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domingo, 26 de fevereiro de 2017

INTERPRETAÇÃO O DOUTOR SARACURA

O DOUTOR SARACURA
     Anda que anda, Pedro Malasarte chegou a uma cidade onde o maior edifício era o hospital. Havia para mais de trezentos enfermos ali internados, cada um deles padecendo dos mais variados males. Pedro Malasarte matutou um pouco e foi procurar o diretor do hospital.
      — Não há mais lugar — foi-lhe dizendo este ao vê-lo entrar, com medo que fosse mais um doente.
     Realmente, o doutor Pulsação já não conseguia dar conta de tantos enfermos. E estava ficando difícil arranjar comida e roupa lavada para toda aquela gente. É que mais da metade era de espertalhões que se fingiam de doentes para comer e beber de graça.
      — Meu bom colega — disse Pedro Malasarte. — Imagine que soube das suas dificuldades e viajei de muito longe para ajudá-lo. Meu nome é doutor Saracura e já acabei com muitas epidemias. Pela módica importância de duzentas moedas prometo esvaziar seu hospital amanhã ao meio-dia. O velho diretor ficou exultante. Estava mais do que barato.
     O grande médico estrangeiro ia pôr toda aquela gente na rua, curada! Havia muitos doentes de verdade, aleijados, paralíticos, loucos...
     Mas Pedro Malasarte deu um jeito de se aproximar de um por um, sempre com a pose de um grande doutor, e, fingindo examiná-los. Dizia-lhes no ouvido:
       — Homem, quem não estiver em condições de sair correndo pela porta da rua amanhã ao meio-dia, será torrado para se preparar um xarope para os outros. Mesmo os que estavam em pior estado — e até os loucos — compreenderam muito bem suas palavras e arregalaram os olhos. E todos trataram de preparar suas trouxas para escapulir dali logo que pudessem.
     No dia seguinte, Pedro Malasarte mandou abrir de par em par os portões do hospital. Então subiu até a enfermaria, junto com o doutor Pulsação, e bradou: — Quem se sentir curado pode sair correndo pelo portão! Não ficou um só doente na cama. Todos, sem exceção, dos que tinham bronquite a dor de cabeça, pularam do leito e, com a trouxa nas costas, trataram de dar o fora com quantas pernas tinham.
     E os que não tinham pernas ou eram paralíticos arranjaram quem os carregasse. O doutor Pulsação ficou boquiaberto com aquele milagre. Em poucos minutos o hospital ficou deserto. O único doente que permaneceu deitado foi um que morrera de noite e por isso mesmo não podia se levantar. Pagou ao extraordinário médico estrangeiro as duzentas moedas pedidas, ao que este se despediu:
     — Tenho muito que fazer em outras terras. Passou-se uma semana na mais perfeita paz. O doutor Pulsação nunca tivera tanto sossego. Então, meio ressabiados, começaram a voltar os doentes. Mas só os doentes de verdade, que não se aguentavam de pé.
    Os outros, os aproveitadores, resolveram ficar longe do hospital onde se torrava gente para fazer remédio...

Sérgio A. Teixeira. As aventuras de Pedro Malasarte.

 1) O que chamou a atenção de Pedro Malasarte ao chegar à
cidade? ..................................................................................................................................................................................................................................................................................................


2) O que levava algumas pessoas a fingir que estavam doentes?
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3)Pedro Malasarte contou ao doutor Pulsação, logo que o encontrou, que era médico e que, sabendo de seus problemas, viera ajudá-lo. Qual foi a reação do doutor Pulsação diante da promessa de Pedro Malasarte?
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4) Pedro Malasarte bolou um plano para tentar cumprir sua promessa, isto é, ameaçaria os doentes dizendo que aqueles que não saíssem até o meio-dia seriam torrados para se preparar um xarope. Com esse plano, imaginava afugentar os falsos doentes. Depois da “conversinha” com Pedro Malasarte, o que resolveram os doentes?
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5) Classifique cada um dos substantivos destacados nas frases abaixo em: comum ou próprio: simples ou composto;
concreto ou abstrato:
A tristeza de Pedro Malasarte era ver as pessoas fingirem que estavam doentes.
..........................................................................
O doutor Pulsação gosta muito de pé-de-moleque.
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Assinale a alternativa em que o substantivo destacado seja abstrato:
(A) Pedro Malasarte é muito esperto.
(B) Ele ficou com medo quando viu a situação daquele lugar.
(C) A bruxa assustou o menino que brincava no jardim.
(D) Os doentes lotaram o hospital.
(E) Doutor Saracura gosta muito de ver os beija-flores da janela do seu quarto.

