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sábado, 25 de fevereiro de 2017

CRONICA INTERPRETAÇÃO GRANDE EDIGAR



Grande Edgar (Luis Fernando Verissimo)
Já deve ter acontecido com você.
– Não está se lembrando de mim?
Você não está se lembrando dele. Procura, freneticamente, em todas as fichas armazenadas na memória o rosto dele e o nome correspondente, e não encontra. [...]
Neste ponto, você tem uma escolha. Há três caminhos a seguir.
Um, curto, grosso e sincero.
– Não. [...]
O “Não” seco pode até insinuar uma reprimenda à pergunta. Não se faz uma pergunta assim, potencialmente embaraçosa, a ninguém, meu caro. [...] Você deveria ter vergonha. [...] Outro caminho, menos honesto, mas igualmente razoável, é o da dissimulação.
– Não me diga. Você é o... o...
“Não me diga”, no caso, quer dizer “Me diga, me diga”. [...]. Ou você pode dizer algo como:
– Desculpe, deve ser a velhice, mas...
Este também é um apelo à piedade. Significa “não tortura um pobre desmemoriado, diga logo quem você é!”. [...]
E há um terceiro caminho. O menos racional e recomendável. O que leva à tragédia e à ruína. E o que, naturalmente, você escolhe.
– Claro que estou me lembrando de você!
Você não quer magoá-lo, é isso! Há provas estatísticas de que o desejo de não magoar os outros está na origem da maioria dos desastres sociais, mas você não quer que ele pense que passou pela sua vida sem deixar um vestígio sequer. [...] Você ainda arremata:
– Há quanto tempo! [...]
Quem será esse cara meu Deus? Enquanto resgata caixotes com fichas antigas no meio da poeira e das teias de aranha do fundo do cérebro, [...].
Uma tentativa. É um lance arriscado, mas nesses momentos deve-se ser audacioso.
– Cê tem visto alguém da velha turma?
– Só o Pontes.
– Velho Pontes! ([...] Pelo menos agora tem um nome com o qual trabalhar. Uma segunda ficha para localizar no sótão. Pontes, Pontes...) [...]
– Sabe que a Ritinha casou? [...]
– Com quem?
– Acho que você não conheceu. O Bituca. (Você abandonou todos os escrúpulos. [...] Como que não conhece o Bituca?)
– Claro que conheci! Velho Bituca...
– Pois casaram.
É a sua chance. É a saída. Você passou ao ataque.
– E não avisou nada? [...]
– Desculpe, Edgar. É que...
– Não desculpo não. [...] (Edgar. Ele chamou você de Edgar. Você não se chama Edgar.
Ele confundiu você com outro. Ele também não tem a mínima ideia de quem você é. O melhor é acabar logo com isso. Aproveitar que ele está na defensiva. Olhar o relógio e fazer cara de “Já?!”.)
– Tenho que ir. Olha, foi bom ver você, viu?
– Certo, Edgar. E desculpe, hein? [...]
Ao se afastar, você ainda ouve, satisfeito, ele dizer “Grande Edgar”. Mas jura que é a última vez que fará isso. Na próxima vez que alguém lhe perguntar “Você está me reconhecendo?” não dirá nem não. Sairá correndo


.





1. Esse texto é um fragmento de
A) crônica. 
B) entrevista. 
C) notícia. 
D) resumo.
E) romance.

2. De acordo com esse texto, o narrador diz que conhece o interlocutor, porque:
A) deseja saber notícias dos amigos.
B) está atrasado para um compromisso.
C) não quer magoá-lo.
D) não quer prolongar a conversa.
E) sente-se esquecido.

3. O trecho “Você deveria ter vergonha” está relacionado ao fato de o interlocutor da conversa
A) chamar o narrador de Edgar.
B) dar detalhes sobre o casamento de Ritinha.
C) envolver-se em um lance arriscado.
D) escolher o terceiro caminho.
E) perguntar se o narrador lembrava-se dele.

4. No trecho “Você é o... o...” , o uso das reticências expressa
A) decepção.
B) dúvida.
C) ironia.
D) preocupação.
E) suspense.

5. Sobre o fato de o narrador afirmar ao interlocutor que lembrava-se dele, há uma opinião em:
A) “Um, curto, grosso e sincero”.
B) “Outro caminho, menos honesto, mas igualmente razoável”.
C) “não tortura um pobre desmemoriado, diga logo quem você é!”.
D) “Você não quer magoá-lo, é isso!”.
E) “É um lance arriscado, mas nesses momentos deve-se ser audacioso

6. “– Desculpe, Edgar.” Nesse fragmento a vírgula foi utilizada para separar:
a) aposto
b) sujeito
c) vocativo
d) adjunto adverbial.


7. Marque as  características de uma crônica há nesse texto.
a) faz uma reflexão.
b) fato do cotidiano.
c) tem opinião do narrador.
d) O narrador conversa com o leitor.


8. Faça um resumo do texto com suas palavras.
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9. Quais os personagens da crônica?
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10. O tempo e o espaço da narrativa estão claros? Por que?

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11. Quem é o autor dessa crônica?
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12. Retire do texto um fragmento que comprove o diálogo do narrador com o leitor.
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Profa. karla Faria

Aluno(A): ______________________________________________________________________________ - N°.: ______

ATIVIDADE DE PRODUÇÃO TEXTUAL - 9º ANO
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Estudo da crônica “Grande Edgar”, de Luis Fernando Veríssimo.

Questões para análise

1- Identifique a razão para a mentira do personagem.
2- Identifique a consequência desta mentira para o desenvolvimento da narrativa.
3- Que aspecto do cotidiano está presente na crônica.
4- O final da crônica traz um desfecho surpreendente. Explique.
 Estudo de vocabulário e linguagem.
5- Explique o sentido da expressão sublinhada:
Você pulou no abismo. Seja o que Deus quiser.
6- Busque no dicionário expressões sinônimas para as expressões sublinhadas:
a) Você ainda arremata
b) Agora tudo dependerá da reação dele. Se for um calhorda, ele o desafiará
c) Uma tentativa. É um lance arriscado, mas nesses momentos deve-se ser audacioso.
7- Transcreva do texto um exemplo de onomatopeia.




19 comentários:

  1. Gostaria das respostas das atividades do 1 ao 6 por favor.

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  2. Eu agradeço as forma de análise do texto!! Me fez trabalhar mais na interpretação de texto de conto

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  3. Me ajude com as respostas da 1 a 6 por favor

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  4. Sou professora também me chamo.Ana Cláudia gostaria de obter o gabarito das atividade do seu livro

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  5. Trabalho com alunos do fundamental médio

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  6. gostaria das respostas das questões de 1 a 6.

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  7. Respostas das questões 1 a 5
    1. Esse texto é um fragmento de

    A) crônica.

    2. De acordo com esse texto, o narrador diz que conhece o interlocutor, porque

    C) não quer magoá-lo.

    3. O trecho “Você deveria ter vergonha” (ℓ. 9) está relacionado ao fato de o interlocutor da conversa

    E) perguntar se o narrador lembrava-se dele.

    4. No trecho “Você é o... o...” (ℓ. 11), o uso das reticências expressa

    B) dúvida.

    5. Sobre o fato de o narrador afirmar ao interlocutor que lembrava-se dele, há uma opinião em:

    E) “É um lance arriscado, mas nesses momentos deve-se ser audacioso”. (ℓ. 25)

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