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sábado, 10 de outubro de 2020

CRASE A PARTIR DE / ÀPARTIR DE

 

1. A crase na expressão À PARTIR DE no anúncio publicitário está:

a) Certa por se tratar de uma locução adverbial feminina

b) Certa por se tratar de uma locução prepositiva

c) Errada porque não é permitido crase antes de verbo

d) Errada porque a regência o substantivo PREÇOS não pede preposição

 

2. Sobre a expressão Á VISTA no anúncio, é correto afirmar que:

a) Ocorreu erro de acentuação, pois colocaram o acento agudo.

b) Não precisa de crase, pois é uma locução adverbial de modo feminina.

c) Ocorreu erro de acentuação, pois colocaram um o acento grave.

d) Não precisa de crase, pois é uma locução prepositiva feminina.

 

3. Sobre a grafia da palavra LAVA JATO e a explicação do seu significado o correto é:

a) Lava Jato: operação de apoio à corrupção e lavagem de dinheiro.

b) lava a jato: Instalação dotada de equipamentos e dispositivos automáticos próprios para lavar carros.

c) lava à jato: Instalação dotada de equipamentos e dispositivos automáticos próprios para lavar carros.

d) lava-jato: operação de combate à corrupção e lavagem de dinheiro.


CARTA DE RECLAMAÇÃO WANEL VILLE PARTE 2

 

CARTA DE RECLAMAÇÃO PARTE 2
 
Wanel Ville
31/ 12/17 Equipe Online - oniine@jcruzeíro.corn.br
       A central de atendimento ao munícipe, que funciona através do canal 156 deixou há muito de ser uma via de atendimento eficiente aos cidadãos.
        Em reclamação feita a respeito do mato alto e abundante que toma conta da área pública da Prefeitura, localizada na rua Paulina Bersani Migliori, no Wanel Ville IV (que traz muitos problemas de animais peçonhentos e segurança pública aos moradores), a resposta foi que "seria realizada uma vistoria técnica no local, para avaliarmos as necessidades no prazo de 90 dias".
       Ocorre que faz meses que as mencionadas áreas não são roçadas pela Prefeitura, encontrando-se em completo estado de abandono.
       Ademais, não faltam reclamações dos munícipes a respeito da mencionada rua. Durante a realização de terraplenagem para a construção de um condomínio na avenida José Caetano Graziosi, a circulação intensa de caminhões e maquinário pesado ocasionou um buraco imenso no pavimento asfáltico na rua José Abel Buckart, o que cada dia fica pior. Neste caso, foi obtida a resposta que "se encontra cadastrada a reclamação no banco de dados e será inserida na programação".
      Em suma, o munícipe do bairro somente é lembrado para a cobrança de tributos, porém quando precisa do serviço público é obrigado a tolerar respostas que indicam que sabem do problema, contudo sem prazo algum para a solução do mesmo.
       Tomo a liberdade de sugerir à municipalidade, que tanto gosta de reforçar a escassez dos recursos públicos, que afetam diretamente a qualidade e a periodicidade da prestação do serviço público, que passe a economizar verbas com a contratação de assessores.
L.
 
      Resposta - Prezado L. informamos que a Área de Paisagismo e Manutenção da Secretaria do Meio Ambiente, Parques e Jardins (Seroa} vistoriou a área pública localizada na rua Paulina Bersani Migliori, no Wanel Ville IV, e programou o serviço de roçagem para a segunda quinzena de janeiro de 2018. Com relação ao buraco na rua José Abel Buckart, informamos que uma equipe técnica da Secretaria de Serviços Públicos, Conservação e Obras (Serpa) foi ao local e o serviço foi executado na última quarta-feira (20).
PREFEITURA DE SOROCABA
WANEL Ville. Jorna do Cruzeiro do Sul, Sorocaba, 31 dez. 2017. Disponível em https://www2.jornalcruzeiro.com.br/materia/848217/wanel-ville
     1. Nas cartas pessoais, comerciais, de reclamação, entre outras, alguns elementos são importantes, como a data e o local de onde se escreve, a saudação a quem ela é dirigida, o conteúdo da men­sagem, a despedida e o nome de quem escreve.
a) Quais dos elementos citados não aparecem na carta de reclamação que você leu?
      O local, a saudação, a despedida e a data em que foi escrita, aparece apenas a data de publicação no site.
b) Em sua opinião, por que isso aconteceu?
     Sugestão de resposta: por se tratar de um site, alguns elementos das cartas publicadas podem não estar presentes como a data em que o leitor escreveu ao site. Também é possível que alguns elementos sejam omitidos por questão de espaço, entre outros motivos.
c) Que outros elementos você observa na carta de reclamação lida?
    A carta possui um titulo, a data de publicação e o e-mail do jornal no topo e a resposta da Prefeitura.
Releia este trecho da carta.
     Em reclamação feita a respeito do mato alto e abundante que toma conta da área pública da Prefeitura, localizada na rua Paulina Bersani Migliori, no Wanel Ville IV (que traz muitos problemas de animais peçonhentos e segu­rança pública aos moradores), a resposta foi que "seria realizada uma vistoria técnica no local, para avaliarmos as necessidades no prazo de 90 dias".  Ocorre que faz meses que as mencionadas áreas não são roçadas pela Prefeitura, encontrando-se em completo estado de abandono.
                       
2. O que causa a insatisfação do autor da carta?
      O fato de o lugar estar a quatro meses sem ser roçado, encontrando-se em estado de abandono e , ainda assim, a resposta da Prefeitura prever o prazo de 90 dias para uma vistoria técnica de avaliação das necessidades.
3. O autor tenta justificar sua insatis­fação com os serviços prestados pela Prefeitura e convencer o leitor a respeito de sua opinião. Para isso, ele usa explicações e argumentos. Releia este trecho da carta. “A central de atendimento ao munícipe, que funciona através do canal 156, deixou há muito de ser uma via de atendimento eficiente aos cidadãos.”    Que argumentos o autor da carta apresenta para justificar sua afirmação e convencer o leitor a respeito de sua opinião?
      Para justificar sua opinião a respeito dos serviços prestados pela Prefeitura e convencer os leitores do site, o autor da carta usa como argumento os problemas existentes no bairro e as respostas dadas pela Prefeitura.
 

