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domingo, 19 de abril de 2020

CORDEL O LOBISOMEM E O CORONEL


O Lobisomem e o Coronel

Era uma vez um maldito
Avarento e orgulhoso
Me refiro a Benedito
Um coronel poderoso
O que ele mais gostava
Era as rezes que criava
Todas de primeira linha
Com os olhos tudo comia
Em nenhum baú cabia
Todo o ouro que ele tinha

No interior da fazenda
Vivia um vaqueiro pobre
Morando numa tapera
Não tinha terra, nem cobre
Ao invés de mulher bela
Possuía uma cadela
Para lhe acompanhar
E a fome como fadiga
Remoendo na barriga
Só pra lhe incomodar

Dos bichos o mais querido
Era a vaca Belezura
Que o coronel Benedito
Lhe tratava com ternura
Cruzando os campos floridos
Esbanjando formosura


E Maria dos Anjos sua filha
A mais bela de toda a região
Tinha os olhos da cor do arco-íris
E a voz da codorna do sertão
O cabelo de deusa, os pés de miss
Como se fosse um anjo que saísse
Do altar divinal da inspiração


João por Belezura tinha muito zelo
Cuidava da vaca como um cão fiel
Porque já sabia que o coronel
Não perdoaria nenhum desmantelo



Dona Preta estava num sono brutal
Quando a lua cheia na noite reinava
Com o uivo assombroso a Preta acordava
E um grande mugido vindo do curral

 

Da janela viu um grande animal
Com brasa nos olhos faminto a rosnar
Era o lobisomem monstro de azar
Amaldiçoada, cruel criatura
Que naquela hora comeu Belezura
E Dona Preta aflita se pôs a gritar
Dona Preta estava bastante assustada
Muito apavorada com tudo que viu
Com medo danado saiu na carreira
Sem eira nem beira pra o armário fugiu


Com o grito todos saíram
Seguindo o encalço do cão
Com um lampião clareando
Todos de rifle na mão
Depois que nada encontrou
O coronel se irritou
E começou a esbravejar
Como quem perde o juízo
Dizendo esse prejuízo
Alguém vai ter que arcar


Na tarde do outro dia
Não tendo alguém para culpar
O coronel Benedito
Começa deabafar
Nas costas de João Vaqueiro                               
Bate só pra se vingar


O coronel furioso
Se pôs dizendo a gritar
Nós estamos preparados
Se o lobisomem voltar

Com a outra lua cheia
Depois de um mês passado
Os jagunços no curral
Tomando conta do gado
Quando um uivo anunciava
Que o lobisomem chegava
Eles em grande aflição
Pediam força a Jesus
Rezando e beijando a cruz
Com medo da maldição

E todos entricheirados
Começam a se arrepiar
Depois do segundo uivo
Sentiram a alma gelar
Ouvindo um brado assasino
Junto um grito feminino
Vindo da sala de estar

 

Quando o coronel, naquela tensão
Da voz de Maria o grito escutou
Percebeu que a fera se aproximou
Furtando o tesouro do seu coração
Mas o coronel de rifle na mão
Pede a cabroeira pra casa cercar
E se por ventura o monstro encontrar
Não é pra temer o grande conflito
E sim apontar para o bruto maldito
Puxar o gatilho e a bala cantar

Benedito ao entrar na casa grande
Ouviu gritos dos homens lá de fora
Sons de ossos quebrados e ganidos
E os cabras morrendo sem demora
Escutando o uivar do anticristo
E só o lobo sobrou naquela hora

 

Benedito assombrou-se, pois sentia
Que era ele o capeta e mais ninguém
Parecendo ansioso como quem
Viu que a morte de perto o perseguia
Na pisada do monstro, o chão rangia
No momento um trovão do céu caiu
Lampião se apagou, fera gruniu
As canelas do velho amoleceram
Quando os olhos de fogo apareceram
A mandíbula mortífera se abriu
Se o final dessa história
Vocês quiserem saber
Pergunte ao cego que a luz
Dos olhos não pode ver
Mas que ouviu da cadela
Numa conversa com ela
Que a tudo pôde ver


