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sexta-feira, 10 de julho de 2020

NOTÍCIA BNDS ELEVA FINANCIAMENTO 6º ANO TECENDO LINGUAGENS COM GABARITO


BNDES eleva financiamento a projetos de saneamento básico
Publicado em 11/10/2018 - 19:44 Por Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro



      O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou hoje (11) aumento de sua participação no financiamento a projetos de saneamento básico dos atuais 80% para até 95% do valor total do projeto. A medida se aplica a empréstimos no âmbito da linha BNDES Finem Saneamento Ambiental 
     Segundo informou a instituição, por meio de sua assessoria de imprensa, a participação de até 95% no total do projeto, limitado a 100% dos itens financiáveis, estende-se tanto ao apoio indireto automático, que abrange financiamentos até R$ 150 milhões, até apoio direto e indireto não automático, acima de R$ 10 milhões.
      Contribuíram para a mudança da política operacional do BNDES o alto volume de investimentos necessários para universalizar os serviços; a limitação para repassar gastos com investimentos para tarifa; e a escassez de oferta de fontes de recursos de longo prazo compatíveis com as características do setor.
O BNDES lembrou que já operava com esse nível de 95% no âmbito do Programa Avançar Cidades Saneamento, do Ministério das Cidades. A partir de agora, interessados dos setores público e privado também poderão obter financiamento de até 95% dos projetos. O BNDES acredita que a mudança deverá gerar expansão significativa da carteira, com entrada de cerca de R$ 2 bilhões em novas operações.

Operações

      Até o fim do mês passado, foram contratados onze financiamentos pela Linha BNDES Finem Saneamento Ambiental e Recursos Hídricos, no montante total de R$ 952 milhões. Vinte outras operações – que somam R$ 1,68 bilhões – se encontram em tramitação. Os resultados contrastam com os dados de 2017, quando foram contratadas apenas duas operações.
     Dados do Instituto Trata Brasil e do Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento (SNIS) de 2017 mostram que a situação no Brasil nesse setor ainda é preocupante. O índice de atendimento de água no país, por exemplo, é de 83,3%, ou seja, ainda há mais de 35 milhões de indivíduos sem acesso a esse serviço.
      Em termos de esgotamento sanitário, a situação é ainda pior: o índice de atendimento de coleta de esgoto atinge apenas 51,92% da população. O mesmo acontece em termos de tratamento de esgoto: do total gerado, apenas 44,92% são tratados.



1. Qual o assunto do texto?
a) Aumento dos problemas em relação ao saneamento básico.
b) Diminuição de investimentos para o saneamento básico.
c) Aumento de receita para o saneamento básico.
d) Limitação de repasses para o saneamento básico.

2. O texto acima é uma:
a) notícia
b) editorial
c) resenha crítica
d) matéria de divulgação científica

3. Qual é a finalidade do texto?
a) Conscientizar as pessoas sobre o problema do saneamento básico no Brasil.
b) Informar sobre a participação do BNDES em financiamento a projetos de saneamento básico.
c) Criticar a ausência de políticas públicas em relação ao saneamento básico.
d) Investigar as causas do aquecimento global provocado por poluentes não saneados.

4. Na frase: “O BNDES lembrou que já operava com esse nível de 95% no âmbito do Programa Avançar Cidades Saneamento, do Ministério das Cidades.”, a palavra destacada poderia ser substituída sem prejuízo de sentido por:
a) intervalo
b) tessitura
c) contexto
d) modalidade

5. O penúltimo parágrafo, o texto apresenta:
a) um alerta sobre a situação do saneamento básico no Brasil.
b) uma crítica à situação inquietante do setor.
c) um comentário sobre a situação mundial do saneamento.
d) um sentimento de revolta contra a falta de investimentos públicos para o setor.

