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domingo, 11 de junho de 2017

CLASSIFIQUE OS SUJEITOS

1. Classifique os sujeitos das orações abaixo em simples, composto, oculto, indeterminado e oração sem sujeito.


a) Mataram aula.
.....................................................................
b) Perderam o trabalho.
.....................................................................



c) Posso pesquisar no caderno?
..................................................................



d) Chove na cidade.
.......................................................................
f) Faz sol no campo.
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g) A mãe e o filho empurram o carro.
..........................................................................
h) O pai dorme.
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quarta-feira, 7 de junho de 2017

TEXTO TEATRAL TEORIA E INTERPRETAÇÃO A MORTE DO CANGACEIRO


CENA 17 Mato  O TESTAMENTO DO CANGACEIRO

(Cearim vem vindo. Ouve um ruído e logo vem uma figura impressionante, com as roupas arrebentadas e ramos de flores na cabeça.)

SACRISTÃO – Os anjos, todos os anjos... Anjo, você é anjo?
CEARIM – Que é isso... Ah! É a alma do sacristão vagando nas trevas.
SACRISTÃO – Os anjos, todos os anjos.
CEARIM – Pera aí, não é alma não... O sacristão está vivo, as balas pegaram na cabeça só de raspão e ele ficou bobo... Veja só que sorte a sua, Seu Sacristão. Agora não posso deixar você só no mato. Vem comigo, vamos procurar comida. Afinal, levou os tiros no meu lugar.

(Cearim abre o baú, tira dois hábitos de capuchinho, veste um e dá o outro ao Sacristão.)

CEARIM – Pra quem anda fugido da polícia, nada melhor que andar de frade. Vamos logo, que meu estômago está grudando de fome.

NARRADOR – E Cearim mais o Sacristão desmemorizado seguiram a passo lento pela estrada, em busca de alguma boa alma que lhes desse o que comer. Chegaram a uma roça, onde alguns camponeses trabalhavam.

CEARIM – Bons dias, meus irmãos.
CAMPONÊS – Bom-dia, santo frade.
CEARIM – Estamos passando para encontrar uma boa alma que nos dê o que comer. CAMPONÊS – Ih, seu frade, comida aqui não tem não. O Coronel fechou o armazém e só vai dar comida se a gente der metade da colheita e o Vigário faz a mesma coisa.
CEARIM – Pra nós não precisa ser muita coisa... uma carninha com farinha já dava pra quebrar o galho.
CAMPONÊS – Não temos nem pra nós, seu frade.
CEARIM – Estava pensando...
SACRISTÃO – Os anjos...
CEARIM – Cala a boca... Vede, irmãos, ele está variando de fome... Estava pensando que se nos désseis um de comer, eu ia fazer uma reza das boas pro Coronel e o Vigário abrirem o armazém.
CAMPONÊS – O que tem é só esta cuia de farinha...
CEARIM – Já serve, irmão, já serve... ( Cearim come e dá um pouco ao Sacristão. )
CAMPONÊS – Tá bom de gosto, seu frade?
CEARIM – Está um pouco mofada. Mas pra quem ama, fedor de bode é perfume.
CAMPONÊS – Passou a fome, seu frade?
CEARIM – Aliviou.
CAMPONÊS – E a reza que o santo frade vai fazer pra o Vigário mais o Coronel abrirem o armazém?
 CEARIM – É pra já... Atenção!
CEARIM E SACRISTÃO – (Cantam)
Os anjos, todos os anjos
Os anjos, tão bonitinhos
Os anjos, tão gorduchinhos
Os anjos, tão peladinhos
Os anjos, tão bundudinhos
CEARIM – Que é isso, dizer uma coisa destas dos santos anjinhos. Olha aqui minha gente, reza só não vai adiantar não.
CAMPONÊS – O que é que adianta, então?
CEARIM – O causo é o seguinte... As terras aqui só tem dois donos. As terras do Coronel e as terras do fazendão do Padre. Pois se são só os dois que tem terra é porque o resto não tem terra nenhuma. Então, o negócio é dar um jeito na esperteza e levar as terras do Coronel e do Vigário.
CAMPONÊS – Fazer uma coisa destas com o Vigário. Deus manda castigo.
CEARIM – Olha, ô berro de meia guela: Deus está de férias. O que tem de fazer é despachar logo o Coronel e o Vigário. Sei que vigário é ministro de Deus na terra, mas também é dono de terras. Então, passa a vara nos donos da terra e o Vigário também vai no embrulho. CAMPONÊS – Heresia... Mandado do diabo.
CEARIM – Olha aqui o insosso. O diabo renunciou...
CAMPONÊS – Acho que ele está falando certo...
CEARIM – Tem muitas coisas que vocês não sabem... Olha aqui gente, vem pra cá que eu quero contar uma história pra vocês, uma história que aconteceu comigo... Era uma vez um lugar muito triste, perdido nos longes do sertão. Nos meses de verão...