Essa é a minha sina
Viver sofrendo na vida
De não ter nenhum dos olhos
Mas ter a língua comprida


Não tenho cobiça nem falo mentira
Só digo a verdade, não sou cego bobo
O homem é do lobo o que o lobo é do homem
É que o homem é do homem o mais terrível lobo

 

João fez um bucho em Maria
Com nove meses e um dia
Numa noite de luar
Quando a criança nasceu
O sertão estremeceu
Pôs-se o inferno a chorar


Até nos dias de hoje
É possível se avistar
Nas noites de lua cheia
Uma cadela a ladrar
E um cego andando sem guia
Filho de João e Maria
Com o rabo a balançar


CORDEL A CHEGADA DE LAMPIÃO NO CÉU


A CHEGADA DE LAMPIÃO NO CÉU
Rodolfo Coelho Cavalcanti


Lampião foi no inferno
 depois no céu chegou
São Pedro estava na porta
Lampião então falou:
- Meu velho não tenha medo
Me diga quem é São Pedro
E logo o rifle puxou

2
São Pedro desconfiado
Perguntou ao valentão
Quem é você meu amigo
Que anda com este rojão?
Virgulino respondeu:
- Se não sabe quem sou eu
Vou dizer: sou Lampião.

3
São Pedro se estremeceu
Quase que perdeu o tino
Sabendo que Lampião
Era um terrível assassino
Respondeu balbuciando
O senhor... está... falando...
Com... São Pedro... Virgulino!

4
Faça o favor abra esta porta
Quero falar com o senhor
Um momento meu amigo
Disse o santo faz favor
Esperar aqui um pouquinho
Para olhar o pergaminho
Que é ordem do Criador

5
Se você amou o próximo
De todo o seu coração
O seu nome está escrito
No livro da salvação
Porém se foi um tirano
Meu amigo não lhe engano
Por aqui não fica não

6
Lampião disse está bem
Procure que quero ver
Se acaso não tem aí
O meu nome pode crer
Quero saber o motivo
Pois não sou filho adotivo
Pra que fizeram-me nascer?

7
São Pedro criou coragem
E falou pra Lampião
Tenha calma cavalheiro
Seu nome não está aqui não
Lampião disse é impossível
É uma coisa que acho incrível
Ter perdido a salvação

8
São Pedro disse está bem
Acho melhor dar um fora
Lampião disse meu santo
Só saio daqui agora
Quando ver o meu padrinho
Padre Cícero meu filhinho
Esteve aqui mas foi embora

9
Então eu quero falar
Com a Santa Mãe das Dores
Disse o santo ela não pode
Vir aqui ver seus clamores
Pois ela está resolvendo
Com o filho intercedendo
Em favor dos pecadores

10
Então eu quero falar
Com Jesus crucificado
Disse São Pedro um momento
Que eu vou dar o seu recado
Com pouco o santo chegou
Com doze santos escoltado

11
São Longuinho e São Miguel,
São Jorge, São Simão
São Lucas, São Rafael,
São Luiz, São Julião,
Santo Antônio e São Tomé,
São João e São José
Conduziram Lampião

(continua)

CORDEL MACAÉ


MACAÉ EM CORDEL
POESIA POPULAR
Aldo Cesar Frota Vasconcellos

Preste atenção, meu amigo
Que eu agora vou contar
a história dessa cidade
que nasceu a beira-mar,
e nela um povo indígena
vivia sempre a pescar.

Acontece que os indígenas
é que eram os verdadeiros
moradores dessa terra,
anteriores brasileiros;
eram homens e mulheres
que chegaram aqui primeiro.

