PáginasDESCRITOR

sexta-feira, 26 de maio de 2017

CONJUNÇÕES COORDENADAS EXERCÍCIOS


1. Combine as frases e reescreva-as, transformando-as em um único período. Para isso, use o conectivo entre parênteses. Em alguns casos, será preciso acrescentar vírgula e/ou dois pontos. Fique atento(a).
Observe o exemplo:
Ele tinha duas opções. Passar primeiro no estacionamento. Ir direto à casa do amigo. (ou)
Ele tinha duas opções: passar primeiro no estacionamento ou ir direto à casa do amigo.

a) As estradas estão congestionadas. As pessoas estão aproveitando o feriado prolongado. (pois)
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
b) Chegou exausta do trabalho. Encontrou tempo para brincar com as crianças. (mas ainda)
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
c) Demorou o dia inteiro na rua. Fez todas as entregas. (mas também)
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
d) Diva vai à apresentação do amigo. Seu namorado goste. Ele não goste. (quer... quer)
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
e) Economizou dinheiro por três anos. Conseguirá comprar o carro desejado. (portanto)
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
f) Esperou por muitas horas até o show começar. Ficou bem em frente ao palco. (mas)
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
g) Júlio quer muito participar do programa Ciência sem Fronteiras. Precisa se dedicar muito mais aos estudos. (mas)
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
h) Levantou-se cedo. Tomou o café da manhã. (e)
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

i) Não poupou palavras de carinho. Gestos de solidariedade. (nem)
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
j) Não sabia lidar com as emoções. Perdeu a oportunidade de promoção. (por isso)

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
k) O racionamento de água será implantado. Não chove há meses. (porque)
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
l) O tempo está instável. Chove. Faz sol. (ora... ora)
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
m) O transporte público no lugar do veículo privado ajuda na mobilidade urbana. O governo precisa investir mais nesse programa. (portanto)
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
n) Riu tanto. Ficou com dor de barriga. (que)
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

o) Seus braços doíam pelo esforço. Estava satisfeito com o resultado. (contudo)
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2. Releia as frases do exercício anterior, que você reformulou, e identifique o sentido que o conectivo atribui a elas, conforme opções abaixo indicadas.

·         Soma de fatos (adição)
·         Oposição de ideias (contraste)
·         Alternância ou Exclusão
·         Conclusão
·         Justificativa ou Explicação

a)_________________________________________________________________________
b) ________________________________________________________________________
c) _________________________________________________________________________
d) ________________________________________________________________________
e) ________________________________________________________________________
f) _________________________________________________________________________
g) _________________________________________________________________________
h) ________________________________________________________________________
i) _________________________________________________________________________
j) _________________________________________________________________________
l) _________________________________________________________________________
k) _________________________________________________________________________
m) ________________________________________________________________________
n) ________________________________________________________________________
o) ________________________________________________________________________

FONTE:BRADESCO



CONTO TEORIA

Definindo conceitos - o que é um conto?
Conto é uma narrativa curta e que se diferencia dos romances não apenas pelo tamanho, mas também pela sua estrutura: há poucas personagens, nunca analisadas profundamente; acontecimentos breves, sem grandes complicações de enredo; e há apenas um clímax, no qual a tensão da história atinge seu auge. No conto, tempo e espaço são elementos secundários, podendo até não existir. Além disso, os próprios acontecimentos podem ser dispensáveis. Há, por exemplo, contos de Machado de Assis ou Tchekov nos quais, simplesmente, não tem nada que acontece. O essencial está no ar, na atmosfera, na forma de narrar, no estilo.
Mais características:
- É uma narrativa linear e curta, tanto em extensão quanto no tempo em que se passa.
- A linguagem é simples e direta, não se utilizam muitas figuras de linguagem ou de expressões com pluralidade de sentidos.
- Todas as ações se encaminham diretamente para o desfecho.
- Envolve poucas personagens, e as que existem se movimentam em torno de uma única ação.
- As ações se passam em um só espaço, constituem um só eixo temático e um só conflito.
- A habilidade com as palavras é muito importante, principalmente para se utilizar de alusões ou sugestões, frequentemente presentes nesse tipo de texto.
Dicas para escrever um conto
O enredo do conto deve apresentar, em linhas gerais, as seguintes fases:
1. Apresentação
2. Complicação ou evolução
3. Clímax
4. Solução ou desfecho
Evite o uso de repetições fazendo uso de sinônimos. O conto não deve cansar o leitor e superestimar (nem subestimar) sua inteligência. Podemos enganar usando um raciocínio lógico falso que o induza a pensar de uma forma, mas nunca dizer o óbvio.
O título não deve sugerir o conteúdo do conto. Os títulos curtos são sempre melhores e instigantes.
Elimine explicações e descrições que não tenham importância para a história; cortar parágrafos é dar movimento mais dinâmico ao conto.
Deixe de lado os verbos de ligação e os pronomes reflexivos, com eles, a leitura se torna cansativa. Também evite o uso demasiado de conjunções aditivas.

