PáginasDESCRITOR

Mostrando postagens com marcador CRÔNICA INTERPRETAÇÃO. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador CRÔNICA INTERPRETAÇÃO. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

CRONICA TORMENTO NAO TEM IDADE ATIVIDADE

 Tormento não tem idade

(Moacyr Scliar)

 - Meu filho, aquele seu amigo, o Jorge, telefonou.

- O que é que ele queria?

- Convidou você para dormir na casa dele, amanhã.

- E o que é que você disse?

- Disse não sabia, mas que achava que você iria aceitar o convite.

- Fez mal, mamãe. Você sabe que odeio dormir fora de casa.

- Mas, meu filho, o Jorge gosta tanto de você...

- Eu sei que ele gosta de mim. Mas eu não sou obrigado a dormir na casa dele por causa disso, sou?

- Claro que não. Mas...

- Mas o que, mamãe?

- Bem, quem decide é você. Mas, que seria bom você dormir lá, seria.

- Ah, é? E por quê?

- Bem, em primeiro lugar, o Jorge tem um quarto novo de hóspedes e queria estrear com você. Ele disse que é um quarto muito lindo. Tem até tevê a cabo.

- Eu não gosto de tevê.

- O Jorge também disse que queria lhe mostrar uns desenhos que ele fez...

- Não estou interessado nos desenhos do Jorge.

- Bom. Mas tem uma coisa...

- O que é, mamãe?

- O Jorge tem uma irmã, você sabe. E a irmã do Jorge gosta muito de você. Ela mandou dizer que espera você lá.

- Não quero nada com a irmã do Jorge. É uma chata.

- Você vai fazer uma desfeita para a coitada...

- Não me importa. Assim ela aprende a não ser metida. De mais a mais, você sabe que eu gosto da minha cama, do meu quarto. E, depois, teria de fazer uma maleta com pijama, essas coisas...

- Eu faço a maleta para você, meu filho. Eu arrumo suas coisas direitinho, você vai ver.

- Não, mamãe. Não insista, por favor. Você está me atormentando com isso. Bem, deixe eu lhe lembrar uma coisa, para terminar com essa discussão: amanhã eu não vou a lugar nenhum. Sabe por que, mamãe? Amanhã é meu aniversário, você esqueceu?

- Esqueci mesmo. Desculpe, filho.

- Pois é. Amanhã estou fazendo 50 anos. E acho que quem faz 50 anos tem o direito de passar a noite em casa com sua mãe, não é verdade?

 

Estudo do Texto

 

1. No texto, temos a presença de dois personagens. Quem são eles?

      A mãe e o filho.

        

2. A mãe usa vários argumentos para tentar convencer o filho a dormir na casa do Jorge. Cite três.

      Não gosta de dormir fora de casa; a irmã do Jorge é chata e é aniversário dele.

 

 

3. Quais justificativas o filho deu para não dormir na casa do amigo?

 

      "Pois é. Amanhã estou fazendo 50 anos. E acho que quem faz 50 anos tem o direito de passar a noite em casa com sua mãe, não é verdade?

  

4. Na frase: “O Jorge também disse que queria lhe mostrar uns desenhos que ele fez...”, a mãe com suas próprias palavras, conta ao filho algo que foi dito pelo Jorge.

Que tipo de discurso é este: DIRETO OU INDIRETO?

      Indireto

 

5. Porque a descoberta da idade do filho surpreende o leitor?

      Porque o leitor pensa que é uma criança e na verdade é um homem maduro.

 

 

6. O diálogo entre a mãe e o filho reproduz uma situação comum ou incomum?

Justifique sua resposta.

    Incomum. É difícil um homem de 50 anos dormir na casa de amigos.

 

7. Qual o principal assunto do texto?

(A) O gosto por dormir fora de casa.

(B) O desejo de dormir fora.

(C) As consequências de dormir fora de casa.

(D) O medo e a falta de costume em dormir fora de casa.

 

8. O texto é um diálogo entre dois personagens:

(A) a Mãe e o Jorge.

(C) o Jorge e o filho.

(B) a Mãe e o filho.

(D) o filho e a irmã.

 

9. Na expressão “Convidou você para dormir na casa dele...” a palavra destacada se refere:

( ) ao filho

( ) ao Jorge

( ) à mãe

 

10. Analise as frases abaixo. Marque com ( M )os argumentos que a mãe usou para tentar convencer o filho a dormir na casa do amigo. E marque com ( F ) as justificativas que o filho deu para não ir.

(   ) Não gosta de dormir fora de casa.

(   ) O Jorge gosta muito dele.

