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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

FÁBULA- O LEÃO E OS DOIS BÊBADOS

 

A fábula do leão e dois bêbados

       Decrépito o leão, terror dos bosques, e saudoso de sua antiga fortaleza, espairecia um deles ao entardecer à sombra do parque onde o prenderam.

      Assim levava a vida, ou assim esperava a morte.

      Sua missão não era valorosa; incumbia-lhe, todos os dias, e de preferência aos sábados e domingos, fingir que era de fato um leão feroz e assustar os visitantes com pálidos rugidos.

      Em troca, recebia três fartas refeições ao dia (fora o breakfast), água fresca, sombra, agradável companhia, e o título honorífico de rei das selvas, que na verdade era o que mais o comovia.

      Mas não era de fato um leão de verdade; faltavam-lhe a certeza de sua intrepidez, o horizonte aberto, a liberdade, que não ia além do arame farpado entre as sebes disfarçado.

      Tratava-se de um jogo previamente combinado: em troca do alimento e da tranquilidade, o mísero leão, rugindo apenas, aceitava digerir todas as afrontas.

      Um belo dia aconteceu, porém, que três bebuns, enganando-se de boteco, erraram o atalho e foram cair, por puro acaso, nos domínios reservados ao leão domesticado. E tão bebuns estavam os três-loucados que nem se deram fé do risco que corriam: a moita onde dormiam desmaiados nada mais era que a juba da fera enjaulada.

     Surpreendeu-se o leão com tamanha audácia, que não constava nas cláusulas contratuais que assinara com o empresário-empregador. E logo lhe veio à mente, num impulso atávico, o justo desejo de provar daquele banquete que se oferecia assim de mão-beijada. De fato, há muito o leão não saboreava um prato humano, como nos velhos tempos de antanho.

      Já se lambia o bicho, com sua língua áspera e salivada.

      Mas a civilização também cobra os seus tributos - e o leão, que conhecia algo de Direito, antes de se lançar ao ataque, resolveu reler o seu contrato, a ver se nas entrelinhas (sábio leão!) não constava algo que o prejudicasse: pois não queria o rei das selvas perder o emprego por justa causa. Pra tanto procurou um leão mais velho - e presumidamente mais experiente - e lhe propôs a delicada questão: se era lícito, naquela conjuntura, devorar os três bebuns incautos, que haviam invadido o parque e ali dormiam.

      O velho leão examinou o contrato, verificou se não era falso, e concluiu que, pelo escrito, nada impedia legalmente que o leão mais novo os devorasse. Mas enquanto consultavam a lei, corria o tempo, de sorte que, por sorte, os três bebuns, passada a carraspana despertaram para a vida. Sobressaltados, antes que o leão, apoiado na lei, voltasse e os atacasse, trataram os três de fazer o que a situação impunha: mandar-se.

     E foi desta maneira que o leão perdeu o acepipe, frustrando-se o ensejo de fartar-se com carne de primeira, tenra e fresquinha (ainda por cima regada a canjebrina).

      Amuado, foi novamente ao leão mais velho (e mais experiente) queixar-se de que o excesso de escrúpulo contratual o havia feito perder o nobre prato.

      Ao que o mais velho respondeu, com a sabedoria própria dos leões fabulosos:

       - Queixas-te de barriga cheia, o que é um mal. Se de fato estivesses com fome, certamente primeiro os teria devorado, e só depois te lembrarias do contrato. Mas não te lastimes: quem faz o bem sempre o tem. Nenhum leão está livre neste mundo de, amanhã, por acaso, adormecer num parque e ser comido de surpresa por três bebuns esfomeados. A vida não está difícil só para os animais, rapaz.

 

 

 

 

Vocabulário:

decrépito: velho, caduco

espairecer: entreter-se

honorífico: honroso

intrepidez: coragem

 

sebe: arbusto

juba: crina

audácia: coragem

cláusula: artigo; preceito

atávico: reaparecimento de uma característica dos ascendentes

antanho: antigamente

incauto: imprudente

carraspana: bebedeira

acepipe: guloseima

ensejo: oportunidade

canjebrina: cachaça

escrúpulo: cuidado

 

 

1. O texto que você acabou de ler apresenta os elementos essenciais da narrativa: personagens, fato, tempo, lugar (espaço), narrador.

 

a) Quem são as personagens?

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b) O que acontece?

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c) Onde acontece a história?

