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terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

CONTO - APRENDENDO COM OS ERROS- INTELIGÊNCIA

 

Aprendendo com os erros

O mestre, conduz seu aprendiz pela floresta. Embora mais velho, caminha com igualdade, enquanto seu aprendiz escorrega e cai a todo instante.

O aprendiz reclama, levanta , cospe no chão e continua a acompanhar seu mestre.

Depois de longa caminhada, chegaram a um lugar sagrado. Sem parar, o mestre dá meia volta e começa a viagem de volta.

-Você não me ensinou nada hoje- diz o aprendiz.

-Ensinei sim, mas você parece que não aprende. Estou tentando te ensinar como se lida com os erros da vida.

- E como lidar com eles?

– Como deveria lidar como lida com os seus tombos. Em vez de ficar amaldiçoando o lugar onde caiu, devia procurar aquilo que o fez escorregar.

 

1)    Qual é o titulo do texto?

 R: O título do texto é “Aprendendo com os erros”.

2)    Quais são os personagens principais da história?

R: Os personagens são o mestre e o aprendiz.

3)    Onde se passa a história?

R: A história se passa em uma floresta.

4)    De acordo com a história qual é a diferença entre aprendiz e mestre?

R: A diferença é que um caminha pela floresta com igualdade e o aprendiz escorregava e caia a todo instante.

5)    Qual era a reação do aprendiz quando caia? O que isso mostrava sobre ele?

R: O aprendiz levanta-se e cospe no chão. Resposta pessoal.

6)    Qual foi a reação do aprendiz quando o mestre ao chegar ao local sagrado, resolveu voltar?

R: o aluno reclamou dizendo que o mestre não havia lhe ensinado nada.

7)    Explique com suas palavras, o que o mestre ensinou e de que maneira.

R: O mestre ensinou a como lidar e aprender com os erros. Ele usou a caminhada e os tombos para tentar ensinar o aprendiz.

8)    Em sua opinião, o que o aprendiz poderia ter feito de diferente para aprender a lição mais rápido?

R: Resposta pessoal (Ao invés de ficar reclamando dos tombos ele poderia ter prestado atenção ao que o fazia cair, para não cair novamente.)

9)    Explique com suas palavras, como podemos usar essa lição em nossas vidas?

R: Resposta pessoal.

 

CONTO - A CANOA - EJA - TRABALHO

 A Canoa

 Em um largo rio, de difícil travessia, havia um barqueiro que atravessavaas pessoas de um lado para o outro.

Em uma das viagens, iam um advogado e uma professora. Como quem gosta de falar muito, o advogado pergunta ao barqueiro:

- Companheiro, você entende de leis?

-Não, respondeu o barqueiro.

E o advogado, compadecido: – É uma pena, você perdeu metade da vida.

-A professora, muito social, entra na conversa:

-Seu barqueiro, você sabe ler e escrever?

-Também não, respondeu o barqueiro.

-Que pena! Condói-se a mesma – Você perdeu metade de sua vida!

Nisso chega uma onda bastante forte e vira o barco.

O barqueiro, preocupado, pergunta :

-Vocês sabem nadar?

-Não !!!! Responderam o advogado e a professora, rapidamente.

-Então…disse o barqueiro…é uma pena – VOCÊS PERDERAM TODA A VIDA !!!!!

MORAL DA HISTÓRIA:

” NÃO HÁ SABER MAIOR OU MENOR “.

” HÁ SABERES DIFERENTES”.

- Pense nisso e valorize todas as pessoas com as quais tenha contato -

CADA UMA DELAS TEM ALGO DE DIFERENTE A NOS ENSINAR.

 

Paulo Freire

Frases:

Ninguém é melhor do que ninguém.

Ter estudo é ter mais oportunidades, mas não me torna melhor do que os outros.

Muitos que estudaram se acham muito importantes, mas todos são importantes.

Ninguém sabe tudo, mas todo mundo sabe alguma coisa.

Não existe saber mais ou saber menos, existem saberes diferentes.

 

1. Qual das frases você acha mais interessante?

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2. Escreva algumas coisas que você sabe fazer.

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3. Escreva algumas coisas que você tem vontade de aprender.

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4. Como você pode valorizar o que você faz?

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5. Quem deve dizer quanto vale o seu trabalho? Por quê?

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6. O que você deve fazer diante de uma situação em que a pessoa não valoriza seu trabalho?

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CONTO SOBRE A HIPOCRÍSIA: O AMIGO INFIEL

 CONTO SOBRE A HIPOCRÍSIA: O AMIGO INFIEL

Sequência didática.          

1. entregar as folhas com as perguntas.

2. passar o vídeo.

3. Responder às questões.

4. Repetir o vídeo, pois não lembrarão dos detalhes.

5. Correção e comentários.

 

          Era uma vez um jovem honesto e trabalhador. Chamava-se Hans. Morava sozinho em uma pequena casa. Passava o dia inteiro cuidando do seu jardim. Por toda a região não havia jardim tão bonito quanto o seu. Encontravam-se aí as mais variadas espécies de flores que cresciam ao lado das mais lindas rosas.

          O pequeno Hans tinha muitos amigos, mas o seu maior amigo, o amigo de coração era Hugo, o rico moleiro. Realmente, Hugo era tão amigo de Hans que jamais visitava o seu jardim sem inclinar-se sobre os pés de cravo para admirá-los de perto, ou sem colher um bom punhado de flores que levava para casa.