(   ) O Jorge tem um quarto novo de hóspedes.

(   ) Não gosta de tevê.

(   ) A irmã do Jorge é chata.

(   ) O Jorge quer mostrar os desenhos que fez.

(   ) A irmã do Jorge é “afim” (gosta muito) dele.

(   ) Não queria fazer uma maleta com pijama.

(   ) Não está interessado nos desenhos dele.

(   ) Gosta da sua cama e do seu quarto.

(   ) É aniversário dele.

(   ) O quarto novo tem tevê a cabo.

 

11 De acordo com o texto o filho tem:

(A) 50 anos

(B) 49 anos

(C) 10 anos

(D) 5 anos.

 

12. A descoberta da idade do filho surpreende o leitor porque:

( ) o leitor pensa que é um adulto e na verdade é uma criança.

( ) o leitor pensa que é uma criança e na verdade é um homem maduro.

 

13. O texto retrata uma situação:

( ) comum ( ) inusitada (incomum)

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

CRÔNICA - O COME E NÃO ENGORDA - ATIVIDADE

 

O come e não engorda


       Ninguém é mais admirado ou invejado do que o come e não engorda. Você o conhece. É o que come o dobro do que nós comemos e tem metade da circunferência e ainda se queixa:

       – Não adianta. Não consigo engordar.

       O come e não engorda é meu ídolo. Só não lhe peço autógrafo por inibição. Meu sonho é emagrecer e depois nunca mais engordar, por mais que tente. Quando eu diminuir, quero ser um come e não engorda.

       Não se deve confundir o come e não engorda com o enfastiado. Este pertence a outra espécie. Não é humano. Pode até ser melhor do que nós, um aperfeiçoamento, mas não é humano. Afinal, o que une a humanidade é o seu apetite comum. Não é por nada que partilhar da comida com o próximo tem sido um símbolo de concórdia desde as primeiras cavernas. Até hoje as conferências de paz se fazem em volta de uma mesa onde a comida, se não está presente, está implícita. Desconfie do enfastiado. Ele será um agente de outra galáxia ou um poço de perversões, ou as duas coisas. De qualquer maneira, mantenha-o longe das crianças. Quando encontrar alguém na frente de um prato cheio só emparelhando as ervilhas com a ponta da faca, notifique os órgãos de segurança. É um enfastiado e pode ser perigoso. Sempre achei que as pessoas que comem como um passarinho deviam ser caçadas a bodoque. O seu fastio, inclusive, é um escárnio aos que querem comer e não podem.

      Já o come e não engorda compartilha do nosso apetite, só não compartilha das conseguências. Ele repete a massa e não tem remorso. Pede mais chantily e sua voz não treme. Molha o pão no café com leite! E ainda se queixa:

       – Há 15 anos tenho o mesmo peso.

       O come e não engorda só parou de mamar no peito porque proibiram sua mãe de ficar junto no quartel. Quando o come e não engorda nasceu, uma estrela misteriosa apareceu no Guide Michelin de restaurantes para aquele ano. O come e não engorda caminha sobre a saucebernaise e não afunda. Multiplica os filés de paixe à meunière e os pães de queijo. Por onde o come e não engorda passa, as ovelhas se atiram para trás e pedem “me assa!”. O come e não engorda tem o segredo da Vida e da Morte e, suspeita-se, o telefone da Bruna Lombardi. E ainda se queixa:

        – Tenho que tomar quatro milk-shakes entre as refeições. Dieta.

        Dieta! E você ali, de olho arregalado.

VERISSIMO, Luís Fernando. A mesa voadora. Rio de Janeiro:Objetiva, 2001. P. 21-22.

1. Retire do texto uma frase dita pelo “Come e não engorda”.

______________________________________________________________________________

2. A palavra AUTÓGRAFO é formada por AUTO (por si mesmo) e GRAFO (escrita) = ESCRITO POR SI MESMO. Assinale a alternativa em que a palavra destacada não será escrita com L pois não traz a ideia de “por si mesmo”.

A) a....tar    B) a....ternativa   C) a....tura   D) a....tomóvel.

3. Escreva uma opinião do cronista (autor o texto) sobre o ENFASTIADO, 4ºpar.

_____________________________________________________________________________

4. De acordo com o texto com que idade o COME E NÃO ENGORDA deixou de mamar?

_____________________________________________________________________________

 

5. “apareceu no Guide Michelin de restaurantes para aquele ano. O come e não engorda caminha sobre a saucebernaise e não afunda. Multiplica os filés de paixe à meunière” Observe as palavras grifadas. Esse texto foi escrito para alunos de 6º ano? Justifique.