NARRADOR – (Continuando) A chuva deixava de cair, os rios secavam e a terra rachava... E Cearim começou, ponto por ponto, a recontar sua história desde o dia em que tinha partido de sua terra, cantando em busca de felicidade... Contou tudo... O aparecimento da madrinha, o testamento do cangaceiro, o cego, a noite com Ercília, o irmão do cangaceiro, o vigário, o truque do saco, o disfarce do bispo... Enfim, contou, ponto por ponto, tudo o que havia vivido desde o dia em que começara a grande caminhada em busca da felicidade. No seu recontar, os ouvintes foram entendendo que a bondade e a maldade não resolvem, que não é porque o homem é bom ou mau que as coisas acontecem, mas apenas porque o homem é como é. Foram entendendo que a terra devia ser de quem trabalhava nela. E Cearim, no recontar da história, estava com eles. Quando Cearim acabou, um brilho novo e diferente dançava nos olhos dos lavradores e em seus cora- ções uma vontade de vida nova começava a tomar forma. E, ao compreender a história, a raiva mais linda do mundo brilhava nos olhos dos lavradores.
CEARIM – Estou certo?
TODOS – Certo.


TEXTO DRAMÁTICO
O trecho que você leu faz parte da última cena de uma peça teatral. É uma comédia em que a personagem principal, um nordestino que sai em busca da felicidade, passa por uma série de aventuras, envolvendo-se com o bem e o mal. Chegou a ser preso, sem ter culpa, por lhe armarem uma cilada.
O nome da peça é “O Testamento do Cangaceiro” e foi escrita por Chico de Assis. Ela foi montada pela primeira vez no Teatro de Arena de São Paulo em 1961. Augusto Boal foi o responsável pela direção e Lima Duarte fez o papel de Cearim. Você notou como o texto dramático tem algumas características diferentes dos outros textos estudados?
Observe:
• a fala das personagens vem introduzida pelo nome de cada um;
• os trechos entre parênteses, chamados de rubricas, indicam como o texto deve ser representado e a movimentação das personagens em cena;
• esse texto tem um narrador mas, geralmente, o texto teatral não tem narrador porque a narração é a própria representação dos diálogos;
• quase sempre as frases são curtas porque são características da fala. Na verdade, o texto dramático tem como finalidade ser representado por artistas que o decoraram tão bem que dão a impressão de estarem conversando naturalmente.


Interpretação do texto
Releia o texto e responda:
1- Cearim enganara o Sacristão, mas agora parece arrependido e decide ajudá-lo. Copie o trecho que prova isso.
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2- Qual é a estratégia que Cearim usou para ele e o Sacristão não serem descobertos? Isso aparece na fala ou na rubrica?
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3- Quantas rubricas aparecem nesse trecho? Por que os verbos estão sempre no presente?
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4- Por que os camponeses não tinham comida? Você acha certo ou errado isso? Por quê?
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5- O que Cearim prometeu ao camponês em troca de um pouco de comida?
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6- Em vez de reza, Cearim mostrou a real situação dos camponeses para que eles se conscientizassem dela e usou sua história para ilustrar. O que os camponeses entenderam? Você concorda ou não com eles? Explique.
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7- Como se trata de um texto teatral, a linguagem é próxima da fala, portanto, mais informal. Logo no início, Cearim diz “pera aí” em vez de usar o mais formal que é “espere aí”. Encontre uma outra construção informal e passe-a para um nível mais formal.
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8- Agora você fará uma paráfrase, isto é, transformará o trecho do texto dramático em um texto narrativo em prosa. Você escreverá o texto contando a mesma história. Não se esqueça de usar o discurso direto ao abrir espaço para os personagens falarem.