          — Os amigos verdadeiros repartem tudo entre si — costumava dizer o rico moleiro. O pequeno Hans concordava com a cabeça e sorria, sentindo-se muito orgulhoso por ter um amigo com tão nobres ideias.

          Às vezes, porém, os vizinhos achavam estranho que o rico moleiro nunca concedesse coisa alguma ao pequeno Hans. Conquanto possuísse cem sacos de farinha armazenados em seu estabelecimento comercial, seis vacas leiteiras e uma boa criação de galinhas, jamais compensava o pequeno Hans pelas flores que colhia de seu lindo jardim. O jovem, no entanto, jamais se preocupava com isso.

          Nada o encantava tanto quanto ouvir as belas coisas que o moleiro costumava dizer sobre a solidariedade dos verdadeiros amigos.

        Assim o pequeno Hans cultivava o seu jardim. Sentia-se muito feliz na primavera, no verão e no outono; mas, quando chegava o inverno, e ele não tinha flores para levar ao mercado, chegava a sofrer de frio e fome. Muitas vezes dormia sem nada ter comido durante o dia.

         Além disso, no inverno, sentia-se muito só, porque o rico moleiro jamais o visitava durante essa estação.

          — Não convém visitar o pequeno Hans enquanto o inverno durar — dizia, às vezes, o rico Moleiro à sua mulher. — Quando uma pessoa está em apuros, não devemos atormentá-la com visitas. Essa é a minha opinião, e estou certo de que tenho razão. Por isso, esperarei a primavera e, então, tornarei a visitar o meu amigo. Poderá dar-me um cesto de flores e isto o alegrará muito.

          — És realmente muito bom, querido — afirmava sua mulher, sentada em um cômodo divã perto de um bom fogo de lenha. — Gosto imensamente de te ouvir falar sobre a amizade. Estou certa de que o padre da comarca não diria sobre ela tão belas coisas como tu.

          — E não poderia convidar o pequeno Hans a vir à nossa casa? — perguntava o filho do moleiro. Se o pobre homem está em dificuldade, dar-lhe-ei metade do que é meu, e, assim, já não sofrerá fome.

          — Que tolo você me saiu! — exclamou o moleiro. — Na verdade, não sei para que serve mandar-te para a escola. Parece que não aprendes nada. Se o pequeno Hans viesse aqui, e visse o nosso bom fogo, e comesse da nossa excelente comida, e tomasse do nosso ótimo vinho tinto, poderia sentir inveja. E a inveja é uma coisa terrível capaz de corromper o melhor coração. Realmente, eu não poderia consentir em que o caráter de meu grande amigo se prejudicasse. Estarei sempre atento para que o pequeno Hans não se desvie do bom caminho. Além disso, se ele viesse aqui, poderia pedir-me um pouco de farinha, e eu não lhe poderia dar. A farinha é uma coisa e a amizade é outra; não devem confundir-se, portanto.

          — Quão inteligente és, querido! Como falas bem! — disse a mulher do moleiro, servindo-lhe um grande copo de cerveja. — Sinto-me tão bem quando falas como quando estou na igreja.

          — Muitos sabem agir — replicou o moleiro. — Poucos, porém, sabem falar com elegância e aprumo, o que prova que falar bem é não só mais difícil do que agir, como mais bonito.

E fixou tão severo olhar no filho que este sentiu vergonha de si mesmo, baixando a cabeça e chorando baixinho.

          Logo que passou o rigor do inverno e os botões começaram a abrir-se em rosas, o moleiro disse à sua mulher que já era tempo de visitar o pequenos Hans.

          — Ah, que bom coração tens! — exclamou a mulher. — Estás sempre pensando nos outros. Não te esqueças de levar o cesto grande para trazeres as flores.

          O moleiro, então, desceu à colina com a cesta no braço.

          — Bom dia, Hans — disse o moleiro.

          — Bom dia — respondeu Hans, todo sorridente e feliz.

          — Como passaste o Inverno?

 

 

 

           — Bem, bem — respondeu, prontamente, o jardineiro. — Muito obrigado pelo seu interesse. Houve alguns momentos duros, mas, agora, chegou a primavera e sinto-me quase feliz... — Além disso, as flores estão muito bonitas.

          — Em casa, falamos muito a teu respeito, Hans — disse-lhe o moleiro. — Pensávamos no que seria de ti, em pleno inverno.

          — Quanta amabilidade! — exclamou Hans. — Pensei que me tivésseis esquecido.

           — Hans! Francamente... Como podes falar dessa maneira? — disse o moleiro. — Na verdadeira amizade não há esquecimento. É isso que há de mais admirável. Temo, porém, que não compreendas a poesia da amizade... Mas, voltando às flores, que belas estão!

          — Sim, estão muito bonitas — respondeu Hans. — Vou levá-las ao mercado, onde as venderei à filha do burgomestre e, com esse dinheiro, comprarei outra vez o meu carrinho de mão.

          — Queres dizer que o vendeste, então? Foi uma tolice.

          — Certamente. Mas o fato é que me vi obrigado a fazê-lo. O inverno foi muito rigoroso... e eu fiquei sem dinheiro para comprar pão. Vendi, primeiramente, os botões de prata de meu traje dos domingos; depois, me desfiz da corrente de prata que recebi do vovô e, em seguida, vendi a minha flauta. Por último, vendi o meu carrinho. Agora, porém, vou resgatar tudo.

          — Hans — disse o moleiro — Vou te dar o meu carrinho de mão. Não está em muito bom estado. Um dos lados está precisando de reparo, mas, apesar disso, te darei. Sei que é muita generosidade de minha parte e que a muita gente isso parecerá uma loucura, mas não sou como os outros. A generosidade é a essência da amizade e, além disso, comprei um carrinho novo. Portanto, podes ficar tranquilo... Darei o meu carrinho a você.

