PáginasDESCRITOR

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

CONTO – DEPOIS DO JANTAR – DRUMMOND – VIOLÊNCIA

 

CONTO – DEPOIS DO JANTAR – DRUMMOND – VIOLÊNCIA

 

          Também, que idéia a sua: andar a pé, margeando a Lagoa Rodrigo de Freitas, depois do jantar.

          O vulto caminhava em sua direção, chegou bem perto, estacou à sua frente. Decerto ia pedir-lhe um auxílio.

          — Não tenho trocado. Mas tenho cigarros. Quer um?

          — Não fumo, respondeu o outro.

          Então ele queria é saber as horas. Levantou o antebraço esquerdo, consultou o relógio:

          — 9 e 17… 9 e 20, talvez. Andaram mexendo nele lá em casa.

          — Não estou querendo saber quantas horas são. Prefiro o relógio.

          — Como?

          — Já disse. Vai passando o relógio.

          — Mas …

          — Quer que eu mesmo tire? Pode machucar.

          — Não. Eu tiro sozinho. Quer dizer… Estou meio sem jeito. Essa fivelinha enguiça quando menos se espera. Por favor, me ajude.

          O outro ajudou, a pulseira não era mesmo fácil de desatar. Afinal, o relógio mudou de dono.

          — Agora posso continuar?

          — Continuar o quê?

          — O passeio. Eu estava passeando, não viu?

          — Vi, sim. Espera um pouco.

          — Esperar o quê?

          — Passa a carteira.

          — Mas…

          — Quer que eu também ajude a tirar? Você não faz nada sozinho, nessa idade?

          — Não é isso. Eu pensava que o relógio fosse bastante. Não é um relógio qualquer, veja bem. Coisa fina. Ainda não acabei de pagar…

          — E eu com isso? Então vou deixar o serviço pela metade?

          — Bom, eu tiro a carteira. Mas vamos fazer um trato.

          — Diga.

          — Tou com dois mil cruzeiros. Lhe dou mil e fico com mil.

          — Engraçadinho, hem? Desde quando o assaltante reparte com o assaltado o produto do assalto?

          — Mas você não se identificou como assaltante. Como é que eu podia saber?

          — É que eu não gosto de assustar. Sou contra isso de encostar o metal na testa do cara. Sou civilizado, manja?

          — Por isso mesmo que é civilizado, você podia rachar comigo o dinheiro. Ele me faz falta, palavra de honra.

          — Pera aí. Se você acha que é preciso mostrar revólver, eu mostro.

          — Não precisa, não precisa.

          — Essa de rachar o legume… Pensa um pouco, amizade. Você está querendo me assaltar, e diz isso com a maior cara-de-pau.

          — Eu, assaltar?! Se o dinheiro é meu, então estou assaltando a mim mesmo.

          — Calma. Não baralha mais as coisas. Sou eu o assaltante, não sou?

          — Claro.

          — Você, o assaltado. Certo?

          — Confere.

          — Então deixa de poesia e passa pra cá os dois mil. Se é que são só dois mil.

          — Acha que eu minto? Olha aqui as quatro notas de quinhentos. Veja se tem mais dinheiro na carteira. Se achar uma nota de 10, de cinco cruzeiros, de um, tudo é seu. Quando eu confundi você com um, mendigo (desculpe, não reparei bem) e disse que não tinha trocado, é porque não tinha trocado mesmo.

          — Tá bom, não se discute.

          — Vamos, procure nos… nos escaninhos.

          — Sei lá o que é isso. Também não gosto de mexer nos guardados dos outros. Você me passa a carteira, ela fica sendo minha, aí eu mexo nela à vontade.

          — Deixe ao menos tirar os documentos?

          — Deixo. Pode até ficar com a carteira. Eu não coleciono. Mas rachar com você, isso de jeito nenhum. É contra as regras.

          — Nem uma de quinhentos? Uma só.

          — Nada. O mais que eu posso fazer é dar dinheiro pro ônibus. Mas nem isso você precisa. Pela pinta se vê que mora perto.

          — Nem eu ia aceitar dinheiro de você.

          — Orgulhoso, hem? Fique sabendo que tenho ajudado muita gente neste mundo. Bom, tudo legal. Até outra vez. Mas antes, uma lembrancinha.

          Sacou da arma e deu-lhe um tiro no pé.

 

Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Os dias lindos. Rio de Janeiro, Livraria José Olympio Editora, 1977, p.54.

