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sábado, 15 de outubro de 2022

TEREZA INTERPRETAÇÃO ATIVIDADE CRÔNICA

 

 

TEREZA

          A Teresa voltou da praia, e estive a pique de lhe dizer que queria acabar o namoro. Mas ela estava tão contente, contando as novidades, que terminei ficando com dó e adiei a decisão. Sem contar que o sol lhe tinha feito muito bem. Os olhos de Teresa pareciam mais bonitos com a pele bronzeada.

          A Teresa não parava de falar, e eu só escutando, com vontade de estar longe dali. Mas chegou uma hora em que ela percebeu que eu estava triste e perguntou por quê.

          --- Estou triste por sua causa.

          --- Por minha causa? Por quê?

          Hesitei um pouco. Dizia ou não dizia que não gostava mais dela?

          --- Estava com saudades.

          Na hora em que disse aquilo, me senti o pior sujeito do mundo. Mas o que podia fazer, se já tinha falado?

          --- Mas eu estou aqui, Sérgio.

          --- Pois é, você voltou.

          --- O que você está querendo dizer com isso?

          --- Nada, Tereza, nada...

          --- Serginhooô...

          O difícil era que a Teresa não entendia nada do que lhe dizia. Ainda por cima, vinha com aquele jeito enjoado de dizer “Serginhooô”, que me deixava com mais raiva. Mas ela logo esqueceu do que estávamos falando e começou a contar do biquíni que havia comprado, das praias de Santos, do novo carro do pai etc. E eu com a cabeça em outro lugar, só pensando na Cybelle e nas coisas que ela tinha me dito. “Você tem razão, garota, eu não presto mesmo. Não mereço você”, falei baixinho.

          --- O que foi que você disse? --- Teresa perguntou.

          --- Nada não...

          Fiquei torcendo para que ela dissesse que eu não estava prestando atenção na conversa. Seria mais um motivo para uma briga. E dessa vez eu terminaria com aquele namoro que já me chateava. Mas a Tereza não disse nada e continuou a falar de Santos, dos passeios na praia. E eu ali a seu lado com a cabeça nas nuvens, que tomavam a forma da Cybelle, do corpo da Cybelle, do sorriso da Cybelle. “Tão bela...”

          --- Serginho, você ficou maluco?

          --- Maluco por quê?

          --- Você não para de falar sozinho.

          Olhei bem para a Teresa, para aqueles olhos verdes, e dei-lhe um beijo.

          --- Tem razão, Tereza, estou completamente maluco.

                                         Amor & cuba-libre. São Paulo, FTD, 1980.

 

1. No primeiro parágrafo há dois motivos que impedem o narrador de terminar com Tereza. Quais são?

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2. O Narrador atribui a Tereza a causa de sua tristeza. Qual a verdadeira causa da tristeza do narrador?

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3.“Na hora em que disse aquilo, me senti o pior sujeito do mundo” Porque o narrador se sentiu mal ?

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4. “Você tem razão, garota, eu não presto mesmo. Não mereço você” Quem diz essa frase no texto?

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5. No final do texto o narrado reconhece que está maluco? Por quê?

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6. Qual o tema do texto?

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7. Ressuma o tema com apenas uma palavra. (Qual o assunto?)

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8. Assinale a alternativa que apresenta um FATO.

a) Sem contar que o sol lhe tinha feito muito bem.

b) “Você tem razão, garota, eu não presto mesmo.

c) Ainda por cima, vinha com aquele jeito enjoado de dizer “Serginhooô”

d) Mas a Tereza não disse nada e continuou a falar de Santos

 

9. Serginhooô... A linguagem utilizada por Tereza ao falar o nome de Sergio é exemplo de linguagem:

a) formal                b) informal            c) culta                d) amorosa

 

          

10. “queria acabar o namoro. Mas ela estava tão contente.” Qual das palavras abaixo NÃO pode substituir a palavra destacada mantendo o mesmo sentido entre os fragmentos.

a) porém                 b) contudo             c) no entanto       d)  por isso         

 

11. “queria acabar o namoro. Mas ela estava tão contente.” A palavra destacada estabelece entre os dois fragmentos uma ideia de:

a) oposição                b) conclusão              c)  alternância            d) adição

 

 

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