______________________________________________________________________________

6. Qual palavra foi utilizada pelo cronista para de dirigir ao leitor?

_________________________________

 

 PARTE II

 

1)  Explique o significado da palavra ENFASTIADO de acordo com o texto:

...............................................................................................................................................................................................................................................................................................

 

 

2) Qual o significado da expressão COME E NÃO ENGORDA

..............................................................................................................................................................................................................................................................................................

 

3) O autor afirma que partilhar comida tem sido símbolo de concórdia desde o tempo das cavernas. O que ele quis dizer com isso?

...............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

4. Retire do texto uma frase em que mostre que o autor utilizou HUMOR.

........................................................................................................................................................

 PARTE III

 1. Qual é a sua opinião sobre ao texto? Você gostou dele? Achou-o bem-humorado? Justifique sua resposta.

      ________________________________________________________________________

 

  2– Você é um come e não engorda? Sua visão sobre essas pessoas é parecida com a de Luís Fernando Veríssimo? Explique.

      _________________________________________________________________________

  3 – Escreva a seguir TRÊS palavras do texto que você não conhece procure-as no dicionário e anote seus significados.

____________________________________________________________________________

 

  4. O texto diz: “Não se deve confundir o come e não engorda com o enfastiado. Este pertence a outra espécie. Não é humano”. Explique, com suas palavras, as diferenças entre esses dois tipos descritos pelo autor.

      __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

 

     5– O autor afirma que partilhar a comida tem sido símbolo de concórdia desde o tempo das cavernas. O que ele quis dizer com isso?

      ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    6 – Relate uma situação que você tenha vivido em que partilhar a comida tenha sido símbolo de concórdia ou comunhão.

___________________________________________________________________________

 

 _____________________________________________

terça-feira, 25 de outubro de 2022

CRÔNICA - A PROVA ATIVIDADES 6º E 7º ANO

 

A PROVA

      A prova começou e eu não havia estudado. Olhei para a página e tudo parecia estranho.

      O professor me olhava desconfiado.

       Virei o rosto um pouco para trás e consegui ver a resposta que o Vitor marcou na primeira questão.

      Devia estar certo. O Vitor não era como eu. Nunca matava aula. Ele estudava. Fazia as atividades. Perguntava se estava certo para o professor. Todos os professores o elogiavam. Os bilhetes que seus pais recebiam eram diferentes dos meus.

     Que raiva!

     Será que o professor percebeu?

     Disfarcei um pouco e quando ele abaixou a cabeça para olhar uma prova que um aluno havia entregado consegui colar a resposta da segunda questão.

     Fiquei olhando para prova como se estivesse lendo. Não lia. Era a primeira aula e já estava com fome.

     Uma coordenadora chegou à porta querendo saber se um aluno estava presente.

     “Samuel número 26. Olha para mim, por favor!”

     Enquanto ele olhava aproveitei para dar mais uma olhadinha na prova do Vitor. Ele não queria que eu visse a resposta, mas se sentia intimidado.

     Respondi a três e a quatro, só faltava uma.

     Assim, nessa tensão, consegui realizar toda a prova. Cinco questões sobre substantivo e adjetivo. Acho que me saí bem. Só faltava o Vitor não ter estudado. Logo hoje!

    Quando entreguei a prova ao mestre, ele a olhou e guardou junto das outras. Ufa!

    Depois de uns minutos disse para a sala, em um tom calmo e paternal:

    Vocês podem não ter estudado, vocês podem não ter entendido a matéria.  Não há problema. Sempre temos outra chance de tirar uma nota melhor. Porém se vocês colam isso é muito sério. É um problema de caráter.

    Não sei se aquilo era comigo, mas me deu uma sensação muito ruim, pior do que se tivesse tirado um zero. Até a fome passou!

 fonte: Diorges ferranti - A Prova - arquivo pessoal.

1. Qual o assunto do texto:

a) valores morais, honestidade, integridade.

b) a realização de uma prova.

c) alunos que não estudam para prova.

d) professores muito rígidos.

 

2. Qual a finalidade do texto:

a) contar uma história.

b) refletir sobre um assunto.

c) defender um ponto de vista.

d) provocar humor.

 

3. O texto acima pertence ao gênero:

a) conto.

b) poema.

c) crônica.

d) tirinha.

 

 4.  “Que raiva!” De acordo com o contexto podemos dizer que o autor estava com raiva:

a) dele mesmo

b) do professor

c) de todos professores

d) do Vitor

 

5.     “Samuel número 26. Olha para mim, por favor!” As aspas nesse fragmento foram utilizadas para indicar:

a) a fala do professor.

b) a fala da coordenadora

c) a fala do narrador

d) a fala do Samuel.