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TEXTO TEATRAL A MORTE NILTON PINTO E TOM CARVALHO

Aula de literatura. Prof. DIORGES
Gênero teatral.



A morte

Empresário (falando ao celular): Ir pescar esse final de semana? E lá eu tenho tempo pra isso! Praia? Nem pensar, estou até o pescoço de trabalho. Só hoje eu tenho cinco reuniões e já estou atrasado para a primeira. (Pausa) Como um marido ausente? O que faz 15 dias que eu não vejo nossos filhos? Mas, eu dou tudo o que eles querem! Não... ta, ta mulher... o que está te faltando, fala... hã? Vamos, vamos conversar, rapidamente porque eu estou atrasado para a reunião (Senta-se ). Não, não você tem tudo o que você quer mulher. Você tem... quer comprar um carro zero, você compra. Cê quer trocar de apartamento cê troca. Tem não sei quantos cartões de crédito pra você gastar com o que você quiser. O que que está te faltando, fale eu compro. Quê? Hã? Rsrsrs Amor, carinho, companhia, atenção. A não mulher, não tenho tempo pra essas frescuras não (Pausa) Não, tenha dó, vou desligar, to atrasado, não tenho tempo pra essas frescuras não, tenha dó. Tchau.  Paciência... (Risada, entra  a morte,  o empresário se assusta) Que que é isso meu Deus do Céu? Quem é você?
Morte: Eu sou a morte!
Empresário:  Que que você ta fazendo aqui?
Morte: Chegou seu dia, vim te buscar!
Empresário:  Cê ta louco não to doente, nem nada
Morte: Isso é o que  você pensa! Há quanto tempo não vai ao médico?
Empresário:  Há uns cinco anos, sou sadio igual um touro, sei lá...
Morte: Consta no meu fichário que ocê bebe muito, fuma muito, trabalha em excesso, não faz exercício, ta com uma veia entupida, colesterol alto... Conclusão vai dar um infarto agora e eu vim ó ...fiu....
Empresário: espere ai ,você que dizer que eu vo morrer?
Morte: Agora!
Empresário:  Mas, isso é uma injustiça, viu. Fique você sabendo que para ter uma velhice digna  e de conforto eu trabalhei para morrer.
Morte: Exato. Trabalhou para morrer. Se tivesse economizado energia, cuidado da saúde, podia viver mais uns trinta quarenta anos... agora se lascou
Empresário:  Não, Não Não. Espera aí, Espera aí, espera aí... tem um mal entendido nessa história. Como é seu nome mesmo?vamos negociar
Morte: Anjo da Morte, mas pode me chamar de Morte mesmo, sou simples
Empresário:  rsrsr Dona Morte, você sabe que na vida é tudo uma questão de negócio...
Morte:Sei...
Empresário:Só não tem jeito pra morte (rsrsrs) Diga lá quanto que você quer pra me deixar viver aqui mais uns 40 anos? Pode falar e eu vou fazer o cheque à vista, à vista... 40 anos... pode falar...
Morte: Aqui é onde o filho chora e a mãe não vê. CE se lascou meu fio dessa vez. Sabe quantas pessoas tem na terra? Bilhões. Sabe quanta vão ta viva daqui a 120  anos? Nenhuma. Sabe por que? Por que eu vou ó FIU... uma por uma
Empresário:   Mas, eu vou morrer?
Morte: Agora
Empresário: Mas, eu vou deixar minhas empresas, meus negócios aqui... a minha família, a minha mulher, tão nova, tão bonita
Morte: Cê é fingido, heim rapaz. Cê é falso, heim rapá. Sempre achou sua mulher feia, enjoada, gastadeira, linguaruda... Sabe do que você está com medo? D ela casar com outro e gastar tudo com o Ricardão
Empresário: Nem fale uma coisa dessa! Nem fale um negócio desse que vai me dar um troço!
Morte: E vai mesmo e é agora! Sabe o que que o Ricardão vai fazer?
Empresário:  Não, nem me fale.
Morte: Vai levar sua mulher na praia...
Empresário: Não!
Morte: Caldas Novas...
Empresário: Não
Morte: Você já levou sua mulher pra boate?
Empresário: Não! Claro que não!
Morte: Ele vai levar! Sanfona de Ouro... Boteco do Zé, Eclipse
Empresário: Sanfona de Ouro? Nãoooo. Escuta aqui, por que você cismou comigo? Tem tanto bandido por ai e você vem logo pra cima de mim. Não sei se você sabe, mas eu sou um empresário honesto, trabalhador, cumpridor dos meus deveres, contribuo com o crescimento deste país, pago meus impostos em dia...
Morte: todo mundo é assim...
Empresário: Leva os bandidos que tem por aí, que tem demais Carlos Cachoeira, sei lá me deixa em paz...
Morte: Deixe de estar empurrando os outros, rapaz, chegou a sua vez eu vim ó... fiu... é hoje!
Empresário: É aquele velho ditado, né; pra morrer basta ta vivo
Morte:Isso é filosofia de boteco, para com isso rapaz...
Empresário: O senhorita...
Morte: Senhorita é senhora sua mãe! Eu já estou apelando procê... Eu já to uma morte cansada, já to querendo pedir aposentadoria! Rapaz eu já to cansado de  tanto tirar motoqueiro, de meia em meia hora motoqueiro morre e eu ó fiu... Se arruma logo que eu vim te buscar!
Empresário: Pelo amor de Deus, por tudo que é mais sagrado  me deixa viver aqui mais 20 anos?
Morte: Cê ta loco rapaz, 20 anos é uma eternidade!
Empresário:  Tá bom 10 anos então?
Morte: É muito!
Empresário: Tchê, mas que morte mais ruim de negócio! Pelo amor de Deus, mais 5 anos.
Morte: Cinco!
Empresário: Ainda Bem...
Morte: Cindo dias...
Empresário: Cinco dias?
Morte: Isso é pra você repensar sua vida vê se valeu apena ganhar tanto dinheiro, correr tanto pra não levar nada. Já viu falar que caixão não tem gaveta? Cê não vai levar nada. (Vira pra platéia) E vocês que estão me olhando ai... o dia de vocês vai chegar e eu vou ó FIU.... Cinco dias ó FIU... (sai)
Empresário:  Que eu vou fazer com cinco dias? Cinco dias meu Deus do Céu!!!( Liga pra mulher) Alô Lindaura... sou eu... ué eu quem? Seu marido...Por que eu to te ligando? É que eu fui um pouco grosso aquela hora, me desculpa... são os negócios...tive pensando naquilo que você me falou... sobre ir viajar...não... vamo, vamo........ o que me fez mudar de ideia... de repente a gente pode ter só cinco dias né... que fim do ano o que, arruma as malas que eu to passando aí já muié.... (Sai)



