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quinta-feira, 23 de outubro de 2025

FOCO NARRATIVO

 

FOCO NARRATIVO

 

Quem conta uma história, o narrador, possui duas opções para dizer como as ações ocorreram:

 

1. Contar uma história em que ele participou das ações, o narrador está dentro da história, foco narrativo em 1ª pessoa, narrador personagem. EU,NÓS, ME, MEUS, NOSSO... Exemplo: Eu fechei a porta.

 

2. Contar uma história em que ele não participou, o narrador está fora da história, só ouviu falar, foco narrativo em 3ª pessoa, ELE, ELA, ELES, ELAS... Exemplo: Ele fechou a porta.

 

O foco narrativo em 3ª pessoa é dividido em dois tipos:

1. Narrador observador: o narrador conta apenas o que ele viu. Conhece o presente e o passado.

Exemplo: O professor pediu para o aluno guardar o celular. Ele guardou.

 

2. Narrador onisciente: o narrador conhece os sentimentos das personagens. Conhece o presente, passado e o futuro.

Exemplo: O professor pediu para o aluno guardar o celular. Ele guardou, mas pensava consigo: isso não vai ficar assim!

 

RESUMO

 

TIPOS DE NARRADOR:

1 – NARRADOR PERSONAGEM – NARRADOR EM 1ª PESSOA - PROTAGONISTA personagem principal - TESTEMUNHA personagem secundário.

 

2 – NARRADOR EM 3ª PESSOA:

A) 3ª PESSOA - OBSERVADOR – só conta o que viu.

B) 3ª PESSOA - ONISCIENTE – conhece os sentimentos das personagens e o futuro.

 

Vocabulário

1. Narrativa = história

 

Exercícios

Indique o foco narrativo dos textos abaixo em: 1ª pessoa – personagem, 3ª pessoa observador, 3ª pessoa onisciente. Justifique sua resposta com elementos textuais.

 

 

 

1. A ARVORE QUE PENSAVA - OSWALDO FRANÇA JÚNIOR

        Houve uma árvore que pensava. E pensava muito. Um dia transpuseram-na para a praça no centro da cidade. Fez-lhe bem a deferência. Ela entusiasmou-se, cresceu, agigantou-se.

        Aí vieram os homens e podaram seus galhos. A árvore estranhou o fato e corrigiu seu crescimento, pensando estar na direção de seus galhos a causa da insatisfação dos homens. Mas quando ela novamente se agigantou os homens voltaram e novamente amputaram seus galhos.

        A árvore queria satisfazer aos homens por julgá-los seus benfeitores, e parou de crescer. E como ela não crescesse mais, os homens a arrancaram da praça e colocaram outra em seu lugar.

 

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2. FIM DE SEMANA NA PRAIA – LEONARDO BRASILIENSE

 

          O fim de semana estava ótimo. A turma foi pra casa do Luca, na praia. Só a galera, sem nenhum velho para atrapalhar. A Vanessa ficou com o Daniel, com o Carlinhos e com o Lucas, é claro. A Morgana, só com o Daniel. Rolou de tudo, principalmente cerveja, uma montanha de latinha amassada dentro da churrasqueira. A noite era dia e o dia era noite. E que praia que nada! Quem se interessava por sol e areia? Foi um fim de semana “de arromba”, como diriam meus pais, porque na época deles já era assim... e acho que foi por isso que me fizeram ficar em casa.

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3. FLASH! -  LEONARDO BRASILIENSE

        O porta-retratos tem uma vinheta banhada a ouro sobre madeira lisa. 21 x 14 cm. A fotografia colorida não engana: não era bonita nem feia, a mulher de testa pequena, sobrancelhas grossas, olhos difíceis de interpretar. Tinha ali uns trinta anos, morreu aos quarenta e dois. Sorria e olhava para um ponto à esquerda e acima do fotógrafo. Soubesse que o retrato, exatamente aquele retrato, ficaria para sempre na estante da sala, teria sorrido? Que expressão você faria, sabendo que te batem a foto de um morto? FLASH! esse era você.? Era?, verbo no pretérito, imperfeito.

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4. NOSSO GATO - LEONARDO BRASILIENSE

          O gato não era nosso, compartilhávamos com ele a igreja em construção para nos abrigarmos da noite e da chuva. Compartilhávamos também a fome, e normalmente lhe sobrava alguma coisa, do que se catava nas lixeiras, do que se ganhava das pessoas na rua. Essa comunhão o fazia quase da família. Uma noite, chovendo há três dias sem parar, as lixeiras molhadas, as pessoas dentro de casa, a família muito grande, o que nos sobrou foi o gato.

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5. SILENCIO NA PARADA DE ONIBUS LEONARDO BRASILIENSE


          Uma senhora com um saco de mercado, um jovem de mochila nas costas e uma menina usando aparelho ortodôntico, todos olham para o lado de onde vem a condução. Daqui a trinta anos, a senhora não se lembrará disso nem de nada mais que tenha vivido: Mal de Alzheimer. O jovem será um pesquisador famoso procurando a cura para essa doença e já quase desistindo. A menina estará em desespero procurando uma razão para sua vida. No momento, eles não têm assunto.
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GABARITO:

1. 3ª pessoa onisciente - “pensando estar na direção de seus galhos a causa da insatisfação dos homens” “A árvore queria satisfazer aos homens”

2. 1ª pessoa - “como diriam meus pais” “me fizeram ficar em casa” “acho que foi por isso”.

3. 3ª pessoa, observador

4. 1ª pessoa - “O gato não era nosso,”

5. 3ª pessoa onisciente – “Daqui a trinta anos, a senhora não se lembrará disso” “O jovem será um pesquisador famoso”

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