sou.

"o meu queridinho",

às vezes sou

 "moleque malcriado"

   Os versos destacados acima aparecem entre aspas. Isso acontece porque o eu lírico:

a)   Quer dar destaque a duas maneiras de ser que ele atribui a si mesmo.

b)   Pretende mostrar duas maneiras de ser que ele atribui a si mesmo e que se opõem.

c)   Destaca duas maneiras de ele ser na voz de outras pessoas.

06 – Em que situação o eu lírico é considerado “o meu queridinho”?

      Provavelmente, quando faz coisas boas e as pessoas elogiam o comportamento dele.

07 – E em qual situação ele é considerado “moleque malcriado”?

      Provavelmente, quando responde mal às pessoas, principalmente aos adultos.

08 – Reproduza a poesia “Identidade” em uma folha à parte. Escreva os itens a seguir ao lado dos versos da poesia a que cada um deles corresponde.

·        Como os outros veem o menino – Corresponde ao trecho que vai do 3° ao 6° verso.

·        Como o menino se vê – Corresponde ao trecho que vai do 7° ao 19° verso.

·        O menino rejeita a opinião dos outros a seu respeito – Corresponde ao 20° e 21° verso.

·        O menino se aceita como é – Corresponde aos quatro últimos versos.

09 – Na poesia que você reproduziu, circule a expressão que indica que o menino vai falar sobre como ele se vê?

      Os alunos deverão circular a expressão “Para mim”.

10 – O menino fala que é “rei”, “herói”, “caubói” e “mosca”.

a)   Essas identidades fazem parte da imaginação ou da realidade do menino? Por quê?

Elas fazem parte da imaginação dele, pois são identidades irreais.

b)   Podemos dizer que essas palavras estão relacionadas à identidade dele? Por quê?

Sim, pois o eu lírico revela que se vê dessa maneira: como rei, herói, caubói e mosca.

 

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

POEMA: VENTO PERDIDO, NA CARREIRA DO VENTO FIGURAS DE LINGUAGEM GABARITO

 
POEMA: VENTO PERDIDO / NA CARREIRA DO VENTO
 
1. Ao pensar no vento, que lembranças e sentimentos são despertados em você?
2. Para você, o que seria um “ vento perdido”?
 
LEITURA
Texto A
Vento perdido
 
Vem que vem o vento,
Vem que sopra num momento;
vou, montado num jumento,
cavalgar o arco-íris.
 
Vem que vem cantar,
vem que vem sobrar,
vem que vai voltar,
vem que vai trazer
tudo aquilo que eu tive
e que o vento carregou,
quando eu estava distraído
a olhar pro meu umbigo,
e o momento já passou.
 
Vem que o vento volta,
devolvendo o meu sonho;
Pesadelo tão medonho
que eu não quero nem lembrar.
 
Vem que vai ventar,
vem que vai voltar,
vento vai ventar,
apagando num momento
todo o arrependimento
de um vento tão ventado,
de um momento tão demais,
de um vento tão perdido
que não vai ventar jamais...
 
BANDEIRA, Pedro. Cavalgando o arco-íris.
São Paulo: Moderna, 2002.
 
TEXTO B
Na carreira do vento
 
Lá vem o vento correndo
montado no seu cavalo.
Nas asas do seu cavalo
vem um mundo de vassalos,
vem a desgraça gemendo,
vem a bonança sorrindo,
vem um grito reboando,
reboando, reboando.
 
Lá vem o vento correndo
montado no seu cavalo.
Nas asas do seu cavalo
vem a tristeza do mundo,
vem a camisa molhada
de suor dos desgraçados,
vem um grito reboando,
reboando, reboando.
 
Lá vem o vento correndo
montado no seu cavalo.
Nas asas do seu cavalo
vem um mundo amanhecendo
vem outro mundo morrendo.
Ligando um mundo a outro mundo
vem um grito reboando,
reboando, reboando.
 