         — Obrigado, és muito generoso — disse o pequeno Hans. — Posso consertá-lo muito bem porque tenho aqui uma tábua.

         — Uma tábua! — exclamou o moleiro. — Muito bem! Isso é juntamente o que necessito para o teto do meu estábulo. Há uma fenda que é preciso tapar. Muito bem, eis uma bela oportunidade de me prestares um serviço. Realmente, uma boa ação é sempre bem recompensada. Dei o meu carrinho a você, agora, Você me dá a tábua. É claro que o carrinho vale muito mais que a tábua, mas a amizade sincera não olha essas coisas.

        — Pois não — replicou, solícito, o pequeno Hans.

        Foi correndo ao outro jardim e trouxe uma tábua.

         — Não é muito grande — disse o moleiro, examinando-a. — Creio que só dará para o reparo do teto do estábulo. Não sobrará madeira para consertares o carrinho, mas, é claro que a culpa não é minha... E, agora, que te dei o meu carrinho, penso que me poderás dar em troca umas flores. Aqui tens o cesto; procura enchê-lo quase por completo.

        — Quase por completo?! — perguntou, aflito, o pequeno, vendo que o cesto era muito grande e, se o jardineiro o enchesse, não teria mais flores para levar ao mercado.

        — Francamente! — exclamou o moleiro. — Uma vez que te dou o meu carrinho, não julguei que fosse muito pedir-te algumas flores. Talvez eu esteja equivocado, mas acreditava que a amizade, a verdadeira amizade, estava isenta de toda classe de egoísmo.

        — Meu bom amigo, meu maior amigo — protestou o pequeno Hans —, todas as flores do meu jardim estão à tua disposição.

E correu a colher os cravos perfumosos e encher a grande cesta do moleiro das mais lindas flores de seu jardim.

         — Adeus, Hans — disse o moleiro, subindo novamente a colina com a sua tábua ao ombro e a cesta cheia de flores ao braço.

         — Adeus — respondeu o pequeno Hans.

        E pôs-se a cavar alegremente: estava tão contente de possuir um carrinho de mão!

        Na manhã seguinte, quando novamente estava cultivando o seu jardim, ouviu a voz do moleiro que o chamava da estrada. Trazia ao ombro um grande saco de farinha.

        — Hans — disse o moleiro —, queres levar-me este saco de farinha ao mercado?

         — Oh, é pena — disse Hans —, mas estou hoje muitíssimo ocupado. Tenho de regar ainda todo o jardim, de podar muitas roseiras, enfim, de fazer ainda quase todo o serviço.

         — Francamente! — exclamou o moleiro. — Acreditava que, em consideração a te haver dado o meu carrinho, não te negarias a fazer-me um favor.

        — Oh, sim! Eu não me nego! — protestou o pequeno Hans. — Jamais deixarei de agir como um verdadeiro amigo.

        E correu a buscar o seu gorro, partindo, em seguida, com o grande saco ao ombro.

        Era um dia de calor e a estrada estava muito poeirenta. Antes de alcançar o posto que marcava a sexta milha, Hans já estava tão cansado que teve de sentar-se para poder continuar depois. Chegou ao mercado, vendeu toda a farinha e voltou quase contido a casa, porque temia encontrar-se com algum salteador, se demorasse pelo caminho.

        — Que trabalho árduo! — disse consigo mesmo ao deitar-se, à noite. — Mas estou contente por não me haver negado, porque o moleiro é o meu melhor amigo e, ademais, vai dar-me o seu carrinho.

        Na manhã seguinte, muito cedo, o moleiro chegou para receber o dinheiro do saco de farinha, mas o pequeno Hans estava tão fatigado que ainda não havia deixado a cama.

        — Palavra! — exclamou o moleiro. — És muito preguiçoso. Quando me lembro de que te dei o meu carrinho, acho que devias trabalhar com mais ardor.

        — Sinto muito — respondeu o pequeno Hans. — Eu estava tão fatigado que pensei que me havia deitado há pouco. Agora, porém, já me sinto bem.

        — Bravo! — exclamou o moleiro, dando-lhe uma palmada no ombro. — Preciso que faças o reparo no teto do estábulo.

        O pequeno Hans tinha grande necessidade de trabalhar no seu jardim, porque havia dois dias que não regava as suas flores, mas não quis negar-se a fazer a vontade do moleiro, que era o seu melhor amigo.

        Vestiu-se, apressadamente, e acompanhou o rico moleiro ao estábulo.

        Trabalhou o dia todo. Ao anoitecer, o moleiro veio verificar como iam as coisas.

        — Terminaste o serviço? — perguntou ele, alegremente.

        — Está quase pronto.

         —  Não há trabalho melhor do que o que se faz por outro! — exclamou o moleiro. — E agora que reparaste o teto do estábulo, é melhor que voltes para casa, a fim de descansares, pois amanhã necessito de que leves os meus carneiros à montanha.

        No dia seguinte, quando o pequeno Hans voltou da montanha, estava tão cansado que adormeceu em uma cadeira.

        — Que tempo bom para as minhas flores — pensou ele, ao acordar. E ia trabalhar quando chegou o moleiro e lhe pediu que fosse trabalhar no seu cercado, que precisava ser cultivado. O pobre jardineiro lembrou-se de suas flores. Precisava tanto de trabalhar no seu jardim... Mas acompanhou o moleiro, consolando-se em pensar que ele era o seu melhor amigo.

