PáginasDESCRITOR

sexta-feira, 29 de maio de 2020

POEMA MORTE E VIDA SEVERINA 9º ANO RIO 18



MORTE E VIDA SEVERINA (Início)
João Cabral de Melo Neto
O RETIRANTE EXPLICA AO LEITOR QUEM É E A QUE VAI

— O meu nome é Severino,
como não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria;
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias.
Mais isso ainda diz pouco:
há muitos na freguesia,
por causa de um coronel
que se chamou Zacarias
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.
Como então dizer quem falo
ora a Vossas Senhorias?
Vejamos: é o Severino
da Maria do Zacarias,
lá da serra da Costela,
limites da Paraíba.
Mas isso ainda diz pouco:
se ao menos mais cinco havia
com nome de Severino
filhos de tantas Marias
mulheres de outros tantos,
já finados, Zacarias,
vivendo na mesma serra
magra e ossuda em que eu vivia.
Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
[...]
Somos muitos Severinos
iguais em tudo e na sina:
a de abrandar estas pedras
suando-se muito em cima,
a de tentar despertar
terra sempre mais extinta,
a de querer arrancar
algum roçado da cinza.
Mas, para que me conheçam
melhor Vossas Senhorias
e melhor possam seguir
a história de minha vida,
passo a ser o Severino
que em vossa presença emigra. [...]
MELO NETO, João Cabral de. Obra completa.Rio de
Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

1 – Observe a presença do travessão (—), iniciando o poema. O que esse sinal indica?
______________________________________________________________________________________________________________
2 – Em que verso o personagem explica ter sido batizado com esse único nome “Severino”?
_______________________________________________________
3 – Observe, nas formas como o personagem diz que era conhecido pelos outros e na forma como tenta, primeiramente, se apresentar aos leitores, que ocorre o que chamamos de processo de GRADAÇÃO. Gradação é uma figura de linguagem caracterizada por um encadeamento de ideias de forma gradativa, que pode seguir a ordem crescente ou decrescente. Diga que formas são essas e como se dá a gradação.
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4 – Ao procurar dizer ao leitor quem é, o personagem faz uma tentativa para, logo depois, se opor a ela, reconhecendo que ainda diz pouco. Transcreva do poema a palavra que indica tratar-se de uma tentativa e a que indica a oposição que faz a ela (ou sua contradição).
_______________________________________________________

5 – Transcreva do poema os versos que expressam o motivo da dificuldade de o personagem dizer aos outros quem ele é:
_______________________________________________________________________________________________________________
6 – Que forma de tratamento o personagem usa para se dirigir aos leitores (ouvintes)?
_________________________________________________________________________________________________________________
7 – Nos versos “Mais isso ainda diz pouco: / há muitos na freguesia,” com que sentido foi usada a palavra em destaque?
_________________________________________________________________________________________________________________
8 – Nos versos “Somos muitos Severinos / iguais em tudo e na sina:”, que significado tem a palavra em destaque?
_________________________________________________________________________________________________________________
9 – Transcreva os versos que indicam que o lugar onde o personagem estava era de terra ressequida, de difícil cultivo:
_________________________________________________________________________________________________________________
10 – Transcreva os versos que expressam a finalidade do personagem ao procurar se apresentar aos leitores:
_________________________________________________________________________________________________________________
11 – Observe os versos finais “passo a ser o Severino / que em vossa presença emigra.”. Que outra palavra, no poema, tem um sentido que se relaciona com o sentido da palavra em destaque, “emigra”?
_________________________________________________________________________________________________________________

POEMA A MAIOR RIQUEZA DO HOMEM É A SUA INCOMPLETUDE 9º ANO


POEMA A MAIOR RIQUEZA DO HOMEM É A SUA INCOMPLETUDE

A maior riqueza do homem
é a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como sou - eu não aceito.
Não aguento ser apenas um sujeito que abre portas,
que puxa válvulas, que olha o relógio,
que compra pão às 6 horas da tarde,
que vai lá fora, que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.
Perdoai
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem
usando borboletas.



