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domingo, 26 de fevereiro de 2017

CORDEL ADOLESCENTE INTERPRETAÇÃO

Cordel adolescente, ó xente!

Sou mocinha nordestina,
Meu nome é Doralice,
Tenho treze anos de idade,
Conto e reconto o que disse,
Pois me chamo Doralice,
Sou quem vende meu cordel
Nas feiras lindas do longe
Onde a poesia se esconde
Nas sombras do meu chapéu!


Eu falo tudo rimado
No adoçado da palavra
Do Nordeste feiticeiro;
No meu jeito brasileiro,
Aqui vim dizer e digo
Que escrevo muito livro
Que penduro num cordel,
Todo fato acontecido
Eu coloco no papel!


Vim pra feira, noutro dia,

Armei a minha poesia
Num cordel de horizonte,
Quem passasse no defronte
Daquilo que eu vendia,
Parava e me escutava,
Pois sou mocinha falante,
Declamava o que escrevia!


Contei de uma garota
Que amava um cangaceiro,
Era um tal cabra da peste,
Um valentão do Nordeste
Que montava a ventania,
Trazia susto e coragem
Por cada canto que ia!
Virge Maria!


O nome da tal mocinha?
Não digo... é um segredo,
Escrevo o que não devo,
Invento, pois tenho medo
De contar que a tal menina
Era... toda fantasia!
(...)

1. O cordel, uma narrativa em versos, é um tipo de texto elaborado para ser declamado ou cantado.

a) O texto que você leu se inicia com uma apresentação. Quem se apresenta ao leitor/ouvinte? Qual o seu nome e o que faz?

b) Qual é a estratégia empregada pela cordelista para atrair a atenção das pessoas para o seu cordel?

c) Qual é o tema do cordel?


2. Na 4ª estrofe, a narradora começa a contar a história da garota que amava um cangaceiro.

a) Que aspectos do cangaceiro são ressaltados nessa estrofe?

b) Que expressão tipicamente nordestina é usada para qualificar o cangaceiro?

c) Transcreva a expressão da linguagem oral empregada pela narradora. Que significado ela adquire no contexto?


3. Ao referir-se à mocinha da história, na 5ª e 6ª estrofes, a narradora não a identifica claramente. Por que ela utiliza esta estratégia?


4. A primeira vez que Bertulina viu o cangaceiro, algo aconteceu.

a) Que imagem representa o despertar do amor em Bertulina?

b) Que verso expressa a emoção incontida desse momento?

c) Que efeito de sentido é decorrente dessa escolha?


5. O cangaceiro é caracterizado na 9ª estrofe.

a) Que versos mostram o seu jeito de ser?

b) O que esse trecho revela sobre as características do cangaceiro?


6. A 11ª estrofe narra o momento em que explode a paixão de Bertulina.



a) Que substantivos empregados nessa estrofe podem ser associados às sensações vividas por Bertulina?

b) Que sentido os substantivos empregados nessa estrofe atribuem ao momento narrado e consequentemente ao sentimento de Betulina?


7. Na 13ª estrofe, Bertulina, após o beijo, afirma estar assustada.

a) Qual a preocupação dela em relação ao beijo?

b) Na fala de Bertulina, o que as reticências podem revelar?


8. Doralice e Bertulina são a mesma pessoa.

a) Que pistas, no texto, podem levá-lo a concluir isso?

b) Com que objetivo a narradora pode ter usado essa estratégia na sua história.














Atividades
1. O nome cordel deve-se ao fato de, antigamente, na Espanha e em Portugal, onde surgiram, esses folhetos serem pendurados em cordas ou barbantes, como se fossem roupas em um varal. Sabendo disso, copie da 3ª estrofe os dois versos que comprovem essa informação.
2. Os folhetos de cordel costumam ser vendidos em feiras e mercados. Na 1ª estrofe, há dois versos que tratam desse assunto. Copie-os.
3. Em que região do país se passam as histórias de cordel que Doralice conta? Explique como foi possível saber isso.
4. O que era a ventania do cangaceiro?
5. O que significa a expressão "ó xente!" que aparece no título do texto?
6. Nos poemas de cordel há a presença de versos que rimam. Que tal começar a rimar? Crie estrofes de dois versos usando os pares de palavras  abaixo.
a) AMIZADE - FELICIDADE
b) ALEGRIA - HARMONIA
c) SOL - GIRASSOL