       — Além disso — dizia consigo mesmo —, vai dar-me o seu carrinho.

        O pequeno Hans continuou trabalhando para o moleiro, e este dizia muitas coisas belas sobre a amizade, coisas que Hans copiava em seu livro verde e que relia à noite, pois amava a leitura.

        Certa noite, estava o pequeno Hans sentado junto ao fogo, quando bateram à porta.

        A noite era negríssima. O vento soprava forte. Era intenso o frio.

        — Será algum pobre viajante? — disse consigo Hans, e correu para abrir a porta.

        Era o moleiro que estava com uma lanterna em uma mão e sustinha com a outra as rédeas de seu belo cavalo.

        — Querido Hans — gritou ele —, estou muito aflito. Meu filho caiu da escada. Está ferido. Preciso do médico. Mas ele mora tão longe daqui, e a noite está tão escura, que me lembrei de que era melhor que você fosse em meu lugar.

        — Certamente — exclamou o pequeno Hans. — Alegra-me muito que tenhas lembrado de mim. Irei imediatamente. Peço-te apenas a lanterna, pois está tão escuro que eu temo cair em algum pântano.

        — Sinto muitíssimo — respondeu o moleiro. — Mas é a minha lanterna nova e seria uma grande perda se voltasses sem ela.

        — Bem, não falemos mais nisso! Irei sem lanterna.

        A noite era tão negra que o pequeno Hans quase nada via. No entanto, depois de caminhar durante cerca de três horas, chegou à casa do médico, batendo à porta.

        — Quem bate? — gritou o doutor.

        — Sou eu, doutor! Hans!

        — E que desejas, Hans?

        — O filho do moleiro caiu de uma escada e machucou-se. Por isso, é necessário que o doutor vá até lá.

       — Muito bem — replicou o médico.

        Montou o seu cavalo e dirigiu-se à casa do moleiro, sendo seguido por Hans, que caminhava a pé.

        Começou a chover e Hans já nada via. Finalmente, perdeu o caminho. Vagou pelo terreno baldio. A chuva aumentava mais e mais. Havia muitos lugares pantanosos e, na escuridão, Hans caiu em um pântano, afogando-se.

        O seu cadáver foi encontrado no dia seguinte pelos guardadores de cabras que o levaram para sua cabana.

       Todo mundo assistiu ao enterro de Hans porque ele era muito querido.

        — Era eu o seu melhor amigo — dizia o moleiro. — É justo, pois, que eu ocupe o melhor lugar. A morte do pequeno Hans foi uma grande perda para todos. Disse o moleiro — Uma grande perda para mim, pelo menos, vejam que até lhe dei o meu carrinho e agora não sei o que fazer com ele, é um estorvo lá em casa, está em tão mal estado que se eu o vendesse, ninguém me daria nada por ele.

        E voltando-se para os outros, afirmou:

        Nunca mais hei de dar nada a ninguém. Sofre-se sempre por ser generoso...

 

 

 

1. Quais as características de Hans?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2. Para Hans, quem era o seu melhor amigo?

_____________________________________________________________________________________________

 

3. “ — Hans — disse o moleiro — Vou te dar o meu carrinho de mão.” Em troca do carrinho de mão o moleiro pediu 7 favores a Hans. Enumere os favores no texto e depois escreva nos espaços a ordem em que foram pedidos.

 

 (     ) chamar o médico.

 (     ) dar um cesto cheio de flores

 (     ) dar uma tábua

 (     ) trabalhar no seu cercado

 (     ) levar os carneiros à montanha

 (     ) consertar o teto do estábulo

 (     ) levar um saco de farinha ao mercado

 

 

 

4. De acordo com o texto, que fragmento justifica o fato de o rico moleiro não visitar Hans no inverno (8 par.)?

a) Não convém visitar o pequeno Hans enquanto o inverno durar

b) Quando uma pessoa está em apuros, não devemos atormentá-la com visitas

c) Por isso, esperarei a primavera e, então, tornarei a visitar o meu amigo

d) Poderá dar-me um cesto de flores e isto o alegrará muito.

 

5. Podemos inferir que o rico moleiro não visitava Hans no inverno porque:

a) não queria atormentá-lo

b) não queria visitá-lo

c) queria esperar a primavera.

d) não queria ajudá-lo

 

6. “Realmente, Hugo era tão amigo de Hans que jamais visitava o seu jardim sem inclinar-se sobre os pés de cravo para admirá-los de perto, ou sem colher um bom punhado de flores que levava para casa.” Nesse fragmento há predominância de:

a) humor

b) ironia

c) hipocrisia

d) ira

 

7.  De acordo com o texto Hugo era:

a) amigo

b) interesseiro

c) interessante

d) admirável

 

 

8. “O pequeno Hans cultivava o seu jardim. Sentia-se muito feliz na primavera, no verão e no outono; MAS quando chegava o inverno, e ele não tinha flores para levar ao mercado, chegava a sofrer de frio e fome” Após a palavra MAS aparece uma informação:

a) com sentido igual ao do fragmento anterior.

b) com sentido contrário ao do fragmento anterior

b) que explica a informação anterior

c) que adiciona mais informação igual a do fragmento anterior.

 

9. Qual das alternativas abaixo não apresenta uma opinião?

a) os vizinhos achavam estranho que o rico moleiro nunca concedesse coisa alguma ao pequeno Hans.

b) — És realmente muito bom, querido — afirmava sua mulher

c) Parece que não aprendes nada.

d) O filho do moleiro caiu de uma escada e machucou-se.