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2. O que seria necessário para que o animal desta fábula fosse “um autêntico leão”?

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3. Por que o leão não devorou os bêbados? Copie a alternativa mais acertada. Justifique sua escolha.

(A) Porque as cláusulas contratuais o proibiam.

(B) Porque, enquanto ele e o leão mais velho consultavam o contrato, os três bêbados, conscientes do risco que corriam, fugiram.

(C) Porque, além de não querer perder o emprego, não estava faminto.

 

FÁBULA - O CONSELHEIRO

 

O CONSELHEIRO

 

    Contam que um certo lavrador possuía um burro que o repouso engordara e um boi que o trabalho abatera.

 

    Um dia, o boi queixou-se ao burro e perguntou-lhe :”Não terás, ó irmão, algum conselho que me salve desta dura labuta?” O burro respondeu: “ Finge-te de doente e não comas tua ração. Vendo-te assim, nosso amo não te levará para lavrar o campo e tu descansará”.

 

    Dizem que o lavrador entendia a linguagem dos animais, e compreendeu o diálogo entre o burro e o boi.

 

    Na manhã seguinte, viu que o boi não comera a sua ração: deixou-o e levou o burro em seu lugar. O burro foi obrigado a puxar o arado o dia todo, e quase morreu de cansaço. E lamentou o conselho que dera ao boi.

 

    Quando voltou à noite perguntou-lhe o boi: “Como vais, querido irmão?”. Vou muito bem, respondeu o burro. Mas ouvi algo que me fez estremecer por tua causa. Ouvi nosso amo dizer:” Se o boi continuar doente, deveremos matá-lo para não perdermos sua carne. Minha opinião é que tu comas tua ração e voltes para tua tarefa a fim de evitar tamanho infortúnio”.

 

    O boi concordou, e devorou imediatamente toda a sua ração.

 

    O lavrador estava ouvindo, e riu.

 

Do livro,As mil e umas noites, apud MansourChalita,As mais Belas Páginas da Literatura Árabe,

 

 Rio de Janeiro. Ed. Civilização Brasileira, 1967,p.281.

 

 

 

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO:

 

1)     Quem é o conselheiro?

 

(     ) o burro;             (     ) o lavrador;       (     ) o boi;               (     ) o pássaro

 

2)    Quem foi que pediu o conselho? O que motivou esse pedido?

 

 

 

 

 

3)     O conselho surtiu o efeito desejado? Justifique sua resposta?

 

 

 

 

 

4)     Foi bom para o burro ter dado o conselho ao boi? Por quê?

 

 

 

 

 

5)     Por quê o burro mudou seu conselho? Justifique.

 

 

 

 

 

6)     Qual é a principal características do burro, neste texto:

 

(     ) a maldade;             (     ) a esperteza;             (     ) a bondade;             (     ) a preguiça;

 

7)     Qual a característica do lavrador que mais chama a atenção?:

 

(     ) a compreensão;               (     )a paciência                (     ) a esperteza;

 

Explique sua resposta:

 

 

 

 

 

8)    Qual das alternativas a baixo mais condiz com o texto?

 

(     ) o lavrador conversava com os animais;

 

(     ) o boi é um animal guloso;

 

(     ) o burro é um animal bem burro mesmo ;

 

(     ) o boi é um animal preguiçoso ;

 

(     ) o burro é um animal esperto;

 

ANÁLISE TEXTUAL

 

 

 

1)    Qual é o título do texto?

 

 

 

2)    Qual é o tema?

 

 

 

3)    Quem é o autor?

 

 

 

4)    Quantos parágrafos contém?

 

 

 

5)    Quantas frases existem no texto?

 

 

 

6)    Quantos e quais são os personagens?

 

 

 

7)    Qual é o gênero deste texto? Justifique sua resposta

FÁBULA DA ESTRELA - DO- MAR

 

A fábula da estrela-do-mar

 ASSUNTO: MEIO AMBIENTE

Todos os dias de manhã um escritor passeava numa praia muito calma em busca da sua inspiração diária para continuar a escrever o seu livro.

Um dia, ao caminhar pela areia, o escritor viu ao longe um menino a correr entre a água e a areia seca. Ao chegar mais perto, viu que o menino estava pegando as estrelas-do-mar que se encontravam na areia e levando-as novamente para o mar.

– Bom dia. – disse o menino sorrindo e sem parar o que estava fazendo.