E os que chegaram primeiro,
com sua época e vez,
aqui andaram e comeram,
e guerrearam tanta vez,
foram, um dia, dominados
pelo povo Português.

Mas a cultura nativa
resiste pro nosso bem,
pois dos índios nós herdamos
muitas coisas que convém,
que até este belo nome
é indígena também.

Macaé: Macaba doce,
dizem uns historiadores.
Os jesuítas é quem sabem,
forma colonizadores,
difundindo por aqui,
nobres e santos valores.

Outros autores, porém,
dizem que assim não é,
pois o verdadeiro nome
da Villa de Macahé
surgiu como rio dos bagres
que os índios chamam de Miquié.


Da aldeia dos Goytacazes,
eram esses arredores;
o povos que aqui moravam
como grande caçadores,
vivendo entre as restingas,
eram exímios corredores.


Porém sempre apareciam
das bandas do Cabo Frio
bravos guerreiros Tamoios,
homens fortes e arredios,
atacando os Goytacazes
com coragem e muito brio.

***


Macaé já foi chamada
Princesinha do Atlântico;
Cidade clara de Luz,
divina como num cântigo;
Capital do Outro Negro,
nesses nossos tempos quânticos.


A igreja de Sant’Anna
foi a edificação
inicial de Macaé,
pela localização,
pois, topograficamente,
garantia a proteção.


Mas por ser berço de mar,
terra de muitos amores,
sempre surgiam piratas
roubando navegadores;
muitos crimes e devassas
que espalhavam muitas dores.


E por isso, nesta época,
com ordem do Imperador,
mandou-se então construir
esse forte protetor,
e em mil seiscentos e treze
sua construção começou.


O Forte Marechal Hermes
bem cumpriu sua missão
e assim fez-se exemplo de
luta e dedicação,
sendo hoje, segurança,
para o bem dessa nação.

Foi então que a nossa Villa
atingiu maioridade;
mil, oitocentos e treze
fez-se a natalidade:
da vinte e nove de julho
Macaé virou cidade.

***

Dois Pedros Imperadores:
livros dizem que assim é;
o Primeiro, todos sabem,
gostava muito de mulher,
e namorava... escondido
nas praias de Macaé.

Talvez, Dom Pedro Segundo
não tivesse tanto amor
pelas nossas cercanias,
um lugar de muita dor;
inclusive, de um crime...
planejado com terror.
Freguezia Carapebus:
uma família inteira
fora um dia, chacinada
da mais cruenta maneira,
sem aos menos permitirem
a clemência derradeira.

Motta Coqueiro foi preso
sem nem mesmo protestar.
Ele e mais alguns escravos,
nem quiseram interrogar,
porque o povo já pedia
pros culpados condenar.

Motta Coqueiro, porém,
até o fim da prisão,
sustentou ser inocente,
sem dizer contradição,
mas os jornais atiçavam
a ira da população.


Num julgamento apressado,
os juízes por inteiro,
pra agradar a opinião,
atuaram em destempero
pois condenaram à morte
O ilustre Motta Coqueiro.



Ao pé da forca, porém,
um dia a Lenda dirá,
que uma terrível praga
o condenado lançará:
“Por 100 anos, Macaé
o progresso não verá”.


A polêmica da época,
e sua repercussão,
fez surgir muitos protestos
por quase toda nação,
chegando na Capital,
chamou logo atenção.


E após estudar o caso
com calma e paciência,
Dom Pedro enfim, decidiu:
“No fundo a clemência
Cumprirá, em novos crimes,
informal jurisprudência”.


Foi assim que aquele crime
figura no magistrado,
sendo, hoje, em todo curso
de Direito estudado:
a última Pena de Morte
no país executada.


Nuca se soube, porém,
se a tal praga funcionou,
e a Fera de Macabu
na memória aqui ficou.
Mas, verdade é que a cidade
por muito tempo estagnou.