FONTE; COLEGIO ARI DE SÁ CAVALCANTE

SIMULADO COM QUESTÕES DO GÊNERO BIOGRAFIA E AUTOBIOGRAFIA COM GABARITO

Mãe que faz e acontece

A mãe da gente é sempre muito alta. Conforme a gente cresce, ela vai diminuindo de tamanho. Às vezes é magra, outras vezes é gorda, de vez em quando faz regime e fica comendo fora de hora o dia inteiro.
É sempre muito bonita, mas fica meio estranha no dia em que vai ao cabeleireiro.
Há mães de todas as cores e em todos os lugares do mundo. Podem viver em qualquer clima, tanto nas regiões geladas como onde faz muito calor. É como na cozinha, onde mexem na geladeira e no forno do fogão.
No temperamento também são assim, passam de um extremo ao outro e mudam muito de opinião:
- Por que você está tão quieto?
- Por que se agita tanto?
- Saia da frente da TV e vá fazer outra coisa.
- Não tome sol demais, entre e venha ver TV.
[...]
(Edy Lima. Opiniões irreverentes, 2010. p. 9)

1. Segundo o ponto de vista do narrador do texto acima:
a) toda mãe é esquisita, porque diminui de tamanho conforme o filho cresce.
b) as mães ficam gordas, porque comem fora de hora o dia inteiro.
c) toda mãe é bonita, mas quando vai ao salão e muda o visual, fica estranha.
d) as mães vivem na cozinha, mexendo no fogão e na geladeira.
e) toda mãe faz muitas perguntas que os filhos não sabem responder.

2. Dentre os termos em destaque nos trechos abaixo, aquele que indica circunstância de lugar é:
a) “A mãe da gente é sempre muito alta”.
b) “fica comendo fora de hora o dia inteiro.”
c) “fica meio estranha no dia em que vai ao cabeleireiro.”
d) “Por que você está tão quieto?”
e) “Saia da frente da TV e vá fazer outra coisa.”

TEXTO 2
Marcos Vinícius de Melo Morais, que completou seu centenário de nascimento em outubro deste ano, nasceu em 1913, no Rio de Janeiro, se formou em Direito e ingressou na carreira diplomática. Versátil, foi cronista, poeta, dramaturgo, compositor, intérprete e letrista. Alguns de seus sonetos, como o “Soneto de Fidelidade”, tornaram-se bastante conhecidos e são considerados obras-primas de nossa literatura. Ganhou popularidade como um dos precursores do movimento Bossa Nova e por estabelecer parcerias musicais com nomes como Chico Buarque, Edu Lobo e Toquinho. Com o maestro Tom Jobim, compôs a canção “Garota de Ipanema”, que está entre as músicas mais conhecidas e admiradas do mundo. Morreu em 1980, deixando uma vasta obra musical e literária.

3. O texto acima pode ser considerado biográfico por
a) empregar verbos predominantemente no presente do indicativo, sem mencionar o passado nem o futuro do biografado.
b) trazer em sua estrutura advérbios de modo e lugar que são fundamentais para situar o leitor em relação ao local e a forma como os eventos ocorreram.
c) apresentar detalhes marcantes da infância do biografado, mostrando as influências que ele seguiu para ficar famoso.
d) mencionar pessoas como Chico Buarque e Edu Lobo que, embora façam parte da vida da pessoa biografada, acabam ofuscando sua figura.
e) apresentar os fatos mais marcantes e interessantes da vida de uma pessoa, bem como a importância de sua obra para a cultura do país em que nasceu.


Presente de amigo e inimigo
Uma cidade, chamada Troia, estava em guerra com os gregos. Era um tempo muito antigo, não havia aviões de bombardeio, nem bombas, nem tudo isso que a gente vê na televisão quando assiste a noticiários de país em guerra. Naquele tempo era do jeito deles, uns chegavam e ficavam em volta da cidade, que era cercada de muro alto e resistente. De vez em quando, lutavam um pouco com espada e lança [...].
Lá estavam, uns cercando, outros dentro da cidade, e nunca terminava a guerra. Foi então que um grego teve a ideia de enviar um cavalo de madeira, tamanho gigante, de presente para os troianos. Dentro do cavalo se esconderam vários guerreiros gregos. Os troianos aceitaram o presente e levaram o cavalo para o interior da cidade.
Sem avião, sem equipamento moderno, sem nada, era difícil passar pelas muralhas, mas, tendo entrado na cidade na barriga do cavalo, de noite os gregos abriram o portão que tinha no muro, para o exército deles entrar.
Pode parecer esquisito isso de muro, portão, mas se você pensar num condomínio fechado fica mais fácil entender. Com esse ataque fulminante, enquanto os troianos dormiam, os gregos ganharam a guerra.
(Edy Lima. Opiniões Irreverentes, 2010. p. 22/23)

