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segunda-feira, 7 de setembro de 2020

POEMA: DOENÇA - INTERPRETAÇÃO - HABILIDADE (EF67LP28) COM GABARITO


INTERPRETAÇÃO: HABILIDADE (EF67LP28)

A seguir, você vai ler um poema narrativo. O poema é uma criação do escritor moçambicano Mia Couto (1955-).

Doença
O médico serenou Juca Poeira Que ele
já não padecia da doença que ali o
trouxera em tempos.

E o doutor disse o nome
da falecida enfermidade:
"Arritmia paroxistica sicpraventriculor"

Juca escutou, em silêncio,
com pesar de quem recebe condenação.

As mãos cruzadas no colo
diziam da resignada aceitação.

Por fim, venceu o pudor
e pediu ao médico
que lhe devolvesse a doença.

Que ele jamais tivera
nada tão belo em toda a sua vida.

Mia Couto. Poemas escolhidos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.p.46

1. Releia o poema para verificar de que maneira as personagens do texto de Mia Couto são caracterizadas.
a) Qual dessas personagens é designada por sua profissão e qual delas é apresentada
pelo nome?
b) Que palavras são usadas para designar o profissional?
c) Quais pistas o nome da outra personagem fornece sobre ela?
d) Esse modo de caracterizar as personagens do poema cria um contraste entre elas.
Explique essa afirmação

2. Pela leitura da estrofe inicial do poema, é possível ter a impressão de que o problema principal da personagem Juca Poeira já teria sido solucionado.
a) Que problema seria esse?
b) Geralmente, de que maneira as pessoas costumam reagir quando descobrem que estão curadas?
c) É possível dizer que, no poema de Mia Couto, a notícia do médico gera um novo conflito para a personagem Juca? Explique.

3.  Releia as duas primeiras estrofes do poema.
a) Copie no caderno o verso inicial de cada uma delas.
b) Qual é o sujeito das orações desses versos iniciais?
c) Como eles são classificados?

4. Na segunda estrofe, o tema é a doença de Juca Poeira.

a) Por meio de que palavra, nessa estrofe, é atribuída uma característica humana à doença de Juca Poeira?
b) Que efeito essa caracterização da doença produz no poema?
c) Preste atenção aos recursos gráficos utilizados nessa estrofe. Quais são eles? E o que destacam?
d) Considerando sua resposta ao item e, você acha que esse destaque gráfico já dá uma ideia dos sentimentos de Juca revelados no fim do poema? Explique.

5. Responda no caderno: Em que estrofes são descritas as reações de Juca Poeira diante da notícia do médico?

6. A atitude de aceitação resignada da personagem Juca se revela por meio de sua expressão corporal, descrita em uma das estrofes.
a) Copie no caderno os versos dessa estrofe. Observe que eles formam uma oração.
b) Identifique o sujeito dessa oração, classificando-o.

7. Em que estrofes são relatadas as falas de Juca ao médico?
8. Na quinta estrofe do poema, o nome de Juca não é citado nenhuma vez.
a) Como é possível perceber que as formas verbais venceu e pediu não se referem aos termos "o médico", "o doutor" ou "as mãos", e sim a Juca?
b) Como é classificado o sujeito associado a esses verbos?

9. Em vez de ficar aliviado por estar curado, Juca Poeira fica triste.
a) Que pedido ele faz ao médico?
b) Qual é a explicação apresentada por Juca para esse pedido inusitado?
c) Em sua opinião, que aspecto torna a doença bela aos olhos de Juca?
d) Que elementos do texto poderiam justificar sua resposta ao item anterior?

10.Você recomendaria a leitura desse poema a um colega? No caderno, produza um quadro relacionando os aspectos positivos e negativos a respeito do texto. Depois, justifique sua avaliação.
11. Se você fosse o médico de Juca Poeira, que conselho daria a ele para solucionar o conflito produzido pela cura da doença?

12. No caderno, produza mais uma estrofe para o poema apresentando seu conselho à personagem. Ao elaborar essa estrofe, leve em consideração seus conhecimentos sobre os recursos expressivos próprios dos poemas narrativos estudados nesta unidade e a musicalidade do poema de Mia Couto.
13. Inspirado pela história original de Mia Couto e pela estrofe criada por você para com­plementá-la, elabore no caderno um novo desenho para o poema.

