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sábado, 15 de setembro de 2018

PROVA ORAÇOES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS


OBESIDADE, O PESO DO PRECONCEITO
       Há uma minoria no país que é altamente discriminada e que sequer é reconhecida e organizada como uma minoria. Estou falando dos obesos mórbidos. Considerada atualmente uma doença pela medicina, é fácil identificar a obesidade mórbida. Basta dividir o peso da pessoa por sua altura elevada ao quadrado. Se o número encontrado estiver acima de 39, a obesidade mórbida existe – e com ela os possíveis problemas de saúde relacionados. Mas há um mal ainda pior e pouco falado quando o assunto é obesidade: o preconceito.
       O obeso sente que a sociedade, quando não o ignora, o agride. A começar pelo rótulo: quem conviveria bem com a alcunha de “mórbido”? Não há proteção legal ou qualquer mecanismo de defesa aos vexames pelos quais o obeso passa nas ruas diariamente. Você já imaginou o que é ir ao cinema ou viajar de avião e não encontrar uma simples cadeira adequada ao seu tamanho? Ou perceber as risadas das pessoas quando você não consegue passar pela roleta de um ônibus? Enquanto o preconceito racial não é muitas vezes explícito, a maioria das pessoas não se intimida em rir diante de um obeso. É como se ele fosse assim apenas porque é preguiçoso, relapso e comilão. Logo, merece ser motivo de todo tipo de piada.
       É claro que a ciência não vê assim a obesidade e encara o problema como uma doença. Os médicos sabem que, por mais que lutem por meio de dietas ou temporadas em spas, nem sempre essas pessoas conseguem emagrecer. Há casos de obesos que comem até menos que pessoas “exemplares” em sua dieta. Mesmo assim, a sociedade simplesmente ignora as evidências e faz os seus julgamentos movida pela ignorância.
          Esse é o caso de uma das maiores consultorias de recrutamento e seleção de altos executivos em São Paulo. Em uma entrevista no rádio, que ouvi há algumas semanas, o representante dessa empresa confessou que 90% dos seus clientes não querem obesos contratados. “Afinal, quem não cuida de si mesmo não cuidará a contento dos negócios da empresa.”
        Como é possível alguém dizer isso no rádio em um país que se diz democrático e contrário a todos os preconceitos? Como julgar a capacidade, a inteligência e a força de vontade de um ser humano apenas por sua aparência física? Ou simplesmente por não se enquadrar fora dos padrões aceitos pela maioria das pessoas? Será que essa empresa de recrutamento e as outras que trabalham com a mesma visão tacanha estão, de fato, prestando bons serviços aos seus clientes? Será que excelentes profissionais não são preteridos em relação a outros “visualmente mais corretos” e as empresas não acabam perdendo por seu preconceito?
      [...] Essa perseguição faz com que os obesos se sintam culpados. Alguns terminam adotando para si o mesmo preconceito que sofrem de outras pessoas. Resultado: em vez de se unir em busca dos seus direitos, tratam de seus problemas como uma vergonha – como já aconteceu com outras minorias como os gays e os negros, por exemplo.
        Mesmo que essa causa não tenha a mesma simpatia da luta de outras minorias, os obesos precisam buscar o respeito que merecem. Muito além da reivindicação de espaço físico adequado para o nosso corpo, é hora de conquistarmos um espaço de verdade na sociedade para que a nossa voz seja levada em consideração em qualquer debate público. Não estou aqui fazendo uma apologia da gordura e dos problemas de saúde que podem estar correlacionados a ela. Mas acho que somente unidos os obesos poderão garantir para si o direito elementar de serem felizes: amarem e serem amados, terem sucesso profissional, irem ao cinema ou simplesmente poderem caminhar tranquilamente pela rua sem receber olhares de julgamento de outras pessoas. Disponível em: www. http://super.abril.com.br/saude/obesidade-o-peso-do-preconceito.