       O argumento é um recurso utilizado para convencer alguém a respeito de algo por meio de dados, fatos, exemplos.

      A presença de argumentos para justificar opiniões é uma das  características da carta de reclamação

 
4.  Releia a resposta dada pela Prefeitura à carta de reclamação.
            Resposta - Prezado L, informamos que a Área de Paisagismo e  Manutenção da Secretaria do Meio Ambiente, Parques e Jardins (Sema) vis­toriou a área pública localizada na rua Paulina Bersani Migliori, no Wanel Ville IV, e programou o serviço de roçagem para a segunda quinzena de janei­ro de 2018. Com relação ao buraco na rua José Abel Buckart, informamos que uma equipe técnica da (Serpa) foi ao local e o serviço foi executado na última quarta-feira (20).
 
a) É possível dizer que o autor da carta alcançou seu objetivo? Justifique.
      Sim, porque a roçagem do local foi programado pela Prefeitura com data específica e o buraco foi fechado.
b) Em sua opinião, o fato de a reclamação ter sido publicada em um site e se tornado pública ajudou na resolução do problema? Explique sua resposta.
     Sim, pois a divulgação pública do caso pode criar uma imagem negativa da Prefeitura perante um grande número de pessoas, forçando a resolução do problema com mais rapidez.
5. Em sua opinião, escrever e enviar uma carta de reclamação ou solicitação, com argumentos válidos, é uma forma de refletir sobre problemas cole­tivos e ajudar a resolvê-los? Justifique sua resposta.
      Resposta pessoal. Espera-se que os alunos percebam que reclamar por seus direitos apresentando argumentos válidos e sólidos aos responsáveis pelo problema e solicitando sua solução, é exercer os direitos do cidadão.
6.  Em seu bairro ou cidade, há problemas parecidos e que ainda não foram solucionados pelo órgão responsável ou houve demora para resolvê-los? Se sim, escreva abaixo.
Resposta pessoal.
 
REFERÊNCIA BIBLIGRÁFICA:
Português: CONEXÃO E USO, 6ºano: ensino fundamental, anos finais/Dileta Delmanto, Laíz B. Carvalho,1ª ed. São Paulo: Saraiva,2018.p.49...

CARTA DE RECLAMAÇÃO WANEL VILLE GABARITO 1

 
CARTA DE RECLAMAÇÃO
 
1. Você já sentiu necessidade de fazer uma reclamação sobre um produto ou serviço que não atendeu às suas expectativas ou, ainda, sobre um problema em seu bairro? Se sim, conte aos colegas e ao professor qual foi a situação.
Resposta pessoal.
2. Você sabia que é possível publicar uma reclamação em sites, jornais e revistas? Em sua opinião, com que objetivo uma pessoa decide tornar pública sua reclamação?
Resposta pessoal.
3. De que outras formas, além de jornais, sites e revistas, você acha possível fazer uma reclamação?
Resposta pessoal.
 
Wanel Ville
31/ 12/17 Equipe Online - oniine@jcruzeíro.corn.br
       A central de atendimento ao munícipe, que funciona através do canal 156 deixou há muito de ser uma via de atendimento eficiente aos cidadãos.
        Em reclamação feita a respeito do mato alto e abundante que toma conta da área pública da Prefeitura, localizada na rua Paulina Bersani Migliori, no Wanel Ville IV (que traz muitos problemas de animais peçonhentos e segurança pública aos moradores), a resposta foi que "seria realizada uma vistoria técnica no local, para avaliarmos as necessidades no prazo de 90 dias".
       Ocorre que faz meses que as mencionadas áreas não são roçadas pela Prefeitura, encontrando-se em completo estado de abandono.
       Ademais, não faltam reclamações dos munícipes a respeito da mencionada rua. Durante a realização de terraplenagem para a construção de um condomínio na avenida José Caetano Graziosi, a circulação intensa de caminhões e maquinário pesado ocasionou um buraco imenso no pavimento asfáltico na rua José Abel Buckart, o que cada dia fica pior. Neste caso, foi obtida a resposta que "se encontra cadastrada a reclamação no banco de dados e será inserida na programação".
      Em suma, o munícipe do bairro somente é lembrado para a cobrança de tributos, porém quando precisa do serviço público é obrigado a tolerar respostas que indicam que sabem do problema, contudo sem prazo algum para a solução do mesmo.
       Tomo a liberdade de sugerir à municipalidade, que tanto gosta de reforçar a escassez dos recursos públicos, que afetam diretamente a qualidade e a periodicidade da prestação do serviço público, que passe a economizar verbas com a contratação de assessores.
L..................
 
Resposta - Prezado L............, informamos que a Área de Paisagismo e Manutenção da Secretaria do Meio Ambiente, Parques e Jardins (Seroa} vistoriou a área pública localizada na rua Paulina Bersani Migliori, no Wanel Ville IV, e programou o serviço de roçagem para a segunda quinzena de janeiro de 2018. Com relação ao buraco na rua José Abel Buckart, informamos que uma equipe técnica da Secretaria de Serviços Públicos, Conservação e Obras (Serpa) foi ao local e o serviço foi executado na última quarta-feira (20).
PREFEITURA DE SOROCABA
WANEL Ville. Jorna] Cruzeiro do Sul, Sorocaba, 31 dez. 2017.
 
