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quarta-feira, 1 de novembro de 2023

ROMANCE - OS VIZINHOS - ATIVIDADES

 

ROMANCE CAPíTULO OS VIZINHOS

Luiz Antonio Aguiar

        Havia uma coisa com que Túlio não se conformava: morar colado ao cemitério. Principalmente quando tinha de voltar para casa já tarde da noite. Não dava para evitar passar por aqueles muros, que eram como uma larga ferradura, envolvendo a vila de casas em que Túlio vivia.

        Quando queriam implicar com Túlio, perguntavam o endereço dele: “Sepultura, número...?”.

        Ou: “Na fachada da sua casa você tem placa com número, ou uma lápide?”.

        Túlio só fazia arreganhar os dentes, num sorriso tipo sardônico, ou seja, quase uma careta – por coincidência, embora Túlio não conhecesse o significado da palavra sardônico, um sorriso desses que se diz que é sorriso de morto. No instante final. Sorriso de quem não acha graça nenhuma em morar dentro do cemitério.

        — Não exagera, Túlio. Dentro, não! — E a mãe dava uma risadinha. — Somos só vizinhos!

        — ...dos defuntos! — completava Túlio.

        Era uma discussão que não acabava. Já durava anos. Túlio tinha seus dezesseis anos, agora. Mas continuava se arrepiando quando acordava no meio da noite com uma janela batendo, ou quando o vento uivava ao entrar por uma fresta — e sempre que tinha de passar em frente aos portões do cemitério, de noite, naquela rua escura, muito escura, onde morava. — Quem já está morto não faz mal à gente — resmungava o pai de Túlio, mecânico de automóveis dono da oficina nos fundos da vila. — Tá achando que um deles vai se levantar da sepultura e... fazer o quê? Ora, garoto, francamente! Eles não estão mais interessados nas coisas deste mundo.

         Mas e se...?

         Naquela noite, então, voltando de bicicleta para casa, já bem depois das onze horas, o garoto tinha mais uma razão para estar atormentado. Dali a menos de duas semanas, ia enfrentar a prova do “livro do bimestre”. Teria de ler Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.

       Túlio havia passado a tarde no treino de vôlei — ele jogava de ponta na seleção do colégio Depois, saiu com a turma, já escurecendo; ficaram de papo, rolando de bicicleta para cima e para baixo pelo centro da cidade, e quando viu já eram onze horas.

        — Puxa, e eu ia começar a ler o livro esta noite. Agora, não vai dar!

        Então, tomou o caminho para casa. E foi quando o livro, sepultado fazia tempo no fundo da sua mochila, começou a incomodar. Principalmente no que o garoto entrou na sua rua e se lembrou do cemitério. Era o póstumas do título. Se fossem perguntar, Túlio ia logo, de preguiça, responder que não sabia o que queria dizer essa palavra. Só que em alguma ocasião já a escutara. E, caso se esforçasse um pouco, ia se lembrar de que tinha a ver com defunto. Póstumo: depois da morte. Memórias póstumas: as memórias contadas por um morto.

          Mas isso é absurdo. Como assim?... Um morto renasce, vira para a

gente e... Não, não renasce. Continua morto. Só que vira escritor, depois de morto. E para escrever suas memórias...

         E aí, quer ver um morto contando sua história? Quer descobrir como é a vida vista por um defunto? E um defunto com um jeito todo dele de ver e se lembrar dos vivos, que tal?

        Quem sabe esse papo sem palavras estivesse acontecendo na cabeça do Túlio? Assim, de ouvir dizer, de alguém já ter comentado algo sobre o livro, perto dele? Quem sabe o professor, num momento em que Túlio estava mais ou menos distraído? No entanto, o garoto não saberia dizer nem onde nem quando ouvira isso.

        Só sabia que continuava se recusando a pensar a respeito de mortos. Principalmente na hora de passar junto ao paredão, e depois diante do portão de ferro do cemitério. “Aqui terás tua eterna morada!”, estava escrito em letras forjadas também em ferro, no alto do portão.

Túlio fez uma careta ao se lembrar disso. E quase, bem naquela hora, respondia: “Nunca! Morar aí, nunca!”.

AGUIAR, Luiz Antonio. O voo do hipopótamo. 2. ed. São Paulo: Ática, 2008. p. 11-13.

 

 

1. Qual o nome do autor do romance?

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2. Qual o nome do livro de onde foi retirado  o capítulo Os Vizinhos?

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3. Que fato incomodava Túlio?

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4. Quais as zoações que faziam com Túlio?