Lá vem o vento correndo,
os séculos correndo atrás.
Lá vem um grito de Deus
e um grito de Satanás.
Ligando um grito a outro grito
vem o vento reboando,
reboando, reboando.
 
Lá vem o vento reboando
com seus cavalos-motores
voando nos aviões.
Lá vem progresso, poeira,
carreira, velocidade.
Lá vem nas asas do vento
o lamento da saudade
reboando, reboando.
 
Lá vem o vento correndo
montado no seu cavalo.
Quem vem agora é um menino
montado no seu carneiro.
Parai, ó vento, deixai
repousar o cavaleiro.
Mas o vento vem danado
reboando, reboando.
 
LIMA, Jorge de. Poesia completa.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980. v. 1.
 
 
 
SOBRE O TEXTO A
1. Releia o poema “Vento perdido”.
a) No poema, a palavra vento foi empregada no seu sentido literal, ou seja, no seu sentido próprio?
b) Em sua opinião, por que o eu lírico fala sobre o vento?
 
2. Como o eu lírico se sente em relação às transformações provocadas pelo vento? Justifique sua resposta com fragmentos do poema.
 
3. Na última estrofe, o que o eu lírico quer dizer com “um momento tão demais”?
4. O que os versos a seguir, da segunda estrofe, revelam sobre o eu lírico?
quando eu estava distraído
a olhar pro meu umbigo
e o momento já passou
 
5. Você já viveu a situação de ter notado a importância de um momento só depois que ele passou?
 
6. Como você entende o título do poema depois da sua leitura?
 
SOBRE O TEXTO B
1. A leitura do poema nos leva a pensar em algumas imagens. Explique o que as imagens destacadas em cada um dos itens a seguir sugerem.
a) vem um mundo de vassalos, / vem a desgraça gemendo, / vem a bonança sorrindo
b) vem a tristeza do mundo, / vem a camisa molhada / de suor dos desgraçados
c) vem um mundo amanhecendo / vem outro mundo morrendo.
d) Lá vem o vento correndo, / os séculos correndo atrás.
e) Lá vem um grito de Deus / e um grito de Satanás.
f) Lá vem nas asas do vento / o lamento da saudade / reboando, reboando.
g) Quem vem agora é um menino / montado no seu carneiro / [...] / Parai, ó vento, deixai / repousar o cavaleiro.
 
2. No final das três primeiras estrofes, o eu lírico fala de um grito que vem reboando. O que esse grito pode representar?
Nas três últimas estrofes, a saudade e o vento tomam o lugar desse grito. Por quê?
 
3. A palavra carreira tem vários significados, como: 1) caminho; 2) fileira;3) corrida veloz; 4) correnteza. Em que sentido ela foi usada no título do poema?
 
SOBRE OS TEXTOS A E B
1. Observe o modo como o eu lírico de cada um dos poemas se refere ao vento.
a) A postura deles em relação aos efeitos do vento é a mesma?
b) Quais são as conclusões a que eles chegam sobre o vento?
 
2. Nos dois poemas, são construídas imagens para expressar os sentimentos do eu lírico. Em qual deles essas imagens expressam emoções pessoais? Em qual deles elas apresentam as mudanças que ocorrem no mundo?
 
DE OLHO NA CONSTRUÇÃO DOS SENTIDOS
1. Observe o seguinte fragmento do poema “Vento perdido”.
Vem que vem cantar,
vem que vem sobrar,
vem que vai voltar,
vem que vai trazer
a) Considerando o contexto do poema, explique qual é o efeito produzido pela
repetição da expressão “vem que vem” no início dos versos.
b) Que imagens vêm à sua cabeça quando você lê somente esses versos?
 
2. Ao final das estrofes do poema de Jorge de Lima é repetida a palavra reboando.
Após consultar o glossário, escreva qual é a relação existente, nesse poema,
entre a palavra reboando e o vento.
• Em sua opinião, essa repetição foi intencional? Justifique sua resposta.
 
