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quinta-feira, 20 de março de 2025

FABULA AS DUAS CACHORRAS

 

As Duas Cachorras

          Moravam no mesmo bairro. Uma era boa e caridosa; outra, má e ingrata. A boa, como fosse diligente, tinha a casa bem arranjadinha; a má, como fosse preguiçosa, vivia ao léu, sem eira nem beira.

          Certa vez a má, em véspera de dar cria, foi pedir agasalho á boa.

          — Fico aqui num cantinho até que meus filhotes possam sair comigo. É por eles que peço...

          A boa cedeu-lhe a casa inteira, generosamente.

          Nasceu a ninhada, e os cachorrinhos já estavam de olhos abertos quando a dona da casa voltou.

          — Podes entregar-me a casa agora?

          A má pôs-se a choramingar.

          — Ainda não, generosa amiga. Como posso viver na rua com filhinhos tão novos? Conceda-me um novo prazo.

          A boa concedeu mais quinze dias, ao termo dos quais voltou.

          — Vai sair agora?

          — Paciência, minha velha, preciso de mais um mês.

          A boa concedeu mais quinze dias, e ao terminar o ultimo prazo voltou; mas desta vez a intrusa, rodeada dos filhos já crescidos, robustos e de dentes arreganhados, recebeu-a com insolência:

          — Quer a casa? Pois venha toma-la, se é capaz..

          Para os maus, pau!

 

https://pt.wikisource.org/wiki/Fabulas_(9%C2%AA_edi%C3%A7%C3%A3o)/40

 

1. Quais as qualidades da cachorra dona da casa?

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2. Quais as características da cachorra que não tinha casa?

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3. Como podemos fazer para saber se uma pessoa merece ser ajudada?

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4. Uma das mensagens presentes no texto é que:

a) Devemos ajudar uma mulher se ela estiver grávida.

b) Devemos ajudar todas as pessoas.

c) Nem todas as pessoas merecem ser ajudadas.

d) As pessoas más merecem ser ajudadas.

 

5. Correlacione às colunas.

(1) diligente                   (   ) grosseria                     

(2) pedir agasalho         (   ) cuidadoso

(3) insolência                 (   ) abrigo

 

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

FÁBULA- O LEÃO E OS DOIS BÊBADOS

 

A fábula do leão e dois bêbados

       Decrépito o leão, terror dos bosques, e saudoso de sua antiga fortaleza, espairecia um deles ao entardecer à sombra do parque onde o prenderam.

      Assim levava a vida, ou assim esperava a morte.

      Sua missão não era valorosa; incumbia-lhe, todos os dias, e de preferência aos sábados e domingos, fingir que era de fato um leão feroz e assustar os visitantes com pálidos rugidos.

      Em troca, recebia três fartas refeições ao dia (fora o breakfast), água fresca, sombra, agradável companhia, e o título honorífico de rei das selvas, que na verdade era o que mais o comovia.

      Mas não era de fato um leão de verdade; faltavam-lhe a certeza de sua intrepidez, o horizonte aberto, a liberdade, que não ia além do arame farpado entre as sebes disfarçado.

      Tratava-se de um jogo previamente combinado: em troca do alimento e da tranquilidade, o mísero leão, rugindo apenas, aceitava digerir todas as afrontas.

      Um belo dia aconteceu, porém, que três bebuns, enganando-se de boteco, erraram o atalho e foram cair, por puro acaso, nos domínios reservados ao leão domesticado. E tão bebuns estavam os três-loucados que nem se deram fé do risco que corriam: a moita onde dormiam desmaiados nada mais era que a juba da fera enjaulada.

     Surpreendeu-se o leão com tamanha audácia, que não constava nas cláusulas contratuais que assinara com o empresário-empregador. E logo lhe veio à mente, num impulso atávico, o justo desejo de provar daquele banquete que se oferecia assim de mão-beijada. De fato, há muito o leão não saboreava um prato humano, como nos velhos tempos de antanho.

      Já se lambia o bicho, com sua língua áspera e salivada.

