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terça-feira, 13 de junho de 2023

OS SETE CORVOS - GABARITO

 

CONTO FANTÁSTICO OS SETE CORVOS

 

       Era uma vez um homem que tinha sete filhos. Mas nenhuma filha. Seu maior desejo era ganhar uma menina. Quando sua esposa contou que esperava mais um bebê, ele ficou cheio de esperança:

       — Tomara que seja uma menina!

       Seu sonho foi realizado. Uma menina nasceu! O pai ficou muito contente. Mas a saúde do bebê era frágil. Com medo de que ela morresse, o pai decidiu batizá-la em casa. Enquanto o padre não chegava, pediu para um dos filhos ir ao riacho mais próximo, buscar água para o batismo. Os outros seis foram atrás. Todos queriam ser o primeiro a levar água para o pai.

       Na disputa, o jarro caiu na água. Os sete filhos ficaram com medo do pai, que era muito bravo. E sem coragem de voltar para casa.

       O pai ficou impaciente.

       — Devem estar se divertindo, sem dar atenção ao meu pedido!

       Furioso, perdeu a noção das coisas. Praguejou:

       — Desejo que os sete sejam transformados em corvos!

       Mal terminou de dizer as palavras, ouviu uma revoada sobre sua cabeça. Olhou para cima. Sete corvos voavam no céu!

       O pai caiu em si. Fez de tudo para quebrar o feitiço. A mãe também, chorando, moveu mundos e fundos para ter os filhos de volta. Foi inútil. Os sete filhos haviam virado corvos.

       A menina não faleceu. Pelo contrário. Passados os primeiros dias, sua saúde fortaleceu-se. Tornou-se, também, muito bonita.

       Durante muito tempo, a menina não soube que tinha irmãos. Seus pais preferiam não contar o que acontecera. Um dia, porém, ouviu uma vizinha comentar:

       — A menina é linda! Mas foi por culpa dela que aconteceu aquela tragédia a seus irmãos.

       Ficou muito abalada com o comentário. Aproximou-se do pai e da mãe e quis saber a verdade. O pai contou tudo o que acontecera. Mas explicou:

       — A culpa não é sua. Foi minha, que não medi as palavras.

       No fundo de seu coração, a menina resolveu que um dia libertaria os irmãos.

       — Farei tudo que puder para salvá-los!

       Quando estava bem crescida, resolveu partir pelo mundo à procura dos sete corvos. Levou apenas seu anel de estimação, um pão para comer no caminho e uma cadeira bem pequena para descansar da caminhada.

       Andou, andou, andou. Até aos confins da terra, um lugar mágico, onde só um coração cheio de ternura pode chegar. O Sol parecia estar tão perto! A menina aproximou-se dele, mas era quente e terrível. Pior, devorava crianças! Quando o Sol abriu uma boca gigantesca, a menina correu em direção à Lua. Oh! Era fria demais. Ao perceber que a menina olhava para ela, a Lua também abriu a boca, pronta para mastigá-la!

       — Hummm... estou sentindo um cheiro delicioso de carne humana!

       A menina fugiu novamente! Foi até as estrelas, mais bondosas e gentis. Algumas já estavam dormindo, pois as estrelas costumam sonhar durante o dia. Só a estrela-da-manhã levantava-se.

Sorriu e ofereceu-lhe um osso bem pequeno.

      — Leve esse ossinho. Com ele, poderá abrir a Montanha de Cristal. É lá que estão os seus irmãos!

       A menina pegou o osso. Embrulhou-o em um lenço. Saiu andando novamente. Finalmente, avistou a Montanha de Cristal, tão brilhante como nunca tinha visto nada no mundo!

       Aproximou-se. A montanha tinha uma porta. A menina pegou o lenço para abrir a porta com o ossinho, mas ao desamarrar o nó, não encontrou o osso. Havia perdido o presente dado pela estrela!

       Decidida a entrar, a menina espetou o dedo mindinho e botou na fechadura, como se fosse um osso. Conseguiu abrir a porta!

       Logo na entrada, havia um anão, que perguntou:

       — O que veio fazer aqui?

       — Vim buscar meus sete irmãos, transformados em corvos.

      O anão sorriu.

