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segunda-feira, 1 de junho de 2020

TEXTO DE OPINIÃO BENDITA JUVENTUDE 9º ANO RIO18


Bendita juventude
Rosely Sayão, colunista da Folha
       Ser jovem neste mundo é bem difícil porque há muita competição. A juventude deixou de ser uma etapa da vida para se transformar em um estilo de viver que independe da idade. Ser jovem está na moda, veja só. E é por isso que quem é jovem de verdade sofre para encontrar linguagens que expressem com maior precisão o que eles precisam tanto comunicar ao mundo: quem são.
       Até o final da infância ainda são os pais que definem quem são seus filhos, que dirigem seus passos, decidem suas roupas. Mesmo hoje, quando muitas crianças escolhem suas roupas, são os pais, com suas expectativas, que estão por trás dessas escolhas.
       Terminada essa fase, os mais novos criam coragem e querem dizer que são diferentes. E a moda é um excelente recurso para que eles comecem a construção da própria identidade, se reconheçam e busquem reconhecimento social tanto com seus pares quanto com os adultos em geral.
       E aí se defrontam com algumas dificuldades, muitas delas ainda não reconhecidas. A primeira é como ser diferente no mundo do consumo.
       Eles gostam mesmo do estilo que criam, das roupas que vestem, da maneira como as combinam? As roupas exprimem o que eles realmente gostariam de ser ou, sem mesmo perceber, eles são definidos por elas?
        É claro que os jovens passarão por um período de experimentação que é um ensaio do que eles serão. Mas esse ensaio precisa ter conexão direta com o que virá depois.
        A segunda dificuldade que enfrentam é que, na tentativa de serem diferentes dos adultos que os definiam até então, tudo o que conseguem é a semelhança. Também, com tantos jovens de idades tão variadas habitando esse mundo, como ser diferente de todos eles?
       Procurando bem, dá para ver que, nos detalhes, eles conseguem mostrar quem são. Bendita juventude que consegue quebrar a homogeneidade!

1- Pode-se dizer que já no título do texto é expressa uma opinião. Que opinião é essa e qual o recurso utilizado para expressá-la?
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2- No primeiro parágrafo, está definida a tese que será defendida no texto. Explique essa tese com suas palavras.
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3- Ainda no primeiro parágrafo, indique uma palavra ou expressão que seja marca de aproximação com o leitor.
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4- Segundo o texto, para que serve a moda para o jovem?
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5- No quarto parágrafo, a ligação das ideias ocorre com o recurso da substituição de um termo. Além disso, uma palavra também fica subentendida. Que termos se referem a “algumas dificuldades”? E que palavra fica subentendida?
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6- Retire do texto uma opinião.
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7- Nos dois últimos parágrafos, são reafirmadas ideias da introdução do texto e acrescentadas outras, para concluir. Sublinhe os trechos que comprovam essa afirmativa

