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domingo, 31 de maio de 2020

BIOGRAFIA CLARICE LISPECTOR 9º ANO RIO18 VOANDO PARA O RIO


BIOGRAFIA CLARICE LISPECTOR 9º ANO RIO18
VOANDO PARA O RIO

      Quando Clarice Lispector tinha 15 anos, um ano depois de descobrir a possibilidade de escrever, seu pai fez sua última mudança. O destino agora era o Rio de Janeiro.
       O Rio estava no auge de sua reputação internacional. Se anteriormente os navios que viajavam a Buenos Aires anunciavam que não faziam escalas no Brasil – a mente estrangeira, quando pensava no país, imaginava um lugar infestado de macacos, febre amarela e cólera –, o Rio tinha se transformado num dos destinos mais chiques do planeta. Cruzeiros afluíam para a Baía de Guanabara, descarregando seus abastados passageiros nos novos hotéis que imitavam os brancos bolos de noiva originais da Riviera francesa: o Hotel Glória, perto do Centro, inaugurado em 1922; o lendário Copacabana Palace, inaugurado um ano depois, numa praia que ainda ficava fora da cidade.[...]
      Pedro Lispector tinha mais em comum com os imigrantes portugueses do que com aqueles que agora eram seus companheiros nordestinos. Depois de anos de trabalho, seus negócios ainda não estavam prosperando, e ele tinha esperança de que a capital do país oferecesse um campo mais amplo para suas ambições. Esperava também que o Rio de Janeiro, com uma grande comunidade judaica, pudesse oferecer maridos apropriados para suas filhas. Elisa agora tinha 24 anos, Tania estava com vinte e Clarice, quinze.[...]
       Clarice nunca descreveu a partida do Recife, onde ela passara toda a sua infância. Lembrava-se do barco inglês que as levara ao Rio na terceira classe: “Foi terrivelmente exciting. Eu não sabia inglês e escolhia no cardápio o que meu dedo de criança apontasse. Lembro-me de que uma vez caiu-me feijão-branco cozido, e só. Desapontada, tive que comê-lo, ai de mim. Escolha casual infeliz. Isso acontece”. [...]
       Depois de chegar ao Rio, em 1935, ela passou um breve tempo numa precária escola de bairro na Tijuca antes de entrar, em 2 de março de 1937, no curso preparatório para a Faculdade de Direito da Universidade do Brasil. [...] No Brasil inteiro, a carreira no direito era reduto da elite, e nenhuma escola do país tinha mais prestígio do que a da capital. [...] A carreira, porém, não foi o que motivou Clarice a entrar na escola de Direito. A ânsia de justiça estava inscrita em seus ossos. Tinha visto a horrível morte da mãe, e seu brilhante pai, incapaz de estudar, reduzido ao comércio ambulante de tecido. Cresceu pobre no Recife, mas sempre teve consciência de que sua família, apesar das dificuldades, estava melhor de vida que muitas outras. [...] “E eu sentia o drama social com tanta intensidade que vivia de coração perplexo diante das grandes injustiças a que são submetidas as chamadas classes menos privilegiadas”. [...]
Ela mudara de perspectiva pouco antes de começar o curso. Durante o primeiro ano na faculdade descobrira um canal para dar vazão a sua verdadeira vocação, e, em 25 de maio de 1940, publicou seu primeiro conto conhecido, “Triunfo”, na revista Pan.

MOSER, Benjamin. Clarice, uma biografia. São Paulo: Cosac Naify, 2009.