 

1. Qual o título do texto?

______________________________________

2. Qual o nome do autor?

___________________________________________________

3. Quando foi publicado?

___________________________________________________

 

4. Quais ao os personagens?

________________________________________________________

 

5. Qual o espaço da narrativa (Onde aconteceu a história)?

_________________________________________________________

 

6. Qual o tempo da narrativa (Quando aconteceu a história)?

________________________________________________________

 

7. As palavras destacadas são exemplos de linguagem INFORMAL, reescreva-as na linguagem FORMAL.

a) PERA

________________________________

b) BOM

________________________________

c) TOU COM DOIS MIL CRUZEIROS

_______________________________________________________________

 

8. Outra característica da linguagem INFORMAL é o uso de gírias. Explique o significado das gírias abaixo.

a) Sou contra isso de encostar o METAL na testa do CARA.

__________________________________________

b) MANJA?

_______________________________

 

9. Qual das personagem ( assaltante, vítima, narrador) disse os fragmentos abaixo.

a) Vai passando o relógio

_________________________________________

b) Eu estava passeando

________________________________________

c) O outro ajudou

________________________________________

 

 

10. Faça um resumo sobre o enredo ( os fato narrados).

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

 

11. Qual a situação inicial (apresentação da  personagem, espaço e tempo) ?

______________________________________________________________

 

12. Qual o conflito (problema que surge)?

______________________________________________________________

 

13. Qual o assunto abordado no texto?

a) desigualdade social

b) preconceito

c) violência

d) machismo

 

14. Qual o gênero textual?

a) conto

b) lenda

c) mito

d) fábula

 

15. Qual a tipologia textual?

a) narração, pois conta uma história.

b) descrição, pois descreve uma paisagem

c) argumentação, pois defende uma idéia com argumentos

d) injunção, pois orienta a como realizar um procedimento

 

 

16. Marque a alternativa que apresenta um fato.

a) Decerto ia pedir-lhe um auxílio.

b) Não fumo, respondeu o outro.

a) Eu pensava que o relógio fosse o bastante.

b) Pensa um pouco, amizade. Você está querendo me assaltar.

 

17.  — 9 e 17… 9 e 20, talvez. Andaram mexendo nele lá em casa. A palavra destacada se refere:

a) ao ladrão

b) à vitima

c) ao relógio

d) ao cigarro

 

18. Também, que idéia a sua: andar a pé, margeando a Lagoa Rodrigo de Freitas, depois do jantar. Esse fragmento nos permite inferir que:

a) a Lagoa Rodrigo de Freitas é um lugar perigoso à noite.

b) a Lagoa Rodrigo de Freitas é um lugar bonito à noite.

c) a Lagoa Rodrigo de Freitas é um lugar poluído.

d) a Lagoa Rodrigo de Freitas é um lugar seguro.

 

 

19. Até outra vez. Mas antes, uma lembrancinha. No texto a expressão destacada significa.

a) um presente

b) o relógio

c) a carteira

d) um tiro.

 

20. Assinale a alternativa que apresenta um verbo no tempo presente.

a) caminhava

b) chegou

c) tenho

d) respondeu

 

21. Decerto ia pedir-lhe um auxílio.  O advérbio DECERTO indica:

a) dúvida

b) certeza

c) negação

d) intensidade

 

22. Decerto ia pedir-lhe um auxílio.  O advérbio DECERTO mantendo o mesmo sentido pode ser substituído por:

a) talvez

b) sim

c) não

d) muito

 

GABARITO:

 

1. Depois do jantar.

2. Carlos Drummond de Andrade

3. 1977

4. O assaltante e a vítima

5. Lagoa Rodrigo de Freitas

6. À noite, depois do jantar

7.

a) Espera

b) Está

c) Estou

8.

a) Arma, pessoa.

b) Entende, compreende?

 

9.

a) Assaltante

b) Vítima

c) narrador

 

10. A vÍtima está passeando. Aparece um assaltante. A vítima e assaltada. O assaltante dá um tiro no pé da vítima.

 

11. A vítima está passeando à noite, na Lagoa Rodrigo de Freitas.

12. Aparece um assaltante.

13. C

14. A

15. A

16. B

17. C

18. A

19. D

20 C

21. A

22. A

_____________________________________________________

SUGESTÕES OU CORREÇÕES, POSTAR NOS COMENTÁRIOS.

 

 

 

 



 

 

 

terça-feira, 30 de janeiro de 2024

CONTO – A BELEZA TOTAL – DRUMMOND – ASSUNTO : PADRÕES DE BELEZA

 

          CONTO – A BELEZA TOTAL – DRUMMOND – PADRÕES DE BELEZA

          A beleza de Gertrudes fascinava todo mundo e a própria Gertrudes. Os espelhos pasmavam diante de seu rosto, recusando-se a refletir as pessoas da casa e muito menos as visitas. Não ousavam abranger o corpo inteiro de Gertrudes. Era impossível, de tão belo, e o espelho do banheiro, que se atreveu a isto, partiu-se em mil estilhaços.