CONTO NO CAMINHO INEXISTENTE MARINA COLASANTI 9º ANO RIO18


CONTO NO CAMINHO INEXISTENTE 9º ANO RIO18

No caminho inexistente
       Ia a filha muda guiando o pai cego quando, depois de muito caminhar, chegaram ao deserto. E sentindo o pai a areia nas sandálias, acreditou ter chegado ao mar e alegrou-se.
       O mar estava para sempre gravado na sua memória, disse ele à filha que nunca o havia visto. E contou como podiam ser altas as ondas, e obedientes ao vento. E como, coroadas de espuma, faziam e desfaziam seu penteado. O mar, contou ainda, ocupa nossos olhos por inteiro e, se o vemos nascer, o fim não vemos. O mar sempre se move e sempre está parado. O mar, à noite, veste-se de lua. O mar pareceu duas vezes belo à menina, pelo que era e pelas palavras do pai. Olhou à sua frente, viu as altas dunas e chamou-as ondas no seu coração. Elas obedeciam ao vento e no alto entregavam-lhe seus cabelos para que os desmanchasse com dedos ligeiros.
       Sentaram-se os dois, o pai olhando no escuro o mar que guardava na memória, a filha deixando que o mar de luz sem fim ocupasse todo o espaço do seu olhar. Parado diante dela, ainda assim se movia. E quando a noite chegou, vestiu o cetim que a lua lhe entregara. Dormiram ali os dois, pai e filha, deitados na areia, sonhando com o que haviam visto. E ao amanhecer seguiram caminho, afastando-se do deserto.
       Andaram, que o mundo é vasto. Até que um dia, numa curva do caminho, desembocaram na praia.
       O velho, sentindo a areia nas sandálias, alegrou-se, certo de ter chegado ao deserto, talvez o mesmo deserto que atravessara quando jovem.
       Sentaram. O deserto, disse o pai à menina, é filho dileto do sol. E a menina olhando à frente, viu os raios deitando na superfície, partindo-se, rejuntando-se, mosaico de sol, e sorriu. Os pés afundam no deserto, acrescentou o pai, e ele acaricia nossos tornozelos. A menina soltou sua mão da dele e foi molhar os pés, deixando que a água lhe acariciasse os tornozelos. O deserto, disse ainda o pai, é plano como um lençol ao vento, sem montanhas, ondeando nas costas das dunas. A menina correu o olhar pela linha do horizonte que nenhuma montanha interrompia, viu as ondas, e em seu coração chamou-as dunas.
       No deserto, disse ainda o pai à filha tentando explicar o mundo sobre o qual não podia fazer perguntas, anda-se sempre em frente porque não há caminhos, e a pegada do pé direito já se apaga quando o pé esquerdo pisa adiante.
       Levantaram-se, caminhando. E porque o velho pisava seguro no deserto da sua lembrança, e porque a menina pisava tranquila no deserto que lhe havia sido entregue pelo pai, seguiram adiante serenos por cima da água que lhes acolhia os pés acarinhando os tornozelos, enquanto suas pegadas se apagavam no caminho inexistente.

COLASANTI, Marina. 23 histórias de um viajante. São Paulo: Editora Global, 2005.

1- Quais os personagens do conto?
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2- Por que o pai acreditou ter chegado ao mar?
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3- A quem se refere o pronome destacado no trecho: “O mar estava para sempre gravado na sua memória, disse ele à filha que nunca o havia visto.”
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4- Como o pai descreve o mar no segundo parágrafo?
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5- No segundo parágrafo, o pai atribui ao vento uma característica humana ─ o que chamamos de personificação . Transcreva esse trecho:
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6- A que se refere o termo “ mar de luz”, no terceiro parágrafo?
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7- Que características do mar e do deserto se repetem no segundo e no terceiro parágrafos?
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8- No sexto parágrafo há uma comparação. Transcreva-a e marque o termo que explicita essa comparação.
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9- A escolha de cada palavra é fundamental na construção de um texto, podendo reforçar diferentes ideias ─ um tom agressivo, afetuoso, tenso... No conto, destaque palavras e/ou expressões que colaboram para construir um tom afetuoso.
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10- Pode-se dizer que pai e filha estavam nos mesmos lugares, juntos, em todo o texto, mas o ponto de vista de cada um sobre esses espaços era diferente? Explique.
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domingo, 31 de maio de 2020

VERBO PARTE V 7º ANO EXERCÍCIOS IMPERATIVO


Atividade: VERBO PARTE V
      Os verbos podem indicar, além do tempo em que ocorre a ação, dúvida, ordem, desejo, hipótese... Mais importante que conhecer os modos verbais indicativo, subjuntivo ou imperativo é necessário observar o contexto, quem produziu o texto, a relação do receptor com o emissor...



Texto:1

1. O verbo acima foi empregado para:
A) dar uma orientação.
B) fazer um convite.
C) indicar um desejo.
D) marcar uma ordem.

Texto 2

2. A forma verbal OLHE foi usada para:
A) dar uma orientação.
B) fazer um convite.
C) indicar um desejo.
D) marcar uma ordem.
Texto 3

 3. O verbo abençoar no texto  acima foi usado para:
A) dar uma orientação.
B) fazer um convite.
C) indicar um desejo.
D) marcar uma ordem.

Texto 4

4. O verbo vir no texto  acima foi usado para
A) dar uma orientação.
B) fazer um convite.
C) indicar um desejo.
D) marcar uma ordem.