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5. De acordo com o texto qual das características abaixo não se referem a Tulio.

a) sardônico

b) sardento

c) irônico

d) medroso

 

6. A palavra lápide significa.

a) túmulo

b) fachada

c) endereço

d) moradia

 

7. A palavra sardônico indica uma pessoa:

a) pintada

b) irônica

c) humorada

d) invejosa

 

8. assinale a alternativa que apresenta um descrição.

a) eram como uma larga ferradura, envolvendo a vila de casas em que Túlio vivia.

b) Naquela noite, então, voltando de bicicleta para casa, já bem depois das onze horas

c) Depois, saiu com a turma, já escurecendo; ficaram de papo

d) Quando queriam implicar com Túlio, perguntavam o endereço dele

 

9. Qual dos fragmentos abaixo indica uma fala da mãe de Túlio.

a) “Na fachada da sua casa você tem placa com número, ou uma lápide?”.

b)  Túlio havia passado a tarde no treino de vôlei

c) — Não exagera, Túlio. Dentro, não!

d) Quem já está morto não faz mal à gente

 

10. Há presença de humor no fragmento “Nunca! Morar aí, nunca!”. devido ao fato de:

a) Túlio já morar ao lado do cemitério

b) Túlio ser muito medroso.

c) Túlio fazer uma careta.

d) Túlio não pensar a respeito dos mortos.

 

 

 Leia as informações e responda abaixo para responder as próximas questões.

       Narrar é contar uma história. Há diferentes gêneros textuais que se organizam em narrativas, como romance, contos, crônicas, lendas, fábulas, mitos, entre outros.

     Nas narrativas ficcionais há:

      Narrador – relator dos fatos, dos quais pode ser participante como narrador-personagem (primeira pessoa), observador (somente observa) e onisciente (terceira pessoa), quando observa e tem acesso até aos pensamentos dos personagens.

     Personagens – protagonista (personagem principal) e antagonista/forças antagônicas (vilão ou situação que atrapalha os desejos do protagonista) e secundários (participam de forma secundária nas ações).

      Espaço – ambiente em que os fatos acontecem.

      Tempo – quando ocorrem as ações ou quanto duram. O tempo pode ser cronológico (medido elo relógio ou calendário) ou psicológico (como o personagem o percebe no pensamento).

       Enredo – conjunto de episódios que compõem a narrativa, dividido em: apresentação dos fatos e personagens, situação-problema ou conflito (o que gera os fatos), clímax (momento de maior tensão da história) e desfecho (conclusão/resolução do conflito).

 

11. Quem é o personagem protagonista desse romance? Explique.

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12. Qual é a situação-problema na qual o menino está envolvido?

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13. Há um vilão ou uma força antagônica que atrapalha o desejo do protagonista? O que ou quem seria? Explique.

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14. Quem são os personagens secundários?

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15. Quando ocorre essa passagem da história?

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16. Onde ocorre a história? Como é possível supor essa informação?

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segunda-feira, 1 de junho de 2020