1. Dê a função sintática dos termos sublinhados.
a) os possíveis problemas de saúde relacionados.  _________________________________
b) O preconceito racial não é muitas vezes explícito.    _______________________________
c)  A obesidade mórbida existe.   _________________________________
d) Há uma minoria. ___________________________________
e) Estou falando dos obesos mórbidos. ________________________________

2 . Dê a função sintática das orações subordinadas substantivas.
a) O obeso sente que a sociedade, quando não o ignora, o agride. _______________________
b) É claro que a ciência não vê assim a obesidade.    _________________________________

3. Em qual das alternativas o termo grifado NÃO se refere ao termo entre parênteses.
a)"Mas há um mal ainda pior e pouco falado quando o assunto é obesidade: (o preconceito)."L.6/7
b) "A começar pelo rótulo: quem conviveria bem com a alcunha de (“mórbido”)?"L.8/9
c) "Há uma minoria no país (que) é altamente discriminada"L.1
d) "Os médicos sabem (que), por mais que lutem por meio de dietas"L.16/17

4. Há ERRO na explicação do significado da palavra destacada em:
a) obeso mórbido: uma pessoa é considerada obesa mórbida quando o seu Índice de Massa  Corporal está entre os 40 e 49,9. L.4/5
b) relapso: Ser relapso está relacionado à falta de responsabilidade e/ou preguiça. L.14
c) apologia: Discurso através do qual se condena, critica ou denuncia, uma ideologia. L.41
d) tacanho: Que revela estreiteza de ideias; cabeça fechada; pobre de espírito; mesquinho.L.30

5. Marque a alternativa em que a palavra QUE  é pronome relativo, pois  faz referência a um termo anterior.
a) "É claro que a ciência não vê assim a obesidade e encara o problema como uma doença"L.16
b) "Os médicos sabem que, por mais que lutem por meio de dietas ou temporadas em spas, nem sempre essas pessoas conseguem emagrecer..." L.16/17
c) "o representante dessa empresa confessou que 90% dos seus clientes não querem obesos contratados." L.22/23
d) "Não estou aqui fazendo uma apologia da gordura e dos problemas de saúde que podem estar correlacionados"L.40/41

6. Marque a alternativa em que a palavra QUE é uma conjunção integrante, pois não retoma um termo anterior.
a) "Há uma minoria no país que é altamente discriminada" L.1
b) "O obeso sente que a sociedade, quando não o ignora, o agride" L.8
c) "Há casos de obesos que comem até menos" L.18
d) "Como é possível alguém dizer isso no rádio em um país que se diz democrático" L.26

7. "logo, merece ser motivo de todo tipo de piada."(L.15), NESSE fragmento a classificação do sujeito é:
a) oculto    b) indeterminado    c) composto     d) oração sem sujeito    e) oracional

8. "Logo, merece ser motivo de todo tipo de piada." (L.15)   O verbo MERECER se refere a:
a) preconceito             b) pessoas              c) um obeso            d) comilão.         e) Logo

9. Em qual dos fragmentos abaixo a preposição NÃO é exigida por um verbo.
a) Estou falando dos obesos mórbidos
b) o mesmo preconceito que sofrem de outras pessoas.
c) os possíveis problemas de saúde relacionados
d) quem não cuida de si mesmo

terça-feira, 29 de maio de 2018

CHARGE PRODUÇÃO TEXTUAL


“O jeitinho brasileiro de ser”.
Produza um texto a partir dos aspectos verbais e não verbais da charge .

Título: 
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domingo, 15 de abril de 2018