4. Analisando as relações dos termos em destaque nos trechos a seguir e as funções por eles exercidas, é correto afirmar que:
a) “Era um tempo muito antigo” (1º parágrafo – linhas 1 e 2): o termo em destaque se relaciona com o advérbio “muito”, qualificando-o.
b) “...não havia aviões de bombardeio...” (1º parágrafo – linha 2): o termo em destaque se relaciona com o
substantivo “aviões”, especificando-o.
c) “...uns chegavam e ficavam em volta da cidade...” (1º parágrafo – linhas 3 e 4): o termo em destaque se relaciona com o verbo “ficavam”, indicando circunstância de modo.
d) “...um grego teve a ideia de enviar um cavalo de madeira, tamanho gigante, de presente para os troianos.” (2º parágrafo – linhas 7 e 8): o termo em destaque se relaciona com o substantivo “cavalo”, determinando-o.
e) “Dentro do cavalo se esconderam vários guerreiros gregos” (2º parágrafo – linha 8): o termo em destaque se relaciona com o substantivo “guerreiros”, indicando o lugar em que estavam.


5. No trecho “Com esse ataque fulminante [...], os gregos ganharam a guerra”, o termo em destaque se refere
a) ao ataque à Troia com aviões de bombardeio e armas de fogo.
b) ao cerco que foi feito em torno das muralhas de Troia.
c) à luta, com espadas e lanças, contra os troianos.
d) à ideia de entrar em Troia dentro do cavalo de madeira.
e) ao ataque noturno com equipamentos modernos.

6. Os gêneros textuais AUTOBIOGRAFIA E BIOBRAFIA possuem características parecidas, principalmente no que diz respeito ao que está sendo contado no texto. Porém, a principal diferença entre eles é:
a) Os narradores: enquanto a autobiografia é narrada na primeira pessoa, a biografia é narrada na terceira pessoa.
b) A história: a autobiografia narra os principais acontecimentos de um determinado dia de uma pessoa, enquanto a biografia narra os principais acontecimentos da vida inteira.
c) A forma de se contar os fatos: a autobiografia é necessariamente escrita em versos, enquanto a biografia é escrita em prosa.
d) Os personagens: a autobiografia só pode ser escrita sobre pessoas que tenham alguma importância social, enquanto a biografia pode ser escrita por qualquer um.
e) Nenhuma das alternativas acima.

7. Dentre as características abaixo, marque aquela que NÃO diz respeito à AUTOBIOGRAFIA:
a) É um texto escrito em primeira pessoa.
b) Narra os principais acontecimentos da vida do narrador.
c) Faz parte da categoria de gêneros da escrita de si.
d) É um texto escrito em terceira pessoa.
e) É comum que as autobiografias publicadas sejam escritas por autores consagrados.

8. Dentre as características abaixo, marque aquela que NÃO diz respeito à BIOGRAFIA:
a) É um texto escrito em terceira pessoa
b) Narra os principais acontecimentos da vida de alguém
c) Faz parte da categoria de gêneros que contam sobre a vida de outra pessoa
d) É um texto escrito em primeira pessoa
e) É comum que as biografias publicadas sejam sobre pessoas conhecidas socialmente

9. Leia o seguinte texto sobre a vida de Luiz Gonzaga:

“Luiz Gonzaga (1912-1989) foi músico brasileiro. Sanfoneiro, cantor e compositor, recebeu o título de "Rei do Baião". Foi responsável pela valorização dos ritmos nordestinos, levou o baião, o xote e o xaxado para todo o país. A música "Asa Branca", feita em parceria com Humberto Teixeira, gravada por Luiz Gonzaga no dia 3 de março de 1947, virou hino do nordeste brasileiro. Luiz Gonzaga (1912-1989) nasceu na Fazenda Caiçara, em Exu, sertão de Pernambuco, no dia 13 de dezembro de 1912. Filho de Januário José dos Santos, o mestre Januário, "sanfoneiro de 8 baixos" e Ana Batista de Jesus. O casal teve oito filhos. Luiz Gonzaga desde menino já tocava sanfona. Aos 13 anos, com dinheiro emprestado, compra sua primeira sanfona.
Em qual dos gêneros textuais abaixo poderia ser classificado o texto que você acabou de ler?
a) Biografia.
b) Autobiografia.
c) Diário.
d) Narrativa épica.
e) Carta pessoal.

GABARITO:

1. C

2. E

3. E

4. B

5. D

6. A

7. D

8. D

9. A

fonte: colégio objetivo

quinta-feira, 25 de maio de 2017

GÊNERO RECEITA 6º ANO

a) Leia a receita a seguir:
Pé de moleque com chocolate

Ingredientes:
 500 g de amendoim torrado e sem casca
 1 lata de leite condensado
 2 medidas de açúcar
 2 colheres de sopa de achocolatado em pó

Modo de preparo:
1. Misture tudo em uma panela em fogo brando até desgrudar do fundo
2. Colocar em um tabuleiro untado até endurecer, e corte

b) De acordo com o texto responda as questões a seguir:

1. Qual o gênero textual do texto lido?
A) Notícia.
B) Artigo.
C) Receita.
D) Cantiga.
E) Poema.

2. Qual a finalidade do texto?
A) Divertir um moleque.
B) Ensinar a fazer um doce de amendoim.
C) Informar o leitor sobre o pé do moleque.
D) Descrever um doce de amendoim.
E) Registrar uma solicitação.