1. Após a leitura do texto, responda às questões a seguir.
a) Você já tinha lido uma carta de reclamação como essa? Se sim, onde?
Resposta pessoal.
b) Sua hipótese sobre o assunto da carta foi confirmada?
Resposta pessoal.
2. Considere o primeiro parágrafo do texto.
a)Esse trecho introduz o assunto com uma afirmação. Qual é ela?
A central de atendimento da prefeitura, que funciona por meio do canal 156, deixou de ser eficiente.
b) Qual é a intenção do autor da carta ao fazer essa afirmação?
O autor da carta tem a intenção de expor uma opinião negativa a respeito da central de atendimento da Prefeitura, criticando a ineficiência do serviço oferecido pelo canal 156.
3. Anote no caderno quais dos problemas a seguir são relatados pelo autor da carta sobre o bairro.
a) O mato alto e abundante em uma área pública da Prefeitura.
b) A escassez de verbas para contratar mais assessores.
c) A existência de um buraco imenso em uma rua do bairro.
d) A via de atendimento aos cidadãos pelo canal 156 deixou de existir.
e) O longo prazo para a resolução dos problemas apontados.
Resposta A,C,E.
 
4. Qual foi a atitude tomada pelo autor diante dos problemas presentes no bairro?
Ele entrou em contato com o canal 156 e registrou a solicitação de reparos.
           
5. Analise o motivo da carta de reclamação.
a) Por que o autor da carta a enviou para o site de notícias?
Por não ter suas solicitações atendidas pelo canal 156.
b)Corri qual intenção o autor escolheu o site para sua reclamação?
Ao enviar a carta para o site, o autor teve o objetivo de tornar públicos os problemas do bairro e a ausência de solução pela Prefeitura.
 
6.  No último parágrafo, o autor da carta conclui o texto com uma crítica e uma sugestão. Releia.
       [...] Tomo a liberdade de sugerir à municipalidade, que tanto gosta de reforçar a escassez dos recursos públicos, que afetam diretamente a qualidade e a periodicidade da prestação do serviço público, que passe a economizar verbas com a contratação de assessores.
a) Explique qual é a crítica feita por ele.
O autor afirma que a prefeitura gosta de reforçar que não tem dinheiro (verbas, recursos), mas gasta com novos funcionários.
b) O autor da carta sugere que a Prefeitura:
(   ) não contrate mais assessores.
( X  ) contrate mais assessores.
 

REFERÊNCIA BIBLIGRÁFICA:

Português: CONEXÃO E USO, 6ºano: ensino fundamental, anos finais/Dileta Delmanto, Laíz B. Carvalho,1ª ed. São Paulo: Saraiva,2018.p.46-48.

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

COESÃO BNCC EF07LP12,13 GABARITO

 Atividade: COESÃO

 

HABILIDADES: (EF07LP12) Reconhecer recursos de coesão referencial: substituições lexicais (de substantivos por sinônimos) ou pronominais (uso de pronomes anafóricos – pessoais, possessivos, demonstrativos). (EF07LP13) Estabelecer relações entre partes do texto, identificando substituições lexicais (de substantivos por sinônimos) ou pronominais (uso de pronomes anafóricos – pessoais, possessivos, demonstrativos), que contribuem para a continuidade do texto.

PRONOMES - REVISÃO:

Os pronomes são palavras que substituem ou acompanham nomes, evitando repetições desnecessárias ao texto. Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso (eu, tu, ele...). Os pronomes de tratamento referem-se às pessoas com quem se fala e indicam o grau de formalidade entre os interlocutores (senhor, você...). Pronomes demonstrativos são aqueles que indicam a posição no tempo ou no espaço (este, esse, aquele...).


Leia a anedota:

Juninho é muito comilão. Um dia Juninho chegou na cozinha, pela vigésima vez, e disse pra cozinheira:

Me dá mais um pastel.

E a cozinheira:

— Se você comer mais um pastel, vai explodir.

E o menino:

— Então me dá o salgado e sai de perto!

 (Zíraldo. O livro do riso do Menino Maluquinho. São Paulo:

Melhoramentos, 2000. p. 102.)

 

1. Quais pronomes pessoais poderiam ser usados para substituir os substantivos abaixo?

a) Juninho

b) cozinheira.

2. No texto, foram utilizados dois sinônimos (nomes iguais) para substituir as palavras Juninho e pastel. Qual sinônimo, no texto, se refere a:

a) Juninho

b) pastel 

COESÃO

A coesão é a relação entre as partes de um texto. Entre os recursos coesivos temos a substituição de substantivos por pronomes ou sinônimos.

 Leia o texto.

O Círculo da Tolerância

       Um famoso senhor com poder de decisão, gritou com um diretor da sua empresa, porque estava com ódio naquele momento.

        O diretor, chegando em casa, gritou com sua esposa, acusando-a de que estava gastando demais, porque havia um bom e farto almoço à mesa.

     Sua esposa gritou com a empregada que quebrou um prato.

     A empregada chutou o cachorrinho no qual tropeçara.

     O cachorrinho saiu correndo, e mordeu uma senhora que ia passando pela rua, porque estava atrapalhando sua saída pelo portão.

     Essa senhora foi à farmácia para tomar vacina e fazer um curativo, e gritou com o farmacêutico, porque a vacina doeu ao ser aplicada.

     O farmacêutico, chegando à casa, gritou com sua mãe, porque o jantar não estava do seu agrado.

     Sua mãe, tolerante, um manancial de amor e perdão, acariciou lhe seus cabelos e beijou-o na testa, dizendo:

     “Filho querido,  prometo que amanhã farei os seus doces favoritos. Você trabalha muito, está cansado e precisa de uma boa noite de sono. Vou trocar os lençóis da sua cama por outros bem limpinhos e cheirosos para que você descanse bem. Amanhã você se sentirá melhor.”

     E abençoou-o, retirando-se e deixando-o sozinho com os seus pensamentos…

      Naquele momento, rompeu o círculo do ódio, porque esbarrou com a tolerância, a doçura, o perdão e o amor…

https://sabedoriauniversal.wordpress.com/lendas-e-contos/ 

3. Substituas as palavras retiradas do texto por sinônimos.

a) o diretor

b) sua esposa

c) cachorrinho

d) essa senhora

4. Substitua as palavras abaixo por pronomes pessoais.

a) o farmacêutico

b) sua mãe

5.   “Naquele momento” faça um resumo com suas palavras sobre qual acontecimento essa expressão se refere.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

https://sabedoriauniversal.wordpress.com/lendas-e-contos/

(Zíraldo. O livro do riso do Menino Maluquinho. São Paulo:Melhoramentos, 2000. p. 102.)