 

6. “mas me deu uma sensação muito ruim, pior do que se tivesse tirado um zero.” Podemos inferir que a causa desse mal estar era:

a) fome.

b) arrependimento.

c) depressão.

d) dor de dente.

 

7. “O Vitor não era como eu.” De acordo com o texto podemos concluir que o narrador:

a) Era comportado como o Vitor.

b) Era bagunceiro igual o Vitor.

c) Era bagunceiro.

d) Era comportado.

 

8. Assinale a alternativa que apresenta um exemplo de LINGUAGEM INFORMAL.

a) É um problema de caráter.

b) aproveitei para dar mais uma olhadinha

c) consegui realizar toda a prova

d) só faltava uma

 

9. Marque a alternativa que apresenta um palavra em SENTIDO CONOTATIVO/FIGURADO.

a) O Vitor não era como eu.

b) Nunca matava aula.

c) Ele estudava.

d) Fazia as atividades.

 

10. Qual das alternativas NÃO apresenta um SINÔNIMO para paternal.

a) amável

b) afetuoso

c) carinhoso

d) instável

 

11. “Quando entreguei a prova ao mestre, ele a olhou e guardou junto das outras.” O pronome pessoal ELE se refere a:

a) Vitor

b) Professor

c) Mestre

d) Narrador

 

12. Qual o foco narrativo? (O texto é narrado em 1ª ou 3ª pessoa?) Justifique.

____________________________________________________________________________

13. Você gostou do texto? Que nota você daria de um a 10. Justifique.

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

 

14. Quais assuntos você gostaria que fossem abordados nos textos lidos em sala?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

 

15. Que tal você escrever um texto defendendo o que você acredita? Começe com uma frase.

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________


domingo, 23 de outubro de 2022

O PROFESSOR CRÔNICA INTEPRETAÇÃO

 

O professor

         Um dia passando pela rua um rapaz chegou a um senhor de idade e perguntou:

         O senhor se lembra de mim?

         O homem respondeu, não, não me lembro!

         O rapaz então lhe falou que foi seu aluno.

         O homem disse que não lembrava dele e o perguntou o que fazia na vida.

          E o rapaz disse que se tornou professor, e o homem espantado perguntou, professor como eu, mas porque escolheu essa profissão?

         Bom, um dia na sala de aula, eu vi um colega meu com um lindo relógio disse o rapaz, e o roubei, e esse meu colega, desesperado, ele falou pro senhor.

      O senhor parou a aula e perguntou quem havia pegado o relógio, eu não disse nada , e então o professor disse que como não houve a confissão iria revistar um por um, mas que queria que todos estivessem de olhos fechados.  E assim o fez, revistando a todos, e ao chegar ao meu bolso o senhor achou o relógio.

       E então na frente da sala o senho disse , já temos o relógio, o senhor se lembra de mim agora?

       Não, mas me lembro desse fato sim, disse o senhor.

       Então, esse fato foi o que me fez inspirar no senhor, pois mesmo achando o relógio no meu bolso, não disse a ninguém que fui eu, e isso salvou a minha vida e a minha dignidade,  por isso sou extremamente grato ao senhor.

        O senhor emocionado disse a ele naquele dia em que revistava a vocês, para não me decepcionar também fechei os meus olhos, pois acreditava em todos vocês e no bom futuro que teriam pela frente.

        Essa história é uma lição de como um professor de verdade deve ser, sabendo corrigir sem ser cruel e opressor, as pessoas precisam de segundas chances, todos precisamos.

 

Fonte: POEMICIDA - https://www.recantodasletras.com.br/autor.php?id=225000

 

1) O professor não reconheceu o aluno do caso do roubo do relógio por quê?

a) fazia muito tempo

b) estava de olho fechado

c) tinha muitos alunos

d) o aluno estava diferente

 

2.  O aluno escolheu ser professor:

a) porque gostava de explicar.

b) porque era seu sonho.

c) por influência do professor.

d) por influência dos seus pais.

 

3. “ e o roubei, e esse meu colega, desesperado” O pronome o se refere a;

a) relógio

b) colega

c) rapaz

d) senhor 


4. A frase que melhor resume a ideia do texto é:

a) Eu acredito em segunda chance, só não acredito que todo mundo a mereça.

b) Não existe uma segunda chance para uma primeira impressão

c) Se a vida te der uma segunda chance, use-a da melhor maneira.

d) Dar a segunda chance só serve para você treinar para a terceira.