ROMANCE FRAGMENTO LUKA E O FOGO DA VIDA 9º ANO RIO18


ROMANCE FRAGMENTO LUKA E O FOGO DA VIDA 9º ANO RIO18

A coisa horrível que aconteceu na linda noite estrelada
       Era uma vez, na cidade de Kahani, na terra de Alefbay, um menino chamado Luka que tinha dois bichos de estimação, um urso chamado Cão e um cão chamado Urso, o que quer dizer que cada vez que ele chamava “Cão!” o urso se empinava bem amigo nas pernas traseiras, e quando ele gritava “Urso!” o cão ia ao encontro dele, balançando o rabo. Cão, o urso marrom, podia ser meio bruto e urso às vezes, mas era um bom dançarino, capaz de ficar em pé nas patas traseiras e dançar a valsa, a polca, a rumba, o wah-watusi e o tuíste, além de danças mais chegadas à sua terra, o ritmo da bhangra, os giros da ghumar (para a qual ele usava uma saia rodada cheia de espelhos), as danças guerreiras conhecidas como spaw e thang-ta, e a dança do pavão do sul. Urso, o cão, era um labrador cor de chocolate e um bom cachorro, amigo, embora às vezes um pouco nervoso e agitado; ele não sabia dançar nada, tinha, como diz o ditado, quatro pés esquerdos, mas para compensar esse desajeitamento tinha o dom da afinação perfeita, então era capaz de cantar mais alto que uma tempestade, de uivar as melodias das músicas mais populares do momento, e nunca desafinava. Urso, o cão, e Cão, o urso, depressa se transformaram em muito mais que bichos de estimação para Luka. Viraram seus aliados mais próximos e mais leais protetores, tão ferozes em sua defesa que ninguém nem sonhava em mexer com Luka quando eles estavam por perto, nem o seu horrendo colega de classe Merdarato, cujo comportamento geralmente era descontrolado.
       Foi da seguinte maneira que Luka veio a ter companheiros tão especiais. Um belo dia, quando tinha doze anos, o circo veio à cidade — e não um circo qualquer, mas o próprio GRIF, ou Grandes Ringues de Fogo; o circo mais famoso de toda Alefbay, “apresentando a Famosa e Incrível Ilusão do Fogo”. De modo que Luka logo ficou amargamente decepcionado quando seu pai, o contador de histórias Rashid Khalifa, lhe disse que não iriam ao espetáculo. “Maus-tratos de animais”, Rashid explicou.
      O GRIF pode ter tido os seus dias de glória, mas hoje em dia caiu em desgraça.” Rashid contou a Luka que a Leoa tinha dentes cariados, que a Tigresa era cega, que os Elefantes morriam de fome e que o resto da trupe do circo era simplesmente miserável.
      O Mestre de Cerimônias dos Grandes Ringues de Fogo era o terrível e enorme Capitão Aag, conhecido como o Grão-Mestre Flama. Os animais tinham tanto medo do estalo do seu chicote que a Leoa com dor de dente e a Tigresa cega continuavam a saltar pelos aros e a se fingir de mortas e os Elefantes magrelos ainda faziam Pirâmides Paquidermes só por medo da raiva dele, porque Aag era um homem de raiva fácil e riso difícil. E mesmo quando punha sua cabeça de fumante de charuto na boca aberta da Leoa, ela morria de medo de morder porque ele podia resolver matá-la por dentro da sua barriga.[...]
     Nessa noite, o noticiário da TV disse que, numa virada surpreendente, os animais do circo GRIF tinham todos se recusado a trabalhar. Num circo lotado e para surpresa, tanto dos palhaços vestidos a caráter como dos espectadores de roupas comuns, eles se rebelaram contra seu domador num desafio sem precedentes. O Grão-Mestre Flama se pôs no ringue central dos três Grandes Ringues de Fogo, berrando ordens e estalando o chicote, mas quando viu que os animais começavam a andar devagar e com toda a calma na sua direção, no mesmo passo, como se fossem um exército, fechando-se em cima dele de todos os lados até formarem um círculo animal de raiva, seus nervos não aguentaram e ele caiu de joelhos, chorando, gemendo, implorando pela vida. O público começou a vaiar, atirava frutas e almofadas, e depois objetos mais duros, pedras, por exemplo, e nozes e listas telefônicas. Aag virou e fugiu. Os animais abriram alas, e ele foi embora correndo, chorando como um bebê.
       Essa foi a primeira coisa incrível. A segunda aconteceu mais tarde [...]

1- Que expressão encontramos no primeiro parágrafo que é característica dos contos de fadas ?
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2 - Por que as palavras cão e urso ora aparecem com letras maiúsculas e ora com minúsculas?
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3- No trecho “(para a qual ele usava uma saia rodada cheia de espelhos)” a que se refere o pronome ELE?
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4 – Escreva as características dos personagens Urso e Cão.
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5- Por que ninguém sonhava em mexer com Luka quando seus amigos Urso e Cão estavam por perto?
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6- No trecho do primeiro parágrafo “ quando eles estavam por perto, nem o seu horrendo colega de classe Merdarato, cujo comportamento geralmente era descontrolado .” , a quem a palavra destacada se refere?
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7- Qual a causa de o pai de Luka não querer ir ao circo? Que argumento ele usou para confirmar sua afirmação?
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8- Que palavra marca o modo, a intensidade da decepção de Luka? (segundo parágrafo)
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9- O que se pode inferir da personalidade de Aag? (quarto parágrafo) ___________________________________________________________________________________________________________________
10- O quarto parágrafo mostra uma mudança no comportamento dos animais. Que mudança é essa?
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11- Que mudança ocorreu no comportamento de Aag, o Grão-Mestre Flama? (quinto parágrafo)
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domingo, 31 de maio de 2020

ROMANCE O MENINO NO ESPELHO FRAGMENTO 9º ANO RIO18


ROMANCE O MENINO NO ESPELHO FRAGMENTO  9º ANO RIO18

     Os próximos textos são trechos de um ROMANCE. O romance é outro gênero de base narrativa, como o conto. Podemos dizer que uma diferença essencial entre eles é que o conto possui somente um conflito gerador e o romance pode ter vários. Fique atento, pois os textos são o PRÓLOGO – parte inicial , introdutória – e o EPÍLOGO – parte final, conclusão – de um romance