Texto 5

5. Qual a finalidade das formas verbais assista, use e compre no texto acima?
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Texto 6

6. Além da forma verbal PEDIR utilizada para convencer o receptor, que outro recurso foi utilizado no texto publicitário?
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Texto 7.

7. Sobre a tira acima responda:
a) Que tipo de programa esta passado na TV?
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b) Que tipo de livro a personagem está lendo?
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c) Que  mensagem a tira transmite?
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PARÓDIA 7º ANO QUADRINLHA


       Paródia é a recriação de uma obra geralmente conhecida e consagrada. A construção da paródia traz um novo olhar sobre a obra, de modo geral, com tom irônico, engraçado, crítico e/ou contestador. Na história da publicidade, a paródia é, muitas vezes, utilizada para chamar ainda mais a atenção do público para o que se quer anunciar.


        Paródia e paráfrase são tipos distintos de intertextualidade. A intertextualidade pode ser definida como as relações que se estabelecem entre textos. Intertextualidade ocorre uma vez que vários autores se baseiam em textos já existentes para escrever seus próprios textos.


CANÇÃO DO EXÍLIO (ORIGINAL)        MINHA TERRA (PARÓDIA)
Gonçalves Dias

"Minha terra tem palmeiras,                        Minha terra tem doenças
Onde canta o Sabiá;                                     E não há médicos por cá
As aves, que aqui gorjeiam,                         Aqueles  que adoecem
Não gorjeiam como lá                                 Não conseguem se curar
  
Quadrilha

1.João amava Teresa que amava Raimundo
2.que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
3.que não amava ninguém.
4.João foi pra os Estados Unidos, Teresa para o convento,
5.Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
6.Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
7.que não tinha entrado na história.

 De Alguma poesia (1930)
Carlos Drummond de Andrade

PRODUÇÃO
Faça uma paródia do texto QUADRILHA trocando os nomes dos personagens por outros nomes como amigos, colegas de sala, parentes, políticos, personagens de desenho, etc. Também mude os acontecimentos, ou seja, as ações. Exemplo: amava, foi, etc. Se preferir troque o título também. Tente manter a mesma sonoridade e a mesma quantidade de versos (linhas).

Título ....................................................................................

1.........................................................................................................................
2.........................................................................................................................
3.........................................................................................................................
4.........................................................................................................................
5.........................................................................................................................
6.........................................................................................................................
7.........................................................................................................................

Autor..................................................................................................................

PARÓDIA 6º ANO


PARÓDIA 6º ANO
       Paródia é a recriação de uma obra geralmente conhecida e consagrada. A construção da paródia traz um novo olhar sobre a obra, de modo geral, com tom irônico, engraçado, crítico e/ou contestador. Na história da publicidade, a paródia é, muitas vezes, utilizada para chamar ainda mais a atenção do público para o que se quer anunciar.

1. Identifique os trechos das letras das canções que foram utilizadas para fazer as paródias abaixo:
a)

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b)

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c)

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2. Que elemento não verbal nas imagens acima nos permite afirmar que são o morango, o mamão e a couve que estão cantando?
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3. Identifique o nome dos filmes que foram utilizados nas paródias abaixo e os elementos não verbais que permitiram  descobrir qual era o filme
a)

Filme:
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Elementos não verbais:
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b)

Filme:
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Elementos não verbais:
........................................................................................................................................
c)

Filme:
..............................................................................................................................
Elementos não verbais:
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4. Escolha o nome de um filme que você gosta e faça uma paródia.

Filme:
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Paródia:
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ROMANCE O MENINO NO ESPELHO FRAGMENTO 9º ANO RIO18


ROMANCE O MENINO NO ESPELHO FRAGMENTO  9º ANO RIO18

     Os próximos textos são trechos de um ROMANCE. O romance é outro gênero de base narrativa, como o conto. Podemos dizer que uma diferença essencial entre eles é que o conto possui somente um conflito gerador e o romance pode ter vários. Fique atento, pois os textos são o PRÓLOGO – parte inicial , introdutória – e o EPÍLOGO – parte final, conclusão – de um romance