Manoel de Barros

1 – Qual o significado da palavra “incompletude”?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
2 – Perceba que há várias ações marcadas por uma estrutura repetitiva,
iniciada pelo “que”. Essas ações são especiais ou cotidianas, corriqueiras?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
3 – Qual o efeito do uso de “etc. etc” (*Verso 8)?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
4 – Observe essa estrutura:
“Não aguento ser apenas um sujeito que abre portas /puxa válvulas/olha o
relógio/compra pão às 6 horas da tarde/vai lá fora/aponta o lápis/vê a uva”
Como é, então, o sujeito que o eu poético não aguenta ser?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
5 – O que significa no texto ser “Outros”?
____________________________________________________________


CONTO PETER PAN PARTE III NA ENSEADA DAS SEREIAS 6º ANO RIO 18


CONTO PETER PAN PARTE III NA ENSEADA DAS SEREIAS 6º ANO RIO 18

       [...] Peter Pan e Wendy nadavam na Enseada das Sereias, ouvindo o mavioso canto delas e tentando persegui-las em seus mergulhos. Foi aí que, de repente, o tempo começou a mudar: uma nuvem enorme tapou o Sol e uma neblina tudo escureceu. Os dois acharam melhor nadar de volta à praia, quando ouviram um murmúrio. Peter fez sinal para Wendy ficar quietinha e murmurou:
       – Isso é voz de pirata! Acho que vem dali, logo adiante, da Pedra do Desterro.
      – O que é isso?
       – É uma pedra afastada, no meio do mar, onde os comandantes piratas abandonam algum companheiro que tenha cometido uma falta. O coitado fica lá, até a maré encher e afogá-lo!
       – Que horror!
       Nadaram em silêncio e, logo que se aproximaram da Pedra do Desterro, conseguiram entender as vozes. A primeira a ser entendida era a voz do   Barrica:
       – Vamos fazer como o Capitão mandou. Ele disse pra deixar a menina aqui, amarradinha nesse toco, na Pedra do Desterro, até a maré encher. Ha, ha! O  Grande Chefe Pantera Caolha vai ficar furioso quando descobrir que afogamos sua querida filha Tigresinha!
       – Ha, ha! – repetiu o outro pirata, que era meio bobo. – Blub, blub, blub! Vai se afogar!
       O horror agora era maior: a Princesa Tigresinha tinha sido capturada pelos piratas e ia morrer afogada! Wendy olhou Peter Pan, implorando por algum plano que pudesse salvar a indiazinha.
       E esse plano foi imediatamente posto em prática, pois Peter era perito em imitar vozes. Pôs a mão em concha em torno da boca e falou alto, fazendo a voz do Capitão Gancho:
       – Com seiscentos milhões de cascavéis e escorpiões! Barrica! Sete-dedos!    Desamarrem a indiazinha, já, já! E mandem ela embora no bote!
       Os dois piratas ficaram de boca aberta! O que era aquilo?
      – Ué... – perguntou Sete-dedos. – É o Capitão... Mas por que ele está dizendo pra gente soltar a indiazinha, se ainda agora mandou a gente acabar com ela?
       Barrica também não estava entendendo e perguntou:
       – Ma-ma-mas, Capitão! O senhor não tinha mandado a gente...
Peter interrompeu, fazendo a voz mais ameaçadora que conseguia:
       – Com seiscentos milhões de cascavéis e escorpiões! Eu sei muito bem o que faço e o que mando! E estou mandando soltar a índia já, já! Desamarrem a
menina e ponham ela no bote! Ou vão sentir o ferro do meu gancho em suas gargantas! Com seiscentos milhões de cascavéis e escorpiões!
       Tremendo de medo, os dois piratas mais que depressa desamarraram Tigresinha do toco e puseram a menina no bote. Como dois palermas, ficaram vendo a indiazinha fugir, remando bem depressa.
       – Ué... – comentou Sete-dedos, que, pelo jeito, não era tão bobo assim. – E agora? A gente é que vai ficar aqui, na Pedra do Desterro, sem bote, esperando a maré encher? E se a gente se afogar, hein?
1 – O que aconteceu na Enseada das Sereias que fez com que Peter Pan e Wendy resolvessem nadar de volta à praia?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________
2 – O que aconteceu quando eles estavam voltando e que dá origem a todas as ações que acontecem na história?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________
3 – O que era a Pedra do Desterro?
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4 – No trecho “[...] Ha, ha! O Grande Chefe Pantera Caolha vai ficar furioso quando descobrir que afogamos sua querida filha Tigresinha!”, o que representam as palavras
destacadas?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________
5 – No trecho “O horror agora era maior: a Princesa Tigresinha tinha sido capturada pelos piratas e ia morrer afogada! [...]“, que palavra poderia substituir os dois
pontos, empregados nessa frase, sem alterar o sentido do que está sendo dito?
________________________________________________________________________________________________________________________________________
6 – No trecho “- Ha, ha! – repetiu o outro pirata, que era meio bobo. – Blub, blub, blub! Vai se afogar!“, que som as palavras destacadas estão representando?
________________________________________________________________________________________________________________________________________
7 – Conte, com suas palavras e resumidamente, qual era o plano de Peter Pan para salvar a indiazinha.
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
8 – No trecho “Os dois piratas ficaram de boca aberta!”, o que significa a expressão em destaque?
________________________________________________________________________________________________________________________________________
9 – No trecho “– Ma-ma-mas, Capitão! O senhor não tinha mandado a gente...”, explique por que essa palavra foi grafada, ou seja, escrita dessa forma.
________________________________________________________________________________________________________________________________________
10 – Conte, com suas palavras, como aconteceu o desfecho, ou seja, o final da história.
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