PRÓLOGO
O menino e o homem
     Quando chovia, no meu tempo de menino, a casa virava um festival de goteiras. Eram pingos do teto ensopando o soalho de todas as salas e quartos. Seguia-se um corre-corre dos diabos, todo mundo levando e trazendo baldes, bacias, panelas, penicos e o que mais houvesse para aparar a água que caía e para que os vazamentos não se transformassem numa inundação. Os mais velhos ficavam aborrecidos, eu não entendia a razão: aquilo era uma distração das mais excitantes.
       E me divertia a valer quando uma nova goteira aparecia, o pessoal correndo para lá e para cá, e esvaziando as vasilhas que transbordavam.
     Os diferentes ruídos das gotas d´água retinindo no vasilhame, acompanhados do som oco dos passos em atropelo nas tábuas largas do chão, formavam uma alegre melodia, às vezes enriquecida pelas sonoras pancadas do relógio de parede dando horas.
     Passado o temporal, meu pai subia ao forro da casa pelo alçapão, o mesmo que usávamos como entrada para a reunião da nossa sociedade secreta. Depois de examinar o telhado, descia, aborrecido. Não conseguia descobrir sequer uma telha quebrada, por onde pudesse penetrar tanta água da chuva, como invariavelmente acontecia. Um mistério a mais, naquela casa cheia de mistérios.
[...]
EPÍLOGO
O homem e o menino
    Paro de escrever, levanto os olhos do papel para o relógio de parede: cinco horas. As sonoras pancadas começam a soar uma a uma, como antigamente em nossa casa.
     É um relógio bem antigo. Foi do meu avô, depois do meu pai, hoje é meu e um dia será do meu filho. Seu tique-taque imperturbável me acompanha todas as horas de vigília o dia inteiro e noite adentro, segundo a segundo, do tempo vivido por mim. [...]
     Cansado de tantas recordações, afasto-me do relógio e caminho até a janela, olho para fora.
     Assombrado, em vez de ver os costumeiros edifícios, cujos fundos dão para o meu apartamento em Ipanema, o que eu vejo é uma mangueira ─ a mangueira do quintal de minha casa, em Belo Horizonte. Vejo até uma manga amarelinha de tão madura, como aquela que um dia quis dar para a Mariana e por causa dela acabei matando uma rolinha. Daqui da minha janela posso avistar todo o quintal, como antigamente: a caixa de areia que um dia transformei numa piscina, o bambuzal de onde parti para o meu primeiro voo. Volto-me para dentro e descubro que já não estou na sala cheia de estantes com livros do meu apartamento, mas no meu quarto de menino: a minha cama e a do Toninho, o armário de cujo espelho um dia se destacou um menino igual a mim...
     Saio para a sala. Vejo meus pais conversando de mãos dadas no sofá, como costumavam fazer todas as tardes, antes do jantar. Comovido, dirijo-me a eles:
    ─ Papai... Mamãe...
     Mas eles não me veem. Nem parecem ter-me ouvido, como se eu não existisse. Ganho o corredor, passo pela copa onde o relógio está acabando de bater cinco horas. Atravesso a cozinha, vendo a Alzira a remexer em suas panelas, sem tomar conhecimento da minha existência. Desço a escada para o quintal e dou com um garotinho agachado junto às poças d´água da chuva que caiu há pouco, entretido com umas formigas. Dirijo-me a ele, e ficamos conversando algum tempo.
     Depois me despeço e refaço todo o caminho de volta até o meu quarto. Vou à janela, olho para fora. O que vejo agora é a paisagem de sempre, o fundo dos edifícios voltados para mim, iluminados pelas luzes do entardecer em Ipanema. Ouço o relógio soando a última pancada das cinco horas. Viro-me, e me vejo de novo no meu apartamento.
      Caminho até a mesa, debruço-me sobre a máquina que abandonei há instantes. Leio as últimas palavras escritas no papel:
... Até desaparecer em direção ao infinito.
    Sento-me, e escrevo a única que falta:
FIM
SABINO, Fernando. O menino no espelho. Rio de Janeiro: Record, 1998

1 – Qual a causa do corre-corre na casa do menino?
______________________________________________________________________________________
2 – Qual o trecho do texto que nos deixa perceber que havia muitas goteiras?
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3 – Como os mais velhos e o menino encaravam as goteiras da casa?
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4 – Após ler o prólogo e o epílogo, responda quem é o narrador em cada uma das partes do romance:
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5 – Um jogo de palavras foi utilizado em cada uma das partes para antecipar essa informação. Onde ocorre e como se dá o jogo de palavras?
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
6 – No trecho do epílogo “Cansado de tantas recordações, afasto-me do relógio e caminho até a janela, olho para fora.” A que se refere a
palavra destacada?
___________________________________________________________________________________________________________________
7 – Onde morou o narrador-personagem?
__________________________________________________________________________________________________________________
8 – Da janela do seu apartamento, em Ipanema, o que o narrador-personagem imagina que vê e, depois do momento de recordação, o que vê
realmente?
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9 – Que elementos são característicos desse quintal, na infância, em Belo Horizonte?
_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
10 – Que efeito causa no narrador suas lembranças da infância?
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
11- Por que os pais do narrador-personagem e Alzira não o veem?
_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
12 – Ao longo do epílogo, podemos perceber, explicitamente, palavras que representam os estados físicos e emocionais do narrador. Localize e
transcreva essas palavras.
___________________________________________________________________________________________________________________
13 – Que elemento do apartamento do narrador, em Ipanema, proporciona a viagem ao passado e o retorno ao presente?
___________________________________________________________________________________________________________________


01 – Qual a causa do corre-corre na casa do menino?
      Quando chovia a casa virava um festival de goteiras.