6. Qual recurso utilizado no texto que indica que não é possível ser totalmente imparcial mesmo
a jornalista tendo essa intenção?
a) A escolha do título em relação à imagem
b) A seleção dos dados
c) A escolha de adjetivos como “a situação é ainda pior
d) Todas as anteriores

7. No penúltimo parágrafo do texto, destaque um adjetivo que subjetivo, isto é, um comentário da autora. Explique sua resposta em poucas linhas.
Trata-se do adjetivo preocupante, algo que causa preocupação, o que marca um comentário da autora da notícia, demarcando assim, certo grau de parcialidade no fato noticiado.

8. Observe a imagem que acompanha o texto, que elementos você identifica como ação humana que agrava o problema do saneamento básico?
A presença do lixo à beira do rio, que também se mostra profundamente poluído.

9. No último parágrafo do texto, a autora utiliza-se duas vezes os dois pontos (:). Qual é a justificativa para o uso desse recurso de pontuação nesses casos?
a) Anunciar esclarecimentos
b) Realizar citações
c) Finalizar falas
d) Expressar emoção

10. A notícia foi publicada na página da Agência Brasil e pode ser acessada digitalmente por meio do link. Embora ela tenha ferramentas para que o texto seja compartilhado em redes sociais, não tem espaço para comentários de leitores. Se tivesse, qual comentário você escreveria, considerando o contexto da internet? Qual linguagem empregaria e por quê? Justifique.
Produção pessoal

POEMA: CANÇÃO DO TAMOIO 6º ANO TECENDO LINGUAGENS COM GABARITO


Canção do Tamoio*
I
Não chores, meu filho;
Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar.
II
Um dia vivemos!
E o homem que é forte
Não teme da morte;
Só teme fugir;
No arco que entesa
Tem certa uma presa,
Quer seja tapuia,
Condor ou tapir.
III
O forte, o cobarde
Seus feitos inveja
De o ver na peleja
Garboso e feroz;
E os tímidos velhos
Nos graves concelhos,
Curvadas as frontes,
Escutam-lhe a voz!
(...)
V
E pois que és meu filho,
Meus brios reveste;
Tamoio nasceste,
Valente serás.
Sê duro guerreiro,
Robusto, fragueiro,
Brasão dos tamoios
Na guerra e na paz.
VI
Teu grito de guerra
Retumbe aos ouvidos
D'imigos transidos
Por vil comoção;
E tremam d'ouvi-lo
Pior que o sibilo
Das setas ligeiras,
Pior que o trovão.
(...)
X
As armas ensaia,
Penetra na vida:
Pesada ou querida,
Viver é lutar.
Se o duro combate
Os fracos abate,
Aos fortes, aos bravos,
Só pode exaltar.
DIAS, Antônio Gonçalves. Canção do Tamoio. Disponível em:
. Acesso em: 27 jul. 2018.
Vocabulário
renhida: (adj. disputado com pertinência, Fig.
sangrento, cruento)
entesar: tornar-se teso
tapuia: nome dado aos tupis aos índios
inimigos
condor: ave comum nos Andes
tapir: anta
cobarde: covarde
peleja: luta, combate
brio: dignidade, entusiasmo

1. Qual é o assunto do poema?
a) a morte do filho do guerreiro.
b) o conselho de um pai ao filho recém-nascido.
c) o temor pelas dificuldades que a criança pode viver.
d) a preparação para a guerra.

2. Identifique uma ideia de oposição no Canto I. Explique sua resposta.
Oposição entre as palavras “forte” e “fraco”.

3. No Canto II, o eu-lírico indica um medo possível para um homem forte e bravo. Essa ideia se expressa no medo do quê? Justifique sua resposta, reproduzindo o verso.
Medo de fugir. “Só teme fugir”.
4. No poema Canção do Tamoio, notamos um apelo do pai para que o filho. Qual apelo é esse?
Seja bravo e forte e não tenha medo da morte

5. Para indicar a bravura, o eu-lírico aponta elementos que considera da cultura indígena. Identifique-os no Canto VI e escreva-os abaixo.
Dentre os elementos indicados podem ser destacados o grito de guerra e as setas ligeiras.