      Mas a civilização também cobra os seus tributos - e o leão, que conhecia algo de Direito, antes de se lançar ao ataque, resolveu reler o seu contrato, a ver se nas entrelinhas (sábio leão!) não constava algo que o prejudicasse: pois não queria o rei das selvas perder o emprego por justa causa. Pra tanto procurou um leão mais velho - e presumidamente mais experiente - e lhe propôs a delicada questão: se era lícito, naquela conjuntura, devorar os três bebuns incautos, que haviam invadido o parque e ali dormiam.

      O velho leão examinou o contrato, verificou se não era falso, e concluiu que, pelo escrito, nada impedia legalmente que o leão mais novo os devorasse. Mas enquanto consultavam a lei, corria o tempo, de sorte que, por sorte, os três bebuns, passada a carraspana despertaram para a vida. Sobressaltados, antes que o leão, apoiado na lei, voltasse e os atacasse, trataram os três de fazer o que a situação impunha: mandar-se.

     E foi desta maneira que o leão perdeu o acepipe, frustrando-se o ensejo de fartar-se com carne de primeira, tenra e fresquinha (ainda por cima regada a canjebrina).

      Amuado, foi novamente ao leão mais velho (e mais experiente) queixar-se de que o excesso de escrúpulo contratual o havia feito perder o nobre prato.

      Ao que o mais velho respondeu, com a sabedoria própria dos leões fabulosos:

       - Queixas-te de barriga cheia, o que é um mal. Se de fato estivesses com fome, certamente primeiro os teria devorado, e só depois te lembrarias do contrato. Mas não te lastimes: quem faz o bem sempre o tem. Nenhum leão está livre neste mundo de, amanhã, por acaso, adormecer num parque e ser comido de surpresa por três bebuns esfomeados. A vida não está difícil só para os animais, rapaz.

 

 

 

 

Vocabulário:

decrépito: velho, caduco

espairecer: entreter-se

honorífico: honroso

intrepidez: coragem

 

sebe: arbusto

juba: crina

audácia: coragem

cláusula: artigo; preceito

atávico: reaparecimento de uma característica dos ascendentes

antanho: antigamente

incauto: imprudente

carraspana: bebedeira

acepipe: guloseima

ensejo: oportunidade

canjebrina: cachaça

escrúpulo: cuidado

 

 

1. O texto que você acabou de ler apresenta os elementos essenciais da narrativa: personagens, fato, tempo, lugar (espaço), narrador.

 

a) Quem são as personagens?

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b) O que acontece?

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c) Onde acontece a história?

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2. O que seria necessário para que o animal desta fábula fosse “um autêntico leão”?

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3. Por que o leão não devorou os bêbados? Copie a alternativa mais acertada. Justifique sua escolha.

(A) Porque as cláusulas contratuais o proibiam.

(B) Porque, enquanto ele e o leão mais velho consultavam o contrato, os três bêbados, conscientes do risco que corriam, fugiram.

(C) Porque, além de não querer perder o emprego, não estava faminto.

 

FÁBULA - O CONSELHEIRO

 

O CONSELHEIRO

 

    Contam que um certo lavrador possuía um burro que o repouso engordara e um boi que o trabalho abatera.

 

    Um dia, o boi queixou-se ao burro e perguntou-lhe :”Não terás, ó irmão, algum conselho que me salve desta dura labuta?” O burro respondeu: “ Finge-te de doente e não comas tua ração. Vendo-te assim, nosso amo não te levará para lavrar o campo e tu descansará”.

 

    Dizem que o lavrador entendia a linguagem dos animais, e compreendeu o diálogo entre o burro e o boi.

 

    Na manhã seguinte, viu que o boi não comera a sua ração: deixou-o e levou o burro em seu lugar. O burro foi obrigado a puxar o arado o dia todo, e quase morreu de cansaço. E lamentou o conselho que dera ao boi.

 

    Quando voltou à noite perguntou-lhe o boi: “Como vais, querido irmão?”. Vou muito bem, respondeu o burro. Mas ouvi algo que me fez estremecer por tua causa. Ouvi nosso amo dizer:” Se o boi continuar doente, deveremos matá-lo para não perdermos sua carne. Minha opinião é que tu comas tua ração e voltes para tua tarefa a fim de evitar tamanho infortúnio”.