 1.

a) Ele

b) Ela

 

2.

a) Menino

b) salgado

 

3.

a) empregado

b) mulher

c) animal

d) essa pessoa

 

4.

a) Ele

b) Ela

 

5. O momento em que a mãe foi tolerante com o filho e o tratou com amor.

 

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

ESTRANGEIRISMOS

 

Você já sabe que a língua portuguesa está sempre se transformando, seja pelo acréscimo de novas pa­lavras, seja pelo desaparecimento de outras, que caem em desuso. Vamos ver agora uma das maneiras de novas palavras serem incorporadas ao vocabulário.

1. Leia a tirinha a seguir.

GALHARDO. Caco Chico Bacon Pizzaiolo.Blog do Galhardo Disponível em· <http://blogdogalhardo.zip. netimagesdaiquiri 107

a) Qual é a função do destaque em negrito nas palavras que estão nos balões de fala?
Direcionar a leitura para o foco central da tirinha e indicar expressividade na fala.      
b) Observe a expressão facial do personagem da tira. Como ela muda ao longo dos quadrinhos?
O personagem atende o telefone com a expressão facial aparentemente calma, depois ele se irrita e termina calmo, satisfeito com sua resposta, conforme sugerem suas sobrancelhas.
c) Como é possível entender o humor provocado pela fala do personagem no último quadrinho?
Ao responder com uma palavra da língua inglesa, o personagem se acalma, permitindo a leitura de um possível pedantismo ao usar o inglês que acentua o humor. Podemos entender tanto que ele não sabe corretamente o significado da palavra ou está se sentindo orgulhoso por falar em inglês em seu trabalho.
d) Qual é o tema do texto?
O uso de estrangeirismo, palavras de outras línguas na língua portuguesa.
e) Que avaliação o texto apresenta em relação ao uso de palavras estrangeiras? Explique.
Critica por meio da ironia  e do humor o excessivo uso de estrangeirismo no Português do Brasil.
f) A palavra telepizza é composta pelo prefixo tele- e a palavra pizza. Faça uma lista de pa­lavras de seu cotidiano que levam esse prefixo e tente identificar o significado que ele acrescenta às palavras.
Telefone, telegrafo, televisão, teleobjetiva...

CONTO: OLHOS D'ÁGUA GABARITO CONEXÃO

 

Leia apenas o título do conto reproduzido a seguir.

1. Qual poderia ser o enredo de um conto com esse título

Resposta pessoal.

2. Em quais situações é possível ter "Olhos d'água"?

Resposta pessoal.

3. Você se recorda de algum momento em que teve "Olhos d'água"? Descreva seus sentimentos e as sensações de seu Corpo.

Resposta pessoal.

O conto que você vai ler aborda a relação entre mãe e filha. A narradora nos conduz por suas memórias e, à medida que nos aproximamos de sua infância, vamos tomando consciência da realidade de uma família brasileira.

Durante a leitura, procure descobrir o sentido das palavras desconhecidas pelo contexto ern que elas aparecem. Se for preciso, consulte o dicionário.

 

 

Olhos d'água

       Uma noite, há anos, acordei bruscamente e uma estranha pergunta explodiu de minha boca. De que cor eram os olhos de minha mãe? Atordoada custei reconhecer o quarto da nova casa em que eu estava morando e não conseguia me lembrar como havia chegado até ali. E a insistente pergunta martelando, martelando. De que cor eram os olhos de minha mãe? Aquela indagação havia surgido há dias, há meses, posso dizer. Entre um afazer e outro, eu me pegava pensando de que cor seriam os olhos de minha mãe. E o que a princípio tinha sido um mero pensamento interrogativo, naquela noite se transformou em uma dolorosa pergunta carregada de um tom acusativo. Então eu não sabia de que cor eram os olhos de minha mãe?

      Sendo a primeira de sete filhas, desde cedo busquei dar conta de minhas próprias dificuldades, cresci rápido, passando por uma breve adolescência. Sempre ao lado de minha mãe, aprendi a conhecê-la. Decifrava o seu silêncio nas horas de dificuldades, como também sabia reconhecer, em seus gestos, prenúncios de possíveis alegrias. Naquele momento, entretanto, me descobria cheia de culpa, por não recordar de que cor seriam os seus olhos. Eu achava tudo muito estranho, pois me lembrava nitidamente de vários detalhes do corpo dela. Da unha encravada do dedo mindinho do pé esquerdo ... da verruga que se perdia no meio da cabeleira crespa e bela ... Um dia, brincando de pentear boneca, alegria que a mãe nos dava quando, deixando por uns momentos o lava-lava, o passa-passa das roupagens alheias e se tornava uma grande boneca negra para as filhas, descobrimos uma bolinha escondida bem no couro cabeludo dela. Pensamos que fosse carrapato. A mãe cochilava e uma de minhas irmãs, aflita, querendo livrar a boneca-mãe daquele padecer, puxou rápido o bichinho. A mãe e nós rimos e rimos e rimos de nosso engano. A mãe riu tanto das lágrimas escorrerem. Mas de que cor eram os olhos dela?

      Eu me lembrava também de algumas histórias da infância de minha mâe. Ela havia nascido em um lugar perdido no interior de Minas. Ali, as crianças andavam nuas até bem grandinhas. As meninas, assim que os seios começavam a brotar, ganhavam roupas antes dos meninos. Às vezes, as histórias da infância de minha mãe confundiam-se com as de minha própria infância. Lembro-me de que muitas vezes, quando a mãe cozinhava, da panela subia cheiro algum. Era como se cozinhasse, ali, apenas o nosso desesperado desejo de alimento. As labaredas, sob a água solitária que fervia na panela cheia de fome, pareciam debochar do vazio do nosso estômago, ignorando nossas bocas infantis em que as línguas brincavam a salivar sonho de comida. E era justamente nos dias de parco ou nenhum alimento que ela mais brincava com as filhas. Nessas ocasiões a brincadeira preferida era aquela em que a mãe era a Senhora, a Rainha. Ela se assentava em seu trono, um pequeno banquinho de madeira. Felizes, colhíamos flores cultivadas em um pequeno pedaço de terra que circundava o nosso barraco. As flores eram depois solenemente distribuídas por seus cabelos, braços e colo. E diante dela fazíamos reverências à Senhora. Postávamos deitadas no chão e batíamos cabeça para a Rainha. Nós, princesas, em volta dela, cantávamos, dançávamos, sorríamos. A mãe só ria de uma maneira triste e com um sorriso molhado ... Mas de que cor eram os olhos de minha mãe? Eu sabia, desde aquela época, que a mãe inventava esse e outros jogos para distrair a nossa fome. E a nossa fome se distraía.