– Olá. Por que você está fazendo isso? – perguntou o escritor.

– Como a maré está baixa e o sol forte, as estrelas-do-mar vão secar e morrer antes que a maré suba de novo. – disse o jovem.

O escritor olhou novamente para o menino, sorriu e disse:

– Acho muito bonito o que está fazendo, só que existem milhares de quilômetros de praia por todo o mundo, ou seja, milhões de estrelas-do-mar devem estar agora mesmo a secar na areia por todas essas praias. Você tem tanto trabalho e que diferença faz salvar algumas se outras milhões vão morrer?

O menino agarrou em mais uma estrela-do-mar, levou-a até a água, olhou para o escritor e disse:

– Para esta estrela-do-mar eu já fiz a diferença.

O escritor não conseguiu fazer mais nada durante o dia inteiro, mal conseguiu dormir e sentiu-se bastante triste.

No dia seguinte, como habitual, o escritor foi dar o seu passeio matinal à praia, mas desta vez passou toda a manhã ajudando o menino a devolver as estrelas-do-mar ao oceano.

 

Disponível em: <http://www.motivo.me>.

 

1. As fábulas são textos que utilizam a linguagem figurada, ou seja, linguagem conotativa. Sua finalidade é transmitir um ensinamento moral. O texto acima deve ser interpretado em sentdo conotativo ou no sentido denotativo?

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2. Identifique quem narra a história:

a) um narrador que participa da história.

b) um narrador que apenas conta a história.

c) o jovem escritor.

d) o menino.

 

3. De acordo com o texto, o escritor tinha o hábito de passear em uma praia calma nas manhãs. Por quê?

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4. Segundo o texto, certo dia, o escritor observou um acontecimento novo em um de seus passeios pela praia. Conte-o:

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5. Diante do acontecimento, o jovem escritor mostrou-se:

a) nostálgico

b) alegre

c) esperançoso

d) pessimista

 

6. Aponte o ARGUMENTO utilizado pelo autor para jusfificar a sua reação diante do fato observado na praia:

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7. De acordo com o texto, qual foi a ATITUDE do menino diante do argumento utilizado pelo escritor?

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8. Segundo o texto, o escritor não conseguiu fazer mais nada naquele dia e sentiu-se muito triste. O que ele fez a partir daí?

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9. Esse texto tem a finalidade de:

a) informar o leitor.

b) entreter o leitor.

c) ensinar o leitor.

d) criticar o leitor.

 

 

FÁBULA - A RATOEIRA E O RATO

 

Fábula “A Ratoeira e o Rato”

AUTOR ESOPO

Um rato, olhando pelo buraco na parede, vê o fazendeiro e sua esposa abrindo um pacote. Pensou

logo no tipo de comida que haveria ali.

Ao descobrir que era uma ratoeira ficou aterrorizado.

Correu ao pátio da fazenda advertindo a todos:

- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa!

A galinha disse:

- Desculpe-me Senhor Rato, eu entendo que isso seja um grande problema para o senhor, mas não

me prejudica em nada, não me incomoda.

O rato foi até o porco e disse:

- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira!

- Desculpe-me Senhor Rato, disse o porco, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser orar. Fique

tranqüilo que o Senhor será lembrado nas minhas orações.

O rato dirigiu-se à vaca. E ela lhe disse:

- O que? Uma ratoeira? Por acaso estou em perigo? Acho que não!

Então o rato voltou para casa abatido, para encarar a ratoeira. Naquela noite ouviu-se um barulho,

como o da ratoeira pegando sua vítima.

A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia pego.

No escuro, ela não viu que a ratoeira havia pego a cauda de uma cobra venenosa. E a cobra picou a mulher. O fazendeiro a levou imediatamente ao hospital. Ela voltou com febre.

Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma canja de galinha. O fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal.

Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram visitá-la.

Para alimentá-los, o fazendeiro matou o porco.

A mulher não melhorou e acabou morrendo.

Muita gente veio para o funeral. O fazendeiro então sacrificou a vaca, para alimentar todo aquele povo. Na próxima vez que você ouvir dizer que alguém está diante de um problema e acreditar que

o problema não lhe diz respeito, lembre-se que quando há uma ratoeira na casa, toda fazenda corre

risco. O problema de um é problema de todos.