CONTO PETER PAN PARTE II UMA FADINHA TILINTANTE 6ºANO RIO 18


Logo que a mamãe Darling saiu e fechou a porta atrás de si, Peter Pan cuidadosamente levantou a vidraça atrás de si e entrou no quarto. Ele, que até tinha aprendido com as fadas da Terra do Nunca a voar, não podia viver sem a própria sombra. Era preciso encontrar a fujona!
       Junto com ele, como se fosse uma das estrelinhas do céu, vinha uma luzinha brilhante, pequenina, que esvoaçava por todo lado como uma borboleta... Uma luzinha que piscava, brilhava feito vaga-lume e tilintava como um sininho de ouro. E Sininho era justamente o nome daquela lindeza,
uma fada tão pequena que caberia inteirinha na palma da sua mão!
        – Vamos, Sininho! – sussurrou Peter Pan. – Procure a minha sombra. Como é que vou chegar na Terra do Nunca sem a sombra?
       – Tin-tlin tin? – perguntou a fadinha.
        – Onde procurar? Bom, se eu fosse uma sombra e não quisesse ser encontrado, não ia ficar num lugar iluminado. Ela deve ter se escondido em algum canto escuro, o melhor lugar para uma sombra se esconder. Procure nas gavetas, Sininho!
       Sininho entrou pelas fechaduras de todas as gavetas e armários do quarto e... nada! Foi aí que a fadinha viu o relógio cuco na parede. Sentou-se
em cima dele e esperou: logo os ponteiros chegaram às sete horas, e a portinha do cuco abriu-se:
        – Cuco! Cuco!
       Mais que depressa, Sininho entrou pela portinha e... lá estava a sombra!
       – Tlin-tilin! Tlin-tin! – fez Sininho, espantando a sombra, que foi cair nas mãos de Peter Pan.
      Plac! – fez a portinha do relógio, fechando-se e prendendo Sininho lá dentro!
       – Há, há! – riu-se Peter Pan, sem perceber que a fada tinha ficado trancada no relógio. – Venha cá, sua fujona!
       A sombra debateu-se, voou das mãos de Peter, mas o menino era ligeiro e acabou agarrando a danada pelo pescoço.
       – Pronto. Mas, e agora? Como é que eu vou prender a sombra no lugar de novo?
       Tentou colar com cuspe, mas logo desistiu. Foi buscar um sabonete no banheiro e procurou emendar a fujona no toquinho de sombra que havia sobrado nos seus pés, mas a ideia não deu nem um pouquinho certo. Que tristeza!
      Foi aí que Wendy acordou ouvindo soluços. Sentou-se na cama e... o que viu foi seu herói, o verdadeiro Peter Pan, sentado no tapete e chorando desconsolado!
       – Peter Pan! Que bom! Você veio me visitar! Mas por que você está chorando?
       O menino parou de chorar, pigarreou sem jeito e respondeu:
       – Hum... ha-rum... É que não consigo colar essa minha sombra rebelde no lugar. Vai ver o sabão de vocês não é de boa qualidade...
       Wendy sorriu e ofereceu-se:
      – Ora, Peter! Sabão não serve pra colar sombra. O certo é costurar essa fujona no lugar dela. E eu sei costurar direitinho!
       Foi buscar uma cestinha de costura, pegou linha preta e agulha, enfiou um dedal no dedinho e avisou:
      – Seja valente, Peter. Isso pode doer um pouco.
O menino levantou o nariz:
     – Não se preocupe: eu não choro nem pra injeção