***
Agora muita atenção!
Porque nesse meu sexteto
escrevo de plantas mortas,
animais e esqueletos,
que após milhares de anos
soltam gases sulfuretos.

Não se espante, cara amiga,
se neste simples folheto
falo de coisas estranhas
como orgânicos gravetos,
que, por um processo químico,
viram hidrocarbonetos.


É que o combustível fóssil
tem a ver co’essa cidade,
que o petróleo descoberto
com tanta engenhosidade
fez Macaé, no Brasil,
ganhar popularidade!

Pois foi nos anos setenta,
continuando vosso escriba,
que chegaram por aqui,
engenheiros caraíbas,
e após estudos fizeram...
grande porto na Imbetiba!


E esse por hoje é
muito famoso, aliás,
pois dali embarcam homens,
mulheres eventuais,
construindo essa potência
Que se chama Petrobrás.


De plataformas longínquas
sai a riqueza do oceano.
Primeiro o gás natural,
o propano e o butano;
depois milhões de barris,
explorados todo ano.


E aproveito agora aqui,
para enfim, homenagear
aqueles que, tristemente,
se ausentaram de seu lar:
são mártires do progresso
que morreram em alto-mar.


Neste cordel prosseguindo,
vou falando com amor,
que a evolução tecnológica
tem a seu viés de dor;
essa moeda tem dois lados:
da beleza e do horror.


Pois Macaé também viu
coisas boas se acabando,
muitas árvores morrendo,
Rua da Praia se estreitando,
a violência que campeia
e as mazelas aumentando.

Pois há muita poluição,
muito trânsito caótico;
e com tantos estrangeiros,
fez-se um povo poliglótico,
e tanto stress que nos faz
cada vez mais neuróticos.


Alguns dizem que assim é,
de uma forma natural,
o progresso sempre trás
lado bom e lado mau,
pois no homem sempre existiu,
convivendo o bem e o mal.


Compreendo esse argumento,
porém faço objeção,
pois que tudo se pode
tirar alguma lição.
Deus do Amor no coração.


E o amanhã só Deus sabe,
como diz nosso povo.
não se faz novo começo,
pintinho não volta pro ovo;
mas pode hoje fazer,
quem sabe, um futuro novo.


Vou ficando por aqui,
quero a história preservada
e homenageio ao final,
nesta singela toada,
o nome do nosso ilustre
Antônio Alvarez Parada.


Terminando vou-me embora;
vou-me embora ainda não.
e eu tivesse ido embora,
eu num tava aqui mais não:
vou rimar devagarinho,
continuar mais um pouquinho,
prosseguindo esta canção.


ARTIGO DE OPINIÃO PAIS DEVEM ESTABELECER LIMITES INTEPRETAÇÃO ATIVIDADES


Pais devem estabelecer limites.


        São os pais que devem buscar estabelecer limites no uso de celular e internet. “Às vezes o adolescente está com dificuldades de ter autonomia para estabelecer seus próprios limites. Então, nessa hora, precisa de alguém para fazer isso”, afirma o psicanalista Ailton Bastos, de Londrina.
         Em situações específicas, como o adolescente que está com baixo rendimento escolar por conta da quantidade de horas que passa na internet, vale limitar as horas até que as notas melhorem. “Mas, com adolescente, você tem que deixar muitas vezes uma válvula de escape, pois quanto mais intensa a exigência, mais chances de não dar certo. Ele precisa de parâmetros, mas com um certo nível de liberdade”, diz.
         Mesmo assim há situações em que é preciso até proibir o uso por um período de tempo. “Há certos momentos que não é radical (proibir), há certos momentos que é  necessário. Mas isso não pode ser feito no calor da emoção, esse adulto tem que pensar bem antes de estabelecer, para que possa cumprir a palavra dada. E se perceber que a coisa é grave não espere que a própria pessoa decida procurar ajuda”, avalia. (C. P.)¹ (...)