CRÔNICA OS TERRORISTAS INTERPRETAÇÃO


Os terroristas – Moacyr Scliar



       Era um professor duro, exigente e implacável. As provas eram feitas sem aviso prévio. Todos os trabalhos valiam nota e eram corrigidos segundo os critérios mais rigorosos. Resultado: no fim do ano quase todos os alunos estavam à beira da reprovação. As notas, que ele anotava cuidadosamente ao livro de chamada, eram as mais baixas possíveis.
       O que fazer? Reuniam-se todos os dias em frente ao colégio para discutir a situação, mas nada lhes ocorria. Até que um deles teve uma ideia brilhante.
      O livro de chamada. A solução estava ali: tinham de se apossar do livro de chamada e mudar as notas. Um 0 podia ser transformado em 8. Um 1 poderia virar 7(ou 10, dependendo do grau de ambição).
O problema era pegar o livro, que o professor não largava nunca – nem
mesmo para ir ao banheiro. Aparentemente, só uma catástrofe poderia separá-los.
       Recorreram, pois, à catástrofe. Um dos alunos telefonou do orelhão em frente ao colégio, avisando que havia um princípio de incêndio na casa do professor.
      Avisado, o pobre homem saiu correndo da sala de aula – deixando sobre a mesa o famigerado livro de presença.
Acrediteis se eu disser que ninguém tocou no livro? Ninguém tocou no livro.
      Os rapazes se olharam, mas nenhum deles tomou a iniciativa de mudar as notas. Às vezes a consciência pesa mais que a ameaça de reprovação.
     Fonte: SCLIAR, Moacyr. Um país chamado infância. São Paulo: Ática, 1995.






1 – A ideia básica do texto é:
( ) provar que o professor cuidava muito bem do livro de chamada.
( ) mostrar o quanto o professor era exigente com seus alunos.
( ) provar que os alunos eram muito exigentes e críticos.
( ) mostrar que sempre há desavença entre aluno e professor.
( ) provar que a noção de certo e de errado é muito forte.

2 –Assinale o provérbio que sintetiza a conclusão do texto:
( ) Quem fala demais, dá bom dia a cavalo.
( ) Dizer é fácil; fazer é que são elas.
( ) A união faz a força.
( ) Quem avisa, amigo é.
( ) Onde há fumaça, há fogo.




3 – Por que, na sua opinião, na hora de agir, ninguém teve coragem de executar o plano?
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4. Qual a finalidade da crônica?
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5. Quais as características das crônicas?
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CRÔNICA PAI NÃO ENTENDE NADA EXERCICIOS DE GRAMATICA



Pai não entende nada

— Um biquíni novo?
— É, pai.
— Você comprou um no ano passado!
— Não serve mais, pai. Eu cresci.
— Como não serve? No ano passado você tinha 14 anos, este ano tem 15. Não cresceu
tanto assim.
— Não serve, pai.
— Está bem, está bem. Toma o dinheiro.
Compra um biquíni maior.
— Maior não, pai. Menor.
Aquele pai, também, não entendia nada.

Luis Fernando Verissimo. O melhor das comédias da vida privada. Rio de Janeiro, Objetiva.

Agora veja.

“Aquele pai, também, não entendia nada.”
a) Quantas palavras há nesse trecho?
........................................................................

b) Marque as alternativas corretas. Essas palavras:
( ) vêm organizadas em uma determinada sequencia.
( ) estão desorganizadas.
( ) vêm isoladas, não estabelecendo relações entre si.
( ) mantêm relações de sentido, concordando entre si.
( ) têm sentido completo, dentro do contexto.
( ) não têm sentido completo.

c) O trecho inicia com letra maiúscula ou minúscula? Que sinal de pontuação marca o seu final?
...............................................................................................................................

d) O trecho transmite uma mensagem? Qual?
........................................................................................................................................

Este conjunto de palavras – “Aquele pai, também, não entendia nada.” – é denominado frase.

Frase – é a palavra ou o conjunto organizado de palavras, com sentido completo, que estabelece comunicação.



5. Leia e compare as frases.
I. “Um biquíni novo?”
II. “Você comprou um no ano passado!”

a) Sublinhe os verbos das frases acima.
b) O que você observou a respeito das frases em relação aos verbos?
...............................................................................................................................

Em sintaxe, a frase com verbo é chamada período.

Período – é a frase que se organiza em torno de um ou mais verbos (ou locu-
ções verbais), constituindo-se, portanto, de uma ou mais orações.