GABARITO:

1.
a) O médico é designado por sua profissão; e a personagem Juca Poeira, pelo seu nome.
b) Médico e doutor
c) O nome é composto de um apelido (Juca) e um segundo nome (poeira) que pode tanto remeter a algo sem importância, passageiro, quanto a um trabalho braçal, possivelmente ligado à terra.
d) Uma das personagens, o médico, é apresentado como autoridade, o detentor do saber. A outra personagem, Juca poeira, é apresentada como uma pessoa simples, humilde.

2.
a) A doença que teria levado Juca a consultar o médico.
b) Em geral, a atitude de alívio.
c) Sim, pois, em vez de sentir aliviado alegra, Juca se sente triste, como se tivesse sido privado de algo que considera valioso.

3.
a) “O médico serenou Juca Poeira” e  “E o doutor disse o nome”
b) O sujeito do verso inicial da primeira estrofe é “o médico” e do vereso da segunda é “o doutor”.
c) Classificação sujeito simples.

4.
a)  Por meio da palavra falecida.
b) Ao personificar a doença o eu lírico intensifica a dramaticidade da narrativa do poema.
c) São aspas e itálico. Destacam o nome da doença.
d) O destaque ao nome da doença indica a importância desse nome para Juca.

5. Na terceira e na quarta estrofe.
6.
a) As mãos cruzadas no colo/ diziam da resignação aceitação.
b) O sujeito é “as mão”. Trata-se de sujeito simples.

7. Na quinta e na sexta estrofe.
8.
a) Os verbos não se referem a “as mãos” porque estão flexionados no singular. A sequencia de ações do poema nos permite que é Juca, e não o médico, quem vence o pudor, assim, é a desinência verbal aliada ao contexto, que nos possibilita associar esses verbos a Juca.
b) sujeito desinencial

9.
a) pede ao médico que lhe devolva a doença.
b) A doença é a coisa mais bela que ele já teve em sua vida.
c) O nome da doença, que é longo e pouco familiar.
d) O fato de jucá ter se entristecido logo após o médico ter dito o nome da doença é uma pista de que, aos olhos de Juca, era no nome que residia a beleza de enfermidade.

10. Resposta pessoal
11. Resposta pessoal.
12. Resposta pessoal.
13. Resposta pessoal.

FONTE;
COSTA, Cibele Lopresti, Geração Alpha Língua portuguesa: ensino fundamental: anos finais: 7ºano­­-2ª ed. - São Paulo: Edições SM, 2018.P.222.


Doença (VERSÃO FACILITADA)

 

O médico serenou Juca Poeira Que ele

já não padecia da doença que ali o

trouxera em tempos.

 

E o doutor disse o nome

da falecida enfermidade:

"Arritmia paroxistica sicpraventriculor"

 

Juca escutou, em silêncio,

com pesar de quem recebe condenação.

 

As mãos cruzadas no colo

diziam da resignada aceitação.

 

Por fim, venceu o pudor

e pediu ao médico

que lhe devolvesse a doença.

 

Que ele jamais tivera

nada tão belo em toda a sua vida.

 

Mia Couto. Poemas escolhidos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.p.46

 

 

1. Releia o poema.

a) Qual a profissão de uma das personagens.

b) Foram usadas duas palavras para se referir a essa profissão. Quais foram.

c) “Juca Poeira” O nome Juca indica alguém famoso? E Poeira, como seria uma pessoa chamada assim?

d) Há um contraste, ou seja, uma oposição entre as duas personagens. Quais as diferenças entre elas?

 

2. Leia a primeira estrofe:

“O médico serenou Juca Poeira Que ele

já não padecia da doença que ali o

trouxera em tempos...”

a) Qual era o problema de Juca Poeira?

b) Ele ficou feliz por ter sido curado?

c) Porque ele ficou triste?

 

3.  Releia a primeira estrofe do poema.

a) Copie o primeiro verso.

b) Qual é o verbo desse verso, esse verbo se refere a quem?

 

4. Leia a segunda estrofe:

 “E o doutor disse o nome

da falecida enfermidade:

"Arritmia paroxistica sicpraventriculor"

a) Que palavra foi usada para indicar que não havia mais doença?

b) Que recursos foram usados para destacar o nome da doença?

