FOCO NARRATIVO
Quem conta uma história, o narrador,
possui duas opções para dizer como as ações ocorreram:
1. Contar uma história em que ele participou das
ações, o narrador está dentro da história, foco narrativo em 1ª pessoa, narrador
personagem. EU,NÓS, ME, MEUS, NOSSO... Exemplo: Eu fechei a porta.
2. Contar uma história em que ele não
participou, o narrador está fora da história, só ouviu falar, foco narrativo em
3ª pessoa, ELE, ELA, ELES, ELAS... Exemplo: Ele fechou a porta.
O foco narrativo em 3ª pessoa é dividido em dois
tipos:
1. Narrador observador: o narrador conta
apenas o que ele viu. Conhece o presente e o passado.
Exemplo: O professor pediu para o aluno guardar
o celular. Ele guardou.
2. Narrador onisciente: o narrador
conhece os sentimentos das personagens. Conhece o presente, passado e o futuro.
Exemplo: O professor pediu para o aluno guardar
o celular. Ele guardou, mas pensava consigo: isso não vai ficar assim!
RESUMO
TIPOS DE NARRADOR:
1 – NARRADOR PERSONAGEM – NARRADOR EM 1ª PESSOA
- PROTAGONISTA personagem principal - TESTEMUNHA personagem secundário.
2 – NARRADOR EM 3ª PESSOA:
A) 3ª PESSOA - OBSERVADOR – só conta o que viu.
B) 3ª PESSOA - ONISCIENTE – conhece os
sentimentos das personagens e o futuro.
Vocabulário
1. Narrativa = história
Exercícios
Indique o foco narrativo dos textos abaixo em:
1ª pessoa – personagem, 3ª pessoa observador, 3ª pessoa onisciente. Justifique
sua resposta com elementos textuais.
1. A ARVORE QUE PENSAVA - OSWALDO FRANÇA JÚNIOR
Houve uma árvore que
pensava. E pensava muito. Um dia transpuseram-na para a praça no centro da
cidade. Fez-lhe bem a deferência. Ela entusiasmou-se, cresceu, agigantou-se.
Aí vieram os homens e
podaram seus galhos. A árvore estranhou o fato e corrigiu seu crescimento,
pensando estar na direção de seus galhos a causa da insatisfação dos homens.
Mas quando ela novamente se agigantou os homens voltaram e novamente amputaram
seus galhos.
A árvore queria satisfazer
aos homens por julgá-los seus benfeitores, e parou de crescer. E como ela não
crescesse mais, os homens a arrancaram da praça e colocaram outra em seu lugar.
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2. FIM DE SEMANA NA PRAIA – LEONARDO BRASILIENSE
O fim de semana estava
ótimo. A turma foi pra casa do Luca, na praia. Só a galera, sem nenhum velho
para atrapalhar. A Vanessa ficou com o Daniel, com o Carlinhos e com o Lucas, é
claro. A Morgana, só com o Daniel. Rolou de tudo, principalmente cerveja, uma
montanha de latinha amassada dentro da churrasqueira. A noite era dia e o dia
era noite. E que praia que nada! Quem se interessava por sol e areia? Foi um
fim de semana “de arromba”, como diriam meus pais, porque na época deles já era
assim... e acho que foi por isso que me fizeram ficar em casa.
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3.
FLASH! - LEONARDO BRASILIENSE
O
porta-retratos tem uma vinheta banhada a ouro sobre madeira lisa. 21 x 14 cm. A
fotografia colorida não engana: não era bonita nem feia, a mulher de testa
pequena, sobrancelhas grossas, olhos difíceis de interpretar. Tinha ali uns
trinta anos, morreu aos quarenta e dois. Sorria e olhava para um ponto à
esquerda e acima do fotógrafo. Soubesse que o retrato, exatamente aquele
retrato, ficaria para sempre na estante da sala, teria sorrido? Que expressão
você faria, sabendo que te batem a foto de um morto? FLASH! esse era você.? Era?,
verbo no pretérito, imperfeito.
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4. NOSSO GATO - LEONARDO BRASILIENSE
O gato não era nosso, compartilhávamos
com ele a igreja em construção para nos abrigarmos da noite e da chuva. Compartilhávamos
também a fome, e normalmente lhe sobrava alguma coisa, do que se catava nas
lixeiras, do que se ganhava das pessoas na rua. Essa comunhão o fazia quase da
família. Uma noite, chovendo há três dias sem parar, as lixeiras molhadas, as
pessoas dentro de casa, a família muito grande, o que nos sobrou foi o gato.
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5. SILENCIO NA PARADA DE ONIBUS LEONARDO BRASILIENSE
Uma senhora com um saco de
mercado, um jovem de mochila nas costas e uma menina usando aparelho
ortodôntico, todos olham para o lado de onde vem a condução. Daqui a trinta
anos, a senhora não se lembrará disso nem de nada mais que tenha vivido: Mal de
Alzheimer. O jovem será um pesquisador famoso procurando a cura para essa
doença e já quase desistindo. A menina estará em desespero procurando uma razão
para sua vida. No momento, eles não têm assunto.
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
GABARITO:
1.
3ª pessoa onisciente - “pensando estar na direção de seus galhos a causa da
insatisfação dos homens” “A árvore queria satisfazer aos homens”
2.
1ª pessoa - “como diriam meus pais” “me fizeram
ficar em casa” “acho que foi por isso”.
3.
3ª pessoa, observador
4.
1ª pessoa - “O gato não era nosso,”
5.
3ª pessoa onisciente – “Daqui a trinta anos, a senhora não se lembrará disso” “O
jovem será um pesquisador famoso”
Nenhum comentário:
Postar um comentário