6. No verso “Teu grito de guerra”, do Canto VI, o pronome “teu” refere-se:
a) a algo fora do contexto do poema.
b) ao grito dos inimigos.
c) ao grito do recém-nascido.
d) ao grito do velho guerreiro.

7. No verso “Nos graves concelhos,” do Canto III, a palavra em destaque foi escrita com a letra c. Contudo, a grafia atual é com a letra s. Levante hipóteses para a grafia no poema ter a letra c.
Na época em que o poema foi escrito, a regra estabelecida para a escrita da palavra apresentava a grafia com c.

8. Em relação ao verso destacado anteriormente. A palavra “concelhos” está flexionada no plural, isso ocorre porque:
“concelhos” é um substantivo e o adjetivo “graves” deve concordar com o nome.

CRÔNICA: A CARROÇA DOS CACHORROS COM GABARITO 6º ANO TECENDO LINGUAGENS


A carroça dos cachorros

Quando de manhã cedo, saio da minha casa, triste e saudoso da minha mocidade que se foi fecunda, na rua eu vejo o espetáculo mais engraçado desta vida.
Amo os animais e todos eles me enchem do prazer natureza.
Sozinho, mais ou menos esbodegado, eu, pela manhã desço a rua e vejo.
O espetáculo mais curioso é o da carroça dos cachorros. Ela me lembra a antiga caleça dos ministros de Estado, tempo do império, quando eram seguidas por duas praças de cavalaria de polícia.
Era no tempo da minha meninice e eu me lembro disso com as maiores saudades.
- Lá vem a carrocinha! - dizem.
E todos os homens, mulheres e crianças se agitam e tratam de avisar os outros.
Diz Dona Marocas a Dona Eugênia:
- Vizinha! Lá vem a carrocinha! Prenda o Jupi!
E toda a “avenida" se agita e os cachorrinhos vão presos e escondidos.
Esse espetáculo tão curioso e especial mostra bem de que forma profunda nós homens nos ligamos aos animais.
Nada de útil, na verdade, o cão nos dá; entretanto, nós o amamos e nós o queremos.
Quem os ama mais, não somos nós os homens; mas são as mulheres e as mulheres pobres, depositárias por excelência daquilo que faz a felicidade e infelicidade da humanidade - o Amor.
São elas que defendem os cachorros dos praças de polícia e dos guardas municipais; são elas que amam os cães sem dono, os tristes e desgraçados cães que andam por aí à toa.
Todas as manhãs, quando vejo semelhante espetáculo, eu bendigo a humanidade em nome daquelas pobres mulheres que se apiedam pelos cães.
A lei, com a sua cavalaria e guardas municipais, está no seu direito em persegui-los; elas, porém, estão no seu dever em acoitá-los.

BARRETO, Lima. Marginália. Disponível em:
. Acesso em: 27 jul. 2018.

1. A crônica é narrada em 1ª ou 3ª pessoa? Destaque do texto elementos que justifiquem o foco narrativo escolhido.
A crônica é narrada em 1ª pessoa. Há traços linguísticos que comprovam esse foco narrativo, como, verbos conjugados em 1ª pessoa (saio, vejo, amo etc.), pronomes pessoais (minha, me etc.).

2. O narrador participa da história ou apenas observa?
Embora a história seja contada em 1ª pessoa, por um narrador que é também personagem, é ainda coadjuvante, ou seja, ele está em cena, mas apenas a observa, relatando os acontecimentos.
3. Onde e quando se passa a história?
A história ocorre de manhã cedo, todas as manhãs e se passa na rua.

4. No trecho: “E toda a “avenida" se agita e os cachorrinhos vão presos e escondidos.”, as aspas na palavra avenida foram utilizadas com propósito:
a) expressivo figurativo
b) apenas de chamar a atenção para a passagem da carrocinha
c) de marcar ironia
d) de indicar que se trata de palavra de língua estrangeira

5. Transcreva do texto adjetivos e/ou locuções adjetivas que se referem:
a) aos sentimentos do cronista:
 “triste e saudoso”
b) aos cachorros:
“presos e escondidos”.