5. O tema do texto é:

a) O encontro entre um professor e um aluno.

b) Um roubo de um relógio.

c) A importância do papel do professor.

d) Todos merecem uma segunda chance.

BEIJINHO, BEIJINHO, CRÔNICA ATIVIDADES INTERPRETAÇÃO

 

Beijinho, beijinho, Luís Fernando Veríssimo

 

       Na festa dos 34 anos da Clarinha, o seu marido, Amaro, fez um discurso muito aplaudido. Declarou que não trocava a sua Clarinha por duas de 17, sabiam por quê? Porque a Clarinha era duas de 17. Tinha a vivacidade, o frescor e, deduzia-se, o fervor sexual somado de duas adolescentes. No carro, depois da festa, o Marinho comentou:

       ‒ Bonito, o discurso do Amaro.

      Não dou dois meses para eles se separarem ‒ disse a Nair.

       ‒ O quê?

       ‒ Marido, quando começa a elogiar muito a mulher…

       Nair deixou no ar todas as implicações da duplicidade masculina.

       ‒ Mas eles parecem cada vez mais apaixonados ‒ protestou Marinho.

        ‒ Exatamente. Apaixonados demais. Lembra o que eu disse quando a Janice e o Pedrão começaram a andar de mãos dadas?

       ‒ É mesmo…

       ‒ Vinte anos de casados e de repente começam a andar de mãos dadas? Como namorados? Ali tinha coisa.

       ‒ É mesmo…

       ‒ E não deu outra. Divórcio e litigioso.

       ‒ Você tem razão.

       ‒ E o Mário com a coitada da Marli? De uma hora para outra? Beijinho, beijinho, “mulher formidável” e descobriram que ele estava de caso com a gerente da loja dela.

       ‒ Você acha, então, que o Amaro tem outra?

       ‒ Ou outras.

       Nem duas de 17 estavam fora de cogitação.

       ‒ Acho que você tem razão, Nair. Nenhum homem faz uma declaração daquelas assim, sem outros motivos.

       ‒ Eu sei que tenho razão.

       ‒ Você tem sempre razão, Nair.

       ‒ Sempre, não sei.

       ‒ Sempre. Você é inteligente, sensata, perspicaz e invariavelmente acerta na mosca. Você é uma mulher formidável, Nair.

       Durante algum tempo, só se ouviu, dentro do carro, o chiado dos pneus no asfalto. Aí Nair perguntou:

‒ Quem é ela, Marinho?

 

1. “‒ Marido, quando começa a elogiar muito a mulher…” No contexto, as reticências (...) poderiam ser substituídas pelo seguinte complemento:

a) está apaixonado.

b) está traindo.

c) está querendo algo.

d) está sendo sincero.

 

2.  “mulher formidável” As aspas foram utilizadas para indicar uma fala (discurso) do:

a) narrador

b) Mario

c) Marinho

d) Nair

 

3. Assinale a alternativa que NÃO apresenta LINGUAGEM INFORMAL

a) ele estava de caso com a gerente da loja dela.

b) a Janice e o Pedrão começaram a andar de mãos dadas?

c) Na festa dos 34 anos da Clarinha

d) Divórcio e litigioso.

 

4. Qual o tema da crônica?

a ) Os divórcios dos conhecidos de marinho e Nair.

b ) O bonito discurso de amaro na festa da sua esposa.

c ) O comportamento dos homens quando estão traindo.

d ) A atitude das esposas diante de uma traição.

 

5.  (7º par.) ‒ Mas eles parecem cada vez mais apaixonados ‒ protestou Marinho. O pronome ELES faz referência a:

a) Janice e Pedrão.

b) Marinho e Nair

c) Clarinha e Amaro.

d) Mario e Marli

 

6. Qual das alternativas não apresenta uma característica de Nair?

a) invariavelmente

b) inteligente

d) sensata

d) perspicaz

 

7. O texto é uma crônica e narra um acontecimento que ocorre:

a) durante a festa e no carro.

b) no carro, depois da festa.

c) durante alguns dias.

d) durante alguns anos.

 

8.  Em qual das palavras abaixo há erro na definição.

a) litígio – processo judicial.

b) divórcio – separação.

c) vivacidade – viver na cidade.

d) cogitação – pensamento, fazer planos.

 

9. Por que Nair desconfiou do marido e perguntou " quem é ela, marinho?"?

a) Porque vários casais estavam passando por casos de traição.

b) Porque o ele fez uma declaração elogiando a ela.

c) Porque os amigos dele traiam as mulheres.

d) Porque ele trocou o nome da esposa no carro pelo de outra mulher.