02 – Qual o trecho do texto que nos deixa perceber que havia muitas goteiras?
      “Seguia-se um corre-corre dos diabos, todo mundo levando e trazendo baldes, bacias, panelas, penicos e o que mais houvesse para aparar a água que caía e para que os vazamentos não se transformassem numa inundação.” 

03 – Como os mais velhos e o menino encaravam as goteiras da casa?
      “Os mais velhos ficavam aborrecidos, eu não entendia a razão: aquilo era uma distração das mais excitantes.”

04 – Após ler o prólogo e o epílogo, responda quem é o narrador em cada uma das partes do romance.
      É o autor Fernando Sabino.

05 – No trecho do epílogo “Cansado de tantas recordações, afasto-me do relógio e caminho até a janela, olho para fora.” A que se refere a palavra destacada?
      Era um relógio antigo que o fazia lembrar-se de sua infância.

06 – Onde morou o narrador-personagem?
      Em Belo Horizonte.

07 – Da janela do seu apartamento, em Ipanema, o que o narrador-personagem imagina que vê e, depois do momento de recordação, o que vê realmente?
      Uma mangueira do seu quintal. Ele vê a paisagem de sempre, o fundo dos edifícios voltado para ele.

08 – Que elementos são característicos desse quintal, na infância, em Belo Horizonte?
      A caixa de areia que um dia transformei numa piscina, o bambuzal de onde parti para o meu primeiro voo.

09 – Que efeito causa no narrador suas lembranças da infância?
      As lembranças de como era o quarto, a sala e o que tinha neles.

10 – Por que os pais do narrador-personagem e Alzira não o veem?
      Porque era somente uma lembrança de imagens vivida por ele.

11 – Ao longo do epílogo, podemos perceber, explicitamente, palavras que representam os estados físicos e emocionais do narrador. Localize e transcreva essas palavras.
      Estado físico: homem de meia idade. “... hoje é meu e um dia será do meu filho”.
      Estado emocional: saudades de sua infância. “... como antigamente em nossa casa.”

12 – Que elemento do apartamento do narrador, em Ipanema, proporciona a viagem ao passado e o retorno ao presente?
      É um relógio bem antigo, que foi do teu avô e do pai.