            A moça já não podia sair à rua, pois os veículos paravam à revelia dos condutores, e estes, por sua vez, perdiam toda capacidade de ação. Houve um engarrafamento monstro, que durou uma semana, embora Gertrudes houvesse voltado logo para casa.

            O Senado aprovou lei de emergência, proibindo Gertrudes de chegar à janela. A moça vivia confinada num salão em que só penetrava sua mãe, pois o mordomo se suicidara com uma foto de Gertrudes sobre o peito.

            Gertrudes não podia fazer nada. Nascera assim, este era o seu destino fatal: a extrema beleza. E era feliz, sabendo-se incomparável. Por falta de ar puro, acabou sem condições de vida, e um dia cerrou os olhos para sempre. Sua beleza saiu do corpo e ficou pairando, imortal. O corpo já então enfezado de Gertrudes foi recolhido ao jazigo, e a beleza de Gertrudes continuou cintilando no salão fechado a sete chaves.

 Carlos Drummond de Andrade – CONTOS PLAUSIVEIS – PAG.31

1. O assunto do conto é uma crítica;

a) à vaidade das pessoas

b) aos padrões de beleza

c) à violência contra a mulher

c) ao machismo 

2. A beleza de Gertrudes de modo figurado foi para ela:

a) um prêmio

b) uma dádiva

c) uma prisão

d) um obséquio

 

3. Qual das alternativas NÃO apresenta uma consequência da beleza de Gertrudes.

a) A moça já não podia sair à rua

b) A moça não podia chegar a janela

c) A moça não podia ver seu corpo todo no espelho

d) a moça não podia viver confinada.

 4. “Gertrudes não podia fazer nada. Nascera assim, este era o seu destino FATAL: a extrema beleza.” A palavra FATAL nesse contexto permite inferir que:

a) os homens se matam por causa da beleza das mulheres.

b) as mulheres são oprimidas pelos homens.

c) as mulheres são oprimidas pelos padrões de beleza.

d) os homens aprisionam as mulheres.

5. Qual das alternativas apresenta o significado de PASMAVAM.

a) admiravam

b) emanavam

c) paravam

d) sonhavam

6. O texto apresenta um conflito, ou seja, um problema. Qual é o conflito do texto?

_______________________________________________________________

 

7. Qual fragmento do texto indica que Gertrudes morreu?

_______________________________________________________________

 

GABARITO:

1.B

2.C

3.D

4.C

5.A

6. A beleza de  Gertrudes.

7. um dia cerrou os olhos para sempre. 

PARTE 2

FOTE: https://www.tudosaladeaula.com/2022/06/atividade-os-elementos-da-narrativa-com-gabarito.html

 

1. Qual o elemento da narrativa é responsável em apresentar o conteúdo e a trama do texto?

a) Personagem.

b) Narrador.

c) Desfecho.

d) Enredo.

 

2. Localize no texto os seguintes elementos da narrativa:

 

a) Personagem principal (protagonista).

___________________________

 

 

 

b) Personagens (secundários).

___________________________

 

c) Foco narrativo (narrador observador ou personagem).

___________________________

 

d) Enredo (linear ou não linear).

___________________________

 

 

3. Escreva um trecho do texto que comprova o tipo de narrador no conto de Carlos Drummond.

___________________________

 

4. O narrador, ao caracterizar a personagem, descreve-a de forma física e psicologicamente. Assinale a alternativa cuja descrição é considerada psicológica.

a) “... este era o seu destino fatal: a extrema beleza...”

b) “... a beleza de Gertrudes continuou cintilando no salão fechado...”

c) “E era feliz, sabendo-se incomparável.”

d) “A beleza de Gertrudes fascinava todo mundo...”

 

5. Qual fato é responsável pelo conflito do texto?

a) Gertrudes não poder sair às ruas.

b) O fascínio da beleza de Gertrudes.

c) O confinamento da moça no salão.

d) A aprovação de uma lei pelo senado.

 

6. O que provocou a morte de Gertrudes?

a) A falta de ar puro.

b) A extrema beleza.

c) A beleza ter saído do corpo.

d) O suicídio do mordomo.

 

 

7. Localize no texto uma expressão que indica:

 

a) A situação inicial.

_________________________

 

b) O desfecho do conflito.

_________________________

 

c) A situação final.