3. O que está sendo preparado?
A) Paçoca de amendoim.
B) Amendoim torrado.
C) Bolo de amendoim.
D) Chocolate quente.
E) Pé de moleque.

4. Na frase: “Misture tudo em uma panela em fogo brando até desgrudar do fundo.
A palavra em destaque no texto refere-se
A) a uma cor.
B) a um comportamento.
C) a uma forma moderada.
D) a um tamanho grande.

E) a potência do fogão.

BIOGRAFIA TEORIA E EXERCÍCIOS

Biografia
      A biografia narra, em geral em ordem cronológica, a vida de uma pessoa que viveu ou vive em determinada sociedade e se destacou ou tem se destacado por sua trajetória Assim, os textos biográficos são utilizados para apresentar algumas etapas ou toda a vida de pessoas consideradas importantes para dada sociedade. As biografias muitas vezes adquirem características dos gêneros literários, mas, na esfera escolar, se aproximam do verbete de enciclopédia e do relato histórico, gêneros que divulgam conhecimentos científicos em diversas áreas. No final da Idade Média, com o Renascimento, a concepção de “indivíduo” permitiu maior circulação e popularização do gênero biografia, que, no século XX, passou a circular em diferentes formatos: livro, filme, texto teatral, minissérie, documentário, entrevista, etc.
        A escolha do biografado é claramente marcada pelo contexto social e político. Na Idade Média, por exemplo, as biografias retratavam a vida de santos, senhores feudais e heróis nacionais. No Renascimento, as produções concentravam-se nos dicionários e coleções biográficas, evidenciando o interesse pela personalidade humana. No século XX, surgia, no Brasil, a biografia romanceada, cujos episódios são narrados com elementos da ficção.
        O principal objetivo das atividades propostas a seguir é fazer com que os alunos se familiarizem com biografias curtas e longas, com o processo de sua produção e com algumas características do gênero.
        O quadro a seguir visa a sintetizar e a sistematizar algumas características da biografia relacionadas com seu contexto de produção, com destaque para o conteúdo temático (o que se pode dizer em textos desse gênero), a forma composicional (como o texto se organiza, as partes que o compõem e como se articulam) e o estilo (que elementos e recursos da língua são selecionados). Ressalte-se que não se trata de um rol de conteúdos a serem transmitidos aos alunos.

Breve descrição do gênero biografia
I – Situação comunicativa

Autor

Em geral, as biografias são produzidas por escritores, jornalistas ou historiadores. O biógrafo pode ou não conhecer pessoalmente a pessoa sobre a qual escreve. Algumas biografias são autorizadas pelos biografados ou por sua família, enquanto outras são “biografias não autorizadas”. Existe também a autobiografia, em que o próprio autor escreve sua história de vida.

Público-alvo

Nas biografias que circulam na esfera escolar, o público-alvo são os estudantes, auxiliando-os a compreender alguns aspectos históricos e sociais da vida de determinadas personalidades. Nos demais casos, predomina o público adulto, apesar de existirem publicações de biografias para crianças e jovens. Normalmente, os leitores estão interessados em conhecer aspectos da vida do biografado.

Objetivo/intenção

Apresentar a vida de pessoas consideradas importantes para determinado grupo social.

Local de circulação/publicação

Livros, sites, filmes, documentários, enciclopédias, dicionários biográficos e temáticos.

II – Conteúdo temático

De forma geral, as biografias apresentam como tema a vida pessoal do biografado. Assim, elas constroem, por meio de narrativas e relatos, a trajetória de vida de uma pessoa, focalizando aspectos centrais da infância, adolescência, vida adulta, velhice, com destaque para a relação com o trabalho. Crianças e jovens raramente são biografados, o que revela uma escolha social por certas personalidades em dado momento histórico. O biografado (personagem) é o elemento fundamental na temática da biografia, sobretudo suas ações ao longo da vida. Nas biografias não autorizadas, é possível encontrar aspectos negativos e posições diferentes da opinião pública.