BANDEIRA, Pedro. Peter Pan / recriação da obra de James Barrie. São Paulo: Moderna, 2014

1 – “Era preciso encontrar a fujona!”
a) A quem se refere a expressão destacada?
_____________________________________________________________________________________________
b) Por que Peter Pan a estava chamando assim?
______________________________________________________________________________________________________________________
2 – “Junto com ele, como se fosse uma das estrelinhas do céu, vinha uma luzinha brilhante, pequenina, que esvoaçava por todo lado como uma borboleta... Uma luzinha que piscava, brilhava feito vaga-lume e tilintava como um sininho de ouro.”
a) Este trecho é uma descrição, ou seja, ele diz, através de palavras, quais são as características de alguém. Quem está sendo descrito?
_____________________________________________________________________________________________________________________
b) Copie, desse trecho, outra expressão que comprove que ela tem algumas características de uma “estrelinha do céu”.
______________________________________________________________________________________________________________________
c) Por que a personagem recebeu o nome de Sininho?
______________________________________________________________________________________________________________________
3 – “– Tin-tlin tin? – perguntou a fadinha.
– Onde procurar? Bom, se eu fosse uma sombra e não quisesse ser encontrado, não ia ficar num lugar iluminado. [...]”
A fada Sininho apenas tilinta. Então, como o leitor fica sabendo o que a fada perguntou?
______________________________________________________________________________________________________________________
4 – “Sentou-se na cama e... o que viu foi seu herói, o verdadeiro Peter Pan, sentado no tapete e chorando desconsolado!”
Qual o efeito de sentido causado pelo uso das reticências?
______________________________________________________________________________________________________________________
5 – Circule, no trecho abaixo, as palavras ou expressões que substituem o nome de Peter Pan:
“Foi aí que Wendy acordou ouvindo soluços. Sentou-se na cama e... o que viu foi seu herói, o verdadeiro Peter Pan, sentado no tapete e
chorando desconsolado!
– Peter Pan! Que bom! Você veio me visitar! Mas por que você está chorando?
O menino parou de chorar, pigarreou sem jeito e respondeu:
– Hum... ha-rum... É que não consigo colar essa minha sombra rebelde no lugar. Vai ver o sabão de vocês não é de boa qualidade...”

6 – Observe dois trechos do texto:
1  “Ora, Peter! Sabão não serve pra colar sombra. O certo é costurar essa fujona no lugar dela! E eu sei costurar direitinho!”
2  “Foi buscar uma cestinha de costura, linha preta e agulha, enfiou um dedal no dedinho e avisou: [...]”
Em qual trecho a palavra destacada dá ideia de algo pequeno? _____________________________________________________________________

7 – “Foi buscar uma cestinha de costura [...] e avisou:
– Seja valente, Peter. Isso pode doer um pouco.”
A que atitude de Wendy se refere a palavra destacada?
__________________________________________________________________________________________________________________________
8 - “O menino levantou o nariz:
– Não se preocupe: eu não choro nem pra injeção!”

Que palavra você poderia usar para substituir os dois pontos, sem alterar o
sentido do que está sendo dito?