 

5. Esse poema possui seis estrofes. Em quais estrofes o autor descreve como Juca ficou após o médico dizer que ele estava curado?

 

6. Leia as estrofes abaixo:

“Juca escutou, em silêncio,

com pesar de quem recebe condenação.

 

As mãos cruzadas no colo

diziam da resignada aceitação.”

 

a) Copie os dois versos que indicam a posição corporal de aceitação de Juca.

b) “diziam ” A quem ou a que se refere o verbo destacado, ou seja, quem é o sujeito da oração?

 

7. Em que estrofes são relatadas as falas de Juca ao médico?

 

8. Leia essa estrofe:

Por fim, venceu o pudor

e pediu ao médico

que lhe devolvesse a doença

a) Como é possível perceber que os verbos venceu pediu se referem a Juca?

 

 

9. Em vez de ficar feliz, Juca Poeira fica triste.

a) Que pedido ele faz ao médico?

b) Qual é a explicação apresentada por Juca para esse pedido?

c) Em sua opinião porque Juca achava a doença bela?


quarta-feira, 17 de junho de 2020

POEMA: UMA CARNIÇA 9º ANO


POEMA: UMA CARNIÇA
Uma carniça
Lembra-te, meu amor, do objeto que encontramos
Numa bela manhã radiante:
Na curva de um atalho, entre calhaus e ramos,
Uma carniça repugnante.
[...]
E o céu olhava do alto a esplêndida carcaça
Como uma flor a se entreabrir.
O fedor era tal que sobre a relva escassa
Chegaste quase a sucumbir.

Zumbiam moscas sobre o ventre e, em alvoroço,
Dali saíam negros bandos
De larvas, a escorrer como um líquido grosso
Por entre esses trapos nefandos.
[...]
– Pois há de ser como essa infâmia apodrecida,
Essa medonha corrupção,
Estrela de meus olhos, sol de minha vida,
Tu, meu anjo e minha paixão!

Sim! Tal serás um dia, ó deusa da beleza,
Após a bênção derradeira,
Quando, sob a erva e as florações da natureza,
Tornares afinal à poeira.

Então, querida, dize à carne que se arruína,
Ao verme que te beija o rosto,
Que eu preservarei a forma e a substância divina
De meu amor já decomposto!

cHaRles BaudelaiRe. As flores do mal. Trad.: Ivan Junqueira.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015.

a) Quais palavras e expressões usadas pelo poeta não fazem parte do vocabulário geralmente ligado à beleza?
.........................................................................................................................
b) Qual imagem apresentada no poema poderia ser considerada feia ou desagradável?
...................................................................................................................
c) No poema, o eu lírico se dirige à pessoa amada. Quais palavras ou expressões a d escrevem?
.......................................................................................................................
d) Compare a resposta do item a com a resposta do item c. Que tipo de relação de sentido se estabelece entre as expressões?
............................................................................................................................
e) Segundo o eu lírico, em que momento a pessoa amada se tornará semelhante à carniça que ele e ela observam? Copie os versos que se referem a tal momento.
..........................................................................................................................
f) Releia a estrofe final. Por que o poema pode ser considerado uma declaração de amor?
...........................................................................................................................

FONTE: ORMUNDO, Wilton  Se liga na língua: leitura, produção de texto e linguagem : manual do professor / Wilton Ormundo, Cristiane Siniscalchi. 9º ano — 1. ed. — São Paulo : Moderna, 2018

POEMA PROTEXTO A BOMBA SUJA 9º ANO armazém


POESIA: A BOMBA SUJA - FERREIRA GULLAR - COM QUESTÕES GABARITADAS
Poesia: A Bomba Suja
                                Ferreira Gullar 
Introduzo na poesia
A palavra diarreia.
Não pela palavra fria
Mas pelo que ela semeia.

Quem fala em flor não diz tudo.
Quem me fala em dor diz demais.
O poeta se torna mudo
sem as palavras reais.

No dicionário a palavra
é mera ideia abstrata.
Mais que palavra, diarreia
é arma que fere e mata.

Que mata mais do que faca,
mais que bala de fuzil,
homem, mulher e criança
no interior do Brasil.

Por exemplo, a diarreia,
no Rio Grande do Norte,
de cem crianças que nascem,
setenta e seis leva à morte.
É como uma bomba D
que explode dentro do homem
quando se dispara, lenta,
a espoleta da fome.