_________________________

 

 

8. Quais ambientes foram escolhidos pelo autor que serviram de cenário para a narrativa?

_________________________

 

9. Enumere os acontecimentos abaixo pela ordem em que eles se sucedem na narrativa.

 

(   ) A proibição de Gertrudes em chegar à janela.

 

(   ) A beleza de Gertrudes fechada a sete chaves.

 

(   ) O espelho do banheiro partiu-se em mil estilhaços.

 

(   ) O engarrafamento monstro que durou uma semana.

 

(   ) O confinamento da moça em um salão sem ar puro.

 

(   ) A aprovação de uma lei de emergência pelo senado.

 

10. Sobre o texto, assinale a alternativa VERDADEIRA:

a) O texto se utiliza do discurso direto para apresentar as falas dos personagens.

b) A narrativa não apresenta o motivo que levou ao suicídio do mordomo da casa.

c) Apesar da morte de Gertrudes, sua beleza continuou viva, todavia, bem guardada.

d) A demora de Gertrudes em retomar para casa resultou em um engarrafamento de carros.

 

GABARITO

1D /

2.

a) Gertrudes,

b) Os condutores, a mãe e o mordomo,

c) Narrador observador,

d) Enredo linear. /

3. "Os espelhos pasmavam diante de seu rosto, recusando-se a refletir as pessoas da casa" (Professor, considere outras respostas). /

4C /

5B /

6A /

7.

a) " A beleza de Gertrudes fascinava todo mundo e a própria Gertrudes. Os espelhos pasmavam diante de seu rosto, recusando-se a refletir as pessoas da casa e muito menos as visitas.",

b) "O Senado aprovou lei de emergência, proibindo Gertrudes de chegar à janela. A moça vivia confinada num salão." ,

c) "O corpo já então enfezado de Gertrudes foi recolhido ao jazigo, e a beleza de Gertrudes continuou cintilando no salão fechado a sete chaves." /

8. A casa de Gertrudes, o banheiro, a rua, o salão e o jazido. /

9. (4),(6), (1), (2), (5), (3) /

10C

_____________________________________________________

SUGESTÕES OU CORREÇÕES, POSTAR NOS COMENTÁRIOS.

CRÔNICA – PAI É PAI, MÃE É MÃE - HUMOR - PAPÉIS SOCIAIS

 

CRÔNICA – PAI É PAI, MÃE É MÃE -

 

            Domingo de manhã, o patriarca da família estava tranquilamente na sala lendo o jornal. Era um domingo muito bonito e ensolarado e a casa estava feliz e muito agitada.

            Entre uma notícia aqui, uma reportagem ali, as folhas do periódico frequentemente se agitavam porque sempre passava alguém correndo... O pessoal realmente estava muito animado.

            - Mãe, você viu a minha blusa branca? Já secou as minhas meias? Perguntou a menina do meio.

            - Manhê! Olha aqui o Daniel. Ele não me deixa jogar o vídeo game. Reclamou um dos garotos menores.

            - Ô mãe! Deu pra senhora pegar aquele meu documento? A senhora vai fazer batata frita hoje? Perguntou o garoto mais velho.

            Ele começou a pensar:

            Puxa vida! Ser pai é algo meio ingrato. A gente faz de tudo para agradar os filhos, mas parece que a gente é invisível. Parece até que, para os filhos, a gente nem existe. Eles só têm olhos para a mãe. Isso de certa forma é uma coisa muito chata. Enquanto o pai ainda pensava sobre esses complexos assuntos familiares a menina mais velha o chamou:

             - Pai?

            Imediatamente ele pensou:

            Seu exagerado! Onde já se viu! Depois de velho deu pra ficar ai todo cheio de sensibilidades e achando que ninguém gosta de você... Que ninguém precisa mais de você... Era só o que faltava! Desse jeito vou acabar virando um velho rabugento e que só sabe reclamar...

            - Pai!...Paiêêêê!...Acorda pai!...Tô falando com você. Disse novamente a menina.

            - Oi, filha? Você me chamou? Perguntou todo feliz o genitor, que, agora, por causa do inesperado chamado da moça, já não estava assim tão triste.

            - Pai!...Você sabe onde está a mãe? Perguntou a simpática garota.

 

Edilson Rodrigues Silva: https://recantodacronica.blogspot.com/2012/05/o-pai-e-pai-paca-e-paca-historias.html

 

 

 

1. Quando aconteceu o evento narrado?

__________________________________________

 

2. Quanto tempo aproximadamente durou esse evento narrado?

__________________________________________

 

3. O que havia deixado o pai triste?

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

 

4. O humor presente no texto ocorre de que forma?

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

 

5. De acordo com o texto, qual o significado das palavras patriarca e genitor?

_______________________

 

6. Observe a linguagem do narrador e a linguagem da menina:

Narrador: Domingo de manhã, o patriarca da família estava...