 

    O boi concordou, e devorou imediatamente toda a sua ração.

 

    O lavrador estava ouvindo, e riu.

 

Do livro,As mil e umas noites, apud MansourChalita,As mais Belas Páginas da Literatura Árabe,

 

 Rio de Janeiro. Ed. Civilização Brasileira, 1967,p.281.

 

 

 

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO:

 

1)     Quem é o conselheiro?

 

(     ) o burro;             (     ) o lavrador;       (     ) o boi;               (     ) o pássaro

 

2)    Quem foi que pediu o conselho? O que motivou esse pedido?

 

 

 

 

 

3)     O conselho surtiu o efeito desejado? Justifique sua resposta?

 

 

 

 

 

4)     Foi bom para o burro ter dado o conselho ao boi? Por quê?

 

 

 

 

 

5)     Por quê o burro mudou seu conselho? Justifique.

 

 

 

 

 

6)     Qual é a principal características do burro, neste texto:

 

(     ) a maldade;             (     ) a esperteza;             (     ) a bondade;             (     ) a preguiça;

 

7)     Qual a característica do lavrador que mais chama a atenção?:

 

(     ) a compreensão;               (     )a paciência                (     ) a esperteza;

 

Explique sua resposta:

 

 

 

 

 

8)    Qual das alternativas a baixo mais condiz com o texto?

 

(     ) o lavrador conversava com os animais;

 

(     ) o boi é um animal guloso;

 

(     ) o burro é um animal bem burro mesmo ;

 

(     ) o boi é um animal preguiçoso ;

 

(     ) o burro é um animal esperto;

 

ANÁLISE TEXTUAL

 

 

 

1)    Qual é o título do texto?

 

 

 

2)    Qual é o tema?

 

 

 

3)    Quem é o autor?

 

 

 

4)    Quantos parágrafos contém?

 

 

 

5)    Quantas frases existem no texto?

 

 

 

6)    Quantos e quais são os personagens?

 

 

 

7)    Qual é o gênero deste texto? Justifique sua resposta

FÁBULA DA ESTRELA - DO- MAR

 

A fábula da estrela-do-mar

 ASSUNTO: MEIO AMBIENTE

Todos os dias de manhã um escritor passeava numa praia muito calma em busca da sua inspiração diária para continuar a escrever o seu livro.

Um dia, ao caminhar pela areia, o escritor viu ao longe um menino a correr entre a água e a areia seca. Ao chegar mais perto, viu que o menino estava pegando as estrelas-do-mar que se encontravam na areia e levando-as novamente para o mar.

– Bom dia. – disse o menino sorrindo e sem parar o que estava fazendo.

– Olá. Por que você está fazendo isso? – perguntou o escritor.

– Como a maré está baixa e o sol forte, as estrelas-do-mar vão secar e morrer antes que a maré suba de novo. – disse o jovem.

O escritor olhou novamente para o menino, sorriu e disse:

– Acho muito bonito o que está fazendo, só que existem milhares de quilômetros de praia por todo o mundo, ou seja, milhões de estrelas-do-mar devem estar agora mesmo a secar na areia por todas essas praias. Você tem tanto trabalho e que diferença faz salvar algumas se outras milhões vão morrer?

O menino agarrou em mais uma estrela-do-mar, levou-a até a água, olhou para o escritor e disse:

– Para esta estrela-do-mar eu já fiz a diferença.

O escritor não conseguiu fazer mais nada durante o dia inteiro, mal conseguiu dormir e sentiu-se bastante triste.

No dia seguinte, como habitual, o escritor foi dar o seu passeio matinal à praia, mas desta vez passou toda a manhã ajudando o menino a devolver as estrelas-do-mar ao oceano.

 

Disponível em: <http://www.motivo.me>.

