FILOSOFIA 9º ANO
Adaptado de: https://www.studocu.com/pt-br/document/universidade-federal-de-jatai/filosofia/filosofia-8o-ano-material-apostila/53047486 pag. 38
A boa e a má escolha
“Há ocasiões em que utilizamos um bem como se fosse um mal e, ao contrário, um mal como se fosse um bem.”Epicuro
Todos nós fazemos escolhas desde o amanhecer até o anoitecer. Escolhemos frutas, roupas, amigos, amores, filmes, músicas, o candidato em quem vamos votar...
Mas as escolhas nem sempre são fáceis e simples como optar entre ir ao cinema e ir ao teatro. Há uma diferença considerável entre escolher um filme para ver e um candidato em quem votar. Em relação à escolha, há que se notar outra característica humana: dentre as alternativas, optamos pela que consideramos melhor para nós, ou pela menos ruim. Escolher o melhor é tão cotidiano e universal quanto comer e beber.
Mas eis o problema: Às vezes, ignoramos o que seja realmente um bem para nós. A escolha depende do conhecimento. Só escolhe bem quem conhece todos os aspectos e implicações de cada alternativa. Ora, ainda é muito grande nossa ignorância sobre a realidade humana. O que ou mesmo quem nos faz mais felizes, mais realizados? Muitos desconhecem até os alimentos que deveriam ingerir para gozar de boa saúde. Maior ainda é o desconhecimento em relação aos prazeres. A busca da satisfação imediata pode custar sérios males ao futuro.
Na política, é comum a eleição de candidatos que nunca seriam escolhidos se os eleitores estivessem mais bem informados. A ignorância é adubo para demagogos e corruptos.
Tudo isso, porém, não significa que os males do mundo são frutos apenas da ignorância, como pensava Sócrates. Para esse filósofo, o homem só pratica o mal quando ignora o bem.
Na verdade, às vezes cometemos deliberadamente o mal para satisfazer um prazer passageiro ou para conseguir algo que não obteríamos por meios lícitos. Nem sempre a razão comanda nossas ações. Agimos também conduzidos por paixão, por impulsos inconscientes. É por isso que o filósofo cristão Paulo de Tarso afirmou: “Não faço o bem que quero, mas faço o mal que não quero” (Romanos 7: 19).
Também não devemos nos esquecer das determinações emotivas, do coração, que, segundo Pascal, tem razões que a própria razão desconhece.
Aristóteles dizia que o conhecimento é o que existe de mais fácil e de mais difícil: fácil, porque todos têm sempre algum conhecimento das coisas num certo grau; difícil, porque o conhecimento adequado de alguma coisa impõe muitas exigências. Nem sempre o que aparece como um bem é bem. Nem sempre o que agrada imediatamente se identifica com o bem.
Depois, é necessário considerar o bem em diversas dimensões: É o bem do momento? É o bem estável? É o bem que tranquiliza? É o bem que constrói?
O problema seria simples, se consistisse numa distinção teórica entre bem e mal. Ele se
torna complexo quando descobrimos que toda a dificuldade está em distinguir entre o bem e o bem, em hierarquizar os bens, em separar o bem de superfície e o bem profundo, entre
o bem acidental e o bem substancial, entre o bem aparente e o bem essencial.
Hoje, a escolha do bem, do melhor, qualquer escolha, é seriamente prejudicada pelo excesso de informações. Somos bombardeados pelo rádio, televisão, cinema, livros, jornais, revistas, outdoors e internet. Muitas dessas informações têm objetivos mercadológicos. Alojam-se em nosso inconsciente, fazendo-nos desejar coisas de que não precisamos, que nem sempre serão boas para nós, mas que o mercado deseja vender. Com isso, nossos desejos correm o risco de ser os desejos alheios. E a escolha pelo melhor pode virar opção pelo pior
RESPONDA:
1. Geralmente como fazemos as escolhas?
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2. O que é preciso para fazer uma boa escolha?
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3. Por que às vezes escolhemos mal?
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4. O que Sócrates dizia sobre o a escolha de praticar o mal?
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5. De acordo com Paulo o que seria agir conduzido pela paixão?
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6. Você acha que nós agimos mal por desconhecimento, como afirma Platão, por paixão como pensava Sócrates ou tem outra opinião. Justifique sua resposta.
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7. Você tem preferência por algum político ou partido? Que critérios você usou para essa escolha?
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8. Você faz boas escolhas no que diz respeito ao que come e bebe? Comente?
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9. Você faz boas escolhas no que diz à escola como, por exemplo, comportamento, realização das atividades e dedicação? Justifique.
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10. Você tem escolhido bem seus amigos? Quais critérios você tem utilizado para isso?
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11. “O homem está condenado a ser livre.” (Jean-Paul
Sartre) Ser livre é poder escolher a comida, bebida, amizades, emprego, casamento...
Por ser livre seria uma condenação?
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