 

10. Qual o antônimo de solidariedade?

a) altruísmo

b) egoísmo

c) hipocrisia

d) bondade

 

11. Marque a alternativa em que o fragmento destacado NÃO indica lugar.

a) — Pensávamos no que seria de ti, em pleno inverno.

b) Conquanto possuísse cem sacos de farinha armazenados em seu estabelecimento comercial

c) Morava sozinho em uma pequena casa.

d) sentada em um cômodo divã perto de um bom fogo de lenha.

 

12. Todas alternativas indicam TEMPO, EXCETO:

a) Era uma vez um jovem honesto e trabalhador.

b) O vento soprava forte.

c) Passava o dia inteiro cuidando do seu jardim.

d) Sentia-se muito feliz na primavera, no verão e no outono;

A RECONPENSA - HUMOR


A RECOMPENSA

          Josias usava a abusava da solicitude da mulher. Costumava levar uma pá de clientes para jantar, em sua casa, e com eles chegava em cima da hora, sem que Isaura os esperasse. Uma noite apareceu com três.

       Enquanto bebericavam, Isaura vasculhou a geladeira e constatou que a carne e a sobremesa estava “no aro”. Chamou os filhos e recomendou:

          – Escutem aqui: o pai trouxe os amigos dele para jantar, a carne está no fim, não vai chegar para todos nós; por isso, quando a mãe oferecer bife à milanesa para vocês, não aceitem. Vejam bem: vocês não vão querer carne, mesmo que a mãe insista. Certo?

          – Certo, sim senhora.

         Achando que fora bem explícita para aquelas cuquinhas de sete, seis e quatro anos, reforçou o prato com um encorpado molho parmesão e serviu o jantar.

          A recusa dos pequerruchos era tão veemente que…

- Josias, não sei o que está havendo com essas crianças; na certa andam lambiscando por aí…

Correu tudo muito bem, Isaura relaxou o seu estado interior… e lembrou-se da sobremesa.

Era o pudim de que os meninos mais gostavam e com o problema gravíssimo da carne, a pobre se esquecera do outro.

          À hora de servi-lo, encarou os filhos: olhinhos arregalados e sorridentes, esperavam o doce, o prêmio de bom comportamento e obediência. Dominou o pequeno pânico incipiente, juntou os sobrolhos e disse com firmeza:

          – Vocês digam boa-noite e subam já, já, para o quarto; é um castigo; quem não come carne não ganha sobremesa…

 

Lourdes Strozzi. Aspas, parênteses e reticências. Curitiba, 1977.

 

 

 

 

 

 

1. No texto, a palavra bebericavam significa:

a. (   ) molhavam os lábios sem beber.

b. (   ) bebiam de pouquinho em pouquinho.

c. (   ) engoliam a bebida num só gole.

 

2. Identifique, no texto, as palavras que tenham os significados abaixo:

a) clara, visível, expressa

b) forte, enérgico, vigoroso

c) terror, medo incontrolável

 

3. Josias costumava levar clientes para jantar em sua casa e…

a. (   ) trazia comida pronta

b. (   ) nunca avisava Isaura

c. (   ) sempre avisava a esposa

d. (   ) raramente avisava Isaura

 

4. Isaura fez um acordo com os filhos. Qual foi esse acordo?

5. Por que Isaura propôs esse acordo?

6. Tudo correu bem até que surgiu outro problema. Qual foi esse problema?

7. Os meninos sofreram um castigo por culpa:

a. (   ) de Josias, que levou três clientes para jantar e não avisou a esposa.

b. (   ) de Isaura, que conhecia o costume de Josias e não se preparou.

c. (   ) deles mesmos, pois não conseguiram cumprir o acordo feito.

d. (   ) dos três clientes de Josias, que chegaram sem ter avisado.

______________________________________________________________________________________________________________________________

 

 

Gabarito

1. Alternativa B

2. a) explícita        b) veemente       c) pânico

3. Alternativa B

4. Eles deviam recusar o bife à milanesa.

5. Porque a carne era insuficiente para todos.

6. A sobremesa de que os meninos mais gostavam também era insuficiente para todos.

7. Alternativa A.

 

CONTO - O VILARES

 

O VILARES - assunto, bullying, autoritarismo

 

Havia, no colégio, três companheiros desagradáveis. Um deles era o Vilares. Menino forte, cara bexigosa, com um modo especial de carregar e de franzir as sobrancelhas autoritariamente.

Parecia ter nascido para senhor do mundo.

No recreio queria dirigir as brincadeiras e mandar em todos nós. Se a sua vontade não predominava, acabava brigando e desmanchava o brinquedo.

Simplesmente insuportável. Ninguém, a não ser ele, sabia nada; sem ele talvez não existisse o mundo.

Vivia censurando os companheiros, metendo-se onde não era chamado, implicando com um e com outro, mandando sempre. (…)

Não tinha um amigo. A meninada do curso primário movia-lhe a guerra surda. E, um dia, os mais taludos se revoltaram e deram-lhe uma sova.

Foi um escândalo no colégio. O vigilante levou-os ao gabinete do diretor. O velho Lobato repreendeu-os fortemente. Mais tarde, porém, chamou o Vilares e o repreendeu também.

Eu estava no gabinete e ouvi tudo.

- É necessário mudar esse feitio, menino. Você, entre os seus colegas, é uma espécie de galo de terreiro. Quer sempre impor a sua vontade, quer mandar em toda a gente. Isso é antipático. Isso é feio. Isso é mau. Caminha-se mais facilmente numa estrada lisa do que numa estrada cheia de pedras e buracos. Você, com essa maneira autoritária, está cavando buracos e amontoando pedras na estrada de sua vida.