 

1. O rato ficou aterrorizado porque:

a) viu o fazendeiro abrindo um pacote.

b) não era a comida que ele queria que havia no pacote.

c) porque viu uma ratoeira no pacote.

d) ficou preso no buraco que tinha feito e não conseguiu ver a comida.

2. O objetivo maior do rato ao correr para avisar aos amigos foi:

a) não morrer sozinho.

b) pedir ajuda aos amigos para que ele não morresse.

c) avisar aos amigos que iria acontecer algo ruim.

d) que todos ficassem unidos e preparassem a morte do fazendeiro.

3. De todos os animais avisados o que se preocupou foi:

a) a galinha.

b) o porco.

c) a vaca.

d) nenhum deles.

4. A atitude da galinha demonstra:

a) indiferença.

b) insatisfação.

c) preocupação.

d) amizade.

5. A atitude do porco demonstra:

a) religiosidade

b) coleguismo.

c) egoísmo.

d) humanidade.

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6. A fala da vaca: “O quê? Uma ratoeira ? Por acaso estou em perigo? Acho que não !” Poderia ser substituída,

com o mesmo sentido de:

a) Coitado do rato!

b) O problema é seu!

c) Vou te ajudar!

d) Não posso ficar em perigo!

7. O pronome “a”, destacado no texto está substituindo:

a) A vaca.

b) A ratoeira.

c) A mulher

d) A galinha.

8. Em “O fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal.”, o autor referia-se:

a) à uma faca grande para matar a galinha.

b) à uma faca grande para matar a vaca.

c) à uma bota para esmagar o rato.

d) a um animal grande desconhecido que serviria de jantar.

9. No final das contas, que animal sobreviveu?

a) A galinha, o porco e a vaca.

b) O porco e a vaca.

c) O rato.

d) O rato e a vaca.

10. Qual dos fatos abaixo encaixa-se na frase: “O problema de um é problema de todos.”

a) A falta de dinheiro numa conta de banco.

b) Uma roupa nova que estava com uma parte rasgada.

c) A poeira acumulada durante uma semana no móvel de uma sala.

d) A falta de água no planeta.

FÁBULA - A RÃ E O ESCORPIÃO

 FÁBULA - A RÃ E O ESCORPIÃO

       Parado ao sol, o escorpião olhava ao redor da montanha onde morava. "Positivamente, tenho de me mudar daqui" - pensou.

Esperou a madrugada chegar, lançou-se por caminhos empoeirados até atingir a floresta. Escalou rochedos, cruzou bosques e, finalmente, chegou às margens do rio largo e caudaloso.

"Que imensidão de águas! A outra margem parece tão convidativa... Se eu soubesse nadar..."

Subiu longo trecho da margem, desceu novamente, olhou para trás. Aquele rio certamente não teria medida. A travessia era impossível.

"Não vai dar. Tenho de reconsiderar minha decisão" - lamentou.

Estava quase desistindo quando viu a rã sobre a relva, bem próxima à correnteza. Os olhos do escorpião brilharam:

"Ora, ora... Acho que encontrei a solução!" - pensou rápido.

-- Olá, rãzinha! Me diga uma coisa: você é capaz de atravessar este rio?

-- Ih, já fiz essa travessia muitas vezes até a outra margem. Mas por que você pergunta? -- disse a rã, desconfiada.

-- Ah, deve ser tão agradável do outro lado -- disse. Pena eu não saber nadar.

A rã já estava com os olhos arregalados:

"Será que ele vai me pedir...?"

-- Se eu pedisse um favor, você me faria? -- disse o escorpião mansamente.

-- Que favor? -- murmurou a rã.

-- Bem -- o tom da voz era mais brando ainda --, bem, você me carregaria nas costas até a outra margem?

A rã hesitou:

-- Como é que eu vou ter certeza de que você não vai me matar?

-- Ora, não tenha medo. Evidentemente, se eu matar você, também morrerei -- argumentou o escorpião.

-- Mas... e se quando estivermos saindo daqui você me matar e pular de volta para a margem?

-- Nesse caso eu não cruzaria o rio nem atingiria meu destino -- replicou o escorpião.

-- E como vou saber se você não vai me matar quando atingirmos a outra margem?  -- perguntou a rã.

-- Ora, ora... quando chegarmos ao outro lado eu estarei tão agradecido pela sua ajuda que não vou pagar essa gentileza com a morte.

Os argumentos do escorpião eram muito lógicos. A rã ponderou, ponderou, e, afinal, convenceu-se.