quarta-feira, 20 de maio de 2020

ROMANCE O MENINO SEM IMAGINAÇÃO PARTE II 9º ANO TECENDO


ROMANCE O MENINO SEM IMAGINAÇÃO PARTE II 9º ANO TECENDO

[...I
-           Você não diz que lembra de tudo o que vê na televisão? Então. Feche os olhos e faz de conta que a televisão está dentro de você. Pega os programas que quiser na sua telinha interior.
Fechei os olhos e só então percebi que lembrava apenas de cenas fragmentadas, nunca dos programas inteiros, como tinham ido ao ar.
-           O que estiver faltando - disse ela - você completa com sua imaginação!
Era impossível: eu -via" uma cena ou duas ou três, e quando elas acabavam minha cabeça não sabia para onde ir. Antes que minha irmã começasse a desconfiar da minha falta de imaginação, resolvi parar:
- Escuta, mana, não precisa se preocupar comigo. Faz de conta que não estou aqui; faz de conta que só volto quando a televisão entrar no ar. tá?
[...]
Na sala todos procuravam fingir indiferença diante da falta de televisão. Papai ouvia música clássica, recolhido ao seu silêncio costumeiro, mas de vez em quando abria um olho na direção da Fantástica sobre o aparador. Titia lia jornal sem mudar de página e volta e meia aproximava o ouvido do radinho de vovô para escutar as notícias. Vovô era o único que parecia realmente despreocupado: de radinho na mão, viajava de volta à sua juventude.
Mamãe escondia sua ansiedade no telefone, onde se pendurou desde que saiu da mesa. Ela é fanática por telenovelas: vê reprises, lê os resumos dos capítulos, sabe tudo o que vai acontecer e conversa mais com os personagens do que com papai. Depois de mim, ela é a pessoa que passa mais tempo na frente da televisão; diferente de papai, que só aparece para ver esportes, e da mana, que só assiste a esses programas do mundo animal para ficar perguntando se a gente sabe como se reproduz o ornitorrinco.
-                    Tavinho! Tive uma ideia! Corre lã no videoclube do shopping e pega um filme pra gente assistir.
Eu não suporto fita de vídeo. Ninguém entende como eu, gostando tanto de televisão, detesto essas fitas. Explico: os vídeos não têm vida própria, vivem de explorar a televisão. Minha irmã diz que o videocassete está para a televisão como o boneco do ventríloquo para o ventríloquo. Faltam canais ao vídeo, faltam comerciais, atualidade, variedade e sobretudo a vibração dos televisores.
A ideia de mamãe, porém, foi muito bem recebida por todos e até Maria surgiu na sala com cara de sono. Acho que na falta de televisão todo mundo sentiu vontade de olhar para a telinha.
-                    Que gênero, mãe?
Ela tornou a segurar o fone, aflita:
-                    Qualquer um, drama, comédia, policial. Traz uns três! Não, traz cinco! Chama sua irmã para ir com você! Espera! Pega uns dez!
NOVAES, Carlos Eduardo. O menino sem imaginação.
6. ed. São Paulo: Ática, 1997
1.Dentre todos os personagens, quem mais sofre com a falta da televisão? E quem não sente falta nenhuma dela? Por quê? Justifique sua resposta.
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2. Para consolar Tavinho, a irmã decide inventar uma brincadeira. Explique como funciona a brincadeira proposta por ela e como isso poderia ajudar o menino.
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3.Em sua opinião, isso realmente poderia funcionar? E na história, funcionou?
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4.         O autor Carlos Eduardo Novaes publicou o romance O menino sem imaginação em 1993. Se o livro fosse escrito hoje, você acha que a TV continuaria sendo a responsável pela falta de imaginação de Tavinho? Por quê?
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5.         Na década de 1990, a televisão era considerada por muitas pessoas uma das principais formas de entretenimento. Em sua opinião, ela continua a ocupar essa posição?
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6. Desde a época em que o romance foi publicado, surgiram novas possibilidades de entretenimento, principalmente relacionadas à tecnologia. Cite um exemplo de uma forma atual de entretenimento.
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ROMANCE O MENINO SEM IMAGINAÇÃO 9º ANO TECENDO




TEXTO: O MENINO SEM IMAGINAÇÃO - CARLOS EDUARDO MORAES - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO

Texto: O MENINO SEM IMAGINAÇÃO
    

    [...]
       Maria botou o jantar e pela primeira vez, desde que nasci, vi toda a família reunida à volta da mesa.
   - Como nos velhos tempos! – exclamou o vovô satisfeito.
      Ele disse que no passado era assim: as pessoas sentavam juntas, conversavam e trocavam ideias na hora das refeições. Disse que foi a chegada da televisão que provocou uma debandada geral. Eu fiquei calado, mas me irrita muito ver alguém falando mal da televisão. Para mim ela apenas permitiu que cada um comesse quando quisesse, porque as pessoas não são obrigadas a sentir fome à mesma hora.
         - Vamos conversar sobre o quê? – perguntou o vovô; que não obtendo resposta continuou:
         - Não podemos perder esta oportunidade. Ela talvez não se repita nunca mais.
         - Qualquer coisa – resmungou mamãe desinteressada.
         - Eu queria fazer um comentário sobre o jogo...
         - Ah! Futebol não! – mamãe cortou a frase de papai.
         - Então vamos meter o pau no Governo – propôs vovô.
         - Política nem pensar! – voltou mamãe.
         - Existe algum tema mais relevante do que o sumiço da televisão? – indagou titia.
         - Ah! Eu não aguento falar mais sobre isso! – disse papai.
         - Nem eu! – concordou a mana.
         E mergulhamos todos num longo silêncio.
         Eu havia colocado Fantástica sobre o aparador, na minha frente, mantendo seu controle remoto ao lado do meu prato, como um talher. Não acreditava que a TV fosse demorar muito mais fora do ar, porque papai falou que os donos das emissoras são poderosos “e logo vão dar um jeito nisso”.
         Eu dava uma garfada, ligava e desligava Fantástica; dava outra garfada, ligava e desligava e ligava e desligava, até que papai saiu de seu silêncio e bateu na mesa:
         - Para com isso, Tavinho! Que mania!
         - Só quero saber quando a imagem vai voltar.
         - Você vai saber! Vai ser uma barulhada infernal por esse país afora!
         A comida estava uma gororoba intragável. Maria é uma grande cozinheira, mas desta vez errou a mão, salgou tudo e queimou o arroz. Eu deixei cair um pedaço de goiabada no chão, titia se engasgou com a farofa e mamãe virou a garrafa de água na toalha. Minha irmã, que não perde uma chance, falou que “o sumiço da televisão está mexendo com o equilíbrio de muita gente”. Mamãe, eu se manteve calada o tempo todo, resolveu apelar:
         - Amanhã cedinho vou à igreja iniciar uma novena para Nossa Senhora fazer com que a televisão volte logo.
         - E eu vou à minha astróloga – emendou titia. – Talvez a conjuntura astrológica explique alguma coisa...
         - E eu vou procurar o pastor da minha igreja – arrematou Maria, de passagem.
         O jantar acabou e as pessoas ficaram vagando pelo apartamento feito almas penadas. Eu mesmo não sabia o que fazer. Experimentava uma sensação esquisita, das naves. Foi me dando sono, uma vontade de me encolher debaixo das cobertas.
         Minha irmã, ao me ver acabrunhado num canto, veio até mim:
         - Não fique assim, irmãozinho – disse carinhosa.
         - Fico assim. – resmunguei – A vida perdeu o sentido pra mim.
         - Que bobagem! – ela sorriu meiga. – A televisão é um eletrodoméstico.
         - Pra mim é muito mais! É minha razão de viver!
         - A humanidade viveu milhares de anos sem televisão, Tavinho, e nunca deixou de fazer as coisas
         - Pois eu sou aquela parte da humanidade que não saber fazer as coisas sem televisão.
         A mana sorriu e afogou meus cabelos, delicada:
         - Não adianta ficar emburrado. Faz o jogo do faz de conta. Ás vezes é preciso brincar para se suportar melhor a realidade.
         - Faz de conta o quê? O quê? – perguntei desafiador.
         - Por que você faz de conta que engoliu a TV?
         Lá vinha ela com suas birutices.
         - Eu? Engolir a televisão?
         [...]