 INTERPRETAÇÃO:

1. No texto teatral a rubrica é escrita entre parêneses. Às vezes aparece com fonte diferente como o itálico.  Retire do texto quatro exemplos de rubrica.
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2. Para que serve a rubrica no texto teatral?
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3. Que recurso é usado no texto teatral para indicar que a personagem esta falando.
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4. No texto teatral, às vezes não há narrador. No texto “A Morte” há narrador?
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5. “Ce se lascou meu fio dessa vez” A linguagem pode ser formal( seguir regras gramaticais, ortográficas...), ou informal (quando é mais espontânea, despreocupada sem se preocupar com regras ) nesse trecho que linguagem foi utilizada?
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6. Retire do texto um exemplo de linguagem informal.
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7. Quais seriam as causa da morte do empresário segundo o fichário da Morte?
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8. Quais as características do empresário no texto?
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9. De acordo com a fala do empresário quem a morte deveria levar e por quê?
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10. O que você faria se tivesse só mais cinco dias?

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A FAMÍLIA E A FESTA NA ROÇA, TELÁRIS 8º ANO PAG. 233-236, TEXTO TEATRAL

A FAMÍLIA E A FESTA NA ROÇA
                                                  Martins Pena

Personagens

DOMINGOS JOÃO, fazendeiro.
JOANA DA CONCEIÇÃO, sua mulher.
QUITÉRIA, sua filha.
JUCA, estudante de medicina.
ANTÔNIO DO PAU DALHO.
ANGÉLICA, curandeira.
INACINHO, filho de Domingos João.

Quadro 1

O teatro representa uma sala de uma casa da roça, mesquinhamente mobiliada com mesa e cadeiras de pau. Domingos João, sentado à mesa, está vestido de calças de riscado e japona de baetão azul.
(...)