O escorpião acomodou-se nas costas macias da agora companheira de viagem e começou a travessia. A rã nadava suavemente e o escorpião quase chegou a cochilar. Perdeu-se em pensamentos e planos futuros, olhando a extensão enorme do rio. De repente se deu conta de que estava dependendo de alguém, de que ficaria devendo um favor para a rãzinha. Reagiu, ergueu o ferrão.

"Antes a morte que tal sorte" - pensou.

A rã sentiu uma violenta dor nas costas e, com o canto do olho, viu o escorpião recolher o ferrão.

Um torpor  cada vez mais acentuado começava a invadir-lhe o corpo.

-- Seu tolo! -- gritou a rã. -- Agora nós dois vamos morrer! Por que fez isso?

O escorpião deu uma risadinha sarcástica e sacudiu o corpo.

-- Desculpe, mas eu não pude evitar. Essa é a minha natureza.

(Esopo)

 

1) Qual o principal argumento utilizado pelo escorpião para convencer a rã a transportá-lo?

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2) Que sentimento dominou o escorpião quando ele decidiu dar na rã a ferroada fatal?

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3) Como você explica a última frase do texto?

-- Desculpe, mas eu não pude evitar. Essa é a minha natureza.”

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4) Esse texto trata principalmente de dois sentimentos humanos. Quais?

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5) Copie a fala do escorpião que certamente foi a mais difícil para ele dizer à rã, explicando seu raciocínio:

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CRÔNICA - APRENDA A CHAMAR A POLÍCIA

 

Aprenda a chamar a polícia (Luís Fernando Veríssimo)

 

        Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de casa. Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro. Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas nas portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali, espiando tranquilamente.

        Liguei baixinho para a polícia, informei a situação e o meu endereço.

        Perguntaram-me se o ladrão estava armado ou se já estava no interior da casa.

        Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível.

        Um minuto depois, liguei de novo e disse com a voz calma:

        — Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro de escopeta calibre 12, que tenho guardada em casa para estas situações. O tiro fez um estrago danado no cara!

        Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma dos direitos humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo.

        Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de assombrado. Talvez ele estivesse pensando que aquela era a casa do Comandante da Polícia.

        No meio do tumulto, um tenente se aproximou de mim e disse:

        — Pensei que tivesse dito que tinha matado o ladrão.

        Eu respondi:

        — Pensei que tivesse dito que não havia ninguém disponível.

 

    Luís Fernando Veríssimo.

 

Entendendo a crônica:

 

01 – Que fato provocou o desenrolar dos acontecimentos descritos no texto?

      O fato foi a invasão à casa do narrador, onde um criminoso tentaria um roubo.

 

02 – Qual o cenário em que aconteceu a história?

      Na casa do narrador.

 

03 – Que tipo de narrador há?

      Narrador-personagem.

 

04 – Quais personagens fazem parte dessa narrativa?

      O narrador é o personagem principal, sendo secundário, o ladrão e o atendente da polícia.

 

05 – Qual o desfecho da crônica?

      Quando o narrador diz ter baleado o ladrão, e então surgem muitas viaturas e a imprensa. Então o invasor é preso.

 

06 – No texto, ao dizer que o ladrão agiu “sorrateiramente”, o autor quis dizer que ele agiu:

a)   Com extrema violência.

b)   Com ignorância.

c)   De maneira desastrosa.

d)   De maneira sutil e às ocultas.

e)   De maneira brusca e rápida.

 

07 – De acordo com o texto, a pessoa que teve a casa invadida:

a)   Assim que percebeu que havia alguém no quintal se desesperou e começou a gritar.

b)   Não se preocupou muito inicialmente, mas tomou uma atitude em relação à situação.

c)   Entrou em pânico e tratou de partir para cima do invasor.

d)   Percebeu, logo que viu o bandido, que ele era perigoso e por isso foi logo atirando.

e)   Ficou extremamente preocupado, visto que sua residência não oferecia segurança suficiente.

 

08 – Em “Comandante da Polícia”, as letras maiúsculas foram utilizadas por tratar-se de:

a)   Entidade folclórica.

b)   Nome próprio.

c)   Uma citação referente ao governo.

d)   Uma autoridade de alto cargo e respectiva corporação.

e)   Designação de uma região.