      — Os sete corvos são meus patrões. Não estão aqui agora. Mas, se quiser esperar por eles, fique à vontade.

       A menina entrou em uma grande sala, toda de cristal. Sentou- se na cadeirinha que havia trazido, pois todos os móveis eram muito frios, quase gelados!

       Em seguida, o anão pôs o jantar dos corvos na mesa. Botou sete pratinhos com sete copinhos e saiu. A menina olhou a comida. Percebeu que estava com fome. Para não deixar nenhum pratinho vazio, comeu um pouco de cada um. Bebeu somente um gole bem pequeno de cada copinho. Mas no último deixou cair seu anel.

       Ouviu ruídos de asas e gritos de pássaros. Eram os corvos chegando! Escondeu-se rapidamente.

       Cada um foi comer de seu pratinho e beber de seu copinho. Um após outro surpreendeu-se:

       — Oh! Quem comeu do meu pratinho!? — grasnou o primeiro.

       — Alguém bebeu do meu copinho! — continuou o segundo.

       — Foi uma boca humana! — surpreendeu-se o terceiro.

       E assim por diante, até chegar o sétimo. Este bebeu o vinho até o final. Pegou o anel com o bico!

       Examinou a joia, surpreso.

       — É o anel de mamãe!

      Concluiu:

      — Quem sabe foi nossa irmãzinha que trouxe o anel! Tomara! Só assim seremos libertados.

       Ao ouvir o corvo, a irmã saiu detrás da porta, onde estava escondida.

       — Sou eu, sim! — gritou, feliz. — Vim encontrar meus irmãos!

       Imediatamente, o feitiço desfez-se. Todos os sete voltaram à forma humana.

       Abraçaram-se felizes.

       Juntos, retornaram à sua casa, para viver como uma verdadeira família!

IRMÃOS GRIMM. Os sete corvos. In: Contos de Grimm – Branca de Neve e Rosa Vermelha

e outras histórias. Adaptação de Walcyr Carrasco. Barueri: Manole, 2007. p. 15-20.

 1. Compartilhe com os colegas:

a) Você gostou da história? Por quê?

Respostas pessoais. O importante é os alunos apresentarem argumentos, fazerem relações entre suas preferências literárias e a narrativa lida, refletirem sobre situações da história.

 

b) Observou nela alguma situação que já notou em outros contos maravilhosos? Qual?

Possibilidades de resposta: situação de encantamento/ quebra de encantamento; características humanas atribuídas a seres não humanos; objetos mágicos, como o ossinho, etc.

 

2. Grande parte dos contos maravilhosos é iniciada com a expressão

“Era uma vez...”. Essa expressão dá a ideia:

a) de um tempo preciso e definido ou de um tempo impreciso e distante?

De um tempo impreciso e distante.

 

b) de uma história verídica ou de uma história ficcional, inventada?

De uma história ficcional, inventada

 

3. O conto retrata a história de uma família.

a) Como essa família era formada?

Era formada pelos pais e por sete irmãos.

 

b) Qual era o desejo do pai dessa família?

Ele tinha o desejo de ter uma filha.

 

c) Esse desejo foi alcançado?

Sim, sua esposa tem uma filha e o desejo dele é realizado.

 

4. A respeito do relacionamento entre o pai e os filhos no conto, responda:

a) Nervoso com a demora dos filhos para trazer a água no dia do batismo da filha, o pai cometeu um ato impensado. Qual foi esse ato?

Ele amaldiçoou os filhos, dizendo que eles deveriam se transformar em sete corvos.

 

b) Que consequências teve esse ato para a família?

Os filhos se transformaram em corvos, voaram e desapareceram.

 

c) Considerando suas respostas anteriores, como era esse relacionamento familiar?

O pai era severo e os filhos tinham medo dele.

 

5. Depois de crescida, a filha mais nova fica sabendo da história de seus irmãos e resolve sair pelo mundo à procura deles. O que essa decisão pode revelar sobre a personalidade da personagem?

Essa decisão pode revelar que a personagem era corajosa, bondosa, altruísta, entre outras possibilidades. Incentive os alunos a compartilhar de que modo descreveriam a atitude da menina e verifique se as respostas podem ser respaldadas pelo texto.