 

1. As fábulas são textos que utilizam a linguagem figurada, ou seja, linguagem conotativa. Sua finalidade é transmitir um ensinamento moral. O texto acima deve ser interpretado em sentdo conotativo ou no sentido denotativo?

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2. Identifique quem narra a história:

a) um narrador que participa da história.

b) um narrador que apenas conta a história.

c) o jovem escritor.

d) o menino.

 

3. De acordo com o texto, o escritor tinha o hábito de passear em uma praia calma nas manhãs. Por quê?

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4. Segundo o texto, certo dia, o escritor observou um acontecimento novo em um de seus passeios pela praia. Conte-o:

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5. Diante do acontecimento, o jovem escritor mostrou-se:

a) nostálgico

b) alegre

c) esperançoso

d) pessimista

 

6. Aponte o ARGUMENTO utilizado pelo autor para jusfificar a sua reação diante do fato observado na praia:

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7. De acordo com o texto, qual foi a ATITUDE do menino diante do argumento utilizado pelo escritor?

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8. Segundo o texto, o escritor não conseguiu fazer mais nada naquele dia e sentiu-se muito triste. O que ele fez a partir daí?

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9. Esse texto tem a finalidade de:

a) informar o leitor.

b) entreter o leitor.

c) ensinar o leitor.

d) criticar o leitor.

 

 

FÁBULA - A RATOEIRA E O RATO

 

Fábula “A Ratoeira e o Rato”

AUTOR ESOPO

Um rato, olhando pelo buraco na parede, vê o fazendeiro e sua esposa abrindo um pacote. Pensou

logo no tipo de comida que haveria ali.

Ao descobrir que era uma ratoeira ficou aterrorizado.

Correu ao pátio da fazenda advertindo a todos:

- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa!

A galinha disse:

- Desculpe-me Senhor Rato, eu entendo que isso seja um grande problema para o senhor, mas não

me prejudica em nada, não me incomoda.

O rato foi até o porco e disse:

- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira!

- Desculpe-me Senhor Rato, disse o porco, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser orar. Fique

tranqüilo que o Senhor será lembrado nas minhas orações.

O rato dirigiu-se à vaca. E ela lhe disse:

- O que? Uma ratoeira? Por acaso estou em perigo? Acho que não!

Então o rato voltou para casa abatido, para encarar a ratoeira. Naquela noite ouviu-se um barulho,

como o da ratoeira pegando sua vítima.

A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia pego.

No escuro, ela não viu que a ratoeira havia pego a cauda de uma cobra venenosa. E a cobra picou a mulher. O fazendeiro a levou imediatamente ao hospital. Ela voltou com febre.

Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma canja de galinha. O fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal.

Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram visitá-la.

Para alimentá-los, o fazendeiro matou o porco.

A mulher não melhorou e acabou morrendo.

Muita gente veio para o funeral. O fazendeiro então sacrificou a vaca, para alimentar todo aquele povo. Na próxima vez que você ouvir dizer que alguém está diante de um problema e acreditar que

o problema não lhe diz respeito, lembre-se que quando há uma ratoeira na casa, toda fazenda corre

risco. O problema de um é problema de todos.

 

1. O rato ficou aterrorizado porque:

a) viu o fazendeiro abrindo um pacote.

b) não era a comida que ele queria que havia no pacote.

c) porque viu uma ratoeira no pacote.

d) ficou preso no buraco que tinha feito e não conseguiu ver a comida.

2. O objetivo maior do rato ao correr para avisar aos amigos foi:

a) não morrer sozinho.

b) pedir ajuda aos amigos para que ele não morresse.

c) avisar aos amigos que iria acontecer algo ruim.

d) que todos ficassem unidos e preparassem a morte do fazendeiro.

3. De todos os animais avisados o que se preocupou foi:

a) a galinha.

b) o porco.

c) a vaca.

d) nenhum deles.

4. A atitude da galinha demonstra:

a) indiferença.

b) insatisfação.

c) preocupação.

d) amizade.

5. A atitude do porco demonstra:

a) religiosidade

b) coleguismo.

c) egoísmo.

d) humanidade.