     Às vezes, no final da tarde, antes que a noite tomasse conta do tempo, ela se sentava na soleira da porta e, juntas, ficávamos contemplando as artes das nuvens no céu. Umas viravam cameirinhos; outras, cachorrinhos; algumas, gigantes adormecidos, e havia aquelas que eram só nuvens, algodão-doce. A mãe, então, espichava o braço que ia até o céu, colhia aquela nuvem, repartia em pedacinhos e enfiava rápido na boca de cada uma de nós. Tudo tinha de ser muito rápido, antes que a nuvem derretesse e com ela os nossos sonhos se esvaecessem também. Mas de que cor eram os olhos de minha mãe?

     Lembro-me ainda do temor de minha mãe nos dias de fortes chuvas. Em cima da cama, agarrada a nós, ela nos protegia com seu abraço. E com os olhos alagados de prantos balbuciava rezas a Santa Bárbara, temendo  que o nosso frágil barraco desabasse sobre nós. E eu não sei se o lamento-pranto de minha mãe, se o barulho da chuva ... Sei que tudo me causava a sensação de que a nossa casa balançava ao vento. Nesses momentos os olhos de minha mãe se confundiam com os olhos da natureza. Chovia, chorava! Chorava, chovia! Então, porque eu não conseguia lembrar a cor dos olhos dela?

      E naquela noite a pergunta continuava me atormentando. Havia anos que eu estava fora de minha cidade natal. Saíra de minha casa em busca de melhor condição de vida para mim e para minha família: ela e minhas irmãs tinham ficado para trás. Mas eu nunca esquecera a minha mãe. Reconhecia a importância dela na minha vida, não só dela, mas de minhas tias e todas as mulheres de minha família. E também, já naquela época, eu entoava cantos de louvor a todas nossas ancestrais, que desde a África vinham arando a terra da vida com as suas próprias mãos, palavras e sangue. Não, eu não esqueço essas Senhoras, nossas Yabás, donas de tantas sabedorias. Mas de que cor eram os olhos de minha mãe?

     E foi então que, tomada pelo desespero por não me lembrar de que cor seriam os olhos de minha mãe, naquele momento, resolvi deixar tudo e, no dia seguinte, voltar à cidade em que nasci. Eu precisava buscar o rosto de minha mãe, fixar o meu olhar no dela, para nunca mais esquecer a cor de seus olhos.

     Assim fiz. Voltei, aflita, mas satisfeita. Vivia a sensação de estar cumprindo um ritual, em que a oferenda aos Orixás deveria ser descoberta da cor dos olhos de minha mãe.

 

     E quando, após longos dias de viagem para chegar à minha terra, pude contemplar extasiada os olhos de minha mãe, sabem o que vi? Sabem o que vi?

     Vi só lágrimas e lágrimas. Entretanto, ela sorria feliz. Mas eram tantas lágrimas, que eu me perguntei se minha mãe tinha olhos ou rios caudalosos sobre a face. E só então compreendi. Minha mãe trazia, serenamente em si, águas correntezas. Por isso, prantos e prantos a enfeitar o seu rosto. A cor dos olhos de minha mãe era cor de olhos d'água. Águas de Mamãe Oxum! Rios calmos, mas profundos e enganosos para quem contempla a vida apenas pela superfície. Sim, águas de Mamãe Oxum.

     Abracei a mãe, encostei meu rosto no dela e pedi proteção. Senti as lágrimas delas se misturarem às minhas. Hoje, quando já alcancei a cor dos olhos de minha mãe, tento descobrir a cor dos olhos de minha filha.

     Faço a brincadeira em que os olhos de uma se tomam o espelho para os olhos da outra. E um dia desses me surpreendi com um gesto de minha menina. Quando nós duas estávamos nesse doce jogo, ela tocou suavemente no meu rosto, me contemplando intensamente. E, enquanto jogava o olhar dela no meu, perguntou baixinho, mas tão baixinho como se fosse uma pergunta para ela mesma, ou como estivesse buscando e encontrando a revelação de um mistério ou de um grande segredo. Eu escutei, quando, sussurrando, minha filha falou:

     - Mãe, qual é a cor tão úmida de seus olhos?

EVARJSTO. Conceição Olhos dilgua Rio de Janeiro Palias Atenas. 2014. p. 15-19.

 

1. Um conto é breve, ligado a uma única situação ou evento.

a) Qual é o conflito vivido pela narradora em "Olhos d' água" ?

O conflito que gera o conto é a narradora não saber ou não lembrar da cor dos olhos de sua mãe.

b) Chamamos de clímax o momento de maior tensão do enredo, em que os fatos caminham para um final. Qual cena da narrativa pode ser associada ao clímax?

O reencontro entre a narradora e sua mãe, no qual aquela constata que os olhos de sua mãe tem cor de olhos d’água.

2. A narrativa é feita em 1ª pessoa por um narrador, que é também personagem.

a) Como o narrador-personagem se apresenta? Justifique sua resposta com trechos do conto.

Pelo que conta de si mesmo: uma das sete filhas, saiu cedo de casa, autônoma, responsável, sente-se em dívida com a mãe porque não se lembra da cor se sus olhos. “ Sendo a primeira  de sete filhas , desde cedo, busquei dar conta de minhas próprias dificuldades, cresci rápido, passando por uma breve adolescência.”

b) De que modo a narradora vê a própria mãe?