6. A partir da leitura da crônica, o adjetivo “pobres” caracteriza:
a) as mulheres
b) os policiais
c) os sentimentos do cronista
d) os cães

7. Destaque do texto ao menos dois elementos que ordenam a narrativa do ponto de vista temporal.
“quando de manhã cedo” (1º parágrafo) e “todas as manhãs” (15º parágrafo)

8. No trecho “São elas que defendem os cachorros dos praças de polícia e dos guardas municipais; são elas que amam os cães sem dono, os tristes e desgraçados cães que andam por aí à toa. “, as palavras destacadas se referem a:
a) vizinhas
b) às mulheres
c) Dona Marocas e Dona Eugênia
d) às mulheres e às mulheres pobres

9. A palavra carrocinha, no trecho “- Lá vem a carrocinha! “ é um substantivo que recebeu o sufixo –inho-, porém, no feminino. Tal acréscimo cria que efeito de sentido? O mesmo sentido ocorre com a palavra cachorrinho, do trecho “os cachorrinhos vão presos e escondidos.”?
De indicar que se trata de uma carroça pequena. Já na palavra “cachorrinhos”, o uso do sufixo gera efeito de carinho, sentimento bom.

. ATIVIDADE 2

01 – A partir a leitura da crônica, o adjetivo “pobres” caracteriza:

a)   As mulheres.

b)   Os policiais.

c)   Os sentimentos do cronista.

d)   Os cães.

02 – A crônica é narrada em 1ª ou em 3ª pessoa? Destaque do texto elementos que justifiquem o foco narrativo escolhido.

      É narrada em 1ª pessoa, conforme este trecho: “— Quando de manhã cedo, saio...”.

03 – O narrador participa da história ou apenas observa?

      Não, apenas observa.

04 – Onde e quando se passa a história?

      Na rua onde mora o narrador e o fato acontece de manhã, cedo.

05 – No trecho: “E toda a “avenida” se agita e os cachorrinhos vão presos e escondidos”, as aspas na palavra avenida foram utilizadas com propósito:

a)   Expressivo figurativo.

b)   Apenas de chamar a atenção para a passagem da carrocinha.

c)   De marcar ironia.

d)   De indicar que se trata de palavra de língua estrangeira.

06 – Transcreva do texto adjetivos e/ou locuções adjetivas que se referem:

a)   Aos sentimentos do cronista.

Triste, saudoso, solitário, esbodegado.

b)   Aos cachorros.

Tristes, desgraçados.

07 – No trecho: “São elas que defendem os cachorros dos praças de polícia e dos guardas municipais; são elas que amam os cães sem dono, os tristes e desgraçados cães que andam por aí à toa.”, as palavras destacadas se referem a:

a)   Vizinhas.

b)   Às mulheres.

c)   Dona Marocas e Dona Eugênia.

d)   Às mulheres e às mulheres pobres.

08 – Em:

        “E todos os homens, mulheres e crianças se agitam e tratam de avisar os outros.

        Diz Dona Marocas a Dona Eugênia:

        -- Vizinha! Lá vem a carrocinha! Prenda o Jupi!”.

        A transformação correta do trecho sublinhado no texto para o discurso indireto no pretérito está na alternativa:

a)   Dona Marocas disse à vizinha que está vindo a carrocinha e que ela prende o Jupi!

b)   Dona Marocas disse à vizinha que está vindo a carrocinha e que ela devesse prende o Jupi!

c)   Dona Marocas disse à vizinha que virá a carrocinha e que Dona Eugênia deve prender o Jupi.

d)   Dona Marocas dizia à vizinha que aqui viria a carrocinha e que Dona Marocas deverá prender o Jupi.

09 – São características da crônica:

I – A presença de heróis e seres sobrenaturais.