PRÓLOGO
O menino e o homem
     Quando chovia, no meu tempo de menino, a casa virava um festival de goteiras. Eram pingos do teto ensopando o soalho de todas as salas e quartos. Seguia-se um corre-corre dos diabos, todo mundo levando e trazendo baldes, bacias, panelas, penicos e o que mais houvesse para aparar a água que caía e para que os vazamentos não se transformassem numa inundação. Os mais velhos ficavam aborrecidos, eu não entendia a razão: aquilo era uma distração das mais excitantes.
       E me divertia a valer quando uma nova goteira aparecia, o pessoal correndo para lá e para cá, e esvaziando as vasilhas que transbordavam.
     Os diferentes ruídos das gotas d´água retinindo no vasilhame, acompanhados do som oco dos passos em atropelo nas tábuas largas do chão, formavam uma alegre melodia, às vezes enriquecida pelas sonoras pancadas do relógio de parede dando horas.
     Passado o temporal, meu pai subia ao forro da casa pelo alçapão, o mesmo que usávamos como entrada para a reunião da nossa sociedade secreta. Depois de examinar o telhado, descia, aborrecido. Não conseguia descobrir sequer uma telha quebrada, por onde pudesse penetrar tanta água da chuva, como invariavelmente acontecia. Um mistério a mais, naquela casa cheia de mistérios.
[...]
EPÍLOGO
O homem e o menino
    Paro de escrever, levanto os olhos do papel para o relógio de parede: cinco horas. As sonoras pancadas começam a soar uma a uma, como antigamente em nossa casa.
     É um relógio bem antigo. Foi do meu avô, depois do meu pai, hoje é meu e um dia será do meu filho. Seu tique-taque imperturbável me acompanha todas as horas de vigília o dia inteiro e noite adentro, segundo a segundo, do tempo vivido por mim. [...]
     Cansado de tantas recordações, afasto-me do relógio e caminho até a janela, olho para fora.
     Assombrado, em vez de ver os costumeiros edifícios, cujos fundos dão para o meu apartamento em Ipanema, o que eu vejo é uma mangueira ─ a mangueira do quintal de minha casa, em Belo Horizonte. Vejo até uma manga amarelinha de tão madura, como aquela que um dia quis dar para a Mariana e por causa dela acabei matando uma rolinha. Daqui da minha janela posso avistar todo o quintal, como antigamente: a caixa de areia que um dia transformei numa piscina, o bambuzal de onde parti para o meu primeiro voo. Volto-me para dentro e descubro que já não estou na sala cheia de estantes com livros do meu apartamento, mas no meu quarto de menino: a minha cama e a do Toninho, o armário de cujo espelho um dia se destacou um menino igual a mim...
     Saio para a sala. Vejo meus pais conversando de mãos dadas no sofá, como costumavam fazer todas as tardes, antes do jantar. Comovido, dirijo-me a eles:
    ─ Papai... Mamãe...
     Mas eles não me veem. Nem parecem ter-me ouvido, como se eu não existisse. Ganho o corredor, passo pela copa onde o relógio está acabando de bater cinco horas. Atravesso a cozinha, vendo a Alzira a remexer em suas panelas, sem tomar conhecimento da minha existência. Desço a escada para o quintal e dou com um garotinho agachado junto às poças d´água da chuva que caiu há pouco, entretido com umas formigas. Dirijo-me a ele, e ficamos conversando algum tempo.
     Depois me despeço e refaço todo o caminho de volta até o meu quarto. Vou à janela, olho para fora. O que vejo agora é a paisagem de sempre, o fundo dos edifícios voltados para mim, iluminados pelas luzes do entardecer em Ipanema. Ouço o relógio soando a última pancada das cinco horas. Viro-me, e me vejo de novo no meu apartamento.
      Caminho até a mesa, debruço-me sobre a máquina que abandonei há instantes. Leio as últimas palavras escritas no papel:
... Até desaparecer em direção ao infinito.
    Sento-me, e escrevo a única que falta:
FIM
SABINO, Fernando. O menino no espelho. Rio de Janeiro: Record, 1998