1 Com que idade Clarice Lispector descobriu a possibilidade de se tornar escritora?
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2 – Clarice, aos 15 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro com sua família. Como a cidade era vista na época?
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3 – O que motivou Clarice Lispector a ingressar na escola de Direito?
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4 – Que sentido tem a expressão em destaque no trecho “A ânsia de justiça estava inscrita em seus ossos”?
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5 – Por que foram utilizadas as aspas no trecho ““E eu sentia o drama social com tanta intensidade que vivia de coração perplexo diante das grandes injustiças a que são submetidas as chamadas classes menos privilegiadas”?
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6 – Nesse trecho da biografia, percebe-se uma sequência temporal dos fatos. Retire do texto expressões que marcam essa sequência do tempo da narrativa, configurando a progressão dos fatos da vida de Clarice Lispector:
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TIRA MAFALDA CONHECE-TE A TI MESMO 9º ANO RIO18


TIRA MAFALDA CONHECE-TE A TI MESMO 9º ANO RIO18


1 – No primeiro quadrinho, por que o texto dentro do balão está entre aspas?
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2 – Repare que o formato do balão é diferente nos dois últimos quadrinhos. Explique porquê.
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3 – Qual o significado de “fazendo turismo dentro de mim” ?
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1– Explique a mudança da expressão de Filipe a cada quadrinho.
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2 – No último quadrinho, Filipe se assusta com a possibilidade de não gostar de si mesmo. Que conectivo indica que isso é uma possibilidade?
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1 – Como Miguelito entendeu a afirmativa de Mafalda?
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2 – Como Miguelito entendeu a palavra “conhecer”?
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sexta-feira, 29 de maio de 2020

TEXTO DE OPINIÃO O VERDADEIRO PREÇO DE UM BRINQUEDO 9ºANORIO18


O VERDADEIRO PREÇO DE UM BRINQUEDO
Carlos Eduardo Lopes Marciano
       É comum vermos comerciais direcionados ao público infantil. Com a existência de personagens famosos, músicas para crianças e parques temáticos, a indústria de produtos destinados a essa faixa etária cresce de forma nunca vista antes. No entanto, tendo em vista a idade desse público, surge a pergunta: as crianças estariam preparadas para o bombardeio de consumo que as propagandas veiculam?
        Há quem duvide da capacidade de convencimento dos meios de comunicação. No entanto, tais artifícios já foram responsáveis por mudar o curso da História. A imprensa, no século XVIII, disseminou as ideias iluministas e foi uma das causas da queda do absolutismo. Mas não é preciso ir tão longe: no Brasil redemocratizado, as propagandas políticas e os debates eleitorais são capazes de definir o resultado de eleições. É impossível negar o impacto provocado por um anúncio ou uma retórica bem estruturada.
       O problema surge quando tal discurso é direcionado ao público infantil. Comerciais para essa faixa etária seguem um certo padrão: enfeitados por músicas temáticas, as cenas mostram crianças, em grupo, utilizando o produto em questão. Tal manobra de “marketing” acaba transmitindo a mensagem de que a aceitação em seu grupo de amigos está condicionada ao fato de ela possuir ou não os mesmos brinquedos que seus colegas. Uma estratégia como essa gera um ciclo interminável de consumo que abusa da pouca capacidade de discernimento infantil.
        Fica clara, portanto, a necessidade de uma ampliação da legislação atual a fim de limitar, como já acontece em países como Canadá e Noruega, a propaganda para esse público, visando à proibição de técnicas abusivas e inadequadas. Além disso, é preciso focar na conscientização dessa faixa etária em escolas, com Professores(as) que abordem esse assunto de forma compreensível e responsável. Só assim construiremos um sistema que, ao mesmo tempo, consiga vender seus produtos sem obter vantagem abusiva da
ingenuidade infantil.

1 – No trecho “No entanto, tendo em vista a idade desse público [...]”, (primeiro parágrafo), a que se referem os termos destacados?
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2 – Que manobra de marketing é citada no terceiro parágrafo?
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3 – Transcreva do terceiro parágrafo um trecho em que há ideia de tempo:
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4 – Marque, no texto, as partes que compõem a introdução, o desenvolvimento e a conclusão.
5 – Qual a tese defendida no texto?
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6 – Que argumento, no terceiro parágrafo, foi utilizado para fundamentar a tese?
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7 – O que o autor sugere na conclusão do seu texto?
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TESE é a ideia que defendemos, pois a argumentação implica posicionamento, defesa do ponto de vista, o que pode implicar, evidentemente, divergência de opinião. Os argumentos de um texto são, em geral, facilmente localizáveis. Identificada a tese, faz-se a pergunta por quê? (Ex.: o texto afirma isso (tese) por vários motivos (argumentos)). Os argumentos utilizados para fundamentar a tese podem ser de diferentes tipos: exemplos, comparações, dados históricos, dados estatísticos, pesquisas, causas socioeconômicas ou culturais, depoimentos – enfim, tudo o que possa demonstrar que o ponto de vista defendido pelo autor tem consistência.