II – Explicar acontecimentos misteriosos e sobrenaturais nos quais a natureza tem papel marcante.

III – Gênero narrativo marcado pela brevidade, narra fatos históricos em ordem cronológica.

IV – Gênero narrativo publicado em jornal ou revista, destina-se à leitura diária ou semanal, pois trata de acontecimentos cotidianos.

V – Ausência de autor conhecido, em razão de sua origem muito antiga e oral.

        Após analisar as afirmativas acima, marque a única alternativa correta.

a)   I e II.

b)   I e III.

c)   IV e V.

d)   I e V.

e)   III e IV.

10 – O texto apresenta um fato que faz parte do cotidiano das pessoas de uma rua. Que fato é esse?

      O fato de uma vizinha ter avisado a outra que era para esconder seu cachorro que a carrocinha estava passando. Ser solidário com outro vizinho.

11 – Das alternativas a seguir, qual a que melhor sintetiza a crônica de Lima Barreto?

a)   O cronista está saudoso de sua mocidade, portanto escreve um texto sobre os cachorros.

b)   Em sua crônica, Lima Barreto faz uma crítica severa à carroça dos cachorros, que torna a vida das pessoas mais simples, um transtorno.

c)   Lima Barreto demonstra, em sua crônica, que as pessoas são mais solidárias com os cachorros que com outras pessoas.

d)   O olhar do cronista, quase ingênuo, observa um episódio corriqueiro, a passagem da carroça dos cachorros, e o transforma em um tributo à natureza humana.

e)   O episódio da passagem da carroça dos cachorros leva o cronista a refletir sobre questões cruciais para a realidade do Brasil, como a segurança, por exemplo.


quarta-feira, 8 de julho de 2020

CRÔNICA COMUNICAÇÃO 7º ANO TECENDO LINGUAGENS COM GABARITO




CRÔNICA: COMUNICAÇÃO 7º ANO TECENDO LINGUAGENS P.17
Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 7º ano – Ensino Fundamental – IBEP p.17.

Texto 1 - Crônica

1.Você já se esqueceu de uma palavra importante durante uma conversa? Como reagiu?
Resposta pessoal.
1.Como você agi na se estivesse no papel do interlocutor de alguém que passa por uma situação como essa?
Resposta pessoal.
3. Como as pessoas costumam agir quando se deparam com uma dificuldade na comunicação?
Resposta pessoal.
Leia a crônica para saber o que aconteceu em uma inesperada situação de comunicação.


Crônica: Comunicação


        É importante saber o nome das coisas. Ou, pelo menos, saber comunicar o que você quer. Imagine-se entrando numa loja para comprar um… um… como é mesmo o nome?
        “Posso ajudá-lo, cavalheiro?”
        “Pode. Eu quero um daqueles, daqueles…”
        “Pois não?”
        “Um… como é mesmo o nome?”
        “Sim?”