É uma bomba-relógio
(o relógio é o coração)
que enquanto o homem trabalha
vai preparando a explosão.

Bomba colocada nele
muito antes dele nascer;
que quando a vida desperta
nele, começa a bater.

Bomba colocada nele
Pelos séculos de fome
e que explode em diarreia
no corpo de quem não come.

Não é uma bomba limpa:
é uma bomba suja e mansa
que elimina sem barulho
vários milhões de crianças.

Sobretudo no nordeste
mas não apenas ali
que a fome do Piauí
se espalha de leste a oeste.

Cabe agora perguntar
quem é que faz essa fome,
quem foi que ligou a bomba
ao coração desse homem.

Quem é que rouba a esse homem
o cereal que ele planta,
quem come o arroz que ele colhe
se ele o colhe e não janta.

Quem faz café virar dólar
e faz arroz virar fome
é o mesmo que põe a bomba
suja no corpo do homem.

Mas precisamos agora
desarmar com nossas mãos
a espoleta da fome
que mata nossos irmãos.

Mas precisamos agora
deter o sabotador
que instala a bomba da fome
dentro do trabalhador.

E sobretudo é preciso
trabalhar com segurança
pra dentro de cada homem
trocar a arma de fome
pela arma da esperança.


GULLAR, Ferreira. 
Entendendo a poesia:
01 – No poema “A bomba suja”, Ferreira Gullar emprega algumas características do Pós-Modernismo Brasileiro. Identifique uma e justifique-a.
      Características do pós-modernismo:
      - Hiper-realismo;
      - Humor e crítica;
      - Polifonia e intertextualidade;
      - Imprecisão e espontaneidade;
      - Imaginação e criatividade.

02 – Que figura de linguagem predomina nos versos do poema? Justifique sua resposta.
      Predomina a metáfora (quando utilizamos uma palavra em lugar de outra por haver entre elas uma relação de semelhança).

03 – O poema:
A) denuncia a exploração do povo brasileiro a quem são negados os direitos fundamentais.
B) evidencia os efeitos da recessão econômica sobre o povo brasileiro.
C) apresenta o homem — em face da fome — desapegado à vida.
D) condena a ação do estrangeiro no Brasil, seduzindo o povo com sua moeda forte: o dólar.

04 – No poema, o sujeito poético:
A) revela-se consciente do seu papel transformador da realidade.
B) demonstra insegurança quanto à identificação do agente causador do flagelo da fome brasileira.
C) critica a indiferença das minorias privilegiadas em relação ao sofrimento de seus semelhantes,
D) procura, através de denúncias, alcançar o inatingível.

05 – O poema caracteriza-se:
A) pela linearidade discursiva.
B) pela valorização do descritivismo.
C) pela ambiguidade do discurso.
D) pelo uso de um tom coloquial.

06 – Qual é o assunto dominante da poesia?
      “A bomba suja” não visa propriamente à expressão de um estado d’alma e sim à persuasão de um fato concreto com existência comprovada – a fome como “causa mortis” do povo brasileiro: “Bomba colocada nele / Pelos séculos de fome / E que explode em diarreia / No corpo de quem não come.”

07 – Que problemas sociais o poeta enfoca na poesia?
      Fome e desigualdade social.

08 – Quais os estados mais atingidos pela suposta “bomba”?
      Rio Grande do Norte e Piauí.

09 – Escreva a estrofe em que o poeta sugere acabar o problema.
     “E sobretudo é preciso
      trabalhar com segurança
      pra dentro de cada homem
      trocar a arma de fome
      pela arma da esperança.”


10 – O que o poeta quis dizer nos versos: “Por exemplo, a diarreia, / no Rio Grande do Norte, / de cem crianças que nascem, / setenta e seis leva à morte.”
      Significa o alto índice de mortalidade infantil neste estado.