III – Estrutura composicional e marcas linguísticas (estilo)

• Texto escrito em terceira pessoa (biografia) e em primeira pessoa (autobiografia). No entanto, na biografia pode haver alternância do foco narrativo, ora em terceira pessoa (voz do biógrafo e outras pessoas), ora em primeira (voz do biografado).
• Apresentação do biografado (personagem) por meio de descrições que caracterizam determinada imagem para o público-leitor; as adjetivações e as referências nominais são essenciais para que o leitor perceba o ponto de vista do biógrafo sobre a personagem.
• Mecanismos de coesão com pronominalização para construção da cadeia de referentes nominais do texto, com destaque para o biografado e outras pessoas citadas no texto (pai, mãe, irmãos, amigos, filhos, etc.). Destacam-se também a grande quantidade de datas, nomes próprios (pessoas e lugares).
• Advérbios, locuções adverbiais e orações adverbiais para organizar o relato biográfico no tempo e no espaço. Os fatos são normalmente apresentados em ordem cronológica, colaborando para a organização do texto (capítulos, seções, títulos) em fases da vida.
• Verbos predominantemente no pretérito perfeito e imperfeito do indicativo, mas também no presente e no pretérito imperfeito do subjuntivo.
• Utilização de memórias pessoais (autobiografia), assim como de documentos, fotografias, gravuras, cartas, relatos de outras pessoas, diários. Por essa razão, encontramos uma construção híbrida, em que várias vozes sociais podem estar presentes, contribuindo para a construção de pontos de vista sobre o biografado.

1. A palavra biografia tem origem do grego bio, que significa “vida”, e grafia, que quer dizer “escrita”.
a) Você já leu alguma biografia, algum relato sobre a vida de outra pessoa?
_____________________________________________________________________________
b) Sabe como se chama o autor que conta histórias de vida no formato de livros? Ele precisa conhecer ou conviver com as pessoas sobre as quais escreve?
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
c) Será que qualquer pessoa pode ser biografada?
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

 Leia o texto a seguir, que é uma nota biográfica, veiculada em um site, sobre Luiz Gonzaga:
Luiz Gonzaga (1912-1989) foi músico brasileiro. Sanfoneiro, cantor e compositor, recebeu o título de "Rei do Baião". Foi responsável pela valorização dos ritmos nordestinos, levou o baião, o xote e o xaxado, para todo o país. A música "Asa Branca" feita em parceria com Humberto Teixeira, gravada por Luiz Gonzaga no dia 3 de março de 1947, virou hino do nordeste brasileiro. Luiz Gonzaga nasceu na Fazenda Caiçara, em Exu, sertão de Pernambuco, no dia 13 de dezembro de 1912. Filho de Januário José dos Santos, o mestre Januário, "sanfoneiro de 8 baixos" e Ana Batista de Jesus. O casal teve oito filhos. Luiz Gonzaga desde menino já tocava sanfona. Aos 13 anos, com dinheiro emprestado compra sua primeira sanfona. Em 1929, por causa de um namoro, proibido pela família da moça, Luiz Gonzaga foge para a cidade de Crato no Ceará. Em 1930 vai para Fortaleza, onde entra para o exército. Com a Revolução de 30 viaja pelo país. Em 1933, servindo em Minas Gerais, é reprovado num concurso de músico para o exército, passa a ser o corneteiro da tropa. Tem aulas de sanfona com o soldado Domingos Ambrósio. Luiz Gonzaga deixa o exército, depois de nove anos sem dar notícias à família. Foi para o Rio de Janeiro e passou a se apresentar em bares, cabarés e programas de calouros. Em 1940 participa do programa de Calouros da Rádio Tupi e ganha o primeiro lugar, com a música "Vira e Mexe". Tocando como sanfoneiro da dupla Genésio Arruda e Januário, é descoberto e levado pela gravadora RCA Vitor, a gravar seu primeiro disco. O sucesso foi rápido, vários outro discos foram gravados, mas só em 11 de abril de 1945 grava seu primeiro disco como sanfoneiro e cantor, com a música "Dança Mariquinha". Em 23 de setembro nasce seu filho Gonzaguinha, fruto do relacionamento com a cantora Odaléia Guedes. Nesse mesmo ano conhece o parceiro Humberto Teixeira. Depois de 16 anos Luiz volta para sua terra natal. Vai ao Recife e se apresenta em vários programas de rádio. Em 1947 grava "Asa Branca", feita em parceria com Humberto Teixeira. Em 1948 casa-se com a cantora Helena Cavalcanti. Em 1949 leva sua família para morar no Rio de Janeiro. As parcerias com Humberto Teixeira e com Zédantas rendeu muitas músicas. Gonzaga e seu conjunto se apresentam em várias partes do país.
Em 1980, Luiz Gonzaga canta para o Papa Paulo II, em Fortaleza. Canta em Paris a convite da cantora amazonense Nazaré Pereira. Recebe o prêmio Nipper de ouro e dois discos de ouro pelo disco "Sanfoneiro Macho". Em 1988 se separa de Helena e assume o relacionamento com Edelzita Rabelo. Luiz Gonzaga é internado no Recife, no Hospital Santa Joana, no dia 21 de junho de 1989, e no dia 2 de agosto falece. Em 2012, se comemora 100 anos do nascimento de Luiz Gonzaga. É lançado o filme "De Pai Para Filho", narrando a relação entre Gonzaga e Gonzaguinha. O artista recebe várias homenagens em todo o país.