        “Pomba! Um… um… Que cabeça a minha. A palavra me escapou     por completo. É uma coisa simples, conhecidíssima.”
        “Sim senhor.”
        “O senhor vai dar risada quando souber.”
        “Sim senhor.”
        “Olha, é pontuda, certo?”
        “O quê, cavalheiro?”
        “Isso que eu quero. Tem uma ponta assim, entende? Depois vem assim, assim, faz uma volta, aí vem reto de novo, e na outra ponta tem uma espécie de encaixe, entende? Na ponta tem outra volta, só que esta é mais fechada. E tem um, um… Uma espécie de, como é que se diz? De sulco. Um sulco onde encaixa a outra ponta; a pontuda, de sorte que o, a, o negócio, entende, fica fechado. E isso. Uma coisa pontuda que fecha. Entende?”
        “Infelizmente, cavalheiro…”
        “Ora, você sabe do que eu estou falando.”
        “Estou me esforçando, mas…”
       “Escuta. Acho que não podia ser mais claro. Pontudo numa ponta, certo?”
        “Se o senhor diz, cavalheiro.”
      “Como, se eu digo? Isso já é má vontade. Eu sei que é pontudo numa ponta. Posso não saber o nome da coisa, isso é um detalhe. Mas sei exatamente o que eu quero.”
        “Sim senhor. Pontudo numa ponta.”
        “Isso. Eu sabia que você compreenderia. Tem?”
        “Bom, eu preciso saber mais sobre o, a, essa coisa. Tente descrevê-la outra vez. Quem sabe o senhor desenha para nós?”
        “Não. Eu não sei desenhar nem casinha com fumaça saindo da chaminé. Sou uma negação em desenho.”
        “Sinto muito.”
        “Não precisa sentir. Sou técnico em contabilidade, estou muito bem de vida. Não sou um débil mental. Não sei desenhar, só isso. E hoje, por acaso, me esqueci do nome desse raio. Mas fora isso, tudo bem. 0 desenho não me faz falta. Lido com números. Tenho algum problema com os números — mais complicados, claro. 0 oito, por exemplo. Tenho que fazer um rascunho antes. Mas não sou um débil mental, como você está pensando.”
        “Eu não estou pensando nada, cavalheiro.”
        “Chame o gerente.”
        “Não será preciso, cavalheiro. Tenho certeza de que chegaremos a um acordo. Essa coisa que o senhor quer, é feita do quê?”
        “É de, sei lá. De metal.”
        “Muito bem. De metal. Ela se move?”
        “Bem… É mais ou menos assim. Presta atenção nas minhas mãos.
        É assim, assim, dobra aqui e encaixa na ponta, assim.”
        “Tem mais de uma peça? Já vem montado?”
        “É inteiriço. Tenho quase certeza de que é inteiriço.”
        “Francamente…”
        “Mas é simples! Uma coisa simples. Olha: assim, assim, uma volta aqui, vem vindo, vem vindo, outra volta e dique, encaixa.”
        “Ah — tem clique. É elétrico.”
        “Não! Clique, que eu digo, é o barulho de encaixar.”
        “Já sei!”
        “Ótimo!”
        “O senhor quer uma antena externa de televisão.”
        “Não! Escuta aqui. Vamos tentar de novo…”
        “Tentemos por outro lado. Para o que serve?”
        “Serve assim para prender. Entende? Uma coisa pontuda que prende. Você enfia a ponta pontuda por aqui, encaixa a ponta no sulco e prende as duas partes de uma coisa.”
        “Certo. Esse instrumento que o senhor procura funciona mais ou menos como um gigantesco alfinete de segurança e…”
        “Mas é isso! É isso! Um alfinete de segurança!”
        “Mas do jeito que o senhor descrevia parecia uma coisa enorme, cavalheiro!”
        “É que eu sou meio expansivo. Me vê aí um… um… como é mesmo o nome?”
                Luís Fernando Veríssimo. Para gostar de ler — Crônicas.

1.O texto surpreendeu você? Por quê?
Resposta pessoal.
2. A crônica apresenta uma situação de comunicação que envolve dois personagens: um comprador e um vendedor. Caracterize os dois personagens por meio de suas ações discursivas.
O homem que quer comprar o objeto apresenta-se confuso e irritado.
O vendedor apresenta-se, inicialmente, solicito, embora perca a paciência em dado momento, e esforça-se para atender o comprador.
3. Por que o homem que deseja comprar o objeto tem dificuldade de realizar a compra?
Porque ele não se lembra daquilo que quer comprar.
1.Diante da dificuldade de se lembrar da palavra, o vendedor e o comprador tentam formas de promo­ver a comunicação. Responda:
a) Qual ação e realizada pelo comprador para comunicar o que deseja comprar? Transcreva um  trecho do texto que comprove sua resposta.
O comprador descreve o objeto. Um trecho que comprova essa resposta é: “ Isso que eu quero. Tem uma ponta assim, entende? Depois vem assim, assim, faz uma volta, aí reto de novo, e na outra ponta tem uma espécie de encaixe, entende?”.
b)Como o vendedor tenta ajudar o interlocutor?
O vendedor sugere que o comprador desenhe o que deseja comprar.
c)Por que o comprador não aceita a sugestão?
Ele alega que não sabe desenhar.