POEMA PROTESTO: Exp 9º ANO


POEMA PROTEXTO: Exp

Exp.
mal vc abre os olhos
e uma voz qq vem lhe dizer
o q fazer o q comer
como investir
todos querem se meter
numa coisa q só
a vc compete:
viver a sua vida
deletar, destruir, detonar
esses atravessadores
a vida é uma só
e a única verdade
é a sua experiência
não terceirize sua vida
viva viva
viva
essa é a sua vida
ChaCal. In: adilson Miguel (Org.). Traçados diversos: uma antologia de
poesia contemporânea. Vários autores. São Paulo: Scipione,
2008. p. 150. (Escrita Contemporânea

1. O que o eu lírico do poema “Exp” recusa? O que ele aconselha ao interlocutor?
...............................................................................................................................
2 Observe a escolha das palavras que compõem o poema.
a) A quem se refere o pronome você (vc) nesse poema?
............................................................................................................................
b) Além de vc, quais outras palavras não estão escritas conforme as convenções da ortografia?
...............................................................................................................................
c) Por que o uso dessa linguagem ajuda a esclarecer a crítica feita no poema?
..........................................................................................................................
d) Observe as estrofes que concentram essas palavras. O que ocorre ao longo do poema?
....................................................................................................................
e) Na sua opinião, o que explica a mudança no uso dessas palavras?
.......................................................................................................................
3 Analise o uso da palavra atravessador.
a) Por que as pessoas que interferem na vida dos outros são chamadas no poema de “atravessadores”?
...........................................................................................................................
b) Que outra palavra também está ligada ao campo de sentido da economia? O que ela significa no contexto?
..............................................................................................................................
4 Releia a última estrofe.
a) Que sentidos podem ser atribuídos à palavra viva?
.............................................................................................................................
b) O que a palavra sua reforça no encerramento do poema?
.............................................................................................................................
5 Suponha que alguém tivesse compartilhado o poema “Exp” usando um perfil de rede social. Para que não houvesse contradição entre o poema e os demais conteúdos, que postagens não seriam esperadas por parte do mesmo perfil?
...............................................................................................................................
6  O que torna “Exp” um poema com linguagem contemporânea?
...............................................................................................................................

7 desafio de escrita Agora, você vai produzir um parágrafo de análise do poema, relacionando seu conteúdo (o que é dito) com os recursos expressivos (como é dito). Siga o roteiro.
• Inicie identificando o texto, seu autor e a época em que foi produzido.
• Use o tema do texto para confirmar a identificação dessa época.
• Identifique o recurso usado nas primeiras estrofes do poema para associar sua linguagem a seu tema.
• Mencione e interprete a exclusão desse recurso

TEORIA
Como os demais poemas, o poema-protesto também se caracteriza pelo trabalho consciente com a linguagem, observado na escolha e na organização especial das palavras. Os poetas dedicam-se à construção dos versos, trabalhando a musicalidade do texto e a construção das imagens.

FONTE: ORMUNDO, Wilton  Se liga na língua: leitura, produção de texto e linguagem : manual do professor / Wilton Ormundo, Cristiane Siniscalchi. 9º ano — 1. ed. — São Paulo : Moderna, 2018.

POEMA PROTESTO A BOMBA SUJA GABARITO 9º ANO SE LIGA

GABARITO: PAGINA 94  LINK 1 PÁGINA DO BLOG, LINK 2  DRIVE


Poesia: A Bomba Suja
                                Ferreira Gullar

Introduzo na poesia
A palavra diarreia.
Não pela palavra fria
Mas pelo que ela semeia.

Quem fala em flor não diz tudo.
Quem me fala em dor diz demais.
O poeta se torna mudo
sem as palavras reais.

No dicionário a palavra
é mera ideia abstrata.
Mais que palavra, diarreia
é arma que fere e mata.

Que mata mais do que faca,
mais que bala de fuzil,
homem, mulher e criança
no interior do Brasil.

Por exemplo, a diarreia,
no Rio Grande do Norte,
de cem crianças que nascem,
setenta e seis leva à morte.
É como uma bomba D
que explode dentro do homem
quando se dispara, lenta,
a espoleta da fome.

É uma bomba-relógio
(o relógio é o coração)
que enquanto o homem trabalha
vai preparando a explosão.

Bomba colocada nele
muito antes dele nascer;
que quando a vida desperta
nele, começa a bater.

Bomba colocada nele
Pelos séculos de fome
e que explode em diarreia
no corpo de quem não come.

Não é uma bomba limpa:
é uma bomba suja e mansa
que elimina sem barulho
vários milhões de crianças.

