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da luta pela liberdade, Mandela inspira jovens africanos
Ludger Schadomsky e
Philipp Sandner
“Falar do Mandela é falar de luta. É falar de
uma causa“, diz o rapper, estudante e ativista moçambicano André Cardoso, de 22
anos. Ele é um dos 15 jovens africanos que contaram a correspondentes da DW em
todo o continente como Mandela os inspirou. “É ser contra a opressão e ser
contra o medo”, define.
Nelson Rolihlahla Dalibhunga Mandela
nasceu no dia 18 de julho de 1918. Quando seu pai o batizou de Rolihlahla
provavelmente não desconfiava do quanto o filho honraria o nome. Na língua do
povo xhosa (seu pai era chefe da tribo Thembu), Rolihlahla quer dizer “aquele
que quebra galhos”, ou, em tradução mais livre, “encrenqueiro”, “causador de
problemas”. Talvez tenha sido um pressentimento adiantado de sua capacidade de
instigar mudanças.
Madiba, o nome de clã adotado por todo o
povo sul-africano para se referir a ele, causou vários problemas ao regime do
país. Em 1944, ele se filiou ao Congresso Nacional Africano (ANC). Em 1948, o
Partido Nacional da África do Sul ganhou as eleições e institucionalizou o
racismo no país. Quatro anos mais tarde, Mandela, que tinha feito algum sucesso
como assistente jurídico num escritório de advocacia judeu, criou o primeiro
gabinete administrado por negros em Johannesburgo.
Essa foi a época dos protestos de massa
e campanhas de desobediência civil do ANC contra o apartheid, nos quais Mandela
desempenhou papel central.
Após a proibição do ANC em 1961, ele
fundou com outros pugilistas amadores a ala militante Umkhonto we Sizwe (Lança
da Nação) e, na qualidade de comandante da organização clandestina, ordenou
operações de guerrilha contra instituições públicas. No ano seguinte, viajou
secretamente para o exterior, a fim de angariar apoio financeiro para a
formação dos quadros do ANC. Ao retornar, foi preso e mais tarde condenado no
processo diante do tribunal de Rivonia.
Os procuradores pediram a sentença de
morte. Mandela considerou uma fuga, assim como vários de seus coacusados, mas,
no final, decidiu ficar na África do Sul. O famoso discurso que pronunciou em
sua própria defesa terminou numa forte declaração: “Eu lutei contra a dominação
branca e eu lutei contra a dominação negra. Eu acalentei a ideia de uma
sociedade democrática e livre em que todos vivam juntos em harmonia e com
oportunidades iguais. É um ideal para o qual eu espero viver e que espero
alcançar. Mas, se for necessário, é um ideal pelo qual eu estou disposto a morrer.
”
“Ele era um homem de princípios, um homem
que cumpria sua palavra”, constata o jornalista zimbabueano Mlondolozi Ndlovu,
de 30 anos, ao falar do homem que, mais tarde, como o primeiro presidente negro
da África do Sul, incorporaria o respeito à população negra e branca na mesma
medida.
Mandela foi condenado à prisão perpétua.
Cumpriu 17 anos de sua sentença na Ilha de Robben (Robben Island), a cerca de
11 km da capital legislativa sul-africana, a Cidade do Cabo. Hoje, a cela
número 5 da ilha, Patrimônio da Humanidade da Unesco, é um dos pontos
turísticos mais visitados na África do Sul.
Em 1988, Mandela começou a ser preparado
para a libertação. Três anos antes, ele recusara um perdão da pena em troca do
abandono da violência por parte do ANC. Seguiram-se negociações secretas com as
autoridades, e em 11 de fevereiro de 1990, após 27 anos de prisão, Nelson
Mandela, o ícone da liberdade sul-africana, foi libertado.
Sua vontade de protagonizar mudanças sempre
foi acompanhada de grande humildade. Suas primeiras palavras pronunciadas em
público foram, novamente, uma confissão: “Estou aqui diante de vocês não como
um profeta, mas como um servo do povo”.
Essa postura inspirou David Noah,
estudante de jornalismo da Gâmbia. “Acredito que, como indivíduo, sempre
deveríamos ter essa atitude altruísta dentro de nós mesmos. Deveríamos nos
sacrificar pelos outros, fazer as coisas acontecer por outras pessoas – e não sempre
ser egoístas e dizer ‘sou somente eu, eu, eu’. Novamente: o que você está
fazendo por outras pessoas para garantir que as vidas de outras pessoas
melhorem e para colocar um sorriso na cara dos outros? ”, questiona.
Após sua libertação, Mandela pressionou
pelo fim da segregação racial, o que levaria às primeiras eleições livres de
seu país, em abril de 1994. Em 10 de maio daquele ano, ele foi empossado, como
primeiro negro, presidente da África do Sul.