TEXTO DE OPINIÃO UMBIGOLANDIA 9ºANO RIO18

TEXTO DE OPINIÃO UMBIGOLANDIA 9ºANO RIO18

UMBIGOLÂNDIA
      Dias desses encontrei uma amiga que me disse que está achando tudo e todo mundo chato. Que a violência está demais, que o dinheiro não dá pra nada, que o trânsito está uma loucura, que o amor já era, que ninguém mais quer amar ninguém, homem é uma raça em extinção e por aí vai.
       Em seguida abanou os braços, gritou “Táxi!” e, antes de entrar no carro, arrematou:
      ─ E ainda tem esses táxis uó de vidro preto que a gente nunca sabe se estão vazios ou ocupados! Beijão, vê se me liga você também, pô!
       E foi embora, largando no meu colo aquela corbeille de reclamações e uma cobradinha final. Fiquei ali, parado, pensando nas palavras dela, enquanto o táxi de vidro preto empacava no trânsito uma quadra adiante. É, minha amiga, certamente a vida não anda nada fácil, quem sai de casa não sabe se volta, namorar está brabo e ai de quem reagir a qualquer tipo de violência. Reagir é um perigo mesmo. Principalmente se a reação for de ordem mais, digamos, psicológica, tipo reagir-a-algum-comentário-maldoso-sobre-você-na-sua-cara. Neste quesito eu tenho muita dificuldade: ou não reajo ou só reajo uma semana depois. Naquele breve encontro, só minha amiga falou. Despejou suas reclamações em cima de mim e se mandou. E eu fiquei sem reação.
       Bem, reagir como, se ela não me deu chance? Só ela falou e eu fiquei ali de “vinagrete” – só de acompanhamento. E o que é reagir? Penso que, ao pé da letra, reagir significa agir novamente, ou “agir de volta”. E por que reagir é um perigo? Porque a reação confere ao outro o poder de tomar posição. Ter atitude. Trocar. Crescer. Será? Talvez. Mas está tão difícil reagir. Trocar. Crescer. Está difícil dialogar. Vivemos a era do monólogo, do “eu” exacerbado, do “meu espaço”, da “minha individualidade”, do “meu momento”, enfim, da Umbigolândia.
       E é cada vez maior a população desta estranha terra, ocupada por um único habitante, rei e súdito ao mesmo tempo: o ego. Na Umbigolândia, só uma pessoa interessa: o eu. O outro é mera circunstância. O assunto é um só. Só um fala e ponto. Eu sei que estou generalizando, e me perdoem por isso. Mas do jeito que a coisa está, não me resta pensar em outra coisa.
       Foi minha amiga quem, involuntariamente, trouxe essas questões à minha mente. A escuta está virando artigo de luxo. Aquele que tem o dom da escuta – sim, nos dias de hoje escutar o outro é honrar um dom ─ tem aberto o canal da inteligência. Do crescimento. Do autoconhecimento e do conhecimento do outro. Do mundo. E é INCRÍVEL como a indústria do consumo corteja sem parar o individualismo desenfreado. A internet, então, é a fada madrinha dos solitários. Bibiti-bobiti-bum! E lá está você diante do mundo. Sozinho. E o universo faz a sua parte conspirando a favor.
      Conspirando e pirando. É muita gente no mundo. Muita gente procurando. Buscando. Querendo. Pouca gente escutando. Encontrando. Suprindo.
      E quanto mais gente, mais ego. E quanto mais ego, mais solidão.
      Na Umbigolândia, ego gera ego. E o profeta disse que gentileza gera gentileza. Pra minha amiga, que está (espero eu) passando uma temporada na Umbigolândia, isso não interessa, até porque quem mora lá não enxerga um palmo adiante do umbigo. Pra quem mora aqui na Terra mesmo, a premissa do profeta é um toque. Gentileza gera gentileza. Que gera escuta. Que gera troca.    Que torna mais suportáveis problemas modernos como egolatria, consumo desenfreado, falta de amor, de companhia, de solidão. Se bem que a solidão não sente falta de companhia. Até porque ela está sempre ao lado de alguém.
Aloísio de Abreu - Revista O Globo 23/03 /2008.