Sobretudo no nordeste
mas não apenas ali
que a fome do Piauí
se espalha de leste a oeste.

Cabe agora perguntar
quem é que faz essa fome,
quem foi que ligou a bomba
ao coração desse homem.

Quem é que rouba a esse homem
o cereal que ele planta,
quem come o arroz que ele colhe
se ele o colhe e não janta.

Quem faz café virar dólar
e faz arroz virar fome
é o mesmo que põe a bomba
suja no corpo do homem.

Mas precisamos agora
desarmar com nossas mãos
a espoleta da fome
que mata nossos irmãos.

Mas precisamos agora
deter o sabotador
que instala a bomba da fome
dentro do trabalhador.

E sobretudo é preciso
trabalhar com segurança
pra dentro de cada homem
trocar a arma de fome
pela arma da esperança.

1. Releia a primeira estrofe.
a) No primeiro verso, a expressão na poesia sugere que a palavra diarreia será introduzida nesse poema especificamente ou nos textos poéticos em geral?
...............................................................................................................................
b) Em sua opinião, o que explica a ausência da palavra diarreia na poesia?
....................................................................................................................................................................................................................................................
2 O eu lírico justifica, nos versos seguintes, o uso da palavra diarreia.
a) Segundo ele, em que situação a palavra diarreia é “fria”? Por quê?
........................................................................................................................
b) Leia o verbete semear, transcrito de um dicionário.
semear (se.me.ar) v. [...] t.d. e int. 1 lançar sementes de (vegetal)
para que germinem <é tempo de s.> n t.d. fig. 2 espalhar,
propagar 3 ser causa de; promover
pânico> ~ semeador adj.s.m.
instituto antônio Houaiss de lexicoGRaFia (Org.). Pequeno dicionário
Houaiss da língua portuguesa. Dir. Antônio Houaiss, Mauro de Salles Villar,
Francisco Manoel de Mello Franco. São Paulo: Moderna, 2015.
Qual dos sentidos do verbete semear mais se aproxima daquele usado no poema?
..............................................................................................................
c) Com base nesse sentido de semear, conclua: por que a palavra diarreia interessa “pelo que ela semeia”?
........................................................................................................................
d) Explique por que, de acordo com o poema, “Quem fala em flor não diz tudo” (verso 5).
........................................................................................................................
e) Explique por que “Quem me fala em dor diz demais” (verso 6).
.......................................................................................................................
f) Qual relação de sentido existe entre os versos 5 e 6: conclusão, condição ou oposição? Que palavra poderia ser introduzida no início do verso 6 para evidenciar esse sentido?
..........................................................................................................................
3 Releia a terceira estrofe.
a) Quais hipônimos de arma são citados na continuidade do poema?
........................................................................................................................
b) Qual deles é a imagem central para a representação dos efeitos da diarreia?
........................................................................................................................
4 Releia o título do poema e a décima estrofe. Quais são os sentidos da palavra suja?
........................................................................................................................
5 O poema desenvolve um raciocínio.
a) Quais dados provam os terríveis efeitos da diarreia?
.....................................................................................................................
b) Em quais versos se revela que esse problema de saúde é antigo?
........................................................................................................................
c) Em que estrofe o eu lírico mostra a abrangência da doença no Brasil?
.............................................................................................................................
d) Segundo ele, qual é a causa da diarreia?
...............................................................................................................................
6. Observe os dois grupos sociais opostos a que o texto se refere.
a) Quais são eles?
...................................................................................................................
b) Na quarta estrofe, citam-se homens, mulheres e crianças atingidos pela doença. Que palavras se referem a eles nas três estrofes finais?
..................................................................................................................
c) Na penúltima estrofe, que palavra identifica os responsáveis pela doença?
.....................................................................................................................
d) A forma de nomear as pessoas que compõem os dois grupos sociais aproxima o eu lírico de qual deles?
.......................................................................................................................
7. Que função o eu lírico acredita ter no contexto que descreve?
....................................................................................................................
8. Nas estrofes finais, o eu lírico inclui o leitor no poema.
a) Que recurso gramatical evidencia essa inclusão?
.....................................................................................................................
b) Que papel teria o leitor?
.........................................................................................................................
9. Na sua opinião, o eu lírico apresenta um discurso agressivo? Por quê?
...........................................................................................................................
10. Qual é o objetivo do poema?
...........................................................................................................................
11. Releia a terceira estrofe.
a) Quais hipônimos de arma são citados na continuidade do poema?
...........................................................................................................................
b) Qual deles é a imagem central para a representação dos efeitos da diarreia?
.............................................................................................................................
12. Releia o título do poema e a décima estrofe. Quais são os sentidos da palavra suja?
...............................................................................................................................
13.  O poema desenvolve um raciocínio.
a) Quais dados provam os terríveis efeitos da diarreia?
..............................................................................................................................
b) Em quais versos se revela que esse problema de saúde é antigo?
...............................................................................................................................
c) Em que estrofe o eu lírico mostra a abrangência da doença no Brasil?
...............................................................................................................................
d) Segundo ele, qual é a causa da diarreia?
..........................................................................................................................