6. Leia e compare as frases.
I. “— Como não serve?”
a) Sublinhe o(s) verbo(s).
b) Como essa frase é chamada?
c) Nesse período:
( ) não há verbo.
( ) há 1 verbo.
( ) há 2 verbos.
( ) há 3 verbos.

II. “No ano passado você tinha 14 anos, este ano tem 15.”
a) Sublinhe o(s) verbo(s).
b) Como essa frase é chamada?
c) Nesse período:
( ) não há verbo.
( ) há 1 verbo.
( ) há 2 verbos.
( ) há 3 verbos.



Portanto, no período I, há apenas uma oração e no II, duas orações.

Oração – organiza-se em torno de um verbo ou de uma locução verbal, podendo ou não ter sentido completo.




CRÔNICA - O ASSALTO - VERISSIMO - PRECONCEITO


O Assalto, de Luís Fernando Veríssimo
http://gmmmz.blogspot.com.br/2011/12/cronicas-minha-coletanea.html
Quando a empregada entrou no elevador, o garoto entrou atrás. Devia ter uns dezesseis anos, dezessete anos. Preto. Desceram no mesmo andar. A empregada com o coração batendo. O corredor estava escuro e a empregada sentiu que o garoto a seguia. Botou a chave na fechadura da porta de serviço, já em pânico. Com a porta aberta virou-se de repente e gritou para o garoto:
– Não me bate!
– Senhora?
– Faça o que quiser, mas não me bate!
– Não senhora, eu… A dona da casa veio ver o que estava havendo. Viu o garoto na porta e o rosto apavorado da empregada e recuou, até pressionar as costas na geladeira.
– Você está armado?
– Eu? Não.
A empregada, que ainda não largara o pacote de compras, aconselhou a patroa sem tirar os olhos do garoto:
– É melhor não fazer nada, madame. O melhor é não gritar.
– Eu não vou fazer nada, juro! – disse a patroa, quase aos prantos. – Você pode entrar. Pode fazer o que quiser. Não precisa usar de violência.
O garoto olhou de uma mulher para a outra. Apalermado. Perguntou:
 – Aqui é o 712?
– O que você quiser. Entre. Ninguém vai reagir.
O garoto hesitou, depois deu um passo para dentro da cozinha. A empregada e a patroa recuaram ainda mais. A patroa esgueirou-se pela parede até chegar à porta que dava para a saleta de almoço. Disse:
– Eu não tenho dinheiro, mas meu marido deve ter. Ele está em casa. Vou chamá-lo. Ele lhe dará tudo.
O garoto também estava com os olhos arregalados. Perguntou de novo:
– Este é o 712? Me disseram que era para pegar umas garrafas no 712.
A mulher chamou com voz trêmula:
– Henrique!
O marido apareceu na porta do gabinete. Viu o rosto da mulher, o rosto da empregada e o garoto e entendeu tudo. Chegou à hora, pensou. Sempre me indaguei como me comportaria no caso de um assalto. Chegou a hora de tirar a prova.
– O que você quer? – perguntou, dando-se conta em seguida do ridículo da pergunta. Mas sua voz estava firme.
– Eu disse que você tinha dinheiro – falou a mulher.
 – Faço um trato com você – disse o marido ao garoto – dou tudo de valor que tenho em casa, contanto que você não toque em ninguém.
E se as crianças chegarem de repente? Pensou a mulher. Meu Deus, o que esse bandido vai fazer com as minhas crianças? O garoto gaguejou:
– Eu… eu… é aqui que tem umas garrafas para pegar?  (...)
– Não é para agradar, mas eu compreendo você. Você é uma vítima do sistema. Deve estar pensando: “Esse burguês cheio da nota está querendo me conversar”, mas não é isso não. Sempre me senti culpado por viver bem no meio de tanta miséria. Pode perguntar para minha mulher. Eu não vivo dizendo que tenho casa. Não somos ricos. Somos, com alguma boa vontade, da classe média alta. Você tem razão. Qualquer dia também começamos a assaltar para poder comer. Tem que mudar o sistema. Tome.
O garoto pegou o dinheiro meio sem jeito.
– Olhe, eu só vim pegar as garrafas…
– Sônia, busque as suas joias. Ou melhor, vamos todos buscar as joias. Os quatros foram para a suíte do casal. O garoto atrás. No caminho ele sussurrou para a empregada:
– Aqui é o 712? Me disseram para pegar umas garrafas…
– Nós não temos mais nada, confie em mim. Também somos vítimas do sistema. Estamos do seu lado. Por favor, vá embora! (O analista de Bagé. Porto Alegre, L& PM, 1981.)