CENA XIII

Entra Juca correndo, seguido de Inacinho.
JUCA – O que há de novo?
JOANA – Senhor doutor, minha filha está para morrer.
JUCA  Chega-se para Quitéria e toma-lhe o pulso e diz – Não é nada; mande vir um copo com água.(sai Joana.)
JUCA, para Domingos – Quando digo que não é nada, falto um pouco à verdade, porque sua filha tem uma inflamação de carbonato de potassa.
DOMINGOS JOÂO, muito espantado – Inflamação de que?
JUCA – De carbonato de potassa.
ANTÔNIO – E isto é perigoso, senhor doutor?
JUCA – Muito; não só para ela, mas para a pessoa que com ela se casar.
ANTÔNIO à parte – Mau! (Entra Joana com um copo de água)
JOANA – Aqui está a água. (Juca toma o copo de água, faz que tira uma coisa da algibeira e a deita dentro do copo.)
JUCA – Este médico vai curá-la imediatamente. ( Dá a Quitéria, que logo que bebe o primeiro gole abre os olhos.)
DOMINGOS JOÃO – Viva o senhor licenciado.
QUITÉRIA, levantando-se  - Minha mãe...
JOANA – Minha filha, o que tem?
JUCA – Esta menina é preciso ter cuidado na sua saúde, e eu acho que se ela se casar com um homem que não entenda de medicina está muito arriscada a sua vida.
DOMINGOS JOÃO – Mas isto é o diabo; já prometi-a ao senhor...(Apontando para Antônio)
ANTÔNIO – mas eu...
JUCA – Arrisca assim a via de sua filha.
DOMINGOS JOÃO – Já dei minha palavra. (Juca coça a cabeça)
QUITÉRIA – Ai, ai eu morro! (Cai na cadeira.)
TODOS – Acuda, acuda, senhor doutor!
JUCA, chegando-se – Agora é outra doença.
DOMINGOS JOÃO – Então, o que é agora?
JUCA – É um eclipse.
DOMINGOS JOÃO, admirado – Ah! ( Juca esfrega as mãos e passa-as pela testa de Quitéria.)
QUITÉRIA, abrindo os olhos – Já estou melhor.
JUCA – vê, Sra. D. Joana, se sua filha não tiver sempre quem trate dela, morrerá certamente. Não é assim Sra. Angélica?(Quando diz essas últimas palavras dá, as escondidas, á Angélica, uma bolsa com dinheiro.)
ANGÉLICA – senhor doutor, tem razão, a menina morre.
DOMINGOS JOÃO – Então o que havemos de fazer?
JUCA – Se eu não estivesse estudando...
JOANA – o senhor licenciado podia...
JUCA – Se meu pai...
DOMINGOS JOÃO – Tenho uma boa fazenda, e o marido da minha filha fica bem aquinhoado
JUCA – Se o Sr. Domingos quisesse...
DOMINGOS JOÃO – Explique-se.
JUCA – Conhecendo as boas qualidades de sua filha, e estimando muito a sua família, me ofereço...
JOANA, com presteza – E o consentimento de seu pai?
JUCA – Esse o terei.
DOMINGOS JOÃO – Mas, a palavra que dei ao Sr. Antônio?
ANTÔNIO – Não se aflija, pois não desejo mais casar-me com uma mulher que tem eclipses.
JUCA – Visto isso, cede?
ANTÔNIO – De boa vontade.
JOANA – Senhor Domingos João, diga ao senhor que sim!
ANGÉLICA – Olhe que sua filha morre!
INACINHO – Meu pai, case- a, com os diabos! O senhor licenciado é boa pessoa.
DOMINGOS JOÃO – já que todos o querem, vá feito. (Para Juca) Minha filha será sua mulher. (Quitéria levanta-se.)
JUCA – Como consente, quisera que eu efetuasse isto o mais breve possível.
DOMINGOS JOÃO – Iremos agora mesmo falar ao vigário, e de caminho podemos ver a festa.
JOANA – Diz bem.
DOMINGOS JOÃO – Vão se vestir. (Saem as duas.)
JUCA – Quando eu acabar meus estudos voltarei para ajudar meu pai.
DOMINGOS JOÃO – Dê-me um abraço. ( Para Inacinho) Já agora não irás amanhã para a cidade. Quem havia de dizer que o Sr. Juca seria meu genro!
ANGÉLICA – deus assim o quis.
DOMINGOS JOÃO – E o quebranto, não? Dizia esta mulher, Sr. Juca, que minha filha tinha quebranto, diabo no corpo, espinhela caída, quando ela não teve senão carbonato de eclipse.
JUCA, rindo-se sem poder se conter – É verdade!
DOMINGOS JOÃO, desconfiado – De que se ri?
JUCA – da asneira da senhora.