7)Destaque da frase a palavra que se classifica como substantivo derivado:

Pedro Malasarte ficou impressionado como os doentes do hospital gostavam de laranjada.
....................................................................

8)Assinale a alternativa que completa a frase com o coletivo da expressão destacada entre parênteses:
Ofereceram-lhe como recompensa pelos serviços prestados
um __________________ de rosas vermelhas. (conjunto de flores)
(A) banda
(B) elenco
(C) fauna
(D) ramalhete
(E) flora


9)Complete as frases usando
porque ou por que :
(A) O menino fugiu do hospital ___________ estava com medo de tomar vacina.
(B) Pedro Malasarte ficou assustado ___________ tinha medo
(D) ___________ ele não foi procurar o doutor Saracura?

10)Complete usando: mal ou mau:
(A) Ele é um menino ___________ .
(B) O remédio fez ___________ ao doente.









INTERPRETAÇÃO O DONO DA BOLA COM GABARITO

O DONO DA BOLA 
Ruth Rocha

           O nosso time estava cheio de amigos. O que nós não tínhamos era a bola de futebol. Só bola de meia, mas não é a mesma coisa.
Bom mesmo é bola de couro, como a do Caloca.
Mas, toda vez que nós íamos jogar com Caloca, acontecia a mesma coisa. E era só o juiz marcar qualquer falta do Caloca que ele gritava logo:
– Assim eu não jogo mais! Dá aqui a minha bola!
– Ah, Caloca, não vá embora, tenha espírito esportivo, jogo é jogo...
– Espírito esportivo, nada! – berrava Caloca. – E não me chame de Caloca, meu nome é Carlos Alberto!
E assim, Carlos Alberto acabava com tudo que era jogo.
            A coisa começou a complicar mesmo, quando resolvemos entrar no campeonato do nosso bairro. Nós precisávamos treinar com bola de verdade para não estranhar na hora do jogo.
Mas os treinos nunca chegavam ao fim. Carlos Alberto estava sempre procurando encrenca:
– Se o Beto jogar de centroavante, eu não jogo!
– Se eu não for o capitão do time, vou embora!
– Se o treino for muito cedo, eu não trago a bola!
               E quando não se fazia o que ele queria, já sabe, levava a bola embora e adeus, treino.
Catapimba, que era o secretário do clube, resolveu fazer uma reunião:
– Esta reunião é para resolver o caso do Carlos Alberto. Cada vez que ele se zanga, carrega a bola e acaba com o treino.
Carlos Alberto pulou, vermelhinho de raiva:
– A bola é minha, eu carrego quantas vezes eu quiser!
– Pois é isso mesmo! – disse o Beto, zangado. – É por isso que nós não vamos ganhar campeonato nenhum!
– Pois, azar de vocês, eu não jogo mais nessa droga de time, que nem bola tem.

               E Caloca saiu pisando duro, com a bola debaixo do braço.
Aí, Carlos Alberto resolveu jogar bola sozinho. Nós passávamos pela casa dele e víamos. Ele batia bola com a parede. Acho que a parede era o único amigo que ele tinha. Mas eu acho que jogar com a parede não deve ser muito divertido.
                      Porque, depois de três dias, o Carlos Alberto não aguentou mais. Apareceu lá no campinho.
– Se vocês me deixarem jogar, eu empresto a minha bola.
Carlos Alberto estava outro. Jogava direitinho e não criava caso com ninguém.
E, quando nós ganhamos o jogo final do campeonato, todo mundo se abraçou gritando:
– Viva o Estrela-d’Alva Futebol Clube!
– Viva!      
– Viva o Catapimba!
– Viva!
– Viva o Carlos Alberto!
– Viva!
Então o Carlos Alberto gritou:
– Ei, pessoal, não me chamem de Carlos Alberto! Podem me chamar de Caloca!