1. Tendo em vista o que o texto diz, é possível dizer que o músico Luz Gonzaga teve uma carreira bem-sucedida? Por quê?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2. Na nota biográfica, você encontrou várias datas, locais e nomes específicos. Releia o texto e grife cada tipo de informação com uma cor:
·         datas ou expressões que indicam tempo;
·         locais;
·         nomes específicos.
·         Observe as informações que você grifou e em seguida, reflita: por que elas são necessárias em um texto biográfico? Registre o que pensou nas linhas a seguir:
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3. Ao ler a nota biográfica, você percebeu que o texto
( ) traz informação sobre a data de nascimento e morte do biografado.
( ) faz descrições dos fatos mais importantes da vida.
( ) apresenta pouca preocupação com a precisão dos fatos narrados.
( ) discute a vida com destaque para a infância e juventude.

Mário de Andrade (1893-1945) foi um escritor brasileiro. Publicou "Pauliceia Desvairada" o primeiro livro de poemas da primeira fase do Modernismo. Estudou música no Conservatório de São Paulo. Foi crítico de arte em jornais e revistas. Teve papel importante na implantação do Modernismo no Brasil. Foi amigo inseparável de Anita Malfatti e Oswald de Andrade. Foi diretor do departamento de Cultura da Prefeitura de São Paulo. Foi funcionário do Serviço do Patrimônio Histórico do Ministério da Educação. Seu romance "Macunaíma" foi sua criação máxima, levada para o cinema. Mário de Andrade (1893-1945) nasceu na rua da Aurora, São Paulo, no dia 9 de outubro de 1893. Filho de Carlos Augusto de Andrade e de Maria Luísa. Concluiu o ginásio e entrou para a Escola de Comércio Alves Penteado, tendo abandonado o curso depois de se desentender com o professor de Português. Em 1911 ingressou no Conservatório de Música de São Paulo, formando-se em piano.
Em 1917, com a morte de seu pai, dava aula particular de piano para se manter. Nesse mesmo ano conhece Anita Malfatti e Oswald de Andrade, tornando-se amigos inseparáveis. Ainda nesse ano com o pseudônimo de Mário Sobral, publicou seu primeiro livro "Há Uma Gota de Sangue em Cada Poema", no qual critica a matança produzida na Primeira Guerra Mundial. No Primeiro Tempo do Modernismo (1922-1930) a lei era se libertar do modismo europeu, procurar uma linguagem nacional e promover a integração entre o homem brasileiro e sua terra. 1922 foi um ano importantíssimo para Mário de Andrade. Além da Semana de Arte Moderna, foi nomeado professor catedrático do Conservatório de Música. Publicou "Pauliceia Desvairada", onde reuniu seus primeiros poemas modernistas. Integrou o grupo fundador da revista Klaxon, que servia de divulgação para o Movimento Modernista. Mário de Andrade fez várias viagens pelo Brasil, com o objetivo de estudar a cultura de cada região. Visitou cidades históricas de Minas, passou pelo Norte e Nordeste, recolhendo informações como festas populares, lendas, ritmos, canções, modinhas, etc. Todas essas pesquisas lhe renderam obras como "Macunaíma", "Clã do Jabuti" e "Ensaio sobre a Música Brasileira". Mário foi Diretor do Departamento de Cultura da Prefeitura de São Paulo, entre os anos de 1934 e 1938. Afastado do cargo por motivos políticos, ainda em 1938 foi para o Rio de Janeiro, onde lecionou Filosofia e História da Arte na Universidade. Foi incapaz de ficar longe de São Paulo, a cidade que amava, e em 1940 estava de volta. Foi ainda funcionário do Serviço do Patrimônio Histórico do Ministério da Educação. Mário Raul de Morais Andrade faleceu em São Paulo, no dia 25 de fevereiro de 1945, vítima de um ataque cardíaco.

1. Sobre o texto biográfico de Mario de Andrade é correto afirmar que:
( ) É um texto literário porque conta fatos reais.
( ) Carlos Drummond de Andrade escreve sobre sua vida.
2.  De acordo com o texto qual motivo levou Mario de Andrade a deixar os estudos na Escola de Comércio Alves Penteado?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3. Como ele iniciou a sua carreira de escritor?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4. Quem eram seus amigos inseparáveis?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5. Segundo o texto ele teve um importante papel na implantação do ________________________no Brasil.

6. De acordo com o texto é correto afirmar que Mario de Andrade
( ) nasceu na rua da Augusta, Minas Gerais, no dia 9 de outubro de 1893.
( ) estudou música no Conservatório de São Paulo. Foi crítico de arte em jornais e revistas.
( )publicou seu primeiro livro "Há Uma Gota de Sangue em Cada Poema", no qual critica a matança produzida na Primeira Guerra Mundial.

( ) fez várias viagens ao exterior, com o objetivo de estudar a cultura de cada País. Todas as pesquisas internacionais lhe renderam obras como "Macunaíma", "Clã do Jabuti" e "Ensaio sobre a Música Brasileira".