 

09 – Pelo desfecho do texto, podemos concluir que:

a)   A Polícia foi até o local prontamente por tratar-se de um roubo.

b)   A Polícia não seria tão rápida se não pensasse que o ladrão tinha sido morto.

c)   A Polícia atendeu a primeira ligação, deslocando para o local imediatamente, por ser rápida e eficiente.

d)   A Polícia atende mais rápido a roubos do que a homicídios.

e)   A Polícia sempre atende a qualquer tipo de ocorrência assim que solicitada.

 

10 – Todos os verbos destacados abaixo indicam ação, EXCETO:

a)   “... alguém andando sorrateiramente no quintal de casa”.

b)   “Eu já matei o ladrão”.

c)   “Um minuto depois, liguei de novo...”.

d)   “Eles prenderam o ladrão...”.

e)   “... minha casa era muito segura...”.

 

 

 

 

 

CRÔNICA - ADOLESCENCÊNCIA -

 

ENSINO MÉDIO

Crônica: Adolescência (Luís Fernando Veríssimo)

        Já o Jander tinha quatorze anos, a cara cheia de espinhas e como se não bastasse isso, inventou de estudar violino.

        — Violino?! — horrorizou-se a família.

        — É.

        — Mas Jander...

        — Olha que eu tenho um ataque.

        Sempre que era contrariado, o Jander se atirava no chão e começava a espernear.

        Compraram um violino para ele.

        O Jander dedicou-se ao violino obsessivamente. Ensaiava dia e noite. Trancava-se no quarto para ensaiar. Mas o som do violino atravessava portas e paredes. O som do violino se espalhava pela vizinhança.

        Um dia a porta do quarto do Jander se abriu e entrou uma moça com um copo de leite.

        — Quié? — disse o Jander, antipático como sempre.

        — Sua mãe disse que é para você tomar este leite. Você quase não jantou.

        — Quem é você?

        — A nova empregada.

        Seu nome era Vandirene. Na quadra de ensaios da escola era conhecida como "Vandeca Furacão".

        Ela botou o copo de leite sobre a mesa-de-cabeceira, mas não saiu do quarto. Disse:

        — Bonito, seu violino.

        E depois:

        — Me mostra como se segura?

        Depois a vizinhança suspirou aliviada. Não se ouviu mais o som do violino aquela noite.

        O pai de Jander reuniu-se com os vizinhos.

        — Parece que deu certo.

        — É.

        — Não vão esquecer o nosso trato.

        — Pode deixar.

        No fim do mês todos se cotizariam para pagar o salário da Vandirene. A mãe do Jander não ficou muito contente. Pobre do menino. Tão moço. Mas era a Vandirene ou o violino.

        — E outra coisa — argumentou o pai do Jander. — Vai curar as espinhas.

 

1 – Que tipo de instrumento ele resolveu estudar e por que causou problemas em sua casa?

      Resolveu estudar violino e o Jander ensurdecia a casa e a vizinhança com os agudos desafinados do instrumento.

02 – Qual é o fato a partir do qual o autor desenvolve a sua crônica?

      A compra do violino para Jander.

03 – A crônica trata PRINCIPALMENTE:

a)   Das dificuldades de se aprender violino.

b)   Das dificuldades de se conseguir boas empregadas.

c)   Das dificuldades de se lidar com um adolescente.

d)   Da possibilidade de os vizinhos ajudarem a pagar uma empregada doméstica para um amigo.

04 – No texto, pode-se perceber:

a)   Uso de chantagem emocional por parte de Jander, em relação à família.

b)   Inexistência de referência sexual.

c)   A temática do amor puro e casto sendo trabalhada.

d)   O fato de tratarem Jander como uma pessoa especial porque sabia tocar violino.

 

05 – Que apelido tinha a nova empregada na quadra de ensaios da escola de samba?

      Vandeca Furacão.

06 – Quem são os personagens do fato narrado?

      Jander, o pai, a mãe, a vizinhança e a Vandirene.

07 – Que assunto é abordado nessa crônica?

      Os conflitos dos jovens com os pais na adolescência.

08 – Existe relação entre a situação vivida pelos personagens da crônica e a de nosso dia-a-dia? Justifique.

      Sim, pois conviver com filhos na fase adolescência é necessário ter diálogo como base para se relacionar bem.

09 – Essa crônica pode ser considerada como uma crônica humorística? Por quê?

      Sim, porque uma das marcas é ter um enfoque humorístico acerca das cenas e acontecimentos cotidianos, e isto ocorreu nesta crônica.