1.D1. No segundo parágrafo o texto afirma que se deve determinar o tempo que o adolescente passa na internet. Retire um fragmento que comprove essa afirmação.
..............................................................................................................................

2.D2. Indique a que palavra ou informação o pronome destacado se refere.
a) Ele precisa de parâmetros.2ºpar.
......................................................................
b) Mas isso não pode ser feito no calor da emoção. 3ºpar.
.......................................................................
3.D3. O que significa.
a) denotação?........................................................................................................
b) conotação?........................................................................................................

4. D3. Sobre o fragmento "Mas isso não pode ser feito no calor da emoção" responda:
a) A palavra destacada foi usada no sentido denotativo ou conotativo?
......................................................................................................................
b)  Qual o significado da palavra de acordo com o texto?
.......................................................................................................................
5. D6. O que é tema?
..............................................................................................................................................................................................................................................................

6.D6. Qual o tema do texto?
...............................................................................................................................
7.D7. O que é tese?
..............................................................................................................................................................................................................................................................
8. D7Qual a tese do texto?
...............................................................................................................................

9. D8. O que são argumentos?
..............................................................................................................................................................................................................................................................

10.D8. Retire do texto um argumento que o autor utiliza para justificar sua tese.
.............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
11. D11. No segundo parágrafo há uma consequência "o baixo rendimento escolar" qual a sua causa?
...............................................................................................................................
12. D12. O que significa a palavra finalidade?
..............................................................................................................................................................................................................................................................
13.D12. Qual a finalidade desse texto?
...............................................................................................................................
14. D13. O que significa:
a) linguagem formal ou culta?
.............................................................................................................................................................................................................................................................
b) linguagem informal ou coloquial?
..............................................................................................................................................................................................................................................................
15. D13. No fragmento " Às vezes o adolescente está com dificuldades de ter autonomia" foi utilizado que tipo de linguagem?
.............................................................................................................................
16. D14. O que significa:
a) fato?
...............................................................................................................................
b) opinião?
...............................................................................................................................

17. D14. "São os pais que devem buscar estabelecer limites no uso de celular e internet." Nesse fragmento há um fato ou opinião? Justifique.
..............................................................................................................................................................................................................................................................

18. D17. Para que foram utilizadas as aspas em algumas partes do texto?
..............................................................................................................................................................................................................................................................

19. Leia os fragmentos entre aspas com atenção e responda quantas pessoas opinam no texto? Quais são elas?
..............................................................................................................................................................................................................................................................
20. Qual o significado da palavra inferir?
..............................................................................................................................................................................................................................................................

21. "São os pais que devem buscar estabelecer limites" podemos inferir que os pais significa:
..............................................................................................................................................................................................................................................................


TEXTO DE OPINIÃO INSEGURANÇA TELÁRIS MARCAR X


"Insegurança"

     O adolescente se olha no espelho e se acha diferente. Constata  facilmente que perdeu aquela graça infantil que, em nossa cultura , parece garantir o amor incondicional dos adultos, sua proteção e solicitude imediatas. Essa insegurança perdida  deveria ser compensada por um novo olhar dos mesmos adultos, que reconhece as imagens púbere como sendo a figura de outro adulto, seu par iminente. Ora, se olhar falha: o adolescente perde ( ou, para crescer, renuncia) a segurança do amor que era garantido à criança, sem ganhar em troca outra forma de reconhecimento que lhe parecia nessa altura devido .

    Ao contrario, a maturação, que , para ele, e evidente, invasiva e destrutiva do que fazia sua graça de criança, é recusada, suspensa, negada. Talvez haja  maturação, lhe dizem, mais ainda não e maturidade. Por consequência, ele não é mais nada, nem criança amada, nem adulto reconhecido.