1.O primeiro e o segundo parágrafos revelam o estado de espírito da amiga do cronista. Como ela está encarando a vida?
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2 – Que sentido tem, no texto, a expressão “corbeille de reclamações” ?
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3 – A que trecho se refere a palavra “cobradinha”, no terceiro parágrafo?
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4 – Há, no texto, algumas marcas típicas da linguagem informal e oral. Retire alguns exemplos que confirmem essa afirmativa:
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5 – Que trecho do texto confirma que o cronista tem dificuldade em reagir a algum comentário maldoso?
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6 – Que associação é feita em “Só ela falou e eu fiquei ali de “vinagrete” – só de acompanhamento.”, no quarto parágrafo?
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7 – Segundo o texto, por que reagir é perigoso?
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8 – A que palavra estão relacionados os termos “a era do monólogo” , ‘do “eu” exacerbado’, “meu espaço”, minha individualidade”, “meu
momento”, no quarto parágrafo?
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9. A que se refere, no quarto parágrafo, a expressão “estranha terra”?
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10. Quem é o único habitante dessa “estranha terra”?
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11 – Segundo o texto, qual a consequência de saber ouvir o outro?
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12 – Por que a internet é considerada “fada madrinha dos solitários”?
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13 – A que está relacionada a expressão “Bibiti-bobiti-bum”?
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14 – O trecho “[...] não enxerga um palmo adiante do umbigo” está associado a que dito popular?
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15 – Qual a premissa do profeta, presente no texto?
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16 – Num texto que defende uma ideia, essa ideia recebe o nome de TESE. Qual a tese defendida neste texto?
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17 – Observe a estrutura do trecho “Gentileza gera gentileza. Que gera escuta. Que gera troca. Que torna mais suportáveis problemas
modernos...”. Qual o efeito da repetição dos termos destacados?
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18 – No trecho que se segue, identifique os fatos e a opinião:
“Fiquei ali, parado, pensando nas palavras dela, enquanto o táxi de vidro preto empacava no trânsito uma quadra adiante. É, minha amiga,
certamente a vida não anda nada fácil [...]”
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POEMA MORTE E VIDA SEVERINA 9º ANO RIO 18



MORTE E VIDA SEVERINA (Início)
João Cabral de Melo Neto
O RETIRANTE EXPLICA AO LEITOR QUEM É E A QUE VAI

— O meu nome é Severino,
como não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria;
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias.
Mais isso ainda diz pouco:
há muitos na freguesia,
por causa de um coronel
que se chamou Zacarias
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.
Como então dizer quem falo
ora a Vossas Senhorias?
Vejamos: é o Severino
da Maria do Zacarias,
lá da serra da Costela,
limites da Paraíba.
Mas isso ainda diz pouco:
se ao menos mais cinco havia
com nome de Severino
filhos de tantas Marias
mulheres de outros tantos,
já finados, Zacarias,
vivendo na mesma serra
magra e ossuda em que eu vivia.
Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
[...]
Somos muitos Severinos
iguais em tudo e na sina:
a de abrandar estas pedras
suando-se muito em cima,
a de tentar despertar
terra sempre mais extinta,
a de querer arrancar
algum roçado da cinza.
Mas, para que me conheçam
melhor Vossas Senhorias
e melhor possam seguir
a história de minha vida,
passo a ser o Severino
que em vossa presença emigra. [...]
MELO NETO, João Cabral de. Obra completa.Rio de
Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