Futebol na raça

Criado na Inglaterra em 1863, ele desembarcou no Brasil 31 anos depois, na forma de uma bola trazida debaixo do braço pelo estudante paulista Charles Miller. Chegou elitista, racista e excludente. Quando se organizaram os primeiros campeonatos, lá pelo começo do século, era esporte de branco, rico, praticado em clubes fechados ou colégios seletos. Negros e pobres estavam simplesmente proibidos de chegar perto dos gramados, mas mesmo à distância, perceberam o jogo e deles se agradaram.
Estava ali uma brincadeira feita sob medida para pobre. Não exige equipamento especial além de um objeto qualquer que possa ser chutado como se fosse bola. Pode ser praticado na rua, no pátio da escola, no fundo do quintal. O número e o tipo de jogador dependem apenas de combinação entre as partes. Jogam o forte e o fraco, o baixinho e o altão, o gordo e o magro. (...)

1) Quem é o protagonista, isto é, o personagem principal da história?

2) Quem narra a história participa dela ou não?
JUSTIFIQUE.

3) Carlos Alberto costumava fazer chantagem e impor condições para emprestar sua bola de couro. Comprove a afirmação com uma frase retirada do texto.

4) Qual era a finalidade da reunião que Catapimba, o secretário do time, resolveu fazer?

5) Qual era o nome do time?

6) Ao final, o time saiu campeão. Se Carlos Alberto tivesse continuado com o mesmo comportamento de antes, o time sairia vitorioso? Justifique sua resposta.


8) Carlos Alberto apresenta características diferentes no decorrer dos três momentos da narrativa. Faça a devida associação:


(1)   1° momento
(2)   2° momento
(3)   3° momento

(     ) solitário
(     ) briguento
(     ) cooperativo
(     ) egoísta
(     ) zangado
(     ) arrependido
(     ) chantagista
(     ) amigável
(     ) encrenqueiro

10) Faça uma relação das palavras-chaves empregadas no texto ligadas ao futebol. (No mínimo 10!)


Respostas:
1- Carlos Alberto (Caloca).
2- Participa. (Verifica-se em “Nós passávamos pela casa dele.../E, quando nós ganhamos o jogo final do campeonato...”)
3- “– Se o Beto jogar de centroavante, eu não jogo!”
4- A reunião era para resolver o caso de Carlos Alberto, que só criava confusão.
5- Estrela-d’Alva Futebol Clube.
6- Resposta pessoal.
7- 2,4,1,3
8- 2, 1, 3, 1, 1, 3, 1, 3, 1
9- Apenas a 2ª opção não deve ser marcada, pois está incorreta.
10- Bola, time, juiz, falta, campeonato, centroavante, capitão, treino, clube, jogo...










