Domingão
Domingo, eu passei o dia todo de bode. Mas, no começo da
noite, melhorei e resolvei bater um fio para o Zeca.
— E ai, cara? Vamos ao cinema?
— Sei lá, Marcos. Estou meio pra baixo....
— Eu também tava, cara. Mas já estou melhor!
E lá fomos nós. O ônibus atrasou, e nós pagamos o maior
mico, porque, quando chegamos, o filme já tinha começado. Teve até um mane que
perguntou se a gente tinha chegado para a próxima sessão.
Saímos de lá, comentando:
— Que filme massa!
— Maneiro mesmo!
Mas já era tarde, e nem deu para contar os últimos
babados pro Zeca. Afinal, segunda-feira é de trampo e eu detesto queimar o
filme com o patrão. Não vejo a hora de chegar de novo para eu agitar um pouco
mais.
CAVÉQUIA. Márcia Paganini. In:
http://ensinocomalegria.blogspot.com
1. A linguagem utilizada nesse texto é comum em
a) artigos científicos
b) entrevistas de emprego
c) rodas de conversa
d) textos jornalísticos
https://www.youtube.com/watch?v=IFz8pJJi3D4
2. Os dois personagens que conversam nesse texto são
a) adultos
b) crianças
c) idosos
d) jovens.
https://profwarles.blogspot.com/2017/02/quiz-26-portugues-9-ano.html
Dom Casmurro
Uma noite
dessas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei no trem da Central um
rapaz aqui do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu. Cumprimentou-me,
sentou-se ao pé de mim, falou da lua e dos ministros, e acabou recitando-me
versos. A viagem era curta, e os versos pode ser que não fossem inteiramente
maus. Sucedeu, porém, que, como eu estava cansado, fechei os olhos três ou
quatro vezes; tanto bastou para que ele interrompesse a leitura e metesse os
versos no bolso.
[...] No dia seguinte entrou a dizer de mim
nomes feios, e acabou alcunhando-me Dom Casmurro. Os vizinhos, que não gostam
dos meus hábitos reclusos e calados, deram curso à alcunha, que afinal pegou.
[...] Não
consultes dicionários. Casmurro não está aqui no sentido que eles lhe dão, mas
no que lhe pôs o vulgo de homem calado e metido consigo. Dom veio por ironia,
para atribuir-me fumos de fidalgo. Tudo por estar cochilando! Também não achei
melhor titulo para a minha narração; se não tiver outro daqui até ao fim do
livro, vai este mesmo.
https://www.camara.leg.br/radio/programas/531535-dom-casmurro-de-machado-de-assis/
3. A linguagem usada nesse texto é exemplo de um registro
a) cientifico
b) coloquial
c) formal
d) popular
Vício na fala (Oswald
de Andrade)
Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados
http://nossacasa.net/blog/vicio-na-fala/
4. Nesse texto as palavras “mió” e “pió” são exemplos de
linguagem
a) coloquial
b) formal
c) jornalística
d) poética
https://www.youtube.com/watch?v=IFz8pJJi3D4
SETE ANOS DE PASTOR
JACOB SERVIA (Luís de Camões)
Sete anos de pastor Jacob servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
mas não servia ao pai, servia a ela,
e a ela só por prêmio pretendia.
Os dias, na esperança de um só dia,
passava, contentando se com vê-la;
porém o pai, usando de cautela,
em lugar de Raquel lhe dava Lia.
Vendo o triste pastor que com enganos
lhe fora assim negada a sua pastora,
como se a não tivera merecida;
começa de servir outros sete anos,
dizendo:_Mais servira, se não fora
para tão longo amor tão curta a vida.
https://www.escritas.org/pt/t/2510/sete-anos-de-pastor-jacob-servia
5. No trecho “...como se a não tivera merecida;...”, a palavra destacada é um exemplo de
a) expressão de gíria.
b) expressão regional.
c) linguagem coloquial.
d) linguagem formal.
Mina Chavosa (MC Dani)
Mina chavosa Mina chavosa Mina chavosa só anda assim
Cabelo soltinho estilo colômbia
Juliet no rosto, saia da Ciclone e um Nike no pé
Pode fala, pode pensa, fala o que qué, que eu não to de K.O
Nóis chega no baile gritando bem alto '' CADE OS TOP ZIKA AMÔ?
''
https://www.letras.mus.br/mc-dani/1770709/
6. A palavra “mina” é representativa da linguagem
a) coloquial.
b) jornalística.
c) literária.
d) padrão.
7. A alternativa que NÃO apresenta um exemplo de gíria é
a) chavosa
b) Juliet
c) K.O
d) ZIKA
Onde trabalhar
O perito tem quatro possibilidades de emprego:
• ser contratado por uma empresa de consultoria, que
é chamada quando pinta um problema em outra empresa;
• ser perito da Polícia Federal ou Estadual, que mantém
seu próprio corpo de especialistas;
• ser autônomo e ser convocado pelo juiz de um tribunal
ou por alguma pessoa ou empresa para trabalhar num caso específico;
• trabalhar em uma empresa para fazer segurança
virtual preventiva. Ou seja, proteger os sistemas antes de serem atacados por
hackers.