1. Por que a mãe de Quitéria, achava que a filha “estava para” morrer?
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2. Em determinado momento, Juca fala ao pai de Quitéria sobre a saúde da moça. Percebe-se que a intenção de Juca é impressioná-lo sobre a gravidade da doença, utilizando palavras próprias do universo cientifico. Retire do texto trechos que comprovem esta intenção.
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3. Qual alternativa melhor expressa o que Juca pensava sobre Domingos João, o pai de Quitéria, ao fazer essas escolhas de linguagem?
a) esperto e lógico.
b) ingênuo, porém lógico.
c) ingênuo e facilmente impressionável.
d) muito esperto, porém impressionável.

4. Copie do texto uma fala de Juca em que se possa perceber sua verdadeira intenção; convencer os pais de Quitéria de que ele era o marido ideal.
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5. Além do compromisso de casamento assumido entre Domingos João e Antônio, há outro obstáculo que poderia levar o pai da moça a ser contra a união entre Quitéria e Juca.
a) Que obstáculo é esse?
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b) Como Juca consegue vencer essa dificuldade?
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6. Copie o que cada personagem faz para que o plano de Juca e Quitéria se concretize.
Joana:_____________________________________________________________
Antônia:____________________________________________________________
Inacinho:___________________________________________________________
Angélica:___________________________________________________________

7. Ao expor as atitudes de cada personagem, a peça teatral realiza, pelo humor, uma crítica social, o que é próprio da comédia de costumes. Em sua opinião, o que as atitudes das personagens revelam sobre os valores de cada uma delas?
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segunda-feira, 5 de junho de 2017

LENDA DA GALINHA D"ANGOLA

Aluno ...........................................................................turma.............data.............

COMO SURGIU A GALINHA D”ANGOLA

            Antigamente as aves viviam felizes nos campos e florestas africanas, até que a inveja se instalou entre elas tornando insuportável a convivência.
            Nessa ocasião, quase todos os pássaros passaram a invejar a família do Melro, que era muito bonito.  O Melro, vaidoso, certo de sua beleza O macho, com sua plumagem negra e seu bico amarelo –alaranjado, despertava em todos a vontade de ser igual a ele. As fêmeas tinha o dorso preto, o peito pardo-escuro, malhado de pardo-claro, e a garganta com manchas esbranquiçadas. Elas causavam inveja maior ainda.
            O Melro, vaidoso, certo de sua beleza, prometeu que se todas as aves o obedecessem usaria seus poderes mágicos e os tornaria negros com plumagem brilhante. Entretanto, os pássaros logo começaram a desobedecê-lo. Então ele, furioso, jurou vingança, rogou-lhes uma praga e deu-lhes cores e aspectos diferentes.
            Para a Galinha D”Angola, disse que seria magra e sentiria fraqueza constante. Fez com que seu corpo se tornasse pintado assim como o de um leopardo. Dessa forma, seria devorada por aqueles felinos, que não suportariam ver outro animal que tivesse o corpo tão belo, pintado de uma maneira semelhante ao deles. Ela pagaria assim por sua inveja. E foi isso que aconteceu.
            Desde esse dia a Galinha D”Angola, embora seja muito esperta e voe para fugir dos caçadores, vive reclamando que está fraca, fraca. Com suas perninhas magras, foge com seu bando assim que surge algum perigo e é muito difícil alcançá-la. Suas penas, cinzas, brancas ou azuladas, são sempre manchadinhas de escuro tornando as galinhas d”angola belas e cobiçadas.
           