Como uma mulher criativa, sensível, amorosa, dedicada aos filhos, que conta histórias, que mantém a família unida.

c) Em relação à descrição dos personagens no conto, o que predomina: as características físicas ou as psicológicas?

Predomina o perfil psicológico dos personagens.

3. Ao longo do texto, uma pergunta se repete: "Mas de que cor eram os olhos de minha mãe?"

a) Com quem a narradora dialoga? Explique sua resposta.

Consigo mesma , como se ela estivesse pensando em voz alta.

b) O que a repetição da pergunta revela sobre o estado emocional da narradora?

Indica a angustia da narradora por não saber ou não se lembrar da cor dos olhos da mãe.

4. No conto, o espaço é sempre delimitado. Nessa narrativa, podemos perceber que há dois espaços: um no qual a narradora passou a infância e outro atual no qual ela vive.

a) Quais informações a narradora revela sobre esses espaços?

Espaço da infância: trata-se de um lugar pobre, no qual a narradora e sua família vivem em uma habitação mal construída, um barraco. Espaço atual: longe de sua cidade natal , afirmado nos trechos, “longos dias de viagem para chegar á minha terra” e “resolvi deixar tudo e, no outro dia, voltar a cidade em que nasci”

b) Ao descrever a viagem, a narradora afirma: "Voltei aflita, mas satisfeita." Em sua opinião, quais foram os motivos da aflição e da satisfação?

Resposta pessoal.

5. O tempo, em um conto, pode ser classificado como cronológico ou psicológico.

Para narrar acontecimentos de forma não linear em narrativas, é possível lançar mão de dois recursos:

·flashback (em inglês, "olhar para trás"): recurso literário ou Cinematográfico utilizado para contar algo que aconteceu antes do momento em que se narra. Por exemplo, quando um narra­dor rememora algo que lhe aconteceu na infância.

·flashforward (em inglês, "olhar para frente") ou antecipação: recurso utilizado para ante­cipar algo que ainda não aconteceu no momento em que se narra. Por exemplo, quando há re­ferência a um fato ainda não relatado, mas conhecido do narrador.

Qual dos recursos não lineares predomina no conto? Justifique sua resposta com exemplos do próprio texto.

Predomina o flashback. Há varias possibilidades de exemplos como: “lembro-me ainda do temor de minha mãe nos dias de fortes chuvas. Em cima da cama, agarrada a nós, ela nos protegia com seu abraço.”

 

6 Releia o trecho seguinte.

     [ ... ] E era justamente nos dias de parco ou nenhum alimento que ela mais brincava com as filhas.

Nessas ocasiões a brincadeira preferida era aquela em que a mãe era a Senhora, a Rainha. Ela se as­sentava em seu trono, um pequeno banquinho de madeira. Felizes, colhíamos flores cultivadas em um pequeno pedaço de terra que circundava o nosso barraco. As flores eram depois solenemente distri­buídas por seus cabelos, braços e colo. E diante dela fazíamos reverências à Senhora. Postávamos deitadas no chão e batíamos cabeça para a Rainha. Nós, princesas, em volta dela, cantávamos, dançá­vamos, sorríamos. A mãe só ria de uma maneira triste e com um sorriso molhado...

 

a) A narradora contrasta, nesse trecho, pobreza e felicidade. Que outras oposições podem ser percebidas nesse trecho?

Pobreza x riqueza/ tristeza x felicidade/ sorriso x lágrimas.

b) Que efeito essas oposições causam na narrativa?

Espera-se que os alunos reflitam que elas amenizam a atmosfera e de tristeza, identificando também aspectos alegres e positivos.

c) O que a memória e a descrição desses momentos pela narradora revela sobre a imagem da mãe?

Revelam que a mãe enfrentava com coragem as dificuldades que encontrava, procurando compensar com sua ternura a aflição causada pelos sérios problemas que tinha.

7.No conto "Olhos d'água", a narradora menciona brevemente a importância das mulheres em sua família. No caderno, anote um trecho do conto que confirma isso.

Reconhecia a importância dela na minha vida, não só dela, massa de minhas tias e todas as mulheres de minha família.

8. Releia o título.    

a) Depois da leitura, como você entende a relação entre os "Olhos d' água" e o contexto do conto?

Infância e os momentos difíceis, mas felizes que viveu com a mãe.

b) Coloque-se na posição da narradora que foi questionada pela filha. Como você responderia à pergunta "- Mãe, qual é a cor tão úmida de seus olhos?" ou daria continuação ao conto? No cader­no, elabore um parágrafo a respeito desse momento entre mãe e filha. Você pode, por exemplo, contar como ela se sentiu: Fechei os olhos e me vi ao lado de minha mãe com seus olhos d'água ..

Resposta pessoal: espera-se que os alunos percebam a circularidade da narrativa.

DELMANTO. Dileta; CARVALHO. Laiz B. de. Português: conexão e uso. 9º ano; ensino fundamental, anos finais. 1ed. São Paulo: Saraiva, 2018.p12-16..

MEMÓRIAS LITERÁRIAS TIA HIENA GABARITO

 

MEMÓRIAS LITERÁRIAS TIA HIENA

Antes de ler

1. Você se lembra de acontecimentos marcantes em sua vida quando criança? Se você se sentir à vontade, compartilhe essas histórias com os colegas.

Resposta pessoal.

2. De que maneira podemos registrar acontecimentos importantes em nossa vida?

Resposta pessoal.

 

        No final do século XIX, sob um inverno rigoroso, famílias italianas de­cidem emigrar para o Brasil. Entre elas, estão os Da Col e os Gattai, que embarcam em busca de uma vida melhor em São Paulo, onde Angelina Da Col e Ernesto Gattai se conhecem, casam-se e têm filhos. A caçula da família é a pequena Zélia, que, Já adulta, rememora fatos vividos ou con­tados por seus familiares. No trecho que você vai ler agora, ela relembra a história de uma das crianças que vieram no navio Città di Roma e que morreu em 1890, pouco depois do desembarque no Brasil.