5.Leia as informações que compõem o quadro sobre as características do gênero textual crônica, relacionando-as com o texto "Comunicação".
       Crônica e um gênero textual de narrativa breve, geralmente produzida para ser publicada em Jornais ou revistas. Refere-se a assuntos do cotidiano e, às vezes, mistura os níveis  de linguagem formal e informal. Apresenta poucos personagens que, na maioria das vezes, não têm nomes específicos, pois são nomeados de maneira genérica, relacionados ao papel social exercido na situação comunicativa, como: o menino, a menina, o pai, a mãe, o professor, o garçom, a mulher.
       Muitas crônicas estruturam-se em forma de diálogo, total ou parcialmente, o que produz no texto efeito de atualidade e dinamismo.
        Uma das características desse gênero textual e levar o leitor a refletir sobre um fato ou uma situação do cotidiano. Para isso, pode ou não utilizar o humor como recurso expressivo na cons­trução de sentido do texto.


a)A crônica "Comunicação" narra um fato do cotidiano, do dia a dia? Explique.
Sim, a crônica trata de uma situação cotidiana: fazer compras, não se lembrar do nome de alguma coisa, passar por situações em que a comunicação não acontece de maneira desejável, efetiva.

b)Os personagens são nomeados na crônica? Como e possível saber quem são eles? Explique.
O nome dos personagens não é citado. Pela ação discursiva e pela linguagem empregada, é possível deduzir que são um comprador e um vendedor.
c)O texto tem a intenção de divertir? Explique.
Sim. O texto provoca humor pelo fato de o vendedor e comprador não se entenderem e pelas inúmeras tentativas de descrição do objeto. Além disso, o efeito surpresa no fim do texto completa essa intenção do autor; o vendedor descobre sem querer o nome do objeto e o comprador esquece novamente “alfinete”.
d)O texto tem a intenção de levar o leitor à reflexão? Explique.
Sim. Ao mesmo tempo em que faz rir, a crônica nos leva a refletir a respeito dos problemas de comunicação vivenciados pelas pessoas no dia a dia.

CRÔNICA: COMUNICAÇÃO - LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO - COM QUESTÕES GABARITADAS

Entendendo o texto:

01 – Na última fala “É que eu sou meio expansivo. Me vê aí um,.. um… como é mesmo o nome?”, o protagonista caracteriza a si mesmo como “meio expansivo”.
a)  Pelos dados textuais, por que o protagonista emprega “meio expansivo” em vez de “expansivo”?
Ele quis dizer que é um pouco extrovertido.
b)   Empregue outro adjetivo para caracterizar esse protagonista.
Pode ser: comunicativo.

02 – A palavra sulco, na frase “Uma espécie de, como é que se diz? De sulco. Um sulco onde encaixa a outra ponta, a pontuda...”, pode ser substituída, sem alterar o sentido da frase por:
a) risco                
b) caixa               
c) botão              
d) fenda                              
e) tampa.

03 – Leia, com atenção, as seguintes frases:
a) “E hoje, por acaso, me esqueci do nome desse raio.”
b) “Lido com números.”
c) “É que eu sou meio expansivo.”
        De acordo com a sequência, por qual grupo de palavras podemos substituir as palavras destacadas?
Assinale uma das alternativas:
a) coisa - trabalho – exagerado.                          
b) descarga elétrica - sofro - esquecido                       
c) luz intensa - esforço-me – comunicativo

04 – Esse texto mostra o diálogo entre duas personagens:
a) Quem são as personagens?
      O homem e o vendedor.

b) Onde as personagens estão?
      Numa loja.