Explorando o texto
1. Por que a empregada entrou em pânico?
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2. Por que a palavra “preta” aparece isolada no período?
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3. Sem que ninguém dissesse nada, a patroa concluiu que era um assalto. Por quê?
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4. “O marido apareceu na porta do gabinete. Viu o rosto da mulher, o rosto da empregada e o garoto e entendeu tudo.” Com base em que o marido poderia “entender tudo”?
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5. Você acha que as pessoas têm motivos para viver assim assustadas atualmente? Por quê?
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6. Em sua opinião, de quem foi a Maior falha em toda essa história? Por quê?
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7. Que crítica social se depreende do texto? Explique-a.
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8. Quanto ao gênero literário, como você classifica esse texto? Explique.
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9. Por que, sobretudo, nas grandes cidades, as pessoas são tão precipitadas?
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CRÔNICA FUTEBOL DE RUA REGRAS


Futebol de rua – Crônica de Luis Fernando Veríssimo



Pelada é o futebol de campinho, de terreno baldio. Mas existe um tipo de futebol ainda mais rudimentar do que a pelada. É o futebol de rua. Perto do futebol de rua qualquer pelada é luxo e qualquer terreno baldio é o Maracanã em jogo noturno. Se você é homem, brasileiro e criado em cidade, sabe do que eu estou falando. Futebol de rua é tão humilde que chama pelada de senhora. Não sei se alguém, algum dia, por farra ou nostalgia, botou num papel as regras do futebol de rua. Elas seriam mais ou menos assim:

DA BOLA – A bola pode ser qualquer coisa remotamente esférica. Até uma bola de futebol serve. No desespero, usa-se qualquer coisa que role, como uma pedra, uma lata vazia ou a merendeira do seu irmão menor, que sairá correndo para se queixar em casa. No caso de se usar uma pedra, lata ou outro objeto contundente, recomenda-se jogar de sapatos. De preferência os novos, do colégio. Quem jogar descalço deve cuidar para chutar sempre com aquela unha do dedão que estava precisando ser aparada mesmo. Também é permitido o uso de frutas ou legumes em vez da bola, recomendando-se nestes casos a laranja, a maça, o chuchu e a pêra. Desaconselha-se o uso de tomates, melancias e, claro, ovos. O abacaxi pode ser utilizado, mas aí ninguém quer ficar no golo.

DAS GOLEIRAS – As goleiras podem ser feitas com, literalmente, o que estiver à mão. Tijolos, paralelepípedos, camisas emboladas, os livros da escola, a merendeira do seu irmão menor, e até o seu irmão menor, apesar dos seus protestos. Quando o jogo é importante, recomenda-se o uso de latas de lixo. Cheias, para agüentarem o impacto. A distância regulamentar entre uma goleira e outra dependerá de discussão prévia entre os jogadores. Às vezes esta discussão demora tanto que quando a distância fica acertada está na hora de ir jantar. Lata de lixo virada é meio golo.

DO CAMPO – O campo pode ser só até o fio da calçada, calçada e rua, calçada, rua e a calçada do outro lado e – nos clássicos – o quarteirão inteiro. O mais comum é jogar-se só no meio da rua.

DA DURAÇÃO DO JOGO – Até a mãe chamar ou escurecer, o que vier primeiro. Nos jogos noturnos, até alguém da vizinhança ameaçar chamar a polícia.