Mundo Estranho, São Paulo: Abril, ed.48, fev.
2006, p. 22.
8.
No Texto, há uma palavra representativa de linguagem coloquial em:
a) “ser contratado por uma empresa de
consultoria,”.
b) “que é chamado quando pinta um problema...”.
c) “ser perito da Polícia Federal ou Estadual,”.
d) “ser autônomo e ser convocado pelo juiz de um
tribunal...”.
(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.
E a viagem continua...
Depois de rezarmos e cantarmos muito, voltávamos todos para
casa e logo chegavam convidados para o almoço, que sempre era especial. Comidas
italianas que vovó, a nona, fazia.
E todos os adultos matavam saudade da Itália. Ela tinha
vindo de lá, de navio, no começo do século, quando meu pai tinha três anos.
Mamãe chegou um pouco mais tarde, com seus pais.
Depois de moços, conheceram-se no Brasil e se casaram.
Durante o almoço, falavam em italiano e tomavam vinho. Era
engraçado! Como na missa, não entendíamos nada...
ZABOTO, L. H. Vovó já foi
criança. Brasília: Casa Editora, 1996.
9. Quem é o narrador desse texto?
a) a avó.
b) a mãe.
c) o pai.
d) uma neta.
A decadência do
Ocidente
O doutor ganhou uma galinha viva e chegou em casa com ela,
para alegria de toda a família. O filho mais moço, inclusive, nunca tinha visto
uma galinha viva de perto. Já tinha até um nome para ela – Margarete – e planos
para adotá-la, quando ouviu do pai que a galinha seria, obviamente, comida.
– Comida?!
– Sim, senhor.
– Mas se come ela?
– Ué. Você está cansado de comer galinha.
– Mas a galinha que a gente come é igual a esta aqui?
– Claro.
Na verdade, o guri gostava muito de peito, de coxa e de
asas, mas nunca tinha ligado as partes do animal. Ainda mais aquele animal vivo
ali no meio do apartamento.
O doutor disse que queria comer uma galinha ao molho pardo.
A empregada sabia como se preparava uma galinha ao molho pardo? A mulher foi
consultar a empregada. Dali a pouco o doutor ouviu um grito de horror vindo da
cozinha. Depois veio a mulher dizer que ele esquecesse a galinha ao molho
pardo.
– A empregada não sabe fazer?
– Não só não sabe fazer, como quase desmaiou quando eu disse
que precisava cortar o pescoço da galinha. Nunca cortou um pescoço de galinha.
Era o cúmulo! Então a mulher que cortasse o pescoço da
galinha.
– Eu?! Não mesmo!
O doutor lembrou-se de uma velha empregada de sua mãe. A
Dona Noca.
– A Dona Noca já morreu – disse a mulher.
– O quê?!
– Há dez anos.
– Não é possível! A última galinha ao molho pardo que eu
comi foi feita por ela.
– Então faz mais de 10 anos que você não come galinha ao
molho pardo.
Alguém no edifício se disporia a degolar a galinha. Fizeram
uma rápida enquete entre os vizinhos. Ninguém se animava a cortar o pescoço da
galinha. Nem o Rogerinho do 701, que fazia coisas inomináveis com gatos.
– Somos uma civilização de frouxos! – sentenciou o doutor.
Foi para o poço do edifício e repetiu:
– Frouxos! Perdemos o contato com o barro da vida!
E a Margarete só olhando.
VERÍSSIMO, Luis Fernando. A
decadência do Ocidente. In: A mesa voadora. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
p.98.
10. O trecho que expressa o uso de linguagem coloquial é:
a) “O doutor ganhou uma galinha viva...”.
b) _Frouxos! Perdemos o contato com o barro da vida!
c) “A mulher foi consultar a empregada.”.
d) “─ Há dez anos.”.
11. O trecho em que aparece a “voz” do filho mais moço é?
a) – Sim, senhor.
b) – Mas se come ela?
c) – Ué. Você está cansado de comer galinha.
d) – Claro
(SAEPE).
Leia o texto abaixo e responda.
Pônei glutão
Toda criança gosta de comer alguma porcaria, né?
Algumas, no entanto, exageram nos doces, frituras e guloseimas. Esse é o caso
do britânico Magic, de 4 anos de idade.
A única diferença é que Magic não é uma criança,
mas sim um pônei. Magic é viciado em comer macarrão instantâneo! O vício
começou quando Zoe Foulis, a dona de Magic, preparou um macarrão instantâneo de
frango com cogumelos e deixou o pote no chão para esfriar.
Não deu outra, Magic abocanhou tudinho! A partir
daquele dia, o vício só aumentou. Outro vício que o pequeno pônei sustenta é
tomar suco de laranja.
Disponível em:
<http://noticias.r7.com/esquisitices/noticias/ponei-glutao>. Acesso em: 4
jan. 2012.
12.