      Durante a leitura, tente descobrir o sentido das palavras desconhecidas pelo contexto em que elas aparecem. Se for preciso, consulte o dicionário.

 

Tia Hiena

       Tia Hiena estaria festejando cento e onze anos de idade, não tivesse morrido aos dois.

       Passei a infância e adolescência ouvindo a família - mamãe, mais do que todos - lamentar o triste fim da menina, a mais nova dos quatro irmãos de seu marido nascidos na Itália.

      Ao contar aos filhos a história de Hiena, mamãe não abria mão de mencionar o título da criança, tia.

Um dia lhe perguntei:

     - Por que ela se chamava Hiena, mãe? A resposta não se fez esperar:

     - Ela, não! Mais respeito, menina! Titia Hiena.

     Eu perguntara por perguntar, o que eu queria mesmo era atazanar mamãe, fazendo-a repetir o que já estava farta de saber, tantas vezes a ouvira repetir o fato.

     Minhas irmãs mais velhas tinham até procurado no dicionário referências sobre o animal que origina­ra o nome de nossa tia.

     Do pouco que sabíamos sobre a hiena - da característica pitoresca e simpática, a das gargalhadas sono­ras e escancaradas - o verbete não tratava, dizia apenas: " ... Mamífero, carnívoro e digitigrado que se alimenta sobretudo de carne de animais mortos e putrefatos e que tem pelo cinza ou ruivo cem manchas escuras ... " Curiosa, Wanda, a mais velha de minhas irmãs, teve a pachorra de procurar no dito dicionário o signi­ficado de digitigrado. E lá estava: " ... que anda nas pontas dos dedos ... "

     Imaginação fértil de criança, eu visualizava a hiena andando mansamente nas pontas de uns dedos longos, focinho levantado para o céu, bocarra escancarada, dentões à mostra, rindo a bandeiras desprega­das. Chegava a me arrepiar.

      Nos dias de hoje, o falado chupa-cabra que andou ocupando as manchetes dos jornais, animal misterioso que matava cabras e ovelhas, sugando-lhes o sangue, uma espécie de fantasma, bicho-papão de criadores de gado e pequenos lavradores, lobisomem que nunca ninguém viu e que assim como veio se foi, faz-me pensar na hiena.

     Cada qual guardou do chupa-cabra a imagem criada pela própria imaginação.

Quanto a mim, como já disse, comparei-o à risonha e asquerosa hiena, com seus pelos fulvos e manchas escuras, a caminhar nas pontas de seus longos dedos, lembrança que guardei da minha fantasia de criança.

 

Nonno Gattai

      Dona Angelina, minha mãe, costumava dizer: O avô de vocês, o nonno Gattai, era um homem destemido. Livre-pensador, de ideias avançadas, dizia o que pensava, fazia o que achava justo e direito. Passava por maus pedaços devido às suas ideias, mas não recuava. Era um "testardo", um obstinado, concluía.

[ ... ]

     Nonno Gattai foi registrar a filha. Desencavara para lhe dar um nome polêmico, ótimo para escandalizar. Sem consultar a mulher, talvez com receio de que pela primei­ra vez ela estrilasse, saiu de casa, satisfeito da vida, imaginando o espanto do escrivão do cartório, o primeiro a se horrorizar com o nome que ele arranjara para a filha, o primeiro a receber a resposta já prontinha, na ponta da língua.

    Antegozando o impacto que a provocação iria causar, saiu seu Gattai, feliz da vida, assobiando pelas ruas de Florença, o cartório não ficava distante de sua casa.

     De pé, diante do homem que o atendia, Francesco Gattai aguardava a esperada reação. Não esperou muito.

    - Como foi que o senhor disse? Que nome quer dar à sua filha? - pergun­tava o escrivão sem poder acreditar em seus ouvidos.

    - Hiena. Escreva aí, não vou repetir outra vez - disse o pai da criança.

    - Por que o senhor quer dar à sua filha o nome de um animal tão repugnante? Por quê?

    Francesco Arnaldo soltou a frase já pronta para escapulir:

    - Se o papa pode ser Leão, por que minha filha não pode ser Hiena? O funcionário ficou sem resposta, não discutiu mais, registrou a criança.

    - Fosse eu o escrivão - disse Vera, minha irmã, interrompendo mamãe-, tinha dado uma boa resposta. Eu diria: "Olha aqui, moço, o Leão é o rei dos animais e a Hiena é um bicho nojento ... " Foi uma pena ele não lembrar disso.     Só queria ver com que cara o nonno Gattai ia ficar ...

     - Você agora está contra seu avô, menina? - reclamou mamãe. - Você não ia ver cara nenhuma. Isso aconteceu há tantos anos que vocês ainda nem sonhavam sair da casca do ovo ..

[ ... ]

 

GATTAI, Zélia. CIttà di Roma. Rio de Janeiro: Record, 2000. P. 7-10.

 

1. O que você entende por "memórias literárias"? Leia a explicação a seguir.

      [ ... ]

       Memórias literárias são textos produzidos por escritores que dominam o ato de escrever como arte e revivem uma época por meio de suas lembranças pessoais. Esses escritores são, em geral, convidados por editoras para narrar suas memórias de um modo literário, isto é, buscando despertar emoções estéticas no leitor, procurando levá-lo a compartilhar suas lembranças de urna forma vívida. [ ... ]

ALTENFELDER, Anna Helena; CLARA, Regina Andrade. O género memórias hteránas. Escrevendo o futuro. Disponível em· <www escrevendoofuturo org.br/conteudo/b1bl1oteca/nossas-publicacoes/revista/art1gos/ arttgo/1339/o-genero-memonas-hteranas>. Acesso em: 31 maio 2018.

 

Agora, releia dois fragmentos do texto de Zélia Gattai.

Fragmento 1

Tia Hiena estaria festejando cento e onze anos de idade[ ... ].