Menina: - Pai!...Paiêêêê!...Acorda pai!...Tô falando com você.

Qual das duas linguagens apresenta características da linguagem informal?

_______________________________________________

 

7. No texto há referência sobre qual assunto?

a) A violência doméstica.

b) Os papéis sociais de mãe e pai

c) a desigualdade social

d) a velhice

 

GABARITO;

1. Domingo de manhã.

2. Aproximadamente uma hora.

3. Ele estava se achando sem importância.

4. O pai fica feliz quando a filha o chama, mas ela pergunta se ele sabe onde está a mãe.

5. Pai

6. A linguagem da menina.

7. B

 

 

 

Dramatização

https://www.youtube.com/watch?v=n1-NEDTTqtg

 

______________________________________________________

SUGESTÕES OU CORREÇOES, POSTAR NOS COMENTÁRIOS.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

MINICONTO - DEUS SABE O QUE FAZ - VILELA

 

Deus sabe o que faz – Luiz Vilela

 

          Deus sabe o que faz e por isso a criança nasceu cega, mas Deus sabe o que faz e ela cresceu forte e sadia, não teve coqueluche nem bronquite como os outros filhos.

          O mais velho, aos vinte e poucos anos já vivia na pinga, cometeu um crime e foi parar na cadeia.

          A menina cresceu, virou moça, casou, traiu o marido, separou, virou prostituta.

          O cego tinha o ouvido bom e aprendeu a tocar violão e aos quinze anos já tocava violão como ninguém, um verdadeiro artista, porque Deus sabe o que faz.

         E para tudo nesse mundo há uma compensação, e assim enquanto o irmão estava na cadeia e a irmã no bordel, o cego foi ganhando nome e dinheiro com seu violão e seu ouvido, que era melhor do que o ouvido de qualquer pessoa normal.

         E os pais, que eram pobres e às vezes não tinham nem o que comer, tinham agora dinheiro bastante para se darem ao luxo de comprar um rádio, onde escutaram transmitido da cidade vizinha o programa do Mozart do violão, como o batizara o chefe da banda de música local que, tão logo conheceu o rapaz, tornou-se seu empresário, deixando a banda para revelar aos quatro cantos do mundo o maior gênio do violão de todos os tempos.

         Até que um dia sumiu para os quatro cantos do mundo com o dinheiro das apresentações, mas Deus sabe o que faz, e se o empresário fugiu, uma linda moça se apaixonou pelo rapaz e prometeu fazer a felicidade dele para o resto da vida.

         E assim, enquanto os dois, casados e morando numa modesta casinha, viviam felizes, a irmã, que era perfeita e bonita, envelhecia prematuramente no bordel e o irmão, que era perfeito e bonitão, saíra da cadeia, não achara emprego e vivia ao léu.

         Até que conheceu a mulher do cego e se apaixonou loucamente por ela.

         O cego tocava na maior altura para não ouvir os beijos dos dois na sala – até que as cordas rebentaram, até que ele rebentou o ouvido com um tiro.                                                    

 

Adaptado de: VILELA, Luiz. Tremor de terra. Rio de Janeiro: Publifolha, 2003.

 

 

 

1. O fragmento que revela ironia no texto é:

a) O cego tinha o ouvido bom.

b) Deus sabe o que faz.

c) Um verdadeiro artista.

d) Ela cresceu forte e sadia.

 

2. Assinale a alternativa ERRADA.

a) O cego era chamado de Mozart do violão.

b) O empresário fugiu com o dinheiro do cego.

c) O cego tocava na banda de música local.

d) O cego vivia feliz com a sua esposa.

 

 

3. Quais as características físicas dos personagens abaixo:

a) a irmã

__________________________________________

b) o irmão

__________________________________________

c) o cego

__________________________________________

 

4. Quais as características comportamentais podemos atribuir aos personagens abaixo:

a) a irmã

__________________________________________

b) o irmão

__________________________________________

c) o cego

__________________________________________

 

 

5. De acordo com o texto quais doenças os outros filhos tiveram?

_______________________________________________________________

 

6. Que objeto foi usado para mostrar de maneira figurada que o cego não suportava mais a traição?

______________________________________________________________

 

GABARITO

1. B

2. C

3.

a) Perfeita e bonita.

b) Perfeito e bonito.

c) Forte e sadio

 

4.

a) Infiel, preguiçosa...

b) Assassino, bêbado, falso...

c) Bom, paciente...