1 – Qual a causa do corre-corre na casa do menino?
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2 – Qual o trecho do texto que nos deixa perceber que havia muitas goteiras?
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3 – Como os mais velhos e o menino encaravam as goteiras da casa?
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4 – Após ler o prólogo e o epílogo, responda quem é o narrador em cada uma das partes do romance:
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5 – Um jogo de palavras foi utilizado em cada uma das partes para antecipar essa informação. Onde ocorre e como se dá o jogo de palavras?
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6 – No trecho do epílogo “Cansado de tantas recordações, afasto-me do relógio e caminho até a janela, olho para fora.” A que se refere a
palavra destacada?
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7 – Onde morou o narrador-personagem?
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8 – Da janela do seu apartamento, em Ipanema, o que o narrador-personagem imagina que vê e, depois do momento de recordação, o que vê
realmente?
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9 – Que elementos são característicos desse quintal, na infância, em Belo Horizonte?
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10 – Que efeito causa no narrador suas lembranças da infância?
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11- Por que os pais do narrador-personagem e Alzira não o veem?
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12 – Ao longo do epílogo, podemos perceber, explicitamente, palavras que representam os estados físicos e emocionais do narrador. Localize e
transcreva essas palavras.
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13 – Que elemento do apartamento do narrador, em Ipanema, proporciona a viagem ao passado e o retorno ao presente?
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01 – Qual a causa do corre-corre na casa do menino?
      Quando chovia a casa virava um festival de goteiras.

02 – Qual o trecho do texto que nos deixa perceber que havia muitas goteiras?
      “Seguia-se um corre-corre dos diabos, todo mundo levando e trazendo baldes, bacias, panelas, penicos e o que mais houvesse para aparar a água que caía e para que os vazamentos não se transformassem numa inundação.” 

03 – Como os mais velhos e o menino encaravam as goteiras da casa?
      “Os mais velhos ficavam aborrecidos, eu não entendia a razão: aquilo era uma distração das mais excitantes.”

04 – Após ler o prólogo e o epílogo, responda quem é o narrador em cada uma das partes do romance.
      É o autor Fernando Sabino.

05 – No trecho do epílogo “Cansado de tantas recordações, afasto-me do relógio e caminho até a janela, olho para fora.” A que se refere a palavra destacada?
      Era um relógio antigo que o fazia lembrar-se de sua infância.

06 – Onde morou o narrador-personagem?
      Em Belo Horizonte.

07 – Da janela do seu apartamento, em Ipanema, o que o narrador-personagem imagina que vê e, depois do momento de recordação, o que vê realmente?
      Uma mangueira do seu quintal. Ele vê a paisagem de sempre, o fundo dos edifícios voltado para ele.

08 – Que elementos são característicos desse quintal, na infância, em Belo Horizonte?
      A caixa de areia que um dia transformei numa piscina, o bambuzal de onde parti para o meu primeiro voo.

09 – Que efeito causa no narrador suas lembranças da infância?
      As lembranças de como era o quarto, a sala e o que tinha neles.

10 – Por que os pais do narrador-personagem e Alzira não o veem?
      Porque era somente uma lembrança de imagens vivida por ele.

11 – Ao longo do epílogo, podemos perceber, explicitamente, palavras que representam os estados físicos e emocionais do narrador. Localize e transcreva essas palavras.
      Estado físico: homem de meia idade. “... hoje é meu e um dia será do meu filho”.
      Estado emocional: saudades de sua infância. “... como antigamente em nossa casa.”

12 – Que elemento do apartamento do narrador, em Ipanema, proporciona a viagem ao passado e o retorno ao presente?
      É um relógio bem antigo, que foi do teu avô e do pai.