D1) De acordo com o texto  a única informação falsa sobre o Melro  é:
a) O macho possui bico amarelo- alaranjado
b) As fêmeas têm o dorso preto
c) Era um pássaro vaidoso
d) Possuia pintas brancas pelo corpo

D3) A palavra ´´antigamente`` no texto  só não pode ser trocada por:
a) a muito tempo atrás.
b) em um tempo distante
c) em 1500
d) certa vez

D2) Dessa forma, seria devorada por aqueles felinos, que não suportariam ver outro animal que tivesse o corpo tão belo, pintado de uma maneira semelhante ao deles.
A palavra grifada no fragmento  se refere a:
a) felinos
b) melro
c) animal
d) Galinha d´angola

D7) De acordo com o texto o conflito na estória se dá porque:
a) o surgimento da inveja
b) A galinha d, angola ser magra
c) os leopardos sentirem fome
d) a falta de alimentos

D10) A única alternativa que não apresenta uma opinião do autor é:
 a) Desde esse dia a Galinha D”Angola, embora seja muito esperta e voe para fugir dos caçadores
b) Nessa ocasião, quase todos os pássaros passaram a invejar a família do Melro, que era muito bonito.
c)  O Melro, vaidoso, certo de sua beleza

d)  O macho, com sua plumagem negra e seu bico amarelo –alaranjado,

LENDA DO UIRAPURU

http://textoemmovimento.blogspot.com.br/2014/08/folclore-lenda-do-uirapuru.html
Aluno:...............................................................................................................Data......../.......


Uirapuru


               Quando o uirapuru canta, todas as outras aves se calam para ouvir tão belo canto. Mas o uirapuru nem sempre foi um pássaro. Muito tempo atrás existia uma tribo em que duas índias eram apaixonadas pelo cacique.
                Como o cacique não conseguia decidir-se por uma delas, resolveu fazer um desafio: aquela que, com a flecha tivesse melhor pontaria seria a escolhida. A vencedora casou-se com o cacique e ficou muito feliz. A outra, chamada Oribici perdeu chorou tanto, mas tanto, que suas lágrimas formaram um ribeirão. Tupã, o Grande deus, com pena daquela índia, lhe propôs um jeito de resolver o seu desalento. Ele a transformaria num pássaro e, assim, sem que fosse reconhecida, poderia ver o seu amado bem de perto todos os dias. A índia aceitou a oferta de Tupã, mas pôde perceber que, de fato, o cacique amava sua esposa e era feliz. Sendo assim, para não atrapalhar a felicidade do seu amado, decidiu voar para longe, para as terras do Norte do Brasil, indo parar nas matas da Amazônia.
                Tupã, que a tudo observava, mais uma vez apiedou-se daquela índia e, para recompensá-la pela sua decisão, deu-lhe um canto tão bonito e terno que, ao ouvi-lo, as outras aves ficam enfeitiçadas. E dizem também que o humano que tiver a felicidade de ouvir o seu canto terá, no amor, a felicidade.

Interpretação

1.Esse texto é:
 (    ) um conto de fadas 
 (   )  uma fábula           
 (    ) uma lenda

2.De acordo com a leitura, o uirapuru:
(   )   Sempre foi um pássaro                     
(   )  Era uma índia        
(   )  Era o cacique









3. No inicio da narrativa, há um conflito.
a) Qual?
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b) O que o cacique fez para resolver?
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4. Onde se passa a história?
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5.De acordo com o texto, relacione:
         (A)Tupã       (    ) uma índia
         (B)Cacique  (   ) ave de canto mais belo
         (C)Uirapuru   (    ) o grande deus
         (D)Obirici       (    ) chefe da tribo


      6. O texto que você leu explica o surgimento de quê?
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7. Em que Tupã transformou a índia que perdeu o desafio? Para quê?
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8.Numere a sequência dos fatos:
 (    ) A índia que ganhou o desafio casou-se com o cacique.
 (    ) A índia viu que seu amado estava muito feliz e decidiu ir para longe.
 (  ) A outra índia chorou lágrimas que formaram um ribeirão.
 (  ) As índias eram apaixonadas pelo cacique.
 (    ) O pássaro recebeu um lindo canto que enfeitiçava os humanos para o amor.

 9.Coloque V (verdadeiro) ou F (falso)
(  ) Para atrapalhar a felicidade do seu amado, a índia continuou na tribo.
(    ) Obirici foi a índia que perdeu o desafio.
(   ) A índia, de tanto chorar  e transformou-se em água.
(  ) Tupã teve pena da jovem e resolveu transformá-la em pássaro.
(    ) O Uirapuru vive nas matas da Amazônia

10. Segundo o texto, qual é o efeito do cantar do Uirapuru ainda hoje?

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