       MORAES, Carlos Eduardo. O menino sem imaginação.
                                                             ed. 6. São Paulo: Ática, 1997.

Entendendo o texto:
01 – Lendo apenas esse trecho, foi possível compreender o conflito presente no romance? Como você chegou a essa conclusão?
      Professor, espera-se que o aluno responda que as emissoras não estavam transmitindo a programação porque aconteceu algum problema, afinal o pai disse que “os donos das emissoras são poderosos e logo vão dar um jeito nisso”.
02 – Quando Tavinho diz: “[...] pela primeira vez desde que nasci, i toda a família reunida à volta da mesa”, o que se pode perceber sobre a rotina da casa?
       Percebe-se que sua família não tem o hábito de realizar as refeições reunida, conversando: cada um come em um horário diferente e sempre diante da TV.

03 – O que você achou da família de Tavinho? Ela é diferente da sua?
       Resposta pessoal.

04 – Com base na leitura desse trecho, explique por que o autor deu esse título para a história.
       Resposta pessoal. Professor, espera-se que o aluno perceba, a partir da leitura do trecho, que Tavinho desenvolve uma dependência tão grande da TV que não sabia o que fazer sem ela, não tinha imaginação para fazer nada. Converse com a turma sobre a crítica que pode ser percebida nas entrelinhas do texto, de que as pessoas se tornam passivas, apáticas e alienadas quando desenvolvem esse tipo de dependência.

05 – Quem é fantástica? Poderíamos chamá-la de personagem? Por quê?
        Fantástica é o nome que Tavinho dá à televisão. Poderíamos chamá-la de personagem, pois ela é tratada como um ser e é devido ao seu estado (fora de ar) que todo o enredo da história se desenvolve.

06 – Quem é o narrador dessa história? Como você descobriu isso?
        Tavinho, a personagem principal. Professor, espera-se que o aluno chegue a essa conclusão observando o uso da primeira pessoa (“eu”).

07 – Como Tavinho reagiu diante do “sumiço da televisão”?
        Não sabia o que fazer, ficou muito triste, com vontade de dormir. É possível constatar pelo trecho: “dava uma garfada, ligava e desligava Fantástica; dava outra garfada, ligava e desligava e ligava e desligava”.

08 – A irmã de Tavinho, para consolá-lo, sugere: “Não adianta ficar emburrado. Faz o jogo do faz de conta”. O que você acha que ela quer dizer com isso?
        Professor, espera-se que o aluno comente que a irmã quer incentivar Tavinho a usar a imaginação, criar histórias e não ser tão dependente da TV.