INTERPRETAÇÃO O DIAMANTE

O diamante

Um dia, Maria chegou em casa da escola, muito triste.
— O que foi? — perguntou a mãe de Maria.
Mas Maria nem quis conversa. Foi direto para o seu quarto, pegou o seu Snoopy e se atirou na cama, onde ficou deitada, emburrada.
A mãe de Maria foi ver se Maria estava com febre. Não estava.
Perguntou se estava sentindo alguma coisa. Não estava.
Perguntou se estava com fome. Não estava.
Perguntou o que era, então.
— Nada — disse Maria.
A mãe resolveu não insistir. Deixou Maria deitada na cama, abraçada com o seu Snoopy, emburrada.
Quando o pai de Maria chegou em casa do trabalho a mãe de Maria avisou:
— Melhor nem falar com ela...
Maria estava com cara de poucos amigos. Pior. Estava com cara de amigo nenhum.
Na mesa do jantar, Maria de repente falou:
— Eu não valo nada.
O pai de Maria disse:
— Em primeiro lugar, não se diz “eu não valo nada”. É “eu não valho nada”. Em segundo lugar, não é verdade.Você valhe muito. Quer dizer, vale muito.
— Não valho.
— Mas o que é isso? — disse a mãe de Maria. — Você é a nossa querida. Todos gostam de você. A mamãe, o papai, a vovó, os tios, as tias. Para nós, você é uma preciosidade.
Mas Maria não se convenceu. Disse que era igual a mil outras pessoas. A milhões de outras pessoas.
— Só na minha escola tem sete Marias!
— Querida... — começou a dizer a mãe. Mas o pai interrompeu.
— Maria — disse o pai — você sabe por que um diamante vale tanto dinheiro?
— Porque é raro. Um pedaço de vidro também é bonito. Mas o vidro se encontra em toda parte. Um diamante é difícil de encontrar. Quanto mais rara é uma coisa, mais ela vale. Você sabe por que o ouro vale tanto?
— Por quê?
— Porque tem pouquíssimo ouro no mundo. Se o ouro fosse como areia, a gente ia caminhar no ouro, ia rolar no ouro, depois ia chegar em casa e lavar o ouro do corpo para não ficar suja. Agora, imagina se em todo o mundo só existisse uma pepita de ouro.
— Ia ser a coisa mais valiosa do mundo.
— Pois é. E em todo o mundo só existe uma Maria.
— Só na minha escola são sete.
— Mas são outras Marias.
— São iguais a mim. Dois olhos, um nariz...
—Mas esta pintinha aqui nenhuma delas tem.
— É...
— Você já se deu conta que em todo mundo só existe uma você?
— Mas pai...
— Só uma. Você é uma raridade. Podem existir outras parecidas. Mas você, você mesmo, só existe uma. Se algum dia aparecer outra você na sua frente, você pode dizer: é falsa.
— Então eu sou a coisa mais valiosa do mundo?
— Olha, você deve estar valendo aí uns três trilhões...
Naquela noite a mãe de Maria passou perto do quarto dela e ouviu Maria falando com o Snoopy:
— Sabe um diamante?

Luís Fernando Veríssimo

Após ler o texto, responda:

1.Por que Maria chegou da escola tão triste?
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2. Releia o trecho: “Maria estava com cara de poucos amigos.” O que significa a expressão grifada?
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3. O texto é uma narrativa e contém vários diálogos. Que sinal de pontuação foi usado para introduzi-los?
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4. “Você já se deu conta que em todo mundo só existe uma você?” O termo destacado significa:
(   ) encontrou           (   ) percebeu                 (   ) achou               (   )  buscou

5. Que substantivos o pai usou para que a menina reconhecesse seu valor?
(   ) bonito, precioso  (   )  único, diamante     (   ) raro, ouro      (   ) diamante, ouro

6.De acordo com o fragmento, — Mas o que é isso? — disse a mãe de Maria. — Você é a nossa querida. Todos gostam de você. A mamãe, o papai, a vovó, os tios, as tias. Para nós, você é uma preciosidade. Mas Maria não se convenceu. Disse que era igual a mil outras pessoas. A milhões de outras pessoas. Que palavras (substantivos) foram substituídos pelo pronome NÓS na seguinte frase:  “Para NÓS, você é uma preciosidade...”

(    )Milhões de pessoas             (    )O papai, a mamãe, o vovô, os tios
(    )Mil outras pessoas               (    )A mamãe, o papai, a vovó, os tios, as tias 






7. Para convencer Maria que ela era valiosa, o pai faz uma comparação. O que ele quis dizer com essa comparação?

(   )As pessoas são tão bonitas quanto as pedras preciosas.

(   ) As pessoas, por serem diferentes umas das outras, tornam-se raras e valiosas, como as pedras preciosas.

(    ) Algumas pessoas são bonitas, outras são feias, assim como algumas pedras preciosas, por isso são raras.

8.Essa comparação acontece porque, para o pai de Maria, Maria e o diamante têm  uma característica em comum. Complete o esquema abaixo com essa característica.

                              MARIA           ________________           DIAMANTE

9. O texto  O diamante é uma crônica e  tem a intenção de:

(   ) divertir o leitor, fazendo-o pensar nas muitas Marias que existem no Brasil.
(   ) fazer o leitor refletir sobre a singularidade das pessoas, isto é, cada pessoa é diferente da outra, apesar de possuir o mesmo nome.
(   ) Informar o leitor que existem muitas Marias por aí.