O que vemos no espelho não e bem nossa imagem. É uma imagem que sempre deve muito ao olhar dos outros. Ou seja me vejo bonito ou desejável se tenho razoes de acreditar que os outros gostam de mim ou me desejam. Vejo e suma, o que eu imagino que os outros vejam. Por isso o espelho e ao mesmo tempo tão tentador e tão perigoso para o adolescente: porque gostaria muito de descobri o que os outros veem nele. Entre a criança  que se foi e o adulto que não chega , o espelho do adolescente é frequentemente vazio. Podemos entender então como essa época da vida possa se campeã em fragilidade  de alto estima(...).

   Parado na frente do espelho, caçando as espinhas, medindo as novas formas de seu corpo, desejando e ojerizando seus novos pelos ou seios, o adolescente vivi  a falta do olhar apaixonado que ele merecia  quando criança e a falta de palavras que os admitam  como par na sociedade do adultos. A insegurança se torna assim o traço próprio da adolescência.

  Grande parte das dificuldades relacionadas dos adolescentes, tanto com os adultos quanto com seus coetâneos, derive dessa insegurança. Tanto de uma timidez apagada quanto os estardalhaço maníaco manifestam  as mesmas questões, constantemente a flor da pele, de quem se sente não mais adorado e ainda não reconhecido: será que sou amável , desejável, bonito, agradável, visível, invisível, oportuno inadequado?

1) no primeiro parágrafo o autor diz que o adolescente "se acha diferente". Para justificar essa afirmação, diz que o adolescente perde algo sem ganhar nada em troca que compense essa perda. Responda de acordo com o texto :

a) O que o adolescente Verifica que perdeu ao se olhar no espelho?
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b) Essa perda, em nossa Cultura, acarreta outras perdas. Quais são elas?
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c) Talvez não houvesse tantos conflitos se essas perdas resultassem em algum ganho. Qual é o ganho que não acontece e que seria importante para o adolescente, segundo o autor ?
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d) Na frase  “Ora, esse olhar falha” a quem o autor está se referindo?
_________________________________________________________________________
e) O título do texto é INSEGURANÇA. Que expressão do primeiro parágrafo equivale a essa palavra?
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2. releia os significados de maturação e maturidade.
-maturação- amadurecimento no processo de crescimento
- maturidade- condição própria das pessoas adultas
 Reescreva a frase “ Talvez haja maturação, lhe dizem, mas ainda não é maturidade” de modo a facilitara compreensão do significado dessas palavras, no texto.
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1) A expressão do primeiro parágrafo que pode ser considerada equivalente à palavra que dá título ao
texto "Insegurança" é:
a) "novo olhar."
b) "amor incondicional."
c) "par iminente."
d) "segurança do amor."
e) "segurança perdida."

2) Na frase: "Ora, esse olhar falha", o autor está se referindo ao olhar:
a) de outro adolescente.
b) dos outros.
c) dos adultos.
d) do próprio adolescente.
e) da sua imaturidade.

3) De acordo com o texto, o adolescente, ao se olhar no espelho, verifica que:
a) ele é seu inimigo.
b) as pessoas não gostam mais dele.
c) perdeu a graça infantil.
d) ele reflete toda a sua insegurança.
e) ele não reflete absolutamente nada.

4) Quando o adolescente percebe que não é mais criança, essa percepção traz algumas perdas que são:
a) a perda da ingenuidade e da naturalidade.
b) a perda do amor irrestrito, da proteção e da solicitude.
c) a perda da própria imagem.
d) a perda da autoestima.
e) a perda da segurança diante das pessoas.

5) Talvez não houvesse tantos conflitos se essas perdas resultassem em algum ganho. Segundo Contardo Calligaris, o ganho que não acontece e que seria importante para o adolescente é:
a) o reconhecimento de que ele já é um outro adulto.
b) não acreditarem na sua responsabilidade.
c) não deixarem ele crescer.
d) não deixarem ele olhar para ele como criança.
e) não aceitarem suas opiniões







BNCC CHARGE COMPETÊNCIAS


BNCC CHARGE

(EF69LP03) Identificar, em notícias, o fato central, suas principais circunstâncias e eventuais decorrências; em reportagens e fotorreportagens o fato ou a temática retratada e a perspectiva de abordagem, em entrevistas os principais temas/subtemas abordados, explicações dadas ou teses defendidas em relação a esses subtemas; em tirinhas, memes, charge, a crítica, ironia ou humor presente.