DA FORMAÇÃO DOS TIMES – O número de jogadores em cada equipe varia, de um a 70 para cada lado. Algumas convenções devem ser respeitadas. Ruim vai para o golo. Perneta joga na ponta, a esquerda ou a direita dependendo da perna que faltar. De óculos é meia-armador, para evitar os choques. Gordo é beque.

DO JUIZ – Não tem juiz.

DAS INTERRUPÇÕES – No futebol de rua, a partida só pode ser paralisada numa destas eventualidades:

a) Se a bola for para baixo de um carro estacionado e ninguém conseguir tirá-la. Mande o seu irmão menor.

b) Se a bola entrar por uma janela. Neste caso os jogadores devem esperar não mais de 10 minutos pela devolução voluntária da bola. Se isto não ocorrer, os jogadores devem designar voluntários para bater na porta da casa ou apartamento e solicitar a devolução, primeiro com bons modos e depois com ameaças de depredação. Se o apartamento ou casa for de militar reformado com cachorro, deve-se providenciar outra bola. Se a janela atravessada pela bola estiver com o vidro fechado na ocasião, os dois times devem reunir-se rapidamente para deliberar o que fazer. A alguns quarteirões de distância.

c) Quando passarem pela calçada:

1) Pessoas idosas ou com defeitos físicos.

2) Senhoras grávidas ou com crianças de colo.

3) Aquele mulherão do 701 que nunca usa sutiã.

Se o jogo estiver empate em 20 a 20 e quase no fim, esta regra pode ser ignorada e se alguém estiver no caminho do time atacante, azar. Ninguém mandou invadir o campo.

d) Quando passarem veículos pesados pela rua. De ônibus para cima. Bicicletas e Volkswagen, por exemplo, podem ser chutados junto com a bola e se entrar é golo.

DAS SUBSTITUIÇÕES – Só são permitidas substituições:

a) No caso de um jogador ser carregado para casa pela orelha para fazer a lição.

b) Em caso de atropelamento.

DO INTERVALO PARA DESCANSO – Você deve estar brincando.

DA TÁTICA – Joga-se o futebol de rua mais ou menos como o Futebol de Verdade (que é como, na rua, com reverência, chamam a pelada), mas com algumas importantes variações. O goleiro só é intocável dentro da sua casa, para onde fugiu gritando por socorro. É permitido entrar na área adversária tabelando com uma Kombi. Se a bola dobrar a esquina é córner.

DAS PENALIDADES – A única falta prevista nas regras do futebol de rua é atirar um adversário dentro do bueiro. É considerada atitude antiesportiva e punida com tiro indireto.

DA JUSTIÇA ESPORTIVA – Os casos de litígio serão resolvidos no tapa.

quinta-feira, 12 de abril de 2018

RELAÇÕES LOGICO-DISCURSIVAS CONJUNÇÕES EXERCÍCIOS 10 QUESTÕES MARCAR X


IFSULMG2016 QUESTÃO 09
Leia as proposições seguintes:
I- Em, “Toda a evidência que temos até agora parece dizer que (a transferência) é possível.”, a palavra que remete a um antecedente.
II- Em, “É extremamente difícil, mas é possível.”, o termo sublinhado pode ser substituído por embora, sem alterar o sentido da oração.
III- Em, “Nessa analogia, o computador recebe dados (informações sensoriais) e os transforma em resultados...”, o vocábulo grifado remete a dados. Está(ão) correta(s) :
a) apenas a proposição I.
b) as proposições I e III.
c) as proposições II e III.
d) todas as proposições.