10) Você gosta do seu nome? Sabe quem escolheu? Já desejou alguma vez ter outro nome? Conte um pouquinho sobre isso.
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11) Faça um resumo do texto com 10 linhas.
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INTERPRETAÇÃO O CROCODILO

O Crocodilo





Em tempos que já lá vão, vivia na ilha de Celebes um
crocodilo muito velho, tão velho que não conseguia caçar peixes
no rio.
Certo dia, apertado pela fome, decidiu aventurar-se nas margens em busca de algum porco distraído que lhe servisse de refeição. Andou, andou, até cair exausto e desesperado, sem forças para regressar à água.
Ora, quem lhe valeu foi um rapaz simpático e robusto que teve pena dele e o arrastou pela cauda.
Em paga do serviço prestado, o crocodilo ofereceu-se para o transportar às costas sempre que quisesse navegar. O rapaz aceitou e fizeram várias viagens juntos. Apesar da boa amizade, quando o crocodilo teve novamente fome, lembrou-se de comer o companheiro. Antes, porém, quis ouvir a opinião dos outros animais e todos se mostraram indignados. Devorar quem o salvara? Que terrível ingratidão!
Envergonhado e cheio de remorsos, o crocodilo resolveu partir para longe e recomeçar vida onde ninguém o conhecesse. Como o rapaz era o único amigo que tinha, chamou-o e disse-lhe:
- Vem comigo à procura de um disco de ouro que flutua nas ondas perto do sítio onde nasce o sol. Quando o encontrarmos, seremos felizes.
Mais uma vez, viajaram juntos, agora sulcando o mar que parecia não ter fim... A certa altura, o crocodilo percebeu que não podia continuar. Exausto, deteve-se na intenção de descansar apenas um instante, mas, logo que parou, o corpo transformou-se numa ilha maravilhosa.
O rapaz viu-se homem feito de um momento para o outro e verificou, encantado, que trazia ao peito o disco de ouro com que sonhara o crocodilo. Percorreu, então, as praias, as colinas, as montanhas, concluindo que ali realizaria o seu destino.
Instalou-se e escolheu um nome para a ilha: chamou-lhe Timor, que significa “Oriente”.
Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada





INTERPRETAÇÃO DO TEXTO


1. – Quem são as personagens do texto?
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2. – Assinala com um X a frase que, de acordo com o texto, completa a seguinte afirmação:
O crocodilo era tão velho que...
a) ¨ só comia papas.                                c) ¨ não conseguia caçar peixes no rio.
b) ¨ passava a vida a viajar.                   d)¨ não se podia mexer.


3. – O que resolveu fazer o crocodilo, certo dia em que ficou desesperado pela fome?
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4. – O crocodilo conseguiu apanhar algum porco? Transcreve uma expressão do texto que justifique a tua resposta.
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5. – Assinala com V as afirmações verdadeiras e com F as falsas.
Quem valeu ao crocodilo foi...
 (      )¨ o seu filho mais velho.             (    ) ¨ um rapaz simpático e robusto.
 (     )¨ um animal que passava.           (     )¨ um rapaz muito mau e vigoroso.


6. – Qual foi a recompensa que o crocodilo deu ao rapaz por este o ter ajudado?
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7. – O crocodilo e o rapaz fizeram várias viagens juntos e tornaram-se bons amigos. Apesar disso, o crocodilo teve um cruel pensamento. Qual foi?
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8. – Que disseram os amigos ao crocodilo sobre a sua ideia?
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9. – Perante isto, o que é que o crocodilo resolveu fazer?
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10. – O que foram procurar os dois amigos?
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11. – O que aconteceu a essas personagens?
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12. – O disco de ouro foi encontrado? Justifica a tua resposta com uma expressão do texto.
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13. – Assinala com um X a afirmação correcta em relação ao texto que leste.
A ilha onde o rapaz se instalou tinha...
a)¨ sereias e cavalos marinhos.    c)  ¨ muitos peixes.
b) ¨ bonitas paisagens.                  d)  ¨ praias, colinas e montanhas.