CONTO PETER PAN PARTE I O MENINO QUE NÃO QUERIA CRESCER 6º ANO RIO18

CONTO PETER PAN PARTE I O MENINO QUE NÃO QUERIA CRESCER 6º ANO RIO18

        – Ei, que vulto é esse do lado de fora dessa janela? Será um ladrão?
       Que nada! É Peter Pan, um menino mais ou menos da sua idade que existe há muito tempo!
       – Ué! Se ele existe há muito tempo, como pode ser um menino da minha idade?
      Estranho, não é? Mas essa maluquice aconteceu porque o menino Peter Pan ficava furioso quando os adultos perguntavam o que ele ia ser quando
crescesse.
      – O que vou ser? Quer dizer que eu não sou nada ainda? Pois fiquem sabendo que eu sou um menino muito feliz, que gosta de sonhar com aventuras muito emocionantes que nenhum adulto é capaz de imaginar.    Querem saber de uma coisa? Eu não vou ser nada quando crescer, porque eu
não vou crescer! Vou continuar menino para sempre! Não quero virar gente grande e esquecer todo esse monte de coisas maravilhosas que eu guardo
aqui na minha cabeça de criança!
       Pois é! Cabeça de criança é desse jeito mesmo. A do Peter Pan é igualzinha à sua: uma mistura de lugares fascinantes, cheios de piratas, anões mágicos, duendes que vivem debaixo de cogumelos, índios de cara pintada, fadas transparentes como bolhas de sabão e sereias que enfeitiçam as pessoas com o seu canto! E ainda cavernas escuras, que ocultam mistérios inventados para provocar sustos deliciosos nas crianças que têm coragem e imaginação. Por isso, Peter Pan decidiu viver na Terra do Nunca, onde ninguém precisa crescer, só tem de brincar o tempo todo.
       – Terra do Nunca? O que é isso de Terra do Nunca?
       Já explico, mas primeiro quero contar por que ele está se escondendo do lado de fora dessa janela. É que, quando ele decidiu morar para sempre
na Terra do Nunca, acabou deixando para trás uma das coisas mais gostosas que existem nas casas das crianças que aceitam crescer: as histórias que
as mamães contam para seus filhos antes de o sono chegar. Essa daí é a mamãe Darling, e Peter Pan gosta de ouvir a mamãe Darling contando
histórias para seus três filhos: Wendy, Miguel e João.
       [...] – Que história boa! – comentou João, o filho do meio. – Eu bem que queria conhecer esse Peter Pan...
      – Ora, João! – sorriu a mãe. – Como é que você poderia conhecer de verdade o Peter Pan? Isso são histórias. E as personagens das histórias não
existem!
      – Como não existem? – protestou Wendy. – Peter Pan existe muito existido e pronto!
       – Eu cledito em Piti-Pã – apoiou Miguel, que ainda não sabia falar direito.
        Mamãe Darling suspirou daquele jeito que as mães suspiram para as coisas que as crianças inventam e encerrou a conversa:
       – Muito bem, crianças. Já é hora de dormir. Todo mundo pra cama!
       Ajeitou as cobertas de cada um, deu seus beijinhos de boa noite, deixou aceso um pequeno abajur e, antes de sair, foi baixar a vidraça da janela do quarto.
       Do lado de fora, ao vê-la aproximar-se, Peter Pan afastou-se para não ser descoberto, mas sua sombra, projetada pela Lua para dentro do quarto, foi cortada pela janela como ele cortaria uma folha de papel!
       A sombra, vendo-se livre de viver grudada nos pés do menino e arrastada pelo chão o tempo todo, mais que depressa tratou de esconder-se no canto mais escuro que encontrou dentro do quarto...

Adaptado de BANDEIRA, Pedro. Peter Pan / recriação da obra de James Barrie. 2. ed. – São Paulo: Moderna, 2014.

1 “– Ué! Se ele existe há muito tempo, como pode ser um menino da minha idade?”
Que palavra indica o espanto do menino com o que ele havia acabado de ouvir?
..................................................................................................................................................................................................................................................
2 –“Eu não vou ser nada quando crescer, porque eu não vou crescer!”
Por que Peter Pan não queria crescer?
..................................................................................................................................................................................................................................................
3 –“A do Peter Pan é igualzinha à sua: uma mistura de lugares fascinantes, cheios de piratas sanguinários, anões mágicos, duendes que vivem debaixo de cogumelos, índios de cara pintada, fadas transparentes como bolhas de sabão e sereias que enfeitiçam as pessoas com o seu canto! “

Os dois pontos podem ser utilizados para introduzir uma lista, a fala de um personagem ou uma explicação. No caso acima, para que foram empregados os dois pontos?
..................................................................................................................................................................................................................................................
4 – Circule, no texto, um outro trecho em que os dois pontos tenham a mesma função.
..................................................................................................................................................................................................................................................

5 – Pelo texto que você leu, já dá para saber... O narrador é um personagem da história? Ou é alguém que está observando e sabe de tudo o que vai acontecer? Justifique sua resposta citando um trecho do texto.
..................................................................................................................................................................................................................................................
6 – Copie do texto um trecho em que o narrador se dirige ao leitor:
..................................................................................................................................................................................................................................................