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6. A fala da vaca: “O quê? Uma ratoeira ? Por acaso estou em perigo? Acho que não !” Poderia ser substituída,

com o mesmo sentido de:

a) Coitado do rato!

b) O problema é seu!

c) Vou te ajudar!

d) Não posso ficar em perigo!

7. O pronome “a”, destacado no texto está substituindo:

a) A vaca.

b) A ratoeira.

c) A mulher

d) A galinha.

8. Em “O fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal.”, o autor referia-se:

a) à uma faca grande para matar a galinha.

b) à uma faca grande para matar a vaca.

c) à uma bota para esmagar o rato.

d) a um animal grande desconhecido que serviria de jantar.

9. No final das contas, que animal sobreviveu?

a) A galinha, o porco e a vaca.

b) O porco e a vaca.

c) O rato.

d) O rato e a vaca.

10. Qual dos fatos abaixo encaixa-se na frase: “O problema de um é problema de todos.”

a) A falta de dinheiro numa conta de banco.

b) Uma roupa nova que estava com uma parte rasgada.

c) A poeira acumulada durante uma semana no móvel de uma sala.

d) A falta de água no planeta.

FÁBULA - A RÃ E O ESCORPIÃO

 FÁBULA - A RÃ E O ESCORPIÃO

       Parado ao sol, o escorpião olhava ao redor da montanha onde morava. "Positivamente, tenho de me mudar daqui" - pensou.

Esperou a madrugada chegar, lançou-se por caminhos empoeirados até atingir a floresta. Escalou rochedos, cruzou bosques e, finalmente, chegou às margens do rio largo e caudaloso.

"Que imensidão de águas! A outra margem parece tão convidativa... Se eu soubesse nadar..."

Subiu longo trecho da margem, desceu novamente, olhou para trás. Aquele rio certamente não teria medida. A travessia era impossível.

"Não vai dar. Tenho de reconsiderar minha decisão" - lamentou.

Estava quase desistindo quando viu a rã sobre a relva, bem próxima à correnteza. Os olhos do escorpião brilharam:

"Ora, ora... Acho que encontrei a solução!" - pensou rápido.

-- Olá, rãzinha! Me diga uma coisa: você é capaz de atravessar este rio?

-- Ih, já fiz essa travessia muitas vezes até a outra margem. Mas por que você pergunta? -- disse a rã, desconfiada.

-- Ah, deve ser tão agradável do outro lado -- disse. Pena eu não saber nadar.

A rã já estava com os olhos arregalados:

"Será que ele vai me pedir...?"

-- Se eu pedisse um favor, você me faria? -- disse o escorpião mansamente.

-- Que favor? -- murmurou a rã.

-- Bem -- o tom da voz era mais brando ainda --, bem, você me carregaria nas costas até a outra margem?

A rã hesitou:

-- Como é que eu vou ter certeza de que você não vai me matar?

-- Ora, não tenha medo. Evidentemente, se eu matar você, também morrerei -- argumentou o escorpião.

-- Mas... e se quando estivermos saindo daqui você me matar e pular de volta para a margem?

-- Nesse caso eu não cruzaria o rio nem atingiria meu destino -- replicou o escorpião.

-- E como vou saber se você não vai me matar quando atingirmos a outra margem?  -- perguntou a rã.

-- Ora, ora... quando chegarmos ao outro lado eu estarei tão agradecido pela sua ajuda que não vou pagar essa gentileza com a morte.

Os argumentos do escorpião eram muito lógicos. A rã ponderou, ponderou, e, afinal, convenceu-se.

O escorpião acomodou-se nas costas macias da agora companheira de viagem e começou a travessia. A rã nadava suavemente e o escorpião quase chegou a cochilar. Perdeu-se em pensamentos e planos futuros, olhando a extensão enorme do rio. De repente se deu conta de que estava dependendo de alguém, de que ficaria devendo um favor para a rãzinha. Reagiu, ergueu o ferrão.

"Antes a morte que tal sorte" - pensou.

A rã sentiu uma violenta dor nas costas e, com o canto do olho, viu o escorpião recolher o ferrão.