INTERPRETAÇÃO O CONTO DA MENTIRA - CONTO PEQUENO

O CONTO DA MENTIRA


Todo dia Felipe inventava uma mentira. “Mãe, a vovó tá no telefone!”. A mãe largava a louça na pia e corria até a sala. Encontrava o telefone mudo.
O garoto havia inventado morte do cachorro, nota dez em matemática, gol de cabeça em campeonato de rua. A mãe tentava assustá-lo: “Seu nariz vai ficar igual ao do Pinóquio!”. Felipe ria na cara dela: “Quem tá mentindo é você! Não existe ninguém de madeira!”.
O pai de Felipe também conversava com ele: “Um dia você contará uma verdade e ninguém acreditará!”. Felipe ficava pensativo. Mas no dia seguinte...
Então aconteceu o que seu pai alertara. Felipe assistia a um programa na TV. A apresentadora ligou para o número do telefone da casa dele. Felipe tinha sido sorteado. O prêmio era uma bicicleta: “É verdade, mãe! A moça quer falar com você no telefone pra combinar a entrega da bicicleta. É verdade!”
A mãe de Felipe fingiu não ouvir. Continuou preparando o jantar em silêncio. Resultado: Felipe deixou de ganhar o prêmio. Então ele começou a reduzir suas mentiras. Até que um dia deixou de contá-las. Bem, Felipe cresceu e tornou-se um escritor. Voltou a criar histórias. Agora sem culpa e sem medo. No momento está escrevendo um conto. É a história de um menino que deixa de ganhar uma bicicleta porque mentia...



                                                    Rogério Augusto
                                            Folha de São Paulo, 14 de jun. 2003 Suplemento Folhinha

Após ler o texto, responda:
1.No início, o texto já conta o problema de Felipe. Qual era?
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2. Que mentiras Felipe já havia contado?
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3.Como a mãe tentava assustá-lo?
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4.Qual foi o alerta do pai para convencer Felipe a parar de mentir?
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5.Por que a mãe não deu atenção ao filho quando ele foi sorteado para ganhar a bicicleta?
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6. Releia o trecho:  "Resultado: Felipe deixou de ganhar o prêmio. [...]"
       a) Por que isso aconteceu?
.............................................................................................................................................
           
   b) Que mudança o fato provocou?
.......................................................................................................................................................
   
      Questões 7 a 9, assinalar a alternativa correta.

7.Felipe começou a reduzir suas mentiras porque:
(A) começou a escrever um conto.                                 
(B) deixou de ganhar uma bicicleta. 
(C) inventou ter sido sorteado por um programa de TV. 
(D) seu pai alertou sobre as consequências da mentira.

8. No trecho “A mãe tentava assustá-lo.”, o termo sublinhado substitui:
(A) pai de Felipe.  (B) Pinóquio.   (C) cachorro.     (D) Felipe.

9. No desfecho do conto, ficamos sabendo que Felipe
(A) continua contando mentira para seus pais.        
(B) decide ler todos os livros sobre o Pinóquio.
(C) torna-se um escritor e volta a criar histórias.
(D) escreve um livro de normas para o campeonato de rua.
10. A que conclusão podemos chegar com base na história?
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INTERPRETAÇÃO O CALO