3. Releia os seguintes versos do poema de Jorge de Lima:
“Nas asas do seu cavalo
vem um mundo amanhecendo
vem outro mundo morrendo.”
“Lá vem o vento correndo,
os séculos correndo atrás.
Lá vem um grito de Deus
e um grito de Satanás.”
 
a) Nesses versos, o poeta trabalha com ideias opostas. Escreva as palavras que representam essa oposição.

O recurso estilístico por meio do qual se aproximam ideias de sentidos opostos é chamado de antítese. Pode haver antítese entre palavras, pensamentos, imagens e, de forma mais complexa, entre frases e orações.

 
b) Transcreva dos poemas outros pares de palavras que expressem antíteses.
c) No poema “Na carreira do vento”, que trata de mudanças rápidas, que impressões o uso de antíteses pode causar na leitura?
 
4. No poema de Jorge de Lima, no verso “vem um mundo amanhecendo”, o verbo amanhecer foi usado no sentido de “ter início o dia”? Explique.
 

De acordo com o contexto e a intenção de quem escreve, as palavras podem ser empregadas em sentido denotativo (ou literal) ou em sentido conotativo (ou figurado).

O emprego de palavras em sentido conotativo é um recurso para a construção de imagens, principalmente em poemas.

 
5. Nos dois poemas, alguns versos sugerem imagens por meio de palavras. Qual dessas imagens mais o impressionou? Por quê?

Um dos recursos da poesia é trabalhar com imagens criadas por meio de palavras.

Às vezes, a imagem é uma cena objetiva, real. Outras vezes, é uma criação poética de

algo idealizado, possível apenas na imaginação.

 
6. Do modo como é retratado nos dois poemas, o vento apresenta características
de um ser humano.
a) Aponte um exemplo desse recurso em cada um dos poemas.
 

A personificação ou prosopopeia é uma figura de linguagem por meio da qual características humanas são atribuídas a seres não humanos ou inanimados (animais, objetos, elementos da natureza etc.).

 
b) Que sentido a personificação do vento dá aos poemas lidos?
7. A comparação é um dos recursos usados para a criação de imagens.
Consiste em aproximar duas ideias, dois seres ou dois objetos com
base em uma característica que lhes seja comum. Das frases a seguir,
transcreva aquela em que ocorre uma comparação.
I. Um novo dia amanhece.
II. Vem vindo um mundo novo como o amanhecer de um novo dia.
III. “vem um mundo amanhecendo”.
 
Na atividade 7, a primeira e a segunda frases são enunciados independentes, em que se atribui uma mesma característica (novo) a seres diferentes (respectivamente, ao dia e ao mundo).
Na terceira frase, o enunciado atribui uma característica a um ser em relação à mesma característica em outro ser. Nele há uma comparação explícita (novo como o amanhecer) entre mundo e dia.
 

Quando, por meio de uma relação de semelhança, para se referir a um objeto ou a uma qualidade dele, usa-se uma palavra que se refere a outro objeto ou qualidade, ocorre a metáfora.

 
8. Nos versos “Nas asas do seu cavalo” e “Lá vem nas asas do vento”, a palavra asas está empregada em seu sentido literal?
a) Que sentido ela pode emprestar a esses versos?
b) Qual é a relação desse sentido com as ideias sugeridas por vento e cavalo?
 

A metáfora é uma criação subjetiva, isto é, depende das intenções e da imaginação do autor. Às vezes, o sentido dela é mais evidente. Mas há metáforas sobre as quais podemos fazer muitas suposições.

 
A metáfora é quase uma comparação. Quando o eu lírico, no primeiro poema, diz “eu estava distraído / a olhar pro meu umbigo”, ele faz como que uma comparação entre não ter consciência do momento vivido e estar distraído olhando para o próprio umbigo.
 

A metáfora não é um recurso exclusivo da literatura.

Ocorre também na linguagem cotidiana, em expressões populares e em gírias. Exemplo:

Ela é fera em Matemática!

Está um gelo lá fora.