1 – Observe a presença do travessão (—), iniciando o poema. O que esse sinal indica?
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2 – Em que verso o personagem explica ter sido batizado com esse único nome “Severino”?
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3 – Observe, nas formas como o personagem diz que era conhecido pelos outros e na forma como tenta, primeiramente, se apresentar aos leitores, que ocorre o que chamamos de processo de GRADAÇÃO. Gradação é uma figura de linguagem caracterizada por um encadeamento de ideias de forma gradativa, que pode seguir a ordem crescente ou decrescente. Diga que formas são essas e como se dá a gradação.
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4 – Ao procurar dizer ao leitor quem é, o personagem faz uma tentativa para, logo depois, se opor a ela, reconhecendo que ainda diz pouco. Transcreva do poema a palavra que indica tratar-se de uma tentativa e a que indica a oposição que faz a ela (ou sua contradição).
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5 – Transcreva do poema os versos que expressam o motivo da dificuldade de o personagem dizer aos outros quem ele é:
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6 – Que forma de tratamento o personagem usa para se dirigir aos leitores (ouvintes)?
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7 – Nos versos “Mais isso ainda diz pouco: / há muitos na freguesia,” com que sentido foi usada a palavra em destaque?
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8 – Nos versos “Somos muitos Severinos / iguais em tudo e na sina:”, que significado tem a palavra em destaque?
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9 – Transcreva os versos que indicam que o lugar onde o personagem estava era de terra ressequida, de difícil cultivo:
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10 – Transcreva os versos que expressam a finalidade do personagem ao procurar se apresentar aos leitores:
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11 – Observe os versos finais “passo a ser o Severino / que em vossa presença emigra.”. Que outra palavra, no poema, tem um sentido que se relaciona com o sentido da palavra em destaque, “emigra”?
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POEMA A MAIOR RIQUEZA DO HOMEM É A SUA INCOMPLETUDE 9º ANO


POEMA A MAIOR RIQUEZA DO HOMEM É A SUA INCOMPLETUDE

A maior riqueza do homem
é a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como sou - eu não aceito.
Não aguento ser apenas um sujeito que abre portas,
que puxa válvulas, que olha o relógio,
que compra pão às 6 horas da tarde,
que vai lá fora, que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.
Perdoai
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem
usando borboletas.



Manoel de Barros

1 – Qual o significado da palavra “incompletude”?
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2 – Perceba que há várias ações marcadas por uma estrutura repetitiva,
iniciada pelo “que”. Essas ações são especiais ou cotidianas, corriqueiras?
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3 – Qual o efeito do uso de “etc. etc” (*Verso 8)?
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4 – Observe essa estrutura:
“Não aguento ser apenas um sujeito que abre portas /puxa válvulas/olha o
relógio/compra pão às 6 horas da tarde/vai lá fora/aponta o lápis/vê a uva”
Como é, então, o sujeito que o eu poético não aguenta ser?
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5 – O que significa no texto ser “Outros”?
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CONTO PETER PAN PARTE III NA ENSEADA DAS SEREIAS 6º ANO RIO 18