Fragmento 2

Nonno Gattai foi registrar a filha.

a)No contexto do relato das memórias, em qual dos fragmentos a autora faz referência ao mo­mento em que está escrevendo suas memórias?

No fragmento 1.

b) Em qual dos fragmentos a memorialista conta um fato do passado, acontecido há muitos anos?

No fragmento 2

c) Anote no caderno a explicação que julgar mais adequada com base em suas respostas anteriores. Podemos entender que um autor memorialista:

I. põe lado a lado passado e presente, recriando a realidade e interpretando-a sob seu ponto de vista.

II. fixa-se apenas no passado para registrar suas memórias, recriando fatos já ocorridos há anos.

Resposta:I

 

2. Leia o quadro abaixo e responda.

Ordem cronológica é a ordem do relógio, isto é, apresenta os fatos na ordem em que aconteceram, do mais antigo para o mais recente.

 

a) Um autor literário não precisa organizar os fatos narrados de acordo com a ordem cronológica. No trecho lido, a narradora conta os fatos seguindo essa organização? Justifique sua resposta.

Não, ela inicia sua narrativa no presente e depois relata os fatos ocorridos em sua infância.

b) Você acha que esse modo de narrar comprometeu a compreensão do texto I Por quê?

Não, pois é possível diferenciar bem quando se trata de fatos ocorridos na infância da narradora e quando se trata de fatos presentes.

3. Em um texto de memórias, o autor seleciona o que vai narrar, considerando a importância dos fatos de acordo com o significado que tiveram para ele.

a) Observe os títulos dos capítulos: "Tia Hiena" e "Nonno Gattai". Nas memórias da narradora, de que forma esses dois capítulos estão inter-relacionados?

A narradora rememora a tia que morreu quando criança e a explicação do nome incomum que o pai lhe dera.

b)Ao relembrar esses fatos, o que parece ter sido mais significativo para ela ao registrar suas memórias?            

A reação provocada em suas irmãs  e nela mesma pela estranheza do nome da tia, a personalidade do avô que escolheu esse nome  e o momento em que ele foi registrar a menina.

4. Além da memorialista, outra personagem assume um papel importante na preservação da memó­ria de seus antepassados.

a) Quem é essa personagem?

Dona Angelina, mãe da memorialista.

b) Explique por que suas ações contribuem para a preservaçâo da memória da família.

Pelo fato de ser responsável por passar as historias de família para seus filhos, garantindo que conhecessem e respeitassem seus antepassados.

 

5. Em um relato de memórias, o escritor é autor e narrador-personagem ao mesmo tempo, lembrando-se de si mesmo como personagem que viveu os acontecimentos recriados em sua memória.

a) Sabendo que o narrador-personagem pode ser um narrador-prota­gonista ou um narrador-testemunha, responda: Qual desses tipos pode ser identificado nos capítulos lidos?

A autora Zélia, em alguns momentos, apresenta-se como narrador-testemunha ( quando , por exemplo, conta sobre as atitudes da mãe), em outros como narrador protagonista(quando conta sobre sua vida com a mãe e as irmãs).

b) Como é possível reconhecer quando a autora se coloca como narra­dora de fatos que aconteceram com ela no passado?

Pelo uso de verbos e pronomes na 1ª pessoa.

6. Além da presença da "voz" de um narrador que relembra fatos, há outras que integram a narrativa.

a) Quais são as outras vozes que se manifestam com falas e opiniões nos capítulos lidos?

A mãe, dona Angelina, a irmã da narradora, Vera, nonno Gattai eo escrivão.

b) De que modo você pôde reconhecer essas vozes?

Resposta pessoal.

c) De que modo essas diversas vozes ajudam a enriquecer a narrativa?

As diversas vozes dão profundidade ao texto, incluindo experiências e impressões de diversos ângulos, não apenas do ponto de vista da memorialista.

7.  O texto de memórias trabalha com imagens, lembranças e impressões que permanecem na vida adulta. Nos capítulos que lemos, a narradora re­memora a imagem que lhe ficou da hiena.

a) Na infância, qual era a primeira imagem da hiena que a menina tinha em seu imaginário (fantasia)?

Um animal pitoresco e simpático que dava gargalhadas sonoras e escancaradas.

b) Um fato muda a imagem que a garota tinha do animal. Qual foi esse fato e de que modo ela passou a visualizar o bicho em sua imaginação?

A leitura do verbete sobre a hiena em um dicionário fez com que ela passasse a visualizá-la como um animal repugnante.

c) Qual das duas imagens ela carregou como lembrança para a vida adulta?

Uma mistura das duas: um animal risonho, mas assustador.

d) Qual fato, na vida adulta, reativa as lembranças que a narradora tinha a respeito da hiena?

A leitura de jornais com manchetes sobre um animal misterioso que matava ovelhas e cabras, chamado de chupa-cabra.

8. O autor de um texto de memórias literárias fala de si, de seus sentimentos e emoções, narrando fatos dos quais participou, descrevendo cenas e  caracterizando outras personagens.

A adjetivação ajuda a caracterizar os persona­gens e permite que o leitor reconstrua em sua mente a imagem deles.

a) A mãe da memorialista narra a história da tia Hiena, relacionando-a à personalidade do avô, nonno Gattai. Como ela o descreve?

Ela dizia que nonno Gattai era um homem destemido, um livre pensador, de ideias avançadas, que dizia o que pensava e fazia o que achava justo e direito. Dizia também que ele passava por maus momentos devido a suas ideias, mas não recuava, pois era obstinado.

b) Essa caracterização fica clara quando pen­samos no objetivo que nonno Gattai tinha em mente ao escolher o nome de tia Hiena. Que objetivo era esse?

Ao escolher o nome de um animal para a filha, tinha o objetivo de criaar polêmica, escandalizar, chocar.

c) Você considera aceitável a justificativa de nonno Gattai para a escolha do nome da filha? Explique.

Resposta pessoal.

 

DELMANTO. Dileta; CARVALHO. Laiz B. de. Português: conexão e uso. 7º ano; ensino fundamental, anos finais. 1ed. São Paulo: Saraiva, 2018.p.56-58.