 

6. Depois de vencer vários desafios, a irmã encontra os corvos.

a) Qual era a importância do anel que a irmã usava?

De acordo com o texto, somente a chegada da irmã com o anel é que poderia libertar os irmãos. O anel também sinaliza que quem o trouxe teve contato com a mãe dos garotos transformados em corvos.

 

b) Há, no conto, alguma pista que comprove que os irmãos tinham esperança de que a irmã os procurasse? Justifique sua resposta com um trecho do texto.

Sim, pois um dos corvos diz “Quem sabe foi nossa irmãzinha que trouxe o anel!”.

 

7. Muitos contos maravilhosos terminam com os personagens principais vivendo “felizes para sempre”. O final do conto “Os sete corvos” é um exemplo disso? Por quê?

Sim, já que ocorre um final feliz: todos os irmãos voltam para casa e podem retomar a vida familiar em harmonia.

 

1. Releia o trecho a seguir.

Mal terminou de dizer as palavras, ouviu uma revoada sobre sua cabeça.

Olhou para cima. Sete corvos voavam no céu!

O pai caiu em si. Fez de tudo para quebrar o feitiço. A mãe também, chorando, moveu mundos e fundos para ter os filhos de volta.

a) Ao observar os sete corvos voando no céu, o pai caiu em si. O que essa expressão revela sobre o sentimento do pai nesse momento?

Que o pai tomou consciência de que suas palavras transformaram os filhos em corvos.

 

b) Ao saber que os filhos tinham sido transformados em corvos, a mãe moveu mundos e fundos para tê-los de volta. Qual é o sentido da expressão em destaque?

A mãe fez tudo o que era possível para desfazer o feitiço.

 

2. No trecho “Andou, andou, andou. Até aos confins da terra [...]”, qual é o sentido criado pela repetição da palavra andou?

A repetição da palavra andou constrói a ideia de que essa ação ocorreu por muito tempo, ou seja, a menina andou muito.

 

3. No trecho a seguir, a menina chega aos confins da Terra e depara com o Sol e a Lua. Nele são empregados alguns pontos de exclamação. Releia-o em voz alta, dando ênfase a esse sinal de pontuação.

O sol parecia estar tão perto! A menina aproximou-se dele, mas era quente e terrível. Pior, devorava crianças! Quando o Sol abriu uma boca gigantesca, a menina correu em direção à Lua. Oh! Era fria demais. Ao perceber que a menina olhava para ela, a Lua também abriu a boca, pronta para mastigá-la!

Conclua: Que sentido o ponto de exclamação produz no trecho?

O ponto de exclamação acentua a tensão da situação, enfatizando a dramaticidade da narrativa, ou seja, o perigo que a menina corria de ser devorada.

 

4. Releia o trecho a seguir.

A menina não faleceu. Pelo contrário. Passados os primeiros dias, sua saúde fortaleceu-se. Tornou-se, também, muito bonita.

Durante muito tempo, a menina não soube que tinha irmãos. Seus pais preferiam não contar o que acontecera.

a) Nesse trecho, que expressão indica que a melhora na saúde da menina ocorreu rapidamente?

A expressão “Passados os primeiros dias”.

 

b) A menina tinha irmãos, mas não sabia. No caderno, copie a expressão que sinaliza que ela demorou para saber do fato.

A expressão “Durante muito tempo”

c) Reescreva o trecho substituindo as duas expressões indicadas na resposta aos itens anteriores por outras com sentido equivalente.

Possibilidades de resposta: a expressão “Passados os primeiros dias” pode ser substituída por expressões como “Depois de alguns dias”, “Em poucos dias”, etc.; já a expressão “Durante muito tempo” pode ser substituída por expressões como “Por um longo tempo”, “Por muitos anos”, etc.

Aceite outras respostas, desde que as expressões indicadas mantenham o sentido original do trecho.

 01 – Quem são as personagens principais? E as personagens secundárias?

      As personagens principais são a mãe, o pai, os sete filhos e a menina. As secundárias são o Sol, a Lua, as estrelas, a Estrela D’Alva e o anãozinho.

 02 – Quais são os cenários onde a história se passa? É possível descrevê-los?