 

10. ‒ E o Mário com a coitada da Marli? De uma hora para outra? Beijinho, beijinho As palavras destacadas foram empregadas repetidamente para indicar.

a) separação – beijinho, beijinho, tchau!”

b) dar ênfase na ação- beijar toda hora.

c) ironia do autor.

d) humor no texto.

 

 

sábado, 15 de outubro de 2022

PERDEDOR, VENCEDOR - INTERPRETAÇÃO ATIVIDADE CRÔNICA

 Perdedor, vencedor

       O perdedor cumprimentou o vencedor. Apertaram-se as mãos por cima da rede. Depois foram ao vestiário. Enquanto tiravam a roupa, o perdedor apontou para a raquete do outro e comentou, sorrindo:

       - Também, com essa raquete...

      Era uma raquete importada, último tipo. Muito melhor do que a do perdedor. O vencedor sorriu, mas não disse nada. Começou a descalçar os tênis. O perdedor comentou, ainda sorrindo:

      - Também, com esses tênis...

      O vencedor quieto. Também sorrindo. Os dois ficaram nus e entraram no chuveiro. O perdedor examinou o vencedor e comentou:

      - Também, com esse físico...

     O vencedor perdeu a paciência.

      - Olha aqui - disse. - Você poderia ter um físico igual ao meu, se se cuidasse. Se perdesse essa barriga. Você tem dinheiro, senão não seria sócio deste clube. Pode comprar uma raquete igual à minha e tênis melhores que os meus. Mas sabe de uma coisa? Não é equipamento que ganha jogo. É a pessoa. É a aplicação, a vontade de vencer, a atitude. E você não tem uma atitude de vencedor. Prefere atribuir a derrota à minha raquete, aos meus tênis, ao meu físico, a tudo menos a você mesmo. Se parasse de admirar tudo que é meu e mudasse de atitude, você também seria um vencedor, apesar dessa barriga.

      O perdedor ficou em silêncio por alguns segundos, depois disse:

      - Também, com essa linha de raciocínio...

Perdedor, vencedor (Luís Fernando Veríssimo)

1. Assinale a alternativa que apresenta humor.

a) - Também, com essa raquete...

b) - Também, com esses tênis...

c) - Também, com esse físico...

d) - Também, com essa linha de raciocínio...

 

2.  O perdedor cumprimentou o vencedor.A palavra destacada só NÃO pode ser substituída por;

a) congratulação

b) felicitação

c) saudação

d) tamanho

 

3. Assinale a alternativa que NÃO apresenta uma opinião.

a) O perdedor cumprimentou o vencedor.

b) E você não tem uma atitude de vencedor.

c) Você tem dinheiro, senão não seria sócio deste clube.

d) - Você poderia ter um físico igual ao meu, se se cuidasse.

 

4. “- Também, com essa raquete...” O narrador utilizou as reticências para os leitores imaginar o restante da frase. Qual das alternativas seria um final mais adequado levando em conta o contexto.

a) até eu ganharia.

b) qualquer um ganharia.

c) todo mundo ganharia.

d) até uma criança ganharia.

 

5. O texto pertence ao gênero:

a) conto

b) crônica

c) carta

d) lenda.

 

OBS. Trabalhei a leitura dos dois textos abaixo durante duas aulas.Uma turma de 6º ano tranquila e uma de 7º mais agitada. cada texto foi lido três vezes por alunos que queriam ler. Depois pedi que fizessem o cabeçalho colocando o nome no caderno, copiassem a letra da alternativa correta e o que estava escrito. Ex: D. lenda. Conforme foram terminando trouxeram o caderno e deixaram na mesa para eu corrigir. Nas duas turmas, dois  gabaritaram. A menor quantidade de acertos foi quatro. A maioria acertou entre seis e oito.

 GÊNERO TEXTUAL: CONTO - GOVERNAR (Carlos Drummond Andrade)

 

       Os garotos da rua resolveram brincar de Governo, escolheram o Presidente e pediram-lhe que governasse para o bem de todos.

       – Pois não – aceitou Martim. – Daqui por diante vocês farão meus exercícios escolares e eu assino. Clóvis e mais dois de vocês formarão a minha segurança. Januário será meu Ministro da Fazenda e pagará meu lanche.

       – Com que dinheiro? – atalhou Januário.

       – Cada um de vocês contribuirá com um cruzeiro por dia para a caixinha do Governo.

       – E que é que nós lucramos com isso? – perguntaram em coro.