E, continuando:

- Você gosta de mandar. Mas é preciso lembrar-se de que ninguém gosta de ser mandado. Desde que o mundo é mundo, a humanidade luta para ser livre. O sentimento de liberdade nasce com o homem e do homem não sai nunca. É um sentimento tão natural, que os próprios irracionais o possuem. E louco será, meu filho, quem tiver a pretensão de modificar sentimentos dessa ordem. Ou você muda de feitio, ou você muito terá que sofrer na vida.  (VIRIATO CORREA.)

 

Após a leitura do texto responda às questões:

1. Assinale a alternativa que combina com o texto.

a. (   ) O texto é sério, porque relata um acontecimento desagradável.

b. (   ) É formativo porque, através do diretor do colégio, mostra como se deve corrigir um comportamento reprovável. 

  c. (   ) É um texto cômico, engraçado.

 

2. Quais são as personagens do texto?_______________________________________

__________________________________________________________________________

3. Assinale a alternativa correta:

a. (   ) O narrador não é personagem do texto.

b. (   ) O narrador é personagem do texto, porque ele se inclui entre as pessoas que participam da história.       

c. (   ) Não existe narrador nesta história.

 

4. Quem é o protagonista, isto é, o personagem principal da história?____________________

____________________________________________________________________________

 

5. O autor descreve o Vilares informando algumas características dele. Transcreva a parte do texto em que o narrador descreve os aspectos físicos do Vilares._______________________.

___________________________________________________________________________

6.Circule, de acordo com o texto, entre as características psicológicas dadas abaixo, as que se encaixam no personagem Vilares.

Humilde – briguento – metido – tolerante – sabichão – insuportável – cordial – bondoso – autoritário – implicante – simpático – antipático – desagradável – egoísta – quieto

7. No texto, o diretor usou três frases para caracterizar o autoritarismo do Vilares. Assinale-as:

a. (   ) “… é uma espécie de galo de terreiro.”

b. (   ) “Caminha-se mais facilmente numa estrada lisa”.

c. (   ) “Quer sempre impor a sua vontade.”

d. (   ) “… quer mandar em toda a gente.”

e. (   ) “… ninguém gosta de ser mandado.

8. Que outro título você daria ao texto?________________________________________

_________________________________________________________________________

9. Assinale as alternativas que resumem as mensagens do texto:

a. (   ) A convivência com uma pessoa autoritária é desagradável.

b. (   ) A meninada da escola costuma mover guerra surda.

c. (   ) Os diretores são autoritários em suas repreensões.

d. (   ) As pessoas têm um forte sentimento de liberdade e geralmente não aceitam as imposições das pessoas autoritárias e mandonas.

10. Faça uma pequena redação  que tenha o mesmo assunto do texto que você acabou de ler.

GABARITO

Questão 1. Alternativa b

Questã0 2. Um menino de nome Vilares e dois companheiros seus; o velho Lobato, que era o diretor da escola; o vigilante;  os alunos do curso primário; o narrador da história.

Questão 3. Alternativa b.

Questão 4. O menino Vilares.

Questão 5. “Menino forte, cara bexigosa, com um modo especial de carregar e de franzir as sobrancelhas autoritariamente.”

Questão 6.  Briguento, metido, sabichão, insuportável, autoritário, implicante, antipático, desagradável, egoísta.

Questão 7. Alternativas a, c, d

Questão 8. Resposta individual, porém deverá ter conexão com o assunto do texto.

Questão 9. Alternativas a, d.

Questão 10. O tema da história em questão é autoritarismo. A redação deve explorar esse assunto que pode ser feita através de um relato vivido ou conhecido pelo aluno, ou ainda expressar a sua opinião a respeito. O aluno deverá mostrar sua redação para alguém que possa ajudá-lo a melhorar suas ideias e corrigir erros gramaticais cometidos.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

CONTO FANTÁSTICO O HOMEM CUJA ORELHA CRESCEU

 

CONTO FANTÁSTICO O HOMEM CUJA ORELHA CRESCEU (Ignácio de Loyola Brandão)

 9º ano

          Estava escrevendo, sentiu a orelha pesada. Pensou que fosse cansaço, eram 11 da noite, estava fazendo hora-extra. Escriturário de uma firma de tecidos, solteiro, 35 anos, ganhava pouco, reforçava com extras. Mas o peso foi aumentando e ele percebeu que as orelhas cresciam. Apavorado, passou a mão.  Deviam ter uns dez centímetros. Eram moles, como de cachorro. Correu ao banheiro. As orelhas estavam na altura do ombro e continuavam crescendo. Ficou só olhando. Elas cresciam, chegavam à cintura. Finas, compridas, como fitas de carne, enrugadas. Procurou uma tesoura, ia cortar a orelha, não importava que doesse. Mas não encontrou, as gavetas das moças estavam fechadas. O armário de material também. O melhor era correr para a pensão, se fechar, antes que não pudesse mais andar na rua. Se tivesse um amigo, ou namorada, iria mostrar o que estava acontecendo. Mas o escriturário não conhecia ninguém a não ser os colegas de escritório. Colegas, não amigos. Ele abriu a camisa, enfiou as orelhas para dentro.  Enrolou uma toalha na cabeça, como se estivesse machucado.