 

5. Coqueluche e bronquite

6. As cordas do violam rebentaram.

 

 

_________________________________________

Sugestões ou correções, postar nos comentários.

 

 

MINICONTO – GATO PRETO – ASSUNTO: SUPERSTIÇÃO

 

MINICONTO – GATO PRETO – ASSUNTO SUPERSTIÇÃO

 

           Era um gato mais preto que carvão. Esse era seu problema, ter nascido preto. Gatinho carinhoso gostava quando o dono acariciava sua cabeça.

          Nesse Natal decidiu visitar a vizinhança. Um ignorante o seguiu jogando-lhe pedras. O gato corria, o ignorante agachou-se e pegou uma pedra grande, o gato saltou. Ruído de vidros quebrados, acertou um carro de polícia. Da janela, o gato e o dono olhavam o homem enquanto era algemado. O ignorante gritou:

          _ Já dizia minha mãe “gato preto dá azar.”

         O dono do gato escutou e gritou:

          _ Então mantenha-se longe desta casa!

         E o gato apoiando o dono:

         _ Miau, miau, miau.

https://www.bonde.com.br/blogs/bondinho-dos-livros/gato-preto-miniconto-de-isabel-furini--235328.html

 

 

 

1. O melhor significado para a palavra IGNORANTE NO TEXTO é:

a) aquele que é rude ou mal-educado; estúpido, grosseiro.

b) aquele que é ingênuo ou que não tem malícia; crédulo, tolo.

c) aquele que não tem conhecimento, instrução ou cultura; bronco.

d) aquele que não tem conhecimentos ou prática de determinada matéria

 

2. Confirme sua resposta com um fragmento do texto.

____________________________________________________________________

 

3. O assunto PRINCIPAL do texto é:

a) A violência.

b) A superstição.

c) O natal.

d) O gato.

 

4. Confirme sua resposta com um fragmento do texto.

_____________________________________________________________________

 

5. Que pontuação foi usada pelo narrador para marcar a fala:  

a) do homem ignorante

__________________________________

b) da mãe do homem ignorante.

__________________________________

 

6. Que verbo foi usado pelo narrador para anunciar a fala do:

a) do homem ignorante

__________________________________

b) da mãe do homem ignorante.

__________________________________

 

7. Além do assunto principal, assinale outros assuntos secundários abordados no texto.

(A) violência contra os animais

(B) violência policial

(C) ignorância

 

8. Qual dos fragmentos apresenta HUMOR no texto?

a) Era um gato mais preto que carvão.

b) Já dizia minha mãe “gato preto dá azar.”

c) Nesse Natal decidiu visitar a vizinhança.

d) o gato saltou.

 

GABARITO;

1. B

 

2. _ Já dizia minha mãe “gato preto dá azar.”

 

3. B

 

4. Esse era seu problema, ter nascido preto.

 

5.

a) Dois pontos e travessão.

b) Aspas.

 

6.

a) Gritou.

b) Dizia.

 

7. A, C.

 

8. B

 

________________________________________

Sugestões ou correções, postar nos comentários.

domingo, 28 de janeiro de 2024

CONTO - O ASSALTO – DRUMMOND - HUMOR

 

CONTO - O ASSALTO – DRUMMOND - HUMOR

          A casa luxuosa no Leblon é guardada por um molosso de feia catadura, de que dorme olhos abertos, ou talvez nem durma, de tão vigilante. Por isso, a família vive tranquila, e nunca se teve notícia de assalto à residência tão bem protegida. Até a semana passada.

          Na noite de quinta-feira, um homem conseguiu abrir o pesado portão de ferro e penetrar no jardim. Ia fazer o mesmo com a porta da casa, quando o cachorro, que muito de astúcia o deixara chegar até lá, para acender-lhe o clarão de esperança e depois arrancar-lhe toda ilusão, avançou contra ele, abocanhando-lhe a perna esquerda. O ladrão quis sacar do revólver, mas não teve tempo para isto. Caindo ao chão, sob as patas do inimigo, suplicou-lhe com os olhos que o deixasse viver, e com a boca prometeu que nunca mais tentaria assaltar aquela casa. Falou em voz baixa, para não despertar os moradores, temendo que se agravasse a situação.

          O animal pareceu compreender a súplica do ladrão, e deixou-o sair em estado deplorável. No jardim ficou um pedaço de calça.

          No dia seguinte, a empregada não entendeu bem por que uma voz, pelo telefone, disse que era da Saúde Pública e indagou se o cão era vacinado. Nesse momento o cão estava junto da doméstica, e abanou o rabo, afirmativamente.