No trecho “Toda criança gosta de comer alguma porcaria, né?”, o termo em
destaque é um exemplo de linguagem
a) falada em uma determinada região.
b) falada entre amigos.
c) utilizada em jornais.
d)
utilizada em receitas médicas.
(SAEPE). Leia o texto abaixo.
O grande sábio e o
imenso tolo
Por um acaso do destino, um velho e sábio professor e um
jovem e estulto aluno se encontraram dividindo bancos gêmeos num ônibus
interestadual. O estulto aluno, já conhecido do sábio professor exatamente por
sua estultice, logo cansou o mestre com seu matraquear ininterrupto e sem
sentido. O professor aguentou o quanto pôde a conversa insossa e descabida.
Afinal, cansado, arranjou, na sua cachola sábia, uma maneira de desativar o
papo inútil do aluno. Sugeriu:
– Vamos fazer um jogo que sempre proponho nestas minhas
viagens. Faz o tempo passar bem mais depressa. Você me faz uma pergunta
qualquer. Se eu não souber responder, perco cem pratas.
Depois eu lhe faço uma pergunta. Se você não souber
responder, perde cem.
– Ah, mas isso é injusto! Não posso jogar esse jogo – disse
o aluno, provando que não era tão tolo quanto aparentava –, eu vou perder muito
dinheiro! O senhor sabe infinitamente mais do que eu.
Só posso jogar com a seguinte combinação: quando eu acertar,
ganho cem pratas. Quando o senhor acertar, ganha só vinte.
– Está bem – concordou o professor –, pode começar.
– Me diz, professor – perguntou o aluno –, o que é que tem
cabeça de cavalo, seis patas de elefante e rabo de pau?
O professor, sem sequer pensar, respondeu:
– Não sei; nem posso saber! Isso não existe.
– O senhor não disse se devia existir ou não. O fato é que o
senhor não sabe o que é – argumentou o aluno – e, portanto, me deve cem pratas.
– Tá bem, eu pago as cem pratas – concordou o professor
pagando –, mas agora é minha vez. Me diz aí: o que é que tem cabeça de cavalo,
seis patas de elefante e rabo de pau?
– Não sei – respondeu o aluno. E, sem maior discussão, pagou
vinte pratas ao professor.
MORAL: A sabedoria, nos dias
de hoje, está valendo 20% da esperteza.
FERNANDES, Millôr. 100 fábulas
fabulosas. 5ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2009. p. 215-216.
13. Nesse texto, o trecho que apresenta uso de linguagem
coloquial é:
a) “Faz o tempo passar bem mais depressa.”.
b) “Ah, mas isso é injusto!”.
c) “Quando o senhor acertar, ganha só vinte.”.
d) “–Tá bem, eu pago as cem pratas.”.
(SPAECE). Leia o texto abaixo.
O estresse faz bem
A prestação do carro está
vencendo, a crise roeu suas economias, o computador travou de vez e o mala do
chefe insiste em pegar no seu pé. O resultado disso é clássico: estresse.
Ninguém gosta de ter fumaça saindo pelas orelhas – mas, acredite, essa pressão
faz muito bem para você. Pelo menos é o que diz Bruce McEwen, o estresse é
fundamental para a nossa sobrevivência.
Quando sentimos o mundo cair sobre
a cabeça, o cérebro nos prepara para reagir ao desastre. Ficamos prontos para
tomar decisões com mais rapidez, guardar informações que podem ser decisivas e
encarar desafios e perigos. Ou seja, pessoas estressadas potencializam sua
capacidade de superar um problema, na visão do professor (funciona quase como o
espinafre para o Popeye). Mas há um porém, se nos estressarmos demais, os
efeitos benéficos acabam revertidos. Nosso cérebro falha, e funções como a
memória acabam prejudicadas. É por isso que precisamos aprender a apreciar o
estresse com moderação. O segredo estaria em levar uma vida saudável e buscar
atividades que deem prazer, como diz McEwen – autor do livro O Fim do
Estresse como Nós o Conhecemos – na entrevista que concedeu à SUPER.
WESTPHAL, Cristina. Super
interessante. Abril, 2009. Adaptado: Reforma ortográfica. Fragmento.
14. O autor desse texto faz uso da linguagem coloquial no trecho:
a) “Ninguém gosta de ter fumaça
saindo pelas orelhas...”
b) “... o estresse é fundamental
para a nossa sobrevivência.”.
c) “Ficamos prontos para tomar decisões
com mais rapidez, ...”
d) “... funções como a memória
acabam prejudicadas.”.
15. No texto acima o autor se dirige ao seu interlocutor
várias vezes. Marque a alternativa em isso NÃO acontece.
a) “...a crise roeu suas economias...”
b) “...o mala do chefe insiste em pegar no seu pé.”
c) “mas, acredite, essa pressão faz muito bem para você.”
d) “funciona quase como o espinafre para o Popeye”
GABARITO
1. C
2. D
3. C
4. A
5. D
6. A
7. B
8. B
9. D
10. B
11. B
12. B
13. D
14. A
15. D