       – Lucram a certeza de que têm um bom Presidente. Eu separo as brigas, distribuo tarefas, trato de igual para igual com os professores. Vocês obedecem, democraticamente.

       – Assim não vale. O Presidente deve ser nosso servidor, ou pelo menos saber que todos somos iguais a ele. Queremos vantagens.

       – Eu sou o Presidente e não posso ser igual a vocês, que são presididos. Se exigirem coisas de mim, serão multados e perderão o direito de participar da minha comitiva nas festas. Pensam que ser Presidente é moleza? Já estou sentindo como este cargo é cheio de espinhos.

       Foi deposto, e dissolvida a República.

 

1. “pediram-lhe que governasse para o bem de todos.” O pronome LHE faz referência:

a) aos garotos

b) ao governo

c) ao presidente

d) ao Martim

 

2. “Vocês obedecem, democraticamente.” O advérbio DEMOCRATICAMENTE significa.

a) de modo ditatorial

b) de modo igual

c) de modo diferente

d) de modo autoritário

 

3. “Já estou sentindo como este cargo é cheio de espinhos.” A palavra ESPINHOS no contexto está no sentido:

a) conotativo/figurado e indica dificuldades

b) conotativo/figurado e indica ponta afiada.

c) denotativo/real e indica sofrimento.

d) denotativo/real e indica problemas.

 

4.  Sobre o presidente escolhido podemos afirmar que:

a) foi um adulto

b) O texto não informa o nome.

c) foi o Martim

d) foi o narrador.

 

5. A ideia de governar, na visão do personagem presidente é governar:

a) para o bem de todos.

b) para ter privilégios.

c) com seriedade.

d) para o bem dos estudantes.

 

6. Duas expressões ou palavras ressaltam situações do mundo infantil. São elas:

a) exercícios escolares e lanches.

b) serão multados e minha comitiva.

c) escolher presidente e governar.

d) contribuição financeira e serão multados.


7. No final da história, o presidente:

a) resolveu o problema do lanche na escola.

b) resolveu o problema dos exercícios escolares.

c) conversou com os professores sobre os problemas dos alunos.

d) foi retirado do cargo.

 

 

 

GÊNERO TEXTUAL: CRÔNICA - Perdedor, vencedor (Luís Fernando Veríssimo)

 

    N   O perdedor cumprimentou o vencedor. Apertaram-se as mãos por cima da rede. Depois foram ao vestiário. Enquanto tiravam a roupa, o perdedor apontou para a raquete do outro e comentou, sorrindo:

 

    P     - Também, com essa raquete...

 

    N   Era uma raquete importada, último tipo. Muito melhor do que a do perdedor. O vencedor sorriu, mas não disse nada. Começou a descalçar os tênis. O perdedor comentou, ainda sorrindo:

 

    P  - Também, com esses tênis...

 

    N O vencedor quieto. Também sorrindo. Os dois ficaram nus e entraram no chuveiro. O perdedor examinou o vencedor e comentou:

 

    P - Também, com esse físico...

 

    N O vencedor perdeu a paciência.

 

    V - Olha aqui, você poderia ter um físico igual ao meu, se se cuidasse. Se perdesse essa barriga. Você tem dinheiro, senão não seria sócio deste clube. Pode comprar uma raquete igual à minha e tênis melhores que os meus. Mas sabe de uma coisa? Não é equipamento que ganha jogo. É a pessoa. É a aplicação, a vontade de vencer, a atitude. E você não tem uma atitude de vencedor. Prefere atribuir a derrota à minha raquete, aos meus tênis, ao meu físico, a tudo menos a você mesmo. Se parasse de admirar tudo que é meu e mudasse de atitude, você também seria um vencedor, apesar dessa barriga.

 

   N O perdedor ficou em silêncio por alguns segundos, depois disse:

 

   P   - Também, com essa linha de raciocínio...

 

8. Assinale a alternativa que apresenta humor.

a) - Também, com essa raquete...

b) - Também, com esses tênis...

c) - Também, com esse físico...

d) - Também, com essa linha de raciocínio...

 

9.  O perdedor cumprimentou o vencedor. A palavra destacada só NÃO pode ser substituída por:

a) congratulação

b) felicitação

c) saudação

d) tamanho

 

10. Assinale a alternativa que NÃO apresenta uma opinião.

a) O perdedor cumprimentou o vencedor.

b) E você não tem uma atitude de vencedor.

c) Você tem dinheiro, senão não seria sócio deste clube.

d) - Você poderia ter um físico igual ao meu, se se cuidasse.