           Quando chegou na pensão, a orelha saía pela perna da calça. O escriturário tirou a roupa. Deitou se, louco para dormir e esquecer. E se fosse ao médico? Um otorrinolaringologista. A esta hora da noite?  Olhava o forro branco. Incapaz de pensar, dormiu de desespero. 

          Ao acordar, viu aos pés da cama o monte de uns trinta centímetros de altura. A orelha crescera e se enrolara como cobra. Tentou se levantar. Difícil. Precisava segurar as orelhas enroladas. Pesavam. Ficou na cama. E sentia a orelha crescendo, com uma cosquinha. O sangue correndo para lá, os nervos, músculos, a pele se formando, rápido. Às quatro da tarde, toda a cama tinha sido tomada pela orelha. O escriturário sentia fome, sede. Às dez da noite, sua barriga roncava. A orelha tinha caído para fora da cama. Dormiu.

          Acordou no meio da noite com o barulhinho da orelha crescendo. Dormiu de novo e quando acordou na  manhã seguinte, o quarto se enchera com a orelha. Ela estava em cima do guarda-roupa, embaixo da  cama, na pia. E forçava a porta. Ao meio-dia, a orelha derrubou a porta, saiu pelo corredor. Duas horas mais tarde, encheu o corredor. Inundou a casa. Os hóspedes fugiram para a rua. Chamaram a polícia, o corpo de bombeiros. A orelha saiu para o quintal. Para a rua.

Vieram os açougueiros com facas, machados, serrotes. Os açougueiros trabalharam o dia inteiro  cortando e amontoando. O prefeito mandou dar a carne aos pobres. Vieram os favelados, as organizações  de assistência social, irmandades religiosas, donos de restaurantes, vendedores de churrasquinho na porta  do estádio, donas de casa. Vinham com cestas, carrinhos, carroças, camionetas. Toda a população apanhou carne de orelha. Apareceu um administrador, trouxe sacos de plástico, higiênicos, organizou filas, fez uma distribuição racional.

          E quando todos tinham levado carne para aquele dia e para os outros, começaram a estocar.  Encheram silos, frigoríficos, geladeiras. Quando não havia mais onde estocar a carne de orelha, chamaram outras cidades. Vieram novos açougueiros. E a orelha crescia, era cortada e crescia, e os açougueiros trabalhavam. E vinham outros açougueiros. E os outros se cansavam. E a cidade não suportava mais carne de orelha. O povo pediu uma providência ao prefeito. E o prefeito ao governador. E o governador ao presidente.

E quando não havia solução, um menino, diante da rua cheia de carne de orelha, disse a um policial:  "Por que o senhor não mata o dono da orelha?”

 

 Publicado em "Os melhores contos de Ignácio de Loyola Brandão”, Global Editora, 1993, pág. 135.

 

1. Qual é o foco narrativo empregado no texto?

 

2. No primeiro parágrafo é possível obter várias informações sobre a personagens. Identifique-as.

 

3. Na história é desenvolvida em vários ambientes. Numere os espaços na ordem que aparecem na narrativa.

(  ) rua   (   ) quintal    (   )escritório     (    ) quarto da pensão      (   ) corredor

 

4.A única personagem do texto que ataca o problema na causa é:

( A) o dono da orelha  ( B) o presidente.        (C) os açougueiros.   (D) o menino.

 

5. No começo,como o homem justifica a sensação que sua orelha estava crescendo? 

 

6. Assinale V

(verdadeiro) ou F (falso) e justifique cada resposta.

(    ) A princípio, a carne de orelha torna-se um benefício para a sociedade.

(    ) O caso do crescimento tornou-se um problema nacional.

(    ) A reação das demais personagens ao crescimento da orelha é de aceitação.

(    ) O escriturários tinha vários amigos no trabalho.

 

7. O crescimento contínuo das orelhas da personagem é um recurso usado pelo autor para produzir o efeito de humor ou desconforto? Justifique sua resposta.

 

8. Qual foi a atitude das pessoas quando já tinham se fartado da carne de orelha?

 

9. Por que a pergunta do menino é o mais tenso da narrativa?

 

10. Na sua opinião, qual é a intenção do autor ao não definir o que vai acontecer com a personagem?

 

11. Uma palavra pode ter vários significados, dependendo do contexto. Dê o significado para “perna” em cada frase:

 A orelha saía pela perna da calça.

Não quero nenhum perna-de-calça cercando minhas filhas.

As belas pernas enlouquecem os homens.

Cuidado, a mesa está com a perna quebrada.

A casa está de pernas para o ar.

 

12. Na sua opinião, esse conto pode ser uma crítica à sociedade?

domingo, 2 de fevereiro de 2025

CONTO - GAROTO LINHA-DURA - 6 ANO

GAROTO LINHA-DURA

Fonte: pag. 71

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          Deu-se que Pedrinho estava jogando bola no jardim e, ao emendar a bola de bico por cima do travessão, a dita foi de contra uma vidraça e despedaçou tudo. Pedrinho botou a bola debaixo do braço e sumiu até a hora do jantar, com medo de ser espinafrado pelo pai.

          Quando o pai chegou, perguntou à mulher quem quebrara o vidro e a mulher disse que foi Pedrinho, mas que o menino estava com medo de ser castigado, razão pela qual ela temia que a criança não confessasse seu crime.

          O pai chamou Pedrinho e perguntou:

          - Quem quebrou o vidro, meu filho?

          Pedrinho balançou a cabeça e respondeu que não tinha a mínima ideia. O pai achou que o menino estava ainda sob o impacto do nervosismo e resolveu deixar para depois.