(EF69LP05) Inferir e justificar, em textos multissemióticos – tirinhas, charges, memes, gifs etc. –, o efeito de humor, ironia e/ou crítica pelo uso ambíguo de palavras, expressões ou imagens ambíguas, de clichês, de recursos iconográficos, de pontuação etc.

(EF67LP02) Explorar o espaço reservado ao leitor nos jornais, revistas, impressos e on-line, sites noticiosos etc., destacando notícias, fotorreportagens, entrevistas, charges, assuntos, temas, debates em foco, posicionando-se de maneira ética e respeitosa frente a esses textos e opiniões a eles relacionadas, e publicar notícias, notas jornalísticas, fotorreportagem de interesse geral nesses espaços do leitor.

(EF89LP02) Analisar diferentes práticas (curtir, compartilhar, comentar, curar etc.) e textos pertencentes a diferentes gêneros da cultura digital (meme, gif, comentário, charge digital etc.) envolvidos no trato com a informação e opinião, de forma a possibilitar uma presença mais crítica e ética nas redes.

(EF89LP03) Analisar textos de opinião (artigos de opinião, editoriais, cartas de leitores, comentários, posts de blog e de redes sociais, charges, memes, gifs etc.) e posicionar-se de forma crítica e fundamentada, ética e respeitosa frente a fatos e opiniões relacionados a esses textos.



sábado, 18 de abril de 2020

CHARGE TEORIA EXERCICIOS CORONA VÍRUS


GÊNERO TEXTUAL CHARGE
       A charge é um dos gêneros textuais de que o jornal e outros suportes dispõem para expressar sua opinião sobre os acontecimentos diários.
       O objetivo é a crítica humorística de um fato político, costumes,  comportamentos ou fatos atuais. Por isso, o leitor deve conhecer o assunto a que a charge se refere para poder compreendê-la.
    O termo charge é francês, vem de charger que significa “carga”, “intenção” Esse tipo de texto trata de fato do dia. Usa a ironia, o humor, as ambiguidades para criticar  a realidade com imagens e palavras ou, às vezes, só imagens.

Leia a charge a seguir.

1.  Que linguagem verbal faz referência a um governante atual?
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2. Na bandeira há uma mensagem. O que quer dizer essa mensagem no contexto da charge.
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3. Que linguagem não verbal permite identificar que o vírus é um governante atual?
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4. Que elementos não verbais permitem identificar a profissão das pessoas que seguram a faixa?
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5. Pelo modo como foi elaborada a charge o suporto no qual ela foi publicada é favorável ao governante na ou não?
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6. Qual o assunto da charge?
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7. Ao utilizar o diminutivo GRIPEZINHA o emissor  está se referindo ao tamanho da gripe? Explique.
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Leia a tira.

8. A partir da leitura da onomatopeia RÔNNK!!!  podemos inferir que uma das consequência do corona vírus será:
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9. Leia a fala do paciente novamente. A linguagem utilizada pretende mostrar a classe social que sofrerá o “efeito corona”. Qual será essa classe?
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Leia a próxima tira.


10. A charge se refere a que fato?
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11. Que recurso linguístico foi utilizado para criar humor?
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12. A charge faz referência a um governante específico?
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Leia a charge.

13. Na charge a palavra "mauricinho"foi usada com que sentido?
.......................................................................................................................
14. Que comportamento está sendo criticado na charge?
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15. O chargista utilizou vários recursos para mostrar a classe social de cada um dos interlocutores. Quais foram?
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