CONTO FRAGMENTO O MENINO QUE ESPIAVA PRA DENTRO 6º ANO RIO18


CONTO FRAGMENTO O MENINO QUE ESPIAVA PRA DENTRO 6º
 ANO

       Lucas é um menino que presta muita atenção em tudo.
      Às vezes, fica reparando nas coisas que todo mundo vê: as formigas em fila, as gotas de chuva escorrendo na vidraça, os desenhos no rótulo do vidro de geleia.
      Mas, outras vezes, ele fica tão distraído olhando para alguma coisa que não repara nem responde quando falam com ele. Nessas horas, a avó de Lucas costuma dizer:
     — Ele está espiando pra dentro.
      E está mesmo.
      Às vezes, ele espia pra dentro como todo mundo — de noite, dormindo, sonhando. E, nesse caso, também como todo mundo, vê coisas que mais ninguém está vendo.
      Mas, outras vezes, mesmo de dia, mesmo acordado, mesmo de olhos abertos (ou fechados, tanto faz), ele espia pra dentro. E aí vê coisas que muita gente não consegue ver.
      Se ele brinca debaixo da mesa de jantar e espia pra dentro... passa a morar numa cabana no meio da floresta. por entre cipós pendurados, cercado de árvores e animais selvagens, ouvindo o canto dos passarinhos.
Se ele entra na rede da varanda, encolhe as pernas, balança um pouco e espia pra dentro... está enfrentando as ondas do mar agitado, em um veleiro que sobe e desce vencendo a tempestade, chegando a ilhas desertas ou lutando contra piratas em abordagens perigosíssimas e cheias de emoção.
[...]
      Se na réstia de sol da janela ele estica a mão no meio da poeira dançarina, e espia pra dentro... viaja numa nave espacial pelas galáxias desconhecidas do espaço infinito, em meio a chuvas de meteoros e bombardeios de brilho.
O caso é que sempre, em qualquer lugar, Lucas consegue espiar pra dentro e sair dali. [...]

MACHADO, Ana Maria O menino que espiava pra dentro. 2 ed. São Paulo: Global, 2008.

1 – Retire do texto o trecho em que fica claro o conflito gerador da história.
..................................................................................................................................................................................................................................................


2 – Nessas horas, a avó de Lucas costuma dizer:
    – Ele está espiando pra dentro.”
A que se refere a expressão em destaque?
..................................................................................................................................................................................................................................................

3 –“Às vezes, ele espia pra dentro como todo mundo [...]”
Em que situações as pessoas costumam “espiar pra dentro”?
..................................................................................................................................................................................................................................................

4 - “Mas, outras vezes, mesmo de dia, mesmo acordado, mesmo de olhos abertos (ou fechados, tanto faz), ele espia pra dentro...”
Nessas situações, qual é o sentido da expressão “espiar pra dentro”?
..................................................................................................................................................................................................................................................


5 –“E aí vê coisas que muita gente não consegue ver.”
Indique o que o menino consegue “ver” nas seguintes situações:
a) quando brinca debaixo da mesa de jantar 
..................................................................................................................................................................................................................................................
b) quando entra na rede da varanda 
..................................................................................................................................................................................................................................................
c) quando, na réstia de sol da janela, ele estica a mão no meio da poeira dançarina 
..................................................................................................................................................................................................................................................

6 – No trecho “O caso é que sempre, em qualquer lugar, Lucas consegue espiar pra dentro e sair dali.[...]”, que palavra dá ideia de tempo?
..................................................................................................................................................................................................................................................



GRÁFICO 6ºANO RIO18


GRÁFICO 6ºANO RIO18

GRÁFICO 1



GRÁFICO  2



1 – De acordo com o gráfico 1,
a) quem ingere mais verduras? Os meninos ou as meninas?
_____________________________
b) que tipo de alimento saudável é mais ingerido pelos jovens?
____________________________
c) que tipo de alimento saudável é o menos consumido?
_________________________________
2 – De acordo com o gráfico 2,
a) quais são os maiores consumidores de salgados?
_____________________________________
b) os meninos têm preferência pelos doces ou pelos salgados?
____________________________