Carlos Drummond de Andrade

 

1. Quais são os personagens do conto?

__________________________________________________________________________

2. Qual o espaço da narrativa (Lugar onde acontece a história)?

__________________________________________________________________

3. Qual o tempo da narrativa (quando aconteceu a história)?

__________________________________________________________________

4. Qual trecho do texto confirma a atenção vigilante do cão-guarda da casa luxuosa?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

 

5. Correlacione as colunas referentes à da estrutura da narrativa ao seus significados.

( 1 ) Situação inicial         (    ) O cão deixa o ladrão partir em estado deplorável

( 2 ) Conflito                     (    ) O molosso de feia catadura  guarda a casa

( 3 ) Clímax                      (    ) Um homem abre o portão de ferro da casa

( 4 ) Desfecho                  (    ) O cachorro avança contra o homem

 

6. Correlacione a coluna das palavras ao seu significado

( 1 ) Catadura           (    ) esperteza

( 2 ) Súplica              (    ) perguntou

( 3 ) Indagou             (    ) pedido

( 4 ) Astúcia               (    ) aparência

7. Assinale a alternativa em que o verbo destacado NÃO se encontra no tempo passado.

a) que dorme de olhos abertos

b) avançou contra ele

c) Falou em voz baixa

d) o cão estava junto da doméstica

 

8. De acordo com o texto podemos inferir que:

a) A empregada percebeu a tentativa de invasão.

b) A empregada NÃO percebeu a tentativa de invasão.

c) A Saúde Pública ligou para saber se o cão era vacinado.

d) A Saúde Pública ligou para saber da tentativa de assalto.

 

 

9. “o cão abanou o rabo, afirmativamente” A intenção do cão nesse fragmento foi

a) demonstrar alegria.

b) pedir comida.

c) confirmar que era vacinado.

d) pedir para passear.

 

10. No trecho “O ladrão quis sacar do revólver, mas não teve tempo para isto. Caindo ao chão, sob as patas do inimigo, suplicou-lhe com os olhos que o deixasse viver,” o termo ‘lhe’, em destaque, foi usado para referir-se

a) ao ladrão.

b) ao cão.

c) aos donos da casa.

d) ao jardim.

 

GABARITO

1. O Cão, o ladrão e a empregada.

2. Uma casa luxuosa no Leblon.

3. Na noite de quinta-feira.

4. dorme olhos abertos, ou talvez nem durma, de tão vigilante.

5. 4123

6. 4321

7. A

8. B

9. C

10. B

 

 

 

QUESTÕES DE CONCURSO SOBRE O CONTO O ASSALTO

 

 

https://www.pciconcursos.com.br/provas/download/fiscal-de-posturas-edificacoes-prefeitura-caldas-novas-go-ufg-2016

 

▬ QUESTÃO 01 ▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬

O Texto 1 aborda um tema do cotidiano para

(A) alertar as pessoas quanto aos perigos noturnos.

(B) valorizar a relação dos humanos com os cães.

(C) destacar a lealdade dos cães com seus donos.

(D) enfatizar a ferocidade dos animais domésticos.

 

▬ QUESTÃO 02 ▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬

O título do texto “O assalto” faz referência, ao mesmo tempo, à atuação do “homem” e à surpresa que o cão lhe prega. O recurso linguístico empregado ao longo do texto para construir essa dupla referenciação é:

(A) metáfora.

(B) metonímia.

(C) paradoxo.

(D) ambiguidade.

 

▬ QUESTÃO 03 ▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬

O segundo parágrafo do texto mostra que o significado de “molosso de feia catadura” é

(A) cão ameaçador.

(B) cão rosnador.

(C) cão de cara amarrada.

(D) cão de focinho enrugado.

 

▬ QUESTÃO 04 ▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬

A expressão do texto que confirma a atenção vigilante do cão-guarda da casa é:

(A) “nunca se teve notícia de assalto”.

(B) “residência tão bem protegida”.

(C) “a família vive tranquila”.

(D) “dorme de olhos abertos”.

 

▬ QUESTÃO 05 ▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬

Do trecho “Ia fazer o mesmo com a porta da casa”, nas linhas 2 e 3, no segundo parágrafo do texto, infere-se que o

homem

(A) foi audacioso ao passar na frente do cão.

(B) foi imprudente ao tentar abrir a porta da casa.

(C) arriscou sua segurança para defender a mansão.

(D) correu para dentro da propriedade para se esconder.

 

▬ QUESTÃO 06 ▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬

O segundo parágrafo do texto mostra que

(A) a segurança da casa era insuficiente para inibir a

ação dos ladrões.

(B) o invasor penetrou na casa para testar sua própria coragem.