 
9. Releia os versos de “Na carreira do vento”.
vem a camisa molhada
de suor dos desgraçados
a) A que se pode associar “camisa molhada de suor”?
b) Como podemos fazer essa associação?
 

Metonímia é a figura de linguagem em que se emprega um termo em lugar de outro, havendo uma relação objetiva de afinidades entre o termo substituído e o termo substituto.

 
Na metonímia, diferentemente da metáfora, associam-se dois elementos que guardam entre si uma relação direta, objetiva. Veja um exemplo nestes versos de um poema de Fernando Pessoa.
Vaga, no azul amplo solta,
Vai uma nuvem errando
PESSOA, Fernando. Cancioneiro. Domínio público.
 
O termo azul (cor) está empregado no lugar de céu, uma vez que existe uma relação direta, objetiva, entre ambos.
 
A metonímia é um recurso de linguagem muito usado no dia a dia. Há vários tipos de metonímia. Veja os mais comuns.
• A parte pelo todo: Comprou dez cabeças de gado. (cabeças está no lugar do animal)
• O continente pelo conteúdo: Estava com muita fome: comi dois pratos cheios. (pratos está no lugar de comida)
• O efeito pela causa: “De repente do riso fez-se o pranto” (riso e pranto, no verso de Vinicius de Moraes, podem ser lidos respectivamente como alegria e tristeza)
• A causa pelo efeito: Sou alérgica a gatos. (a alergia vem do pelo do gato)
• O autor pela obra: Já li Machado de Assis. (o nome do autor é uma referência aos seus livros)
 
10. Leia este trecho de um poema de Olavo Bilac.
A alvorada do amor
Rosas te brotarão da boca, se cantares!
Rios te correrão dos olhos, se chorares!
BILAC, Olavo. In: Olavo Bilac: obra reunida.
Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996. (Fragmento).
 
a) A que imagem o eu lírico associa o canto da amada?
b) E as lágrimas da amada, a que imagem estão associadas?
c) Como o leitor pode interpretar esse canto e esse choro a partir das imagens criadas pelo eu lírico?
d) Que características das rosas e dos rios podem ser atribuídas ao canto e ao choro?
e) Há exagero nessas imagens propostas pelo eu lírico?
f) Releia o título do poema. Para o eu lírico, as associações que ele faz são próprias do sentimento amoroso em qualquer tempo?
 

Hipérbole é a figura de linguagem que ocorre quando expressamos uma ideia de modo exagerado.

A hipérbole ocorre frequentemente na linguagem cotidiana, em expressões como:

• Estou morta de fome!

• Já te falei isso mais de um milhão de vezes!

 
GABARITO:
1. Resposta pessoal.
2. Resposta pessoal.
Sobre o texto A
 
1. a) Não foi empregada no seu sentido literal: o vento está relacionado à passagem do tempo.
b) Resposta pessoal.
 
2. Arrependido. Por não ter aproveitado a vida e tudo ter sido levado pelo vento.
 
3. Resposta pessoal.
4. Que o eu lírico se preocupava mais consigo mesmo do que com os acontecimentos ao seu redor e, por isso, não aproveitava a vida.
 
5 e 6. Respostas pessoais.
 
Sobre o texto B
1. a) Os vassalos podem representar a escravidão ou a servidão – gemem em desgraça e sentem a esperança de uma “bonança”; ou seja, do fim do seu sofrimento.
b) O eu lírico pode estar falando de ter de lutar para garantir a sobrevivência.
c) Referência aos processos relacionados às transformações históricas.
d) O tempo corre tão rápido que deixa tudo para trás.
e) Uma alusão ao fato de que as mudanças trazidas pelo vento ora são construtivas, ora destrutivas.
f) A saudade dos tempos anteriores ao progresso, da vida em menor velocidade, com menos poeira etc.
g) O menino representa uma nova época, que também será levada pelo tempo.
 