O CALO
          – O senhor vai precisar extrair esse calo, seu Antônio.
– Mas, doutor!?
– Coisa simples! Amanhã, lá pelas oito, o senhor passa pelo hospital e num instante nós retiramos esse incômodo. Anestesia local. Não vai doer nada.
O pacato Antônio, funcionário público há trinta anos, saiu do consultório cabisbaixo e meio nervoso. “Que ideia! – Depois de vinte e dois anos, vivendo com esse calo. Meu calo de estimação! A Eusébia resolveu implicar com ele! Coisa de mulher… Logo agora que eu faria bodas de prata com o calo!?”, praguejou Antônio entre dentes.
Eusébia, em casa, recebeu a notícia com satisfação. Aliás já esperava por isso. Afinal, há vinte e dois anos Antônio reclamava, dizia que o calo era o centro de seus problemas. Mas tirar o calo, tomar alguma providência, que é bom, nada. Nada mesmo.
– Graças a Deus, Antônio. Deus ouviu minhas preces.
– Tô arrependido, Eusébia!
– Arrependido!? Por quê?
– (…) O calo sempre me avisou sobre o tempo. É melhor que o Serviço de Meteorologia! Se vier chuva ele dói, uma dorzinha fina; se for calor, ele lateja e se for nublado, ele estufa. Até pensei levar o calo no programa do Sílvio Santos, você se lembra?
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
– Quer saber de uma coisa? Sempre detestei esse calo. Eu gostaria de ter um marido com pé perfeito. Perfeito, entendeu?
Assim foi. Antônio se arrumou, tomou café, não deu uma palavra com Eusébia e foi para o hospital. Algo chateado, ansioso, pois afinal de contas, havia vinte e dois anos de convivência diária com aquele calo feio, macerado, duro, mas no fundo adorável.
Antônio subia as escadas principais do hospital quando, avisou o calo, a-dor-fininha-sinal-de-chuva começou. Foi a conta, Antônio tropeçou e caiu. Quebrou o calcanhar.
Uivando de dor foi levado por dois atentos enfermeiros até a sala de raio-X. Colocado numa maca, lá ficou esperando meia hora, quarenta minutos e como não aparecia ninguém, ele resolveu, de mansinho, se levantar e ir chamar alguém. E então aconteceu o pior – Antônio caiu da maca e se arrebentou todo. Diagnóstico: fratura da bacia com estiramento parcial da coluna. Sua família foi comunicada; seu médico, simples dermatologista, chamou uma equipe de ortopedistas, para tratar do caso, e nosso herói todo esticado foi internado no quarto 315.
– Doutor, a culpa foi minha! Fui eu que obriguei o Antônio a vir aqui.
– Calma, Dona Eusébia. Não chore, por favor. Seu marido vai para casa dentro de 15 dias.
– Quinze dias, doutor?!
– Dona Eusébia, foi o destino! Os ossos demoram um pouco para se consolidar. Tenha paciência. Ele está sendo muito bem tratado. Os ortopedistas só usaram dezoito quilos de gesso.
– Só!? (E chorou.)
– O importante é que ele fique imóvel. Completamente imóvel.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
– Dona Eusébia, venho lhe comunicar que seu marido pegou uma pneumonia.
– Doutor!? Como isso aconteceu?
– É porque ele está imóvel há muito tempo.
– Mas não foi o senhor mesmo que disse que ele não devia se mexer, doutor?
– Mas essas coisas acontecem, Dona Eusébia. Fique calma, por favor. Nós vamos chamar um pneumologista.
– Um, o quê? (E chorou.)
– Um médico de pulmão!
E foi o médico de pulmão entrar para começar a desgraça. Primeiro ele meteu um tubo goela abaixo de Antônio, depois colocou-o no soro, deu uma série de injeções e comunicou à chorosa Eusébia:
– Dona Eusébia, infelizmente apareceu um novo problema.
– Outro!? Qual, doutor?
– Examinando o pulmão, notei que o coração de seu marido não anda nada bem. Tá trotando mais que cavalo no grande prêmio.
– E agora?
– Vamos chamar um cardiologista!
– Eu não quero ficar viúva não! (E Eusébia chorou.)
– Calmo, Dona Eusébia. Tudo vai dar certo!
O cardiologista entrou como um tufão. Era eficientíssimo. Colocou o estetoscópio no peito, pescoço e barriga do Antônio. Ouviu tudo a que tinha direito. Depois tirou a pressão, um eletrocardiograma e disse:
– Dona Eusébia, o seu marido não tem nada de coração.
Eusébia já vestida de preto, pois esperava pelo pior, sorriu toda alegre.
– É mesmo, doutor? Que bom! Então não vai acontecer o pior?
– Pelo coração não! Mas pelo cérebro eu não dou certeza alguma. Chame um neurologista imediatamente! A propósito, os rins não estão funcionando bem. Aproveite e chame um nefrologista também.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Antônio estava agonizante. A equipe médica confabulava em torno do leito. Enfermeiras engomadíssimas andavam e zuniam por toda parte. Máquinas, termômetros e aparelhos dançavam em torno de Antônio que dava os últimos suspiros. Eusébia, acabada, isolada, assistia a tudo com desespero e dor. Se sentia culpada e pressentia sua existência sem Antônio, sem amor ou carinho.
Nesse instante, um dos médicos se aproximou e Eusébia:
– Doutor, eu queria dar um último beijo nele. Um afago, um último adeus!
Todos os médicos concordaram de imediato e Eusébia se postou junto ao leito. Mas onde beijar? Se Antônio era uma massa de gazes, tubos, gessos e fios. Eusébia olhou bem e achou um pé descoberto, a única parte possível de ser acariciada. Eusébia se curvou e viu, imaginem, o calo. Altivo, intacto e vivo. E, sem raiva ou vergonha, Eusébia beijou o calo do amado. E para surpresa de todos o moribundo se mexeu.
Acreditem, no quarto beijo Antônio espirrou. E, de afago em afago no calo, Eusébia conseguiu o impossível – curar Antônio.
Enfim, Antônio voltou ao lar com o calo e eles viveram felizes para sempre.
Moral da história – O amor tem razões que até os médicos desconhecem.
(DOC COMPARATO. O melhor da crônica brasileira. Livraria José Olympio Editora, Rio de Janeiro, 1981)