EU SEI, MAS NÃO DEVIA CRÔNICA INTERPRETAÇÃO

EU SEI, MAS NÃO DEVIA

        Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
       A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E porque à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
       A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque está na hora.
       A tomar café correndo porque está atrasado. A ler jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíches porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a abrir a janela e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E aceitando as negociações de paz, aceitar ler todo dia de guerra, dos números da longa duração. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que paga. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com o que pagar nas filas em que se cobra.
       A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes, a abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema, a engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
       A gente se acostuma à poluição. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às besteiras das músicas, às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À luta. À lenta morte dos rios. E se acostuma a não ouvir passarinhos, a não colher frutas do pé, a não ter sequer uma planta.
       A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente só molha os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda satisfeito porque tem sono atrasado. A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
       Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito.
      A gente se acostuma para poupar a vida.
      Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma.
    
(Do livro "Eu sei, mas não devia", Editora Rocco - Rio de Janeiro, 1996, pág. 09.)


1. A crônica apresenta uma questão relacionada ao cotidiano do homem urbano na atualidade.


a) Qual é essa questão?
___________________________________________________________________________

b) Que situações, acontecimentos e atitudes apontados no texto, no seu entender, a maioria das pessoas se habitua a ver sem refletir sobre elas?
________________________________________________________________________

c) Na sua opinião, por quer a maioria das pessoas acostuma-se a agir assim?
__________________________________________________________________________


2. No texto, a cronista não se limita a descrever imparcialmente o cotidiano do homem urbano moderno; ela narra expondo suas ideias e sua emoção a respeito dele.

a) Que frase evidencia a consciência da cronista sobre o assunto?
_________________________________________________________________________

b) Como ela se mostra diante das situações relatadas na crônica?
__________________________________________________________________________


3. Nesse texto, a cronista apresenta seu ponto de vista sobre o fator de o ser humano acostumar-se a morar em apartamentos com janelas que têm vista para muros e paredes.


a) Qual a consequência dessa situação?
_________________________________________________________________________

b) Na sua opinião, que outras situações do cotidiano podem ter essa mesma consequência para as pessoas?
_________________________________________________________________________


4. No quinto parágrafo, refere-se a comportamentos que fazem parte da rotina das pessoas.


a) Que fatores justificam esses comportamentos, segundo ela?
__________________________________________________________________________

b) Que frase neste parágrafo resume (sintetiza) a vida de quem age assim?
________________________________________________________________________


5. No sexto parágrafo, a cronista revela o que pensa sobre a publicidade.

a) Qual é a tese (ideia) dela?
________________________________________________________________

b) Você concorda ou discorda do ponto de vista apresentado? Por quê?
_______________________________________________________________________


6. O sétimo parágrafo é dedicado à poluição.

a) Que recurso, na construção do texto, a cronista emprega para sensibilizar o leitor?
_______________________________________________________________________

b) Das situações apresentadas, qual mais o (a) sensibilizou? Por quê?
______________________________________________________________________


http://gramaticaaopedaletra.blogspot.com.br/2008/04/9-ano-8-srie-texto-eu-sei-mas-no-devia.html

A CRUELDADE DOS JOVENS CEREJA 9º ANO PAG.130

         A CRUELDADE DOS JOVENS ( WALCYRCARRASCO)

        Conheci uma mulher cujo filho de 14 anos queria um par de tênis de marca. Separada, ganhava pouquíssimo como vendedora. Dia e noite o garoto a atormentava com a exigência. Acrescentou mais horas à sua carga horária para comprar os tênis. Exausta, ela presenteou o filho. Ganhou um beijo e outro pedido: agora ele queria uma camiseta ‘da hora’. E dali a alguns dias a mãe estava abrindo um crediário! Já conheci um número incrível de adolescentes que estabelecem um verdadeiro cerco em torno dos pais para conquistar algum objeto de consumo. Uma garota quase enlouqueceu a mãe por causa de um celular cor-de-rosa. Um rapaz queria um MP3. Novidades são lançadas a cada dia e os pedidos renascem com a mesma velocidade. Pais e mães com frequência não conseguem resistir. Em parte, por desejarem contemplar o sorriso no rosto dos filhos. Uma senhora sempre diz:

       — Quero que minha menina tenha o que eu não tive.

       Pode ser. Mas isso não significa satisfazer todas as vontades! Muita gente é praticamente chantageada pelos filhos. A crueldade de um adolescente pode ser tremenda quando se trata de conseguir alguma coisa. Uma vez ouvi uma jovem gritar para o pai:

       — Você é um fracassado!

      Já conheci uma garota cujo pai se endividou porque ela insistiu em ir à Disney. Os juros rolaram e, dois anos depois, ele vendeu a casa para comprar outra menor e quitar o empréstimo. Outro economizou centavos porque a menina quis fazer plástica. Conselhos não adiantaram:

       — Você é muito nova para colocar implante de silicone.