      Inicialmente, a história se passa no local onde a família vivia, que ficava perto de uma fonte. Não há elementos suficientes para descrevê-lo. Depois, a menina chega ao fim do mundo, onde estão o Sol, a Lua e as estrelas. Ela termina na Montanha de Cristal, onde vivem seus irmãos. Este local tem um portão que pode ser aberto com um osso e tem um anão como guardião.

03 – Quem está narrando esse conto? Um narrador-personagem ou um narrador-observador?

      Um narrador-observador.

 04 – Ele é narrado em 1ª ou em 3ª pessoa?

      É narrado em 3ª pessoa.

 05 – O que acontece na história (qual é seu enredo)?

      Um casal que tinha sete filhos homens, esperava o nascimento de sua primeira filha, no dia em que os meninos foram buscar água para o batismo da recém-nascida, que era muito fraca, uma maldição lançada pelo pai os transformou em corvos. A menina cresceu sem saber sobre a história dos irmãos e quando a descobriu saiu pelo mundo em busca deles. No percurso, ganhou um objeto mágico (um osso) da Estrela d’Alva, capaz de abrir o portão da Montanha de Cristal, lugar no qual os irmãos viviam. Ao perder o objeto, cortou um pedaço de seu dedo para poder entrar no local. O reencontro transformou os corvos em humanos novamente e todos ficam felizes e voltam para casa.

 06 – Qual é o momento de maior tensão na narrativa (clímax)?

      O clímax ocorre quando a menina perde o ossinho que ganhou da Estrela d’Alva com o qual abriria o portão da Montanha de Cristal onde seus irmãos viviam.

 07 – Como o problema se resolve (qual é o desfecho)?

      O problema se resolve com a menina cortando um pedaço do próprio dedo para servir de chave e abrir o portão.

08 – Na sua opinião, os diálogos são importantes na história?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Os diálogos representam a fala das personagens, o que aproxima o texto do leitor, conduzindo a narrativa para o momento em que é feita a leitura.

 09 – Que conflito impulsionou a trama da narrativa?

 a)   O casal não conseguia ter uma filha, apenas meninos.

 b)   A menina nasceu com a saúde debilitada.

 c)   A falta de água para batizar a menina.

 d)   As crianças não queriam uma irmã.

 10 – Releia um trecho do texto: “Mas, ao mesmo tempo, ficaram muito preocupados, pois a recém-nascida era pequena e fraquinha [...]”. O que explica a preocupação dos pais?

 a)   Eles não acreditavam que a criança sobreviveria.

 b)   Eles temiam que a criança ficasse muito pequena.

 c)   Eles acreditavam que a criança seria muito magrinha.

 d)   Eles tinham receio de que a criança não se desenvolvesse.

 

11 – As formas verbais “caiu”, “mandou” e “falou” transmitem ideia de:

 a)   Tempo futuro.

 b)   Tempo presente.

 c)   Tempo passado.

 d)   Situação atemporais.

 

12 – No trecho: “Os meninos ficaram sem saber o que fazer”, a expressão destacada indica que os meninos estavam:

 a)   Amedrontados.

 b)   Encantados.

 c)   Ansiosos.

 d)   Confusos.

 13 – Quais personagens são citadas no trecho da história?

 a)   Um homem e seus sete filhos.

 b)   Sete corvos e um bebê recém-nascido.

 c)   Um homem, seus sete filhos e uma recém-nascida.

 d)   Um homem, seus sete filhos, uma mulher e uma recém-nascida.


1) Quem são as personagens dessa história?

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2) Retire e copie, no espaço abaixo, o trecho que descreve como era a menina logo que ela nasceu.

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3) De acordo com o texto, o que aconteceu para que o pai ficasse com raiva dos sete filhos?

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4) Foi o “desejo” do pai que desencadeou um acontecimento mágico. Que acontecimento foi esse?

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5) A menina cresceu sabendo que tinha irmãos?

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6) O que a menina fez quando descobriu o que tinha acontecido com os irmãos?

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7) Releia o trecho a seguir, que narra como a menina ficou após saber a verdade sobre o que havia acontecido com os irmãos.

 

Qual é o efeito de sentido provocado pela a repetição da palavra sofria?

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