Responda:

1. Quais os principais personagens do texto?
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2. Que tipo de homem era Antônio e qual a sua profissão?
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3. Por que Antônio procurou um médico?
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4. Por que, apesar de reclamar do calo há vinte e dois anos, Antônio não tomava nenhuma providência?
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5. Para Antônio, o calo desempenhava importante função. Qual era essa função?
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6. Que fato originou a primeira desgraça de Antônio já no hospital?
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7. Qual foi a causa do segundo infortúnio de Antônio?
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8. Como se sentiu Eusébia após o duplo acidente?
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9. Quando o paciente parecia não ter mais salvação, Eusébia resolveu despedir-se, dando-lhe um beijo. Como se deu esse fato?
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10. Qual foi, na sua opinião, a razão principal para que Antônio se curasse?

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INTERPRETAÇÃO O CADERNO

O caderno

Sou eu que vou seguir você
Do primeiro rabisco até o bê-a-bá
Em todos os desenhos coloridos vou estar
A casa, a montanha, duas nuvens no céu
E um sol a sorrir no papel.

Sou eu que vou ser seu colega
Seus problemas ajudar a resolver
Te acompanhar nas provas bimestrais você vai ver
Serei de você confidente fiel
Se seu pranto molhar meu papel.

Sou eu que vou ser seu amigo
Vou lhe dar abrigo se você quiser
Quando surgirem seus primeiros raios de mulher
A vida se abrirá num feroz carrossel
E você vai rasgar meu papel.

O que está escrito em mim, comigo
Ficará guardado se lhe dá prazer
A vida segue sempre em frente, o que se há de fazer
Só peço a você um favor, se puder
Não me esqueça num canto qualquer.

Toquinho
1.O texto está escrito em:
(              ) prosa                   (              ) poesia

2. É escrito mais para o público
(              ) masculino                          (              ) feminino

3. O caderno do texto é:
(              ) um diário
(              ) um caderno de aulas

4. Por que o caderno “sofre” nas provas bimestrais com o dono?
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5. “Seus primeiros raios de mulher”. Isso se diz quando a menina:
(              ) começa a se pintar
(              ) começa a sentir mudanças no corpo
(              ) passa dos dez anos
(              ) começa a tingir os cabelos com reflexos dourados



6. Por que você acha que o caderno pede para não ser esquecido num canto qualquer? Será
que acontece isso? Você tem seus cadernos dos primeiros anos escolares?
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7. Narrador é quem conta uma história. No texto, quem é o narrador?
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8. Para você, como o caderno pode ser um confidente fiel?
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9. Muitas pessoas tem diário, que é um caderno especial para registrar alguns fatos da vida de cada um. Você tem diário? O que você escreve nele?
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