 

11. “- Também, com essa raquete...” O narrador utilizou as reticências para os leitores imaginar o restante da frase. Qual das alternativas seria um final mais adequado levando em conta o contexto.

a) até eu ganharia.

b) qualquer um ganharia.

c) todo mundo ganharia.

d) até uma criança ganharia.

 

 

 

 

 

TEREZA INTERPRETAÇÃO ATIVIDADE CRÔNICA

 

 

TEREZA

          A Teresa voltou da praia, e estive a pique de lhe dizer que queria acabar o namoro. Mas ela estava tão contente, contando as novidades, que terminei ficando com dó e adiei a decisão. Sem contar que o sol lhe tinha feito muito bem. Os olhos de Teresa pareciam mais bonitos com a pele bronzeada.

          A Teresa não parava de falar, e eu só escutando, com vontade de estar longe dali. Mas chegou uma hora em que ela percebeu que eu estava triste e perguntou por quê.

          --- Estou triste por sua causa.

          --- Por minha causa? Por quê?

          Hesitei um pouco. Dizia ou não dizia que não gostava mais dela?

          --- Estava com saudades.

          Na hora em que disse aquilo, me senti o pior sujeito do mundo. Mas o que podia fazer, se já tinha falado?

          --- Mas eu estou aqui, Sérgio.

          --- Pois é, você voltou.

          --- O que você está querendo dizer com isso?

          --- Nada, Tereza, nada...

          --- Serginhooô...

          O difícil era que a Teresa não entendia nada do que lhe dizia. Ainda por cima, vinha com aquele jeito enjoado de dizer “Serginhooô”, que me deixava com mais raiva. Mas ela logo esqueceu do que estávamos falando e começou a contar do biquíni que havia comprado, das praias de Santos, do novo carro do pai etc. E eu com a cabeça em outro lugar, só pensando na Cybelle e nas coisas que ela tinha me dito. “Você tem razão, garota, eu não presto mesmo. Não mereço você”, falei baixinho.

          --- O que foi que você disse? --- Teresa perguntou.

          --- Nada não...

          Fiquei torcendo para que ela dissesse que eu não estava prestando atenção na conversa. Seria mais um motivo para uma briga. E dessa vez eu terminaria com aquele namoro que já me chateava. Mas a Tereza não disse nada e continuou a falar de Santos, dos passeios na praia. E eu ali a seu lado com a cabeça nas nuvens, que tomavam a forma da Cybelle, do corpo da Cybelle, do sorriso da Cybelle. “Tão bela...”

          --- Serginho, você ficou maluco?

          --- Maluco por quê?

          --- Você não para de falar sozinho.

          Olhei bem para a Teresa, para aqueles olhos verdes, e dei-lhe um beijo.

          --- Tem razão, Tereza, estou completamente maluco.

                                         Amor & cuba-libre. São Paulo, FTD, 1980.

 

1. No primeiro parágrafo há dois motivos que impedem o narrador de terminar com Tereza. Quais são?

 ____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

 

2. O Narrador atribui a Tereza a causa de sua tristeza. Qual a verdadeira causa da tristeza do narrador?

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

 

3.“Na hora em que disse aquilo, me senti o pior sujeito do mundo” Porque o narrador se sentiu mal ?

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

 

4. “Você tem razão, garota, eu não presto mesmo. Não mereço você” Quem diz essa frase no texto?

______________________________________________________________________________

 

5. No final do texto o narrado reconhece que está maluco? Por quê?

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

 

6. Qual o tema do texto?

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

 

7. Ressuma o tema com apenas uma palavra. (Qual o assunto?)

_______________________________________________________________________________

 

8. Assinale a alternativa que apresenta um FATO.

a) Sem contar que o sol lhe tinha feito muito bem.

b) “Você tem razão, garota, eu não presto mesmo.

c) Ainda por cima, vinha com aquele jeito enjoado de dizer “Serginhooô”

d) Mas a Tereza não disse nada e continuou a falar de Santos

 

9. Serginhooô... A linguagem utilizada por Tereza ao falar o nome de Sergio é exemplo de linguagem:

a) formal                b) informal            c) culta                d) amorosa

 

          

10. “queria acabar o namoro. Mas ela estava tão contente.” Qual das palavras abaixo NÃO pode substituir a palavra destacada mantendo o mesmo sentido entre os fragmentos.

a) porém                 b) contudo             c) no entanto       d)  por isso         

 

11. “queria acabar o namoro. Mas ela estava tão contente.” A palavra destacada estabelece entre os dois fragmentos uma ideia de:

a) oposição                b) conclusão              c)  alternância            d) adição