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quarta-feira, 17 de junho de 2020

POEMA PROTESTO A BOMBA SUJA GABARITO 9º ANO SE LIGA

GABARITO: PAGINA 94  LINK 1 PÁGINA DO BLOG, LINK 2  DRIVE


Poesia: A Bomba Suja
                                Ferreira Gullar

Introduzo na poesia
A palavra diarreia.
Não pela palavra fria
Mas pelo que ela semeia.

Quem fala em flor não diz tudo.
Quem me fala em dor diz demais.
O poeta se torna mudo
sem as palavras reais.

No dicionário a palavra
é mera ideia abstrata.
Mais que palavra, diarreia
é arma que fere e mata.

Que mata mais do que faca,
mais que bala de fuzil,
homem, mulher e criança
no interior do Brasil.

Por exemplo, a diarreia,
no Rio Grande do Norte,
de cem crianças que nascem,
setenta e seis leva à morte.
É como uma bomba D
que explode dentro do homem
quando se dispara, lenta,
a espoleta da fome.

É uma bomba-relógio
(o relógio é o coração)
que enquanto o homem trabalha
vai preparando a explosão.

Bomba colocada nele
muito antes dele nascer;
que quando a vida desperta
nele, começa a bater.

Bomba colocada nele
Pelos séculos de fome
e que explode em diarreia
no corpo de quem não come.

Não é uma bomba limpa:
é uma bomba suja e mansa
que elimina sem barulho
vários milhões de crianças.

Sobretudo no nordeste
mas não apenas ali
que a fome do Piauí
se espalha de leste a oeste.

Cabe agora perguntar
quem é que faz essa fome,
quem foi que ligou a bomba
ao coração desse homem.

Quem é que rouba a esse homem
o cereal que ele planta,
quem come o arroz que ele colhe
se ele o colhe e não janta.

Quem faz café virar dólar
e faz arroz virar fome
é o mesmo que põe a bomba
suja no corpo do homem.

Mas precisamos agora
desarmar com nossas mãos
a espoleta da fome
que mata nossos irmãos.

Mas precisamos agora
deter o sabotador
que instala a bomba da fome
dentro do trabalhador.

E sobretudo é preciso
trabalhar com segurança
pra dentro de cada homem
trocar a arma de fome
pela arma da esperança.

1. Releia a primeira estrofe.
a) No primeiro verso, a expressão na poesia sugere que a palavra diarreia será introduzida nesse poema especificamente ou nos textos poéticos em geral?
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b) Em sua opinião, o que explica a ausência da palavra diarreia na poesia?
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2 O eu lírico justifica, nos versos seguintes, o uso da palavra diarreia.
a) Segundo ele, em que situação a palavra diarreia é “fria”? Por quê?
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b) Leia o verbete semear, transcrito de um dicionário.
semear (se.me.ar) v. [...] t.d. e int. 1 lançar sementes de (vegetal)
para que germinem <é tempo de s.> n t.d. fig. 2 espalhar,
propagar 3 ser causa de; promover
pânico> ~ semeador adj.s.m.
instituto antônio Houaiss de lexicoGRaFia (Org.). Pequeno dicionário
Houaiss da língua portuguesa. Dir. Antônio Houaiss, Mauro de Salles Villar,
Francisco Manoel de Mello Franco. São Paulo: Moderna, 2015.
Qual dos sentidos do verbete semear mais se aproxima daquele usado no poema?
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c) Com base nesse sentido de semear, conclua: por que a palavra diarreia interessa “pelo que ela semeia”?
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d) Explique por que, de acordo com o poema, “Quem fala em flor não diz tudo” (verso 5).
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e) Explique por que “Quem me fala em dor diz demais” (verso 6).
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f) Qual relação de sentido existe entre os versos 5 e 6: conclusão, condição ou oposição? Que palavra poderia ser introduzida no início do verso 6 para evidenciar esse sentido?
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3 Releia a terceira estrofe.
a) Quais hipônimos de arma são citados na continuidade do poema?
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b) Qual deles é a imagem central para a representação dos efeitos da diarreia?
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4 Releia o título do poema e a décima estrofe. Quais são os sentidos da palavra suja?
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5 O poema desenvolve um raciocínio.
a) Quais dados provam os terríveis efeitos da diarreia?
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b) Em quais versos se revela que esse problema de saúde é antigo?
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c) Em que estrofe o eu lírico mostra a abrangência da doença no Brasil?
.............................................................................................................................
d) Segundo ele, qual é a causa da diarreia?
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6. Observe os dois grupos sociais opostos a que o texto se refere.
a) Quais são eles?
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b) Na quarta estrofe, citam-se homens, mulheres e crianças atingidos pela doença. Que palavras se referem a eles nas três estrofes finais?
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c) Na penúltima estrofe, que palavra identifica os responsáveis pela doença?
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d) A forma de nomear as pessoas que compõem os dois grupos sociais aproxima o eu lírico de qual deles?
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7. Que função o eu lírico acredita ter no contexto que descreve?
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8. Nas estrofes finais, o eu lírico inclui o leitor no poema.
a) Que recurso gramatical evidencia essa inclusão?
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b) Que papel teria o leitor?
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9. Na sua opinião, o eu lírico apresenta um discurso agressivo? Por quê?
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10. Qual é o objetivo do poema?
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11. Releia a terceira estrofe.
a) Quais hipônimos de arma são citados na continuidade do poema?
...........................................................................................................................
b) Qual deles é a imagem central para a representação dos efeitos da diarreia?
.............................................................................................................................
12. Releia o título do poema e a décima estrofe. Quais são os sentidos da palavra suja?
...............................................................................................................................
13.  O poema desenvolve um raciocínio.
a) Quais dados provam os terríveis efeitos da diarreia?
..............................................................................................................................
b) Em quais versos se revela que esse problema de saúde é antigo?
...............................................................................................................................
c) Em que estrofe o eu lírico mostra a abrangência da doença no Brasil?
...............................................................................................................................
d) Segundo ele, qual é a causa da diarreia?
..........................................................................................................................

TEORIA
       O poema-protesto é uma das formas do gênero textual poema. Nele, o eu lírico declara sua firme discordância e crítica em relação a algo: uma decisão política, um problema social, uma injustiça etc.

Hiperônimos são os termos mais abrangentes, e hipônimos, os mais específicos. Calçado é um hiperônimo, e bota ou tênis, por exemplo, são hipônimos.

FONTE: ORMUNDO, Wilton  Se liga na língua: leitura, produção de texto e linguagem : manual do professor / Wilton Ormundo, Cristiane Siniscalchi. 9º ano — 1. ed. — São Paulo : Moderna, 2018.

12 comentários:

  1. Muito obrigado
    Mim ajudou muito que
    Deus te pague

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  2. Atividade excelente, trabalhamos ontem,9/12/2021, em sala de aula.

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  3. Boa noite,professor!
    É possível me enviar o gabarito?
    Estou trabalhando esse poema com minha turma.

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  4. Bom dia, professor!
    Estou trabalhando esse poema. Pode me enviar o gabarito?

    Obrigada!

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  5. Boa Noite!! Professor preciso do gabarito deste poema protesto pode me conseguir?
    Desde já lhe agradeço e sou muito sua fã!
    Abraços, Liése

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  6. Respostas
    1. Coloquei agora o link do LIVRO DO PROFESSOR na postagem Página 94. Espero que ajude, se não conseguir avise que depois coloco as respostas. Para quem tiver interesse é legal baixar o livro para guardar.

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