IFSULMG2016 QUESTÃO 08
A relação de sentido estabelecida pelo conectivo grifado está CORRETAMENTE identificada em:
a) ...as células que formam nosso corpo perdem a capacidade de regeneração à medida que envelhecemos – ADIÇÃO
b) “você pode até dizer que alguém como Itskov é um visionário, mas não louco.” – CONCESSÃO
c) “Porque isso implicaria pensar que se trata de algo impossível.” – EXPLICAÇÃO
d) ...muitos cientistas tratam o cérebro como um computador. – CONFORMIDADE






IFSULMG2016 QUESTÃO 07
No trecho:
“Se o processo cerebral pudesse ser mapeado, poderia ser possível copiar o cérebro em um computador, juntamente com a mente criada por ele.”
A conjunção se poderia ser trocada, sem nenhum prejuízo de sentido por:
a) Embora
b) Visto que
c) Caso
d) Consoante


IFRJ 2010 A oração sublinhada no trecho “Desde que perambula pelo planeta, o bicho-homem coleta ou caça alimentos e procura ou constrói autoproteção, isto é, trabalha.” (l. 10 e 11) expressa, com relação à oração principal, uma circunstância de
(A) comparação.
(B) condição.
(C) tempo.
(D) proporção.
(E) causa.
IFRJ 2010 No período “Prover a existência humana daquilo de que ela mais carece: pão e beleza, abrigo e sentido.” ,a relação estabelecida pelos conectivos sublinhados é de
(A) oposição.
(B) alteração.
(C) subtração.
(D) adição.
(E) suposição.

IFRJ 2011 ...] Sei que existem pessoas maravilhosas que vivem nesses lugares,[...]  O vocábulo que destacado nesse fragmento se refere ao termo anterior - pessoas maravilhosas. Então, assinale a alternativa na qual o vocábulo destacado também retoma um termo anteriormente expresso.
(A) [...] Claro que estou falando de uma definição de família que não se reduz ao grau de parentesco [...]
(B) [...] Quando falo de família, falo de um sentimento recíproco entre estima, respeito e amor, que nos une
em diferentes planos de afetividade [...]
(C) [...] Entendo que se trata de uma obrigação civil minha, orgânica, de buscar contribuir e ajudar as
pessoas a diminuírem sua dor e seu sofrimento. [...]
(D) [...] Confesso que me sinto órfã e novamente invadida por esse sentimento de perda incalculável, de um vazio que não se preenche. [...]



IFRJ 2011 .] O povo do Rio de Janeiro é guerreiro, heroico e solidário e, mais do que nunca, devemos cobrar das autoridades a responsabilidade sobre esses fatos e, de forma incansável e implacável, cobrar medidas eficazes, para impedir que novas tragédias aconteçam. [...]
O trecho sublinhado, introduzido pelo termo para, exprime a ideia de
(A) finalidade.
(B) consequência.
(C) causa.
(D) oposição


IFRJ 2012 [...] é um assunto pouco conhecido de muitos, mas já observado e estudado por pesquisadores, inclusive da
Petrobras.
Nessa passagem, o conectivo sublinhado pode ser alterado por outro, sem modificar o sentido da sentença. Assinale-o.
(A) Portanto
(B) Que
(C) Porém
(D) Porque

IFRJ 2014 Pode-se afirmar que o vocábulo que em destaque pertence a uma classe gramatical diferente dos demais na seguinte alternativa:
(A) O alerta foi feito pela Academia Americana de Pediatria, que acaba de publicar um relatório com
orientações sobre o uso das redes sociais no periódico Pediatrics.
(B) Segundo os pesquisadores, a 'Depressão Facebook' acontece em pré-adolescentes e em adolescentes que passam várias horas por dia em frente ao computador.
(C) Estão inclusos quaisquer endereços que entrem no conceito de rede social online.
(D) Segundo O'Keeffe, é importante que os pais consigam monitorar o que os filhos fazem na internet

IFRJ 2014 Leia a seguinte passagem do texto: A democracia no Brasil provavelmente ficaria abalada. A insegurança política resvalaria na economia, com os investidores estrangeiros retirando seus dólares do país. (l. 22-24) Nesse trecho, o emprego do advérbio e do futuro do pretérito do indicativo nas formas verbais tem a função de
(A) expor a condição para que esses acontecimentos se concretizem.
(B) sinalizar que esses acontecimentos ocorreram no passado.
(C) elencar acontecimentos que ocorrerão obrigatoriamente.
D) indicar que os acontecimentos citados são hipotéticos.