1.
Considerando a presença do discurso citado, analise as alternativas e escolha a
afirmação correta:
a)
Em "Falar do Mandela é falar de luta. É falar de uma causa" o jornalista
se apropria do discurso alheio de modo indireto para referendar seu
posicionamento acerca de Mandela.
b)
Em “É ser contra a opressão e ser contra o medo” é possível averiguar o uso do
discurso indireto em que o jornalista se apropria do texto alheio para analisar
o conteúdo ali exposto.
c) Quando o articulista utiliza o seguinte
trecho “Ele era um homem de princípios, um homem que cumpria sua palavra”, do jornalista
zimbabueano Mlondolozi Ndlovu percebemos
o uso do discurso indireto livre
d)
Em “Falar do Mandela é falar de luta. É falar de uma causa“, temos o discurso
direto, seu uso pretende criar um efeito de verdade, conservando a integridade
do discurso citado.
2.
As aspas são usadas antes e depois de
uma CITAÇÃO textual. Seja uma palavra, uma expressão, uma frase ou trecho. As
aspas, nesse caso, indicam uma mudança de foco. Do discurso próprio se passa ao
citado. A alternativa em que não ocorreu emprego das aspas de acordo com essa explicação
é:
a)
“Eu lutei contra a dominação branca e eu lutei contra a dominação negra. Eu
acalentei a ideia de uma sociedade democrática e livre em que todos vivam
juntos em harmonia e com oportunidades iguais. É um ideal para o qual eu espero
viver e que espero alcançar. Mas, se for necessário, é um ideal pelo qual eu
estou disposto a morrer"
b)
“Ele era um homem de princípios, um
homem que cumpria sua palavra”
c)
“aquele que quebra galhos”, ou, em tradução mais livre, “encrenqueiro”,
“causador de problemas”
d)
“Estou aqui diante de vocês não como um profeta, mas como um servo do povo”
3. Um dos recursos argumentativos utilizado no
texto "Ícone da luta pela liberdade, Mandela inspira jovens africanos"
a)
exemplificação de um fato amplamente divulgado pela mídia.
b)
apropriação de outras vozes em forma de citação.
c)
Uso de dados estatísticos obtidos em pesquisas institucionais
d)
Menção de fatos históricos como forma de comparar o passado e o presente.
4.
Há varias vozes presentes no texto . Relacione os nomes as ideias defendidas e
assinale a alternativa correta.
I.
André Cardoso.
II.
Zimbabueano Mlondolozi Ndlovu,
III.
David Noah
IV.
Nelson Mandela
( ) “Acredito
que, como indivíduo, sempre deveríamos ter essa atitude altruísta (...)"
( ) “Ele era um homem de princípios, um homem
que cumpria sua palavra”
( ) “Estou aqui diante de vocês não como um
profeta, mas como um servo do povo”
(
) “É ser contra a opressão e ser contra o
medo”
a)
IV,II,III,I
b)
IV, III, II, I
c)
II,III,I, IV
d)
III, II, IV,I
5.
No fragmento "Eu lutei contra a dominação branca e eu lutei contra a
dominação negra" há presença de uma figura de linguagem denominada:
a)
comparação
b)
eufemismo
c)
onomatopeia
d)
antítese
6.
Assinale a alternativa em que NÃO há a figura de linguagem denominada metonímia.
a)
Eu lutei contra a dominação branca
b)
Falar do Mandela é falar de luta.
c)
Em 1948, o Partido Nacional da África do Sul ganhou as eleições e
institucionalizou o racismo no país.
d)
Essa foi a época dos protestos de massa e campanhas de desobediência civil do
ANC.
7.
As palavras podem ser usadas em sentido conotativo/figurado ou denotativo/real.
Marque a alternativa em que as palavras foram usadas como no fragmento "aquele
que quebra galhos".
a)
Mandela nasceu no dia 18 de julho de 1918.
b)
Umkhonto we Sizwe (Lança da Nação)
c)
Os procuradores pediram a sentença de morte
d)
Mandela pressionou pelo fim da segregação racial
8.
A palavra destacada no fragmento "Mandela pressionou pelo fim da segregação racial " pode
ser substituída de acordo com o contexto EXCETO por:
a)
separação
b)
discriminação
c)
apartação
d)
integração
9.
"Madiba, o nome de clã adotado por todo o povo sul-africano para se
referir a ele, causou vários
problemas ao regime do país." O verbo destacado faz referência a:
a)
clã
b)
o povo
c)
Madiba
d)
o nome de clã
10.
Marque a única afirmação correta.
a)
Mandela foi batizado por seu pai e não por um padre.
b)
Mandela impressionou-se pelo fim da segregação racial
c)
Mandela trabalhou em um escritório de advocacia
d)
Mandela foi condenado a 27 anos de prisão