CONTO PETER PAN PARTE III NA ENSEADA DAS SEREIAS 6º ANO RIO 18

       [...] Peter Pan e Wendy nadavam na Enseada das Sereias, ouvindo o mavioso canto delas e tentando persegui-las em seus mergulhos. Foi aí que, de repente, o tempo começou a mudar: uma nuvem enorme tapou o Sol e uma neblina tudo escureceu. Os dois acharam melhor nadar de volta à praia, quando ouviram um murmúrio. Peter fez sinal para Wendy ficar quietinha e murmurou:
       – Isso é voz de pirata! Acho que vem dali, logo adiante, da Pedra do Desterro.
      – O que é isso?
       – É uma pedra afastada, no meio do mar, onde os comandantes piratas abandonam algum companheiro que tenha cometido uma falta. O coitado fica lá, até a maré encher e afogá-lo!
       – Que horror!
       Nadaram em silêncio e, logo que se aproximaram da Pedra do Desterro, conseguiram entender as vozes. A primeira a ser entendida era a voz do   Barrica:
       – Vamos fazer como o Capitão mandou. Ele disse pra deixar a menina aqui, amarradinha nesse toco, na Pedra do Desterro, até a maré encher. Ha, ha! O  Grande Chefe Pantera Caolha vai ficar furioso quando descobrir que afogamos sua querida filha Tigresinha!
       – Ha, ha! – repetiu o outro pirata, que era meio bobo. – Blub, blub, blub! Vai se afogar!
       O horror agora era maior: a Princesa Tigresinha tinha sido capturada pelos piratas e ia morrer afogada! Wendy olhou Peter Pan, implorando por algum plano que pudesse salvar a indiazinha.
       E esse plano foi imediatamente posto em prática, pois Peter era perito em imitar vozes. Pôs a mão em concha em torno da boca e falou alto, fazendo a voz do Capitão Gancho:
       – Com seiscentos milhões de cascavéis e escorpiões! Barrica! Sete-dedos!    Desamarrem a indiazinha, já, já! E mandem ela embora no bote!
       Os dois piratas ficaram de boca aberta! O que era aquilo?
      – Ué... – perguntou Sete-dedos. – É o Capitão... Mas por que ele está dizendo pra gente soltar a indiazinha, se ainda agora mandou a gente acabar com ela?
       Barrica também não estava entendendo e perguntou:
       – Ma-ma-mas, Capitão! O senhor não tinha mandado a gente...
Peter interrompeu, fazendo a voz mais ameaçadora que conseguia:
       – Com seiscentos milhões de cascavéis e escorpiões! Eu sei muito bem o que faço e o que mando! E estou mandando soltar a índia já, já! Desamarrem a
menina e ponham ela no bote! Ou vão sentir o ferro do meu gancho em suas gargantas! Com seiscentos milhões de cascavéis e escorpiões!
       Tremendo de medo, os dois piratas mais que depressa desamarraram Tigresinha do toco e puseram a menina no bote. Como dois palermas, ficaram vendo a indiazinha fugir, remando bem depressa.
       – Ué... – comentou Sete-dedos, que, pelo jeito, não era tão bobo assim. – E agora? A gente é que vai ficar aqui, na Pedra do Desterro, sem bote, esperando a maré encher? E se a gente se afogar, hein?
1 – O que aconteceu na Enseada das Sereias que fez com que Peter Pan e Wendy resolvessem nadar de volta à praia?
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2 – O que aconteceu quando eles estavam voltando e que dá origem a todas as ações que acontecem na história?
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3 – O que era a Pedra do Desterro?
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4 – No trecho “[...] Ha, ha! O Grande Chefe Pantera Caolha vai ficar furioso quando descobrir que afogamos sua querida filha Tigresinha!”, o que representam as palavras
destacadas?
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5 – No trecho “O horror agora era maior: a Princesa Tigresinha tinha sido capturada pelos piratas e ia morrer afogada! [...]“, que palavra poderia substituir os dois
pontos, empregados nessa frase, sem alterar o sentido do que está sendo dito?
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6 – No trecho “- Ha, ha! – repetiu o outro pirata, que era meio bobo. – Blub, blub, blub! Vai se afogar!“, que som as palavras destacadas estão representando?
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7 – Conte, com suas palavras e resumidamente, qual era o plano de Peter Pan para salvar a indiazinha.
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8 – No trecho “Os dois piratas ficaram de boca aberta!”, o que significa a expressão em destaque?
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9 – No trecho “– Ma-ma-mas, Capitão! O senhor não tinha mandado a gente...”, explique por que essa palavra foi grafada, ou seja, escrita dessa forma.
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10 – Conte, com suas palavras, como aconteceu o desfecho, ou seja, o final da história.
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