05 – O narrador da história também é personagem?
      Sim, ele é o vendedor.

06 – O homem enfrenta dificuldades para comprar o que quer.
      Sim, pois ele esquece o nome.

07 – Por que ele não consegue comprar o que deseja?
      Ele não lembra o nome do objeto desejado.

08 – Podemos afirmar que o vendedor não está se esforçando em entender o homem? Por quê?
      Não. Pois o vendedor fez diversas perguntas ao homem até encontrar o nome do objeto.

09 – Como é o objeto que o homem quer comprar?
      Uma coisa pontuda que prende.

10 – Finalmente, qual é o objeto a ser comprado?
      O objeto é um alfinete de segurança.


Entendendo o texto: 6º ano

        1)    Você conseguiu adivinhar de que objeto o comprador estava falando, antes de chegar ao final da história?
Resposta pessoal
        2)    A crônica “comunicação” é uma narrativa. Quais os personagens dessa história?
O comprador e o vendedor
       3)    Qual é o assunto dessa história?
Problemas de comunicação.
      4)    Em que lugar ou espaço estão os personagens?
(A) Em uma rua bem movimentada.                              
(C) Em uma praça.
(B) Em uma estação de metrô.                                        
(D)Em uma loja.

       5)    Os fatos de uma história acontecem em um tempo. Nessa história, os fatos acontecessem durante:
(A) Uma sequência de vários dias.                                 
(C) O período de um dia inteiro.
(B) Durante uma conversa.                                         
(D) O período de uma noite inteira.

       6)    O início da crônica é contado por um narrador. Esse narrador age como se estivesse:
(A) Com os personagens.                                                
(C) Com o leitor da crônica.
(B)  Consigo mesmo.                                                         
(D) Com outro narrador.
       7)    Em um momento da crônica, o comprador diz “[...] a palavra me escapou por completo [...]”, o que isso significa?
Ele não lembrava o nome do objeto.

8)    Ao perceber que o comprador não consegue descrever o que deseja, o vendedor sugere que ele:
(A) Desista                
(B) mostre com as mãos          
(C) desenhe        
(D) aponte.

        9)    Em sua opinião, o vendedor foi paciente? Copie uma frase que justifique sua resposta:
Sim.        “Ah — tem clique. É elétrico.”

       10) Ordene de acordo com os fatos ocorridos na crônica:
( 4 ) Tente descrevê-la outra vez. Quem sabe o senhor desenha para nós?”
( 1 ) Que cabeça a minha. A palavra me escapou por completo.
( 5 ) É inteiriço. Tenho quase certeza de que é inteiriço.
( 2 ) Uma espécie de, como é que se diz? De sulco.
( 6 ) Mas do jeito que o senhor descrevia parecia uma coisa enorme, cavalheiro!
( 3 ) Bom, eu preciso saber mais sobre o, a, essa coisa.

A crônica conta uma história sobre fatos que se aproximam daqueles que acontecem com as pessoas no dia a dia. E como toda a narrativa, a crônica apresenta um enredo, que apresenta:
Situação inicial – complicação – clímax (momento de tensão) – desfecho.
            Agora marque a alternativa que melhor se refere a cada parte do enredo dessa crônica:
    a)    Situação inicial:
(A) Duas pessoas se encontram na rua.
(B) Um comprador entra numa loja.
(C) Um vendedor discute com o comprador.
    b)    Complicação:
(A) O comprador que comprar algo que a loja não tem.
(B) O vendedor não dá atenção ao comprador.
(C)  O comprador não consegue comunicar o que quer comprar.
   
c)    Clímax:
(A) O vendedor pede a paciência.
(B) O comprador quer chamar o gerente.
(C) O comprador não sabe desenhar.
   
d)    Desfecho:
(A) O vendedor fala a palavra que faz o comprador lembrar o nome do objeto que estava procurando.
(B) O comprador lembra-se da palavra e diz ao vendedor.
(C)  O comprador e o vendedor não se entendem.