Um torpor  cada vez mais acentuado começava a invadir-lhe o corpo.

-- Seu tolo! -- gritou a rã. -- Agora nós dois vamos morrer! Por que fez isso?

O escorpião deu uma risadinha sarcástica e sacudiu o corpo.

-- Desculpe, mas eu não pude evitar. Essa é a minha natureza.

(Esopo)

 

1) Qual o principal argumento utilizado pelo escorpião para convencer a rã a transportá-lo?

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2) Que sentimento dominou o escorpião quando ele decidiu dar na rã a ferroada fatal?

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3) Como você explica a última frase do texto?

-- Desculpe, mas eu não pude evitar. Essa é a minha natureza.”

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4) Esse texto trata principalmente de dois sentimentos humanos. Quais?

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5) Copie a fala do escorpião que certamente foi a mais difícil para ele dizer à rã, explicando seu raciocínio:

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FÁBULA - OS ANIMAIS E A PESTE 6 ANO

 

OS ANIMAIS E A PESTE

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Em certo ano terrível de peste entre os animais, o leão, mais apreensivo, consultou um macaco de barbas brancas. (INTELIGENCIA, RELIGIÃO)

— Esta peste é um castigo do céu – respondeu o macaco – e o remédio é aplacarmos a cólera divina sacrificando aos deuses um de nós.

— Qual? – perguntou o leão.

— O mais carregado de crimes.

O leão fechou os olhos, concentrou-se e, depois duma pausa, disse aos súditos reunidos em redor:

 

— Amigos! É fora de dúvida que quem deve sacrificar-se sou eu. Cometi grandes crimes, matei centenas de veados, devorei inúmeras ovelhas e até vários pastores. Ofereço-me, pois, para o sacrifício necessário ao bem comum.

A raposa adiantou-se e disse:

 

— Acho conveniente ouvir a confissão das outras feras. Porque, para mim, nada do que Vossa Majestade alegou constitui crime. São coisas que até que honram o nosso virtuosíssimo rei Leão.

Grandes aplausos abafaram as últimas palavras da bajuladora e o leão foi posto de lado como impróprio para o sacrifício.

 

Apresentou-se em seguida o tigre e repete-se a cena. Acusa-se de mil crimes, mas a raposa mostra que também ele era um anjo de inocência.

E o mesmo aconteceu com todas as outras feras.

Nisto chega à vez do burro. Adianta-se o pobre animal e diz:

— A consciência só me acusa de haver comido uma folha de couve da horta do senhor vigário.

 

Os animais entreolharam-se. Era muito sério aquilo. A raposa toma a palavra:

— Eis amigos, o grande criminoso! Tão horrível o que ele nos conta, que é inútil prosseguirmos na investigação. A vítima a sacrificar-se aos deuses não pode ser outra porque não pode haver crime maior do que furtar a sacratíssima couve do senhor vigário.

Toda a bicharada concordou e o triste burro foi unanimemente eleito para o sacrifício. 

Moral: Aos poderosos, tudo se desculpa; aos miseráveis, nada se perdoa.

(Monteiro Lobato, Fábulas)

 

 

Aluno:____________________________________________Turma:____Data____

1) Qual é o título do texto?

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2) Quantos parágrafos há no texto?

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 3) Quais são os personagens da história?

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 4) Qual era o problema da floresta?

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 5) Qual foi a sugestão do leão para resolver o problema?

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6) Qual foi o primeiro animal a se oferecer e por quê? O que aconteceu?

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7) Qual foi o segundo animal a se oferecer e por quê? O que aconteceu?

_______________________________________________________________________________________________________________________________________

8) Qual foi o terceiro animal a se oferecer e por quê? O que aconteceu?

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9) Qual foi o ultimo animal a se oferecer e por quê? O que aconteceu?

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10) Explique, com suas palavras, a moral da história. Dê um exemplo de como essa moral da história pode se aplica hoje em dia.

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11) O que você achou do grau de dificuldade da atividade:

a) muito fácil        b) fácil      c) média)   d) difícil    e) muito difícil