TEORIA
       O poema-protesto é uma das formas do gênero textual poema. Nele, o eu lírico declara sua firme discordância e crítica em relação a algo: uma decisão política, um problema social, uma injustiça etc.

Hiperônimos são os termos mais abrangentes, e hipônimos, os mais específicos. Calçado é um hiperônimo, e bota ou tênis, por exemplo, são hipônimos.

FONTE: ORMUNDO, Wilton  Se liga na língua: leitura, produção de texto e linguagem : manual do professor / Wilton Ormundo, Cristiane Siniscalchi. 9º ano — 1. ed. — São Paulo : Moderna, 2018.

quarta-feira, 10 de junho de 2020

POEMA VISUAL OU IMAGEM / POEMA CONCRETO



POEMA VISUAL OU  IMAGEM / POEMA CONCRETO
                                           
       Além de explorar a sonoridade, um poema pode fazer uso de outros recursos, como os visuais e os gráficos.
        Isso quer dizer que o poeta pode organizar seus versos de uma  maneira incomum, dispondo-os de modo que mostrem, por exemplo, o formato de um objeto, ou explorem as letras e o significados das palavras.
       Muitos poemas são criados não apenas para serem lidos, mas também para serem vistos, como uma fotografia, um desenho, um cartaz. Trabalhando com as letras, as palavras e seus significados, o poeta procura transmitir por meio deles, além de emoções e sentimentos, ideias de movimento, cor, forma, etc.
       Os poemas que fazem uso desses recursos são chamados de poemas concretos.

Leia e veja os poemas visuais a seguir;







1. Esses poemas apresentam grande diferença. Na sua opinião, eles foram feitos para serem apenas lidos?
...............................................................................................................................
2. No primeiro poema:
a) Que objeto a disposição do poema sugere?
..................................................................................................................
b) Que relação há entre a parte escrita e o formato do poema?
...........................................................................................................
3. Observe no segundo poema a sonoridade, a formação da palavra sonoridade e a impressão do movimento.
a) Sonoramente o que a repetição do som/v/ sugere?
............................................................................................................
b) O que o aparecimento gradual da palavra velocidade sugere quanto ao movimento?
..................................................................................................................

4. O terceiro é construído de datas. Observe as torres formadas por essas datas.
a) Qual a última data registrada?
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b) Troque ideias com os colegas. Que fato internacional abalou o mundo nesse dia?
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5. no quarto poema, o autor também faz uso de recursos visuais.
a) a que as palavras fluviais e pluviais, que formam o poema, se referem?
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b) Que relação há entre a forma e o conteúdo do poema/
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Poema concreto, a linguagem verbal é essencial, exemplo.




Poema visual, efeito de sonoridade, movimento e até ausência de linguagem verbal, ausência de eu lírico, exemplo:

       A poesia visual surgiu primeiro, a poesia concreta é um dos tipos de poesia visual, mas saber a diferença não é essencial.


terça-feira, 9 de junho de 2020

POEMA CLASSE MISTA 6º ANO SE LIGA


Classe mista - Carlos Drummond de Andrade
"Meninas, meninas,
do lado de lá.
Meninos, meninos,
do lado de cá."
Porque sempre dois lados,
corredor no meio,
professora em frente,
e o sonho de um tremor de terra
que só acontece em Messina,
jamais, jamais em Minas,
para, entre escombros, me ver
junto de Conceição até o fim do curso.

Carlos DrummonD De anDraDe. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992.
p. 581. Carlos Drummond de Andrade © Graña Drummond.
  