          Na hora em que o jantar ia para a mesa, o pai tentou de novo:

          - Pedrinho, quem foi que quebrou a vidraça, meu filho? – E, ante a negativa reiterada do filho, apelou: - Meu filhinho pode dizer quem foi que eu prometo não castigar você.

          Diante disso, Pedrinho, com a maior cara de pau, pigarreou e lascou:

          - Quem quebrou foi o garoto do vizinho.

          - Você tem certeza?

          - Juro.

          Aí o pai se queimou e disse que, acabado o jantar, os dois iriam ao vizinho esclarecer tudo. Pedrinho concordou que era a melhor solução e jantou sem dar a menor mostra de remorso. Apenas – quando o pai fez ameaça – Pedrinho pensou um pouquinho e depois concordou.

          Terminado o jantar o pai pegou o filho pela mão e – já chateadíssimo – rumou para a casa do vizinho. Foi aí que Pedrinho provou que tinha ideias revolucionárias. Virou-se para o pai e aconselhou:

          - Papai, esse menino do vizinho é um subversivo desgraçado. Não pergunte nada a ele não. Quando ele vier atender a porta, o senhor vai logo tacando a mão nele.

( Stanislaw Ponte Preta. A palavra é.... humor. Contos selecionados por Ricardo Ramos. São Paulo:Scipione, 1989.p.84-601.

 

 

1. Depois que quebrou a vidraça jogando bola, Pedrinho sumiu até a hora do jantar “com medo de ser espinafrado pelo pai” . O menino realmente estava com medo? Marque a alternativa correta.

 

 

1. Depois que quebrou a vidraça jogando bola, Pedrinho sumiu até a hora do jantar “com medo de ser espinafrado pelo pai”. Na sua opinião, o menino realmente estava com medo? Justifique sua resposta.

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2. O texto mostra uma situação familiar em que os pais desejam repreender uma falta do filho. A mãe sabia que Pedrinho tinha quebrado a vidraça, mas preferiu esperar o pai chegar. Por que você acha que ela própria não repreendeu o filho?

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3. A forma como os pais educam os filhos varia muito, mas é possível dizer que existem dois modelos básicos de educação: um tradicional e outro moderno. No modelo tradicional, os pais são mais duros com os filhos e dialogam pouco; o pai é a figura principal. Como você imagina que seja o modelo de educação moderno?

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4. O pai de Pedrinho, ao saber da aprontação do menino, conversou com ele e disse:

“— Pedrinho, quem foi que quebrou a vidraça, meu filho? […] Meu filhinho, pode dizer quem foi que eu prometo não castigar você.”

a) Por esse trecho, pode-se dizer que o pai estava procurando seguir um modelo tradicional ou um modelo moderno de educação?

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b) Por essa fala do pai de Pedrinho, pode-se concluir que ele já sabia quem era o culpado?

Por quê?

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c) O pai de Pedrinho inicialmente chamou o filho de “meu filho” e depois de “meu filhinho”. O que

o pai pretendia com isso?

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5. Com a insistência de Pedrinho, “o pai se queimou e disse que, acabado o jantar, os dois iriam ao vizinho esclarecer tudo”. Depois, “chateadíssimo”, pegou o filho pela mão e “rumou para a casa do vizinho”.

a) Qual o sentido de se queimou nesse contexto?

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b) Por que, na sua opinião, o pai, mesmo antes de ir, já estava chateadíssimo?

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6. . Pedrinho, prevendo que o filho do vizinho o desmentiria, deu um conselho ao pai. Por que, na sua opinião, podemos dizer que, em vez do vizinho, Pedrinho é que era um subversivo?

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7. Quanto ao modelo de educação adotado pelos pais de Pedrinho, podemos tirar algumas conclusões.

a) Ele é tradicional (linha-dura), moderno (baseado no diálogo) ou uma mistura dos dois? Por quê?

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b) Na sua opinião, que método o pai iria experimentar depois de sair da casa do vizinho? Por quê?

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1. Stanislaw Ponte Preta, o autor do texto, foi um famoso cronista de jornais no Rio de Janeiro. Seus textos geralmente apresentam uma linguagem informal, às vezes com gírias.

Indique o sentido que têm, no texto, as palavras destacadas:

a) “com medo de ser espinafrado pelo pai” repreendido severamente, com dureza

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b) “Pedrinho, com a maior cara-de-pau, pigarreou e lascou” cínico, descarado; disse

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c) “o senhor vai logo tacando a mão nele” atirando, lançando

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2. O texto se inicia por uma expressão pouco usada nos dias de hoje: “Deu-se que Pedrinho estava jogando bola no jardim”. Que outra expressão você empregaria no lugar dessa expressão?

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3. A palavra cara compõe, com outras palavras, algumas expressões bem brasileiras, muito usadas nas variedades não padrão da língua.

a) Identifique o significado das expressões destacadas nas frases abaixo

Ao acusar o filho do vizinho, Pedrinho livrou sua cara.

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O pai, querendo dialogar com o garoto, quebrou a cara.

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O garoto meteu a cara na casa do amigo.

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b) Que outras expressões com a palavra cara você conhece? O que elas significam?

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O texto lido mostra que os pais de Pedrinho misturavam os modelos moderno e tradicional de educação e, na situação narrada, não conseguiram fazer com que o filho assumisse o que fez.

1. Em relação à educação dos filhos, que método, na sua opinião, os pais devem adotar para obter bons resultados?

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2. Em que situações, já vividas por você, cada um dos métodos funcionou melhor?

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3. Supondo que um dia você também terá filhos, que método adotará para educá-los? Por quê?

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