2. Ele pode representar o sofrimento da servidão, as mudanças, os embates entre o bem e o mal e o desejo de sair desse sofrimento.
• O lamento da saudade toma o lugar do sofrimento anterior, porque até então se tratava de um passado mais remoto; a saudade que se sente é de um passado recente.
O vento toma o lugar do grito, do impulso por mudar, porque as transformações tornam-se fortes, independentes, irrefreáveis.
 
3. No título do poema, carreira tem o sentido de “corrida veloz”. Aceitar outra leitura, desde que justificada.
 
Sobre os textos A e B
1. a) Não.
b) Sugestão: para o eu lírico do primeiro poema, o vento apresenta uma oportunidade de reflexão sobre a vida; para o eu lírico do segundo poema, o vento tem ação implacável sobre a vida das pessoas.
 
2. No primeiro poema, as imagens tratam de emoções pessoais; no segundo, abordam as mudanças que ocorrem no mundo.
 
De olho na construção dos sentidos
1. a) Por meio da repetição, cria-se a ideia de que a ação do vento é certa, ninguém pode detê-lo.
b) Resposta pessoal.
 
2. Considerando o significado do verbo reboar, a forma nominal reboando explicita uma característica do vento, indicando que ele soprava com muita intensidade, produzindo eco.
• A repetição da palavra reboando, cria a ideia de continuidade, mostrando que as mudanças provocadas pelo vento não cessam, vão se sucedendo e se acumulando.
Essa repetição lembra também o galope de um cavalo e marca o ritmo do poema.
 
3. a) As palavras que apresentam a ideia de oposição nas estrofes são: amanhecendo e morrendo; Deus e Satanás.
b) No texto A: sonho/pesadelo; vai trazer/carregou. No texto B: desgraça/bonança; gemendo/sorrindo; amanhecendo/ morrendo.
c) o uso de antíteses contribui para a impressão (ou efeito de sentido) de alternâncias, de mudanças rápidas, de movimento, de velocidade.
 
4. Não; o verbo amanhecer foi usado com o significado de “nascer”.Com esse significado,
amanhecendo opõe-se a morrendo, do verso seguinte, confirmando o jogo de oposições no poema.
 
5. Respostas pessoais.
6. a) Possibilidades: no primeiro poema: cantar, trazer, carregar, devolver (o sonho) e as características “ventado” e “perdido”; no segundo poema: correr, montar, voar em aviões, parar, deixar (repousar) e as características com cavalos-motores” e “danado”.
 
b) Sugestão de resposta: A personificação atribui ao vento a responsabilidade pelas mudanças, como se as pessoas não tivessem o controle delas.
 
7. Vem vindo um mundo novo como o amanhecer de um novo dia.
 
8. Não, não está empregada em sentido literal.
a) Asas, lembrando “voo”, empresta aos versos o sentido de algo muito veloz, aéreo, difícil de se apanhar.
b) Tanto vento como cavalo expressam a velocidade do tempo, que não se pode apanhar, deter.
 
9.
a) A trabalho.
b) O suor é provocado pelo trabalho braçal, por exemplo. Lembrar que a palavra suor,
em sentido figurado, significa “trabalho”: Comprei esta casa com o meu suor.
 
10. a) O canto da amada é associado à imagem de rosas brotando de sua boca.
b) Estão associadas à imagem de rios.
c) As imagens sugerem um canto suave, delicado, bonito, encantador, e um choro farto, intenso, muito emocionado.
d) A beleza das rosas e a suavidade e delicadeza de suas pétalas podem ser atribuídas ao canto, enquanto o aspecto líquido e de água que corre dos rios pode ser associado ao choro.
e) Sim, particularmente no segundo verso, no qual há uma hipérbole, empregada com frequência.
f) As associações feitas pelo eu lírico são próprias da “alvorada” do sentimento amoroso, ou seja, quando ainda é novo.
 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Araribá mais: interdisciplinar: língua portuguesa e arte: manual do professor / organizadora Editora Moderna; obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida pela Editora Moderna; editora responsável Marisa Martins Sanchez. – 1. ed. – São Paulo : Moderna, 2018.P165-171.