sábado, 15 de abril de 2017

ROMANCE O MENINO NO ESPELHO INTERPRETAÇÃO 9º ANO RIO

PRÓLOGO

    O menino e o homem

     Quando chovia, no meu tempo de menino, a casa virava um festival de goteiras. Eram pingos do teto ensopando o soalho de todas as salas e quartos. Seguia-se um corre-corre dos diabos, todo mundo levando e trazendo baldes, bacias, panelas, penicos e o que mais houvesse para aparar a água que caía e para que os vazamentos não se transformassem numa inundação. Os mais velhos ficavam aborrecidos, eu não entendia a razão: aquilo era uma distração das mais excitantes.
   E me divertia a valer quando uma nova goteira aparecia, o pessoal correndo para lá e para cá, e esvaziando as vasilhas que transbordavam. Os diferentes ruídos das gotas d´água retinindo no vasilhame, acompanhados do som oco dos passos em atropelo nas tábuas largas do chão, formavam uma alegre melodia, às vezes enriquecida pelas sonoras pancadas do relógio de parede dando horas.
    Passado o temporal, meu pai subia ao forro da casa pelo alçapão, o mesmo que usávamos como entrada para a reunião da nossa sociedade secreta. Depois de examinar o telhado, descia, aborrecido. Não conseguia descobrir sequer uma telha quebrada, por onde pudesse penetrar tanta água da chuva, como invariavelmente acontecia. Um mistério a mais, naquela casa cheia de mistérios.

[...]

   EPÍLOGO
O homem e o menino
   Paro de escrever, levanto os olhos do papel para o relógio de parede: cinco horas. As sonoras pancadas começam a soar uma a uma, como antigamente em nossa casa. É um relógio bem antigo. Foi do meu avô, depois do meu pai, hoje é meu e um dia será do meu filho. Seu tique-taque imperturbável me acompanha todas as horas de vigília o dia inteiro e noite adentro, segundo a segundo, do tempo vivido por mim.

  [...]
  Cansado de tantas recordações, afasto-me do relógio e caminho até a janela, olho para fora.
   Assombrado, em vez de ver os costumeiros edifícios, cujos fundos dão para o meu apartamento em Ipanema, o que eu vejo é uma mangueira ─ a mangueira do quintal de minha casa, em Belo Horizonte. Vejo até uma manga amarelinha de tão madura, como aquela que um dia quis dar para a Mariana e por causa dela acabei matando uma rolinha. Daqui da minha janela posso avistar todo o quintal, como antigamente: a caixa de areia que um dia transformei numa piscina, o bambuzal de onde parti para o meu primeiro voo. Volto-me para dentro e descubro que já não estou na sala cheia de estantes com livros do meu apartamento, mas no meu quarto de menino: a minha cama e a do Toninho, o armário de cujo espelho um dia se destacou um menino igual a mim...
   Saio para a sala. Vejo meus pais conversando de mãos dadas no sofá, como costumavam fazer todas as tardes, antes do jantar. Comovido, dirijo-me a eles:
    ─ Papai... Mamãe...
    Mas eles não me veem. Nem parecem ter-me ouvido, como se eu não existisse. Ganho o corredor, passo pela copa onde o relógio está acabando de bater cinco horas. Atravesso a cozinha, vendo a Alzira a remexer em suas panelas, sem tomar conhecimento da minha existência. Desço a escada para o quintal e dou com um garotinho agachado junto às poças d´água da chuva que caiu há pouco, entretido com umas formigas. Dirijo-me a ele, e ficamos conversando algum tempo.
    Depois me despeço e refaço todo o caminho de volta até o meu quarto. Vou à janela, olho para fora. O que vejo agora é a paisagem de sempre, o fundo dos edifícios voltados para mim, iluminados pelas luzes do entardecer em Ipanema. Ouço o relógio soando a última pancada das cinco horas. Viro-me, e me vejo de novo no meu apartamento.
    Caminho até a mesa, debruço-me sobre a máquina que abandonei há instantes. Leio as últimas palavras escritas no papel:
    ... Até desaparecer em direção ao infinito.
    Sento-me, e escrevo a única que falta:

 FIM

 SABINO, Fernando. O menino no espelho.

1- Qual a causa do corre-corre na casa do menino?
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2- Qual o trecho do texto que nos deixa perceber que havia muitas goteiras?
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3- Como os mais velhos e o menino encaravam as goteiras da casa?
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4- Após ler o prólogo e o epílogo, responda quem é o narrador em cada uma das partes do romance.

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5- Um jogo de palavras foi usado em cada uma das partes para antecipar essa informação. Onde ocorre e como se dá o jogo de palavras?
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6- No trecho do epílogo “Cansado de tantas recordações, afasto-me do relógio e caminho até a janela, olho para fora.” A que se refere a palavra destacada?
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7- Onde morou o narrador-personagem?
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8- Da janela do seu apartamento, em Ipanema, o que o narrador-personagem imagina que vê e, depois do momento de recordação, o que vê realmente?
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9- Que elementos são característicos desse quintal, na infância, em Belo Horizonte?
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10- Que efeito causa no narrador suas lembranças da infância?
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11- Por que os pais do narrador-personagem e Alzira não o veem?
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12- Ao longo do epílogo, podemos perceber, explicitamente, palavras que representam os estados físicos e emocionais do narrador. Localize e transcreva essas palavras.
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13- Que elemento do apartamento do narrador, em Ipanema, proporciona a viagem ao passado e o retorno ao presente?

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