1. Que aspecto da educação retratado no poema é diferente nos dias de hoje?
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2 Que palavra do texto revela que o eu lírico se inclui no grupo de estudantes?
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3 Os quatro primeiros versos apresentam duas frases entre aspas. Por que esse sinal de pontuação foi empregado?
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4 No oitavo verso, o eu lírico afirma sonhar com um tremor de terra. Qual é o sentido da palavra sonho nesse contexto?
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5 Por que o sonho de um terremoto é estranho?
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6 O que explica esse sonho do eu lírico?
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7 Que informação sobre os terremotos é sugerida pela palavra jamais no texto?
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8 A repetição da palavra jamais tem o objetivo de reforçar, suavizar ou alterar o sentido da palavra?
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9 Que diferença existe entre um terremoto normal  e esse mencionado no poema de Drummond?
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FONTE: ORMUNDO, Wilton  Se liga na língua: leitura, produção de texto e linguagem : manual do professor / Wilton Ormundo, Cristiane Siniscalchi. — 1. ed. — São Paulo : Moderna, 2018.

sexta-feira, 29 de maio de 2020

POEMA MORTE E VIDA SEVERINA 9º ANO RIO 18



MORTE E VIDA SEVERINA (Início)
João Cabral de Melo Neto
O RETIRANTE EXPLICA AO LEITOR QUEM É E A QUE VAI

— O meu nome é Severino,
como não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria;
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias.
Mais isso ainda diz pouco:
há muitos na freguesia,
por causa de um coronel
que se chamou Zacarias
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.
Como então dizer quem falo
ora a Vossas Senhorias?
Vejamos: é o Severino
da Maria do Zacarias,
lá da serra da Costela,
limites da Paraíba.
Mas isso ainda diz pouco:
se ao menos mais cinco havia
com nome de Severino
filhos de tantas Marias
mulheres de outros tantos,
já finados, Zacarias,
vivendo na mesma serra
magra e ossuda em que eu vivia.
Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
[...]
Somos muitos Severinos
iguais em tudo e na sina:
a de abrandar estas pedras
suando-se muito em cima,
a de tentar despertar
terra sempre mais extinta,
a de querer arrancar
algum roçado da cinza.
Mas, para que me conheçam
melhor Vossas Senhorias
e melhor possam seguir
a história de minha vida,
passo a ser o Severino
que em vossa presença emigra. [...]
MELO NETO, João Cabral de. Obra completa.Rio de
Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

1 – Observe a presença do travessão (—), iniciando o poema. O que esse sinal indica?
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2 – Em que verso o personagem explica ter sido batizado com esse único nome “Severino”?
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3 – Observe, nas formas como o personagem diz que era conhecido pelos outros e na forma como tenta, primeiramente, se apresentar aos leitores, que ocorre o que chamamos de processo de GRADAÇÃO. Gradação é uma figura de linguagem caracterizada por um encadeamento de ideias de forma gradativa, que pode seguir a ordem crescente ou decrescente. Diga que formas são essas e como se dá a gradação.
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4 – Ao procurar dizer ao leitor quem é, o personagem faz uma tentativa para, logo depois, se opor a ela, reconhecendo que ainda diz pouco. Transcreva do poema a palavra que indica tratar-se de uma tentativa e a que indica a oposição que faz a ela (ou sua contradição).
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5 – Transcreva do poema os versos que expressam o motivo da dificuldade de o personagem dizer aos outros quem ele é:
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6 – Que forma de tratamento o personagem usa para se dirigir aos leitores (ouvintes)?
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7 – Nos versos “Mais isso ainda diz pouco: / há muitos na freguesia,” com que sentido foi usada a palavra em destaque?
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8 – Nos versos “Somos muitos Severinos / iguais em tudo e na sina:”, que significado tem a palavra em destaque?
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9 – Transcreva os versos que indicam que o lugar onde o personagem estava era de terra ressequida, de difícil cultivo:
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10 – Transcreva os versos que expressam a finalidade do personagem ao procurar se apresentar aos leitores:
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11 – Observe os versos finais “passo a ser o Severino / que em vossa presença emigra.”. Que outra palavra, no poema, tem um sentido que se relaciona com o sentido da palavra em destaque, “emigra”?
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