(C) o homem entrou na propriedade porque o cão permitiu.

(D) a entrada da casa era aberta a qualquer pessoa.

 

▬ QUESTÃO 07 ▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬

Os marcadores temporais “Até a semana passada”, no 1º parágrafo, e “Na noite de quinta-feira”, no 2º parágrafo, mostram uma característica do gênero do texto, que é a sua

(A) atualidade.

(B) efemeridade.

(C) atemporalidade.

(D) transitoriedade.

 

▬ QUESTÃO 08 ▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬

O penúltimo parágrafo do texto indica que o cachorro

(A) esperava a chegada do ladrão na casa.

(B) farejou sinais de perigo pelo quintal.

(C) brincou com as calças do invasor.

(D) permitiu também a fuga do ladrão.

 

▬ QUESTÃO 09 ▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬

O texto é todo construído com base no humor e na ironia. O efeito de humor que marca o desfecho da narrativa é produzido

(A) pela súplica do ladrão diante do cão feroz.

(B) pelo telefonema recebido da Saúde Pública.

(C) pelo comportamento da empregada ao telefone.

(D) pela preocupação dos Agentes de Saúde.

 

▬ QUESTÃO 10 ▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬

O que torna o último parágrafo do texto irônico é:

(A) a surpresa da doméstica no jardim.

(B) o fato de o cão responder à pergunta.

(C) a preocupação com a saúde do cachorro.

(D) o medo do cachorro diante da raiva da doméstica.

 

GABARITO

 

01 B

02 D

03 A

04 C

05 A

06 B

07 D

08 C

09 A

10 B

 

 

 

 

 

FÁBULA – O CAVALO E SEU TRATADOR – ASSUNTO - HIPOCRISIA

 

FÁBULA – O CAVALO E SEU TRATADOR – HIPOCRISIA

 

O fingimento é a natureza original do Hipócrita...

        Um zeloso empregado de uma cocheira costumava passar horas, e às vezes dias inteiros, limpando e escovando o pelo de um cavalo que estava sob seus cuidados.

        Agindo assim, passava para todos a impressão de que era gentil para com o animal, que se preocupava com o seu bem estar.

        Entretanto, ao mesmo tempo que o acariciava diante de todos, sem que ninguém suspeitasse, roubava a maior parte dos grãos de aveia destinados à alimentar o pobre animal, e os vendia às escondidas para obter lucro.

        Então o cavalo se volta para ele e diz:

        "Acho apenas que se o senhor de fato desejasse me ver em boas condições, me acariciava menos e me alimentava mais..."

        Moral da História: Devemos desconfiar sempre dos exibicionistas que fazem questão de promover publicamente suas próprias virtudes. Os Bajuladores não são confiáveis.

 

Responda:

 

 

1. De acordo com o texto, qual o significado da palavra hipocrisia?

_____________________________________________________________________________________

 

2.  O cavalo discorda da bondade de seu tratador. Que argumento ele utiliza para comprovar a sua opinião.

____________________________________________________________________________________

3. Qual pontuação foi utilizada no texto para indicar a fala do cavalo?

______________________________________

 

4. “Agindo assim, passava para todos a impressão de que era gentil para com o animal, que se preocupava com o seu bem estar”. Nesse segmento, o pronome “todos” se refere:

a) aos leitores do texto;

b) aos que viam a ação do tratador

c) aos demais cavalos da cocheira;

d) aos outros tratadores de cavalos;

 

5. A fábula O Cavalo e o Seu Tratador faz uma crítica à:

a) hipocrisia;

b) crueldade;

c) maldade;

d) ganância;

 

6.  Qual a TIPOLOGIA  do texto acima?

a) argumentativo – defende uma ideia utilizando argumentos...

b) descritivo – descreve um cenário, pessoa, acontecimento...

c) narrativo – conta uma história, possui personagens, narrador...

d) injuntivo – explica como fazer algo, orienta como realizar uma ação...

 

7. A finalidade da fábula é:

a) relatar um fato ocorrido

b) transmitir um ensinamento moral

c) informar um acontecimento natural

d) explicar um acontecimento sobrenatural

8. O que você deve observar para saber se uma pessoa é hipócrita?

_______________________________________________________________________

8. Você já presenciou alguma atitude de hipocrisia? Comente.

_______________________________________________________________________

 

 

Gabarito:

1. Fingimento, falsidade.

2. "Acho apenas que se o senhor de fato desejasse me ver em boas condições, me acariciava menos e me alimentava mais..."

3. Aspas.

4. B

5. A

6. C

7. B

8. Resposta pessoal

9. Resposta pessoal