      Ficava uma fúria. Queria ser atriz e, segundo afirmava, não teria chance alguma sem a intervenção. (Não conseguiu. Hoje trabalha como vendedora em uma loja.) Procedimentos estéticos, como clareamento de dentes, spas e, claro, plásticas, são muito pedidos, ao lado de roupas de grife, excursões, joias, celulares e todo tipo de eletrônico. É óbvio que o jovem tem o direito de pedir. O que me assusta é a absoluta falta de freio, a insistência e a total incompreensão diante das dificuldades financeiras da família. Recentemente, assisti a uma situação muito difícil. Mãe solteira, uma doméstica conseguiu juntar, ao longo de anos, o suficiente para comprar uma quitinete no centro de São Paulo.

      — Vou sair do aluguel! — comemorou.

      A filha, 16 anos, no 2º grau, recusou-se:

      — Quero um quarto só para mim!

      Não houve quem a convencesse. A mãe não conseguiu enfrentar a situação. Continuam no aluguel. O valor dos apartamentos subiu e agora o que ela tem não é suficiente para comprar mais nada.

       Muitas vezes, os filhos da classe média estudam em colégio particular ao lado de herdeiros de grandes fortunas. Passam a desejar os relógios, as roupas, o modo de vida dos amigos milionários.

      — De repente a minha filha quer tudo o que os coleguinhas têm! Até bolsa de grife.
     
       Uma coisa é certa: algumas equiparações são impossíveis. A única solução é a sinceridade. E deixar claro que ninguém é melhor por ter mais grana, o celular de último tipo, o último lançamento no mundo da informática. Pode ser doloroso no início. Também é importante não criar uma pessoa invejosa, que sofre por não ter o que os outros têm. Mas uma família pode se desestabilizar quando os pais se tornam reféns do pequeno tirano. A única saída para certas situações é o afeto. E, quando o adolescente está se transformando em uma fera, talvez seja a hora de mostrar que nenhum objeto de consumo substitui uma conversa olho no olho e um abraço amoroso.

1. O texto discute o desejo dos adolescentes de consumirem determinados produtos.
a) Que tipo de problemas esse desejo trás para aas famílias?
________________________________________________________________________
b) deduza: Em que classes ou grupos sociais esse problema ocorre com maior frequência?
________________________________________________________________________
c) Segundo o ponto de vista do narrador, como os pais se portam nessas situações: eles resistem ou cedem?
________________________________________________________________________

2. Releia este trecho:
“Procedimentos estéticos, como clareamento de dentes, spas e, claro, plásticas, são muito
pedidos, ao lado de roupas de grife, excursões, joias, celulares e todo tipo de eletrônico.”

a) de que tipo são, predominantemente, esses pedidos?
________________________________________________________________________
b) Levante hipóteses: por que os adolescentes desejam tanto bens de consumo desse tipo?
_______________________________________________________________________
c) Você acha que há, nesses desejos dos adolescentes, uma atitude consumista? Por quê?
______________________________________________________________________

3. Sobre a pressão que os adolescentes fazem sobre os pais, responda:
a) Por que os pais se submetem as pressões de seus filhos, mesmo quando não têm condições?
__________________________________________________________________________
b) Que consequências negativas podem ocorrer para a família, quando os pais cedem sem ter condições para isso?
___________________________________________________________________________

4. Sem condições, os pais se veem diante de duas opções: fazer sacrifícios e ceder aos pedidos dos filhos, ou não ceder.
a) Que risco há em ceder?
__________________________________________________________________________-
b) E que risco há em não ceder?
___________________________________________________________________

5. Já no final no texto, o narrador diz; Uma coisa é certa: algumas equiparações são impossíveis.
a) Explique essa afirmação.
__________________________________________________________________________
b) Para o narrador, qual é a saída do impasse?

6. O texto intitula-se “ A crueldade dos jovens”.
a) Por que o autor vê os jovens como cruéis?
__________________________________________________________________________
b) E você,  o que acha? Acha que os jovens são cruéis com os seus pais?
__________________________________________________________________________

A LINGUAGEM DO TEXTO

1. Na frase “agora ele queria uma camiseta da hora” o que significa a expressão da hora?
______________________________________________________________________

2. Na frase “( Não conseguiu. Hoje trabalha como vendedora em uma loja.)” por que foram empregados os parênteses?
__________________________________________________________________________

3. Observe as expressões em destaque nestes trechos do texto;
·         Ninguém é melhor por ter mais grana
·         Quando o adolescente está se transformando em uma fera, talvez seja a hora de mostrar que nenhum objeto de consumo substitui uma conversa olho no olho e um abraço amoroso.

a) Qual o sentido da palavra fera e da expressão conversa olho no olho no contexto?
_________________________________________________________________________
b) O emprego da palavra e da expressão destacada demonstra que o autor está buscando empregar uma linguagem que tende ao formal ou ao informal?

__________________________________________________________________________