CONTO 9º ANO UMA ESPERANÇA RIO18


   CONTO 9º ANO  UMA ESPERNAÇA RIO18

UMA ESPERANÇA

    Aqui em casa pousou uma esperança. Não a clássica, que tantas vezes verifica-se ser ilusória, embora mesmo assim nos sustente sempre. Mas a outra, bem concreta e verde: o inseto.
    Houve um grito abafado de um de meus filhos:
   - Uma esperança! e na parede, bem em cima de sua cadeira! Emoção dele também que unia em uma só as duas esperanças, já tem idade para isso. Antes surpresa minha: esperança é coisa secreta e costuma pousar diretamente em mim, sem ninguém saber, e não acima de minha cabeça numa parede. Pequeno rebuliço: mas era indubitável, lá estava ela, e mais magra e verde não poderia ser.
    - Ela quase não tem corpo, queixei-me.
   - Ela só tem alma, explicou meu filho e, como filhos são uma surpresa para nós,
descobri com surpresa que ele falava das duas esperanças.
   Ela caminhava devagar sobre os fiapos das longas pernas, por entre os quadros da parede. Três vezes tentou renitente uma saída entre dois quadros, três vezes teve que retroceder caminho. Custava a aprender.
    - Ela é burrinha, comentou o menino.
   - Sei disso, respondi um pouco trágica.
    - Está agora procurando outro caminho, olhe, coitada, como ela hesita.
   - Sei, é assim mesmo.
   - Parece que esperança não tem olhos, mamãe, é guiada pelas antenas.
   - Sei, continuei mais infeliz ainda.
    Ali ficamos, não sei quanto tempo olhando. Vigiando-a como se vigiava na Grécia ou em Roma o começo de fogo do lar para que não se apagasse.
   - Ela se esqueceu de que pode voar, mamãe, e pensa que só pode andar devagar assim.
    Andava mesmo devagar - estaria por acaso ferida? Ah não, senão de um modo ou de outro escorreria sangue, tem sido sempre assim comigo.
   Foi então que farejando o mundo que é comível, saiu de trás de um quadro uma aranha. Não uma aranha, mas me parecia "a" aranha. Andando pela sua teia invisível, parecia transladar-se maciamente no ar. Ela queria a esperança. Mas nós também queríamos e, oh! Deus, queríamos menos que comê-la. Meu filho foi buscar a vassoura. Eu disse fracamente, confusa, sem saber se chegara infelizmente a
hora certa de perder a esperança:
    - É que não se mata aranha, me disseram que traz sorte...
    - Mas ela vai esmigalhar a esperança! respondeu o menino com ferocidade.
    - Preciso falar com a empregada para limpar atrás dos quadros - falei sentindo a frase deslocada e ouvindo o certo cansaço que havia na minha voz. Depois devaneei um pouco de como eu seria sucinta e misteriosa com a empregada: eu lhe diria apenas: você faz o favor de facilitar o caminho da esperança.
    O menino, morta a aranha, fez um trocadilho, com o inseto e a nossa esperança. Meu outro filho, que estava vendo televisão, ouviu e riu de prazer. Não havia dúvida:
    a esperança pousara em casa, alma e corpo.
    Mas como é bonito o inseto: mais pousa que vive, é um esqueletinho verde, e tem uma forma tão delicada que isso explica por que eu, que gosto de pegar nas coisas, nunca tentei pegá-la.
    Uma vez, aliás, agora é que me lembro, uma esperança bem menor que esta, pousara no meu braço. Não senti nada, de tão leve que era, foi só visualmente que tomei consciência de sua presença. Encabulei com a delicadeza. Eu não mexia o braço e pensei: "e essa agora? que devo fazer?" Em verdade nada fiz. Fiquei
extremamente quieta como se uma flor tivesse nascido em mim. Depois não me
lembro mais o que aconteceu. E, acho que não aconteceu nada.

LISPECTOR, Clarice. Felicidade Clandestina. Rio de Janeiro: Rocco, 1998

1- A qual esperança a narradora se refere em “Aqui em casa pousou uma esperança. Não a clássica que tantas vezes verifica-se ilusória, embora mesmo assim nos sustente sempre” ?
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2- Qual o sentido do trecho destacado “[...] esperança é coisa secreta e costuma pousar diretamente em mim, sem ninguém saber, e não acima de minha cabeça numa parede” ?
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3- Por que motivo um dos filhos da narradora disse que a esperança era burrinha?
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4- Qual o sentido das aspas no termo destacado do trecho ‘Não uma aranha, mas me parecia “a” aranha’?
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5- A que esperança(s) refere-se o trecho “Ela queria esperança. Mas nós também queríamos e, oh! Deus, queríamos menos que comê-la.”?
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6- Como a cronista descreve o inseto?
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