CRÔNICA: COMUNICAÇÃO 7º ANO
TECENDO LINGUAGENS P.17
Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 7º ano – Ensino
Fundamental – IBEP p.17.
Texto 1 - Crônica
1.Você já se esqueceu de uma palavra importante durante
uma conversa? Como reagiu?
Resposta pessoal.
1.Como você agi na se estivesse no papel do interlocutor
de alguém que passa por uma situação como essa?
Resposta pessoal.
Resposta pessoal.
3.
Como as pessoas costumam agir quando
se deparam com uma dificuldade na comunicação?
Resposta pessoal.
Resposta pessoal.
Leia a crônica para saber o
que aconteceu em uma inesperada situação de comunicação.
Crônica: Comunicação
É importante saber o nome das coisas.
Ou, pelo menos, saber comunicar o que você quer. Imagine-se entrando numa loja
para comprar um… um… como é mesmo o nome?
“Posso ajudá-lo, cavalheiro?”
“Pode. Eu quero um daqueles, daqueles…”
“Pois não?”
“Um… como é mesmo o nome?”
“Sim?”
“Pomba! Um… um… Que cabeça a minha. A
palavra me escapou por completo. É
uma coisa simples, conhecidíssima.”
“Sim senhor.”
“O senhor vai dar risada quando
souber.”
“Sim senhor.”
“Olha, é pontuda, certo?”
“O quê, cavalheiro?”
“Isso que eu quero. Tem uma ponta
assim, entende? Depois vem assim, assim, faz uma volta, aí vem reto de novo, e
na outra ponta tem uma espécie de encaixe, entende? Na ponta tem outra volta,
só que esta é mais fechada. E tem um, um… Uma espécie de, como é que se diz? De
sulco. Um sulco onde encaixa a outra ponta; a pontuda, de sorte que o, a, o
negócio, entende, fica fechado. E isso. Uma coisa pontuda que fecha. Entende?”
“Infelizmente, cavalheiro…”
“Ora, você sabe do que eu estou
falando.”
“Estou me esforçando, mas…”
“Escuta. Acho que não podia ser mais
claro. Pontudo numa ponta, certo?”
“Se o senhor diz, cavalheiro.”
“Como, se eu digo? Isso já é má vontade.
Eu sei que é pontudo numa ponta. Posso não saber o nome da coisa, isso é um
detalhe. Mas sei exatamente o que eu quero.”
“Sim senhor. Pontudo numa ponta.”
“Isso. Eu sabia que você compreenderia.
Tem?”
“Bom, eu preciso saber mais sobre o, a,
essa coisa. Tente descrevê-la outra vez. Quem sabe o senhor desenha para nós?”
“Não. Eu não sei desenhar nem casinha
com fumaça saindo da chaminé. Sou uma negação em desenho.”
“Sinto muito.”
“Não precisa sentir. Sou técnico em
contabilidade, estou muito bem de vida. Não sou um débil mental. Não sei
desenhar, só isso. E hoje, por acaso, me esqueci do nome desse raio. Mas fora
isso, tudo bem. 0 desenho não me faz falta. Lido com números. Tenho algum
problema com os números — mais complicados, claro. 0 oito, por exemplo. Tenho
que fazer um rascunho antes. Mas não sou um débil mental, como você está
pensando.”
“Eu não estou pensando nada,
cavalheiro.”
“Chame o gerente.”
“Não será preciso, cavalheiro. Tenho
certeza de que chegaremos a um acordo. Essa coisa que o senhor quer, é feita do
quê?”
“É de, sei lá. De metal.”
“Muito bem. De metal. Ela se move?”
“Bem… É mais ou menos assim. Presta
atenção nas minhas mãos.
É assim, assim, dobra aqui e encaixa na
ponta, assim.”
“Tem mais de uma peça? Já vem montado?”
“É inteiriço. Tenho quase certeza de
que é inteiriço.”
“Francamente…”
“Mas é simples! Uma coisa simples.
Olha: assim, assim, uma volta aqui, vem vindo, vem vindo, outra volta e dique,
encaixa.”
“Ah — tem clique. É elétrico.”
“Não! Clique, que eu digo, é o barulho
de encaixar.”
“Já sei!”
“Ótimo!”
“O senhor quer uma antena externa de
televisão.”
“Não! Escuta aqui. Vamos tentar de
novo…”
“Tentemos por outro lado. Para o que
serve?”
“Serve assim para prender. Entende? Uma
coisa pontuda que prende. Você enfia a ponta pontuda por aqui, encaixa a ponta
no sulco e prende as duas partes de uma coisa.”
“Certo. Esse instrumento que o senhor
procura funciona mais ou menos como um gigantesco alfinete de segurança e…”
“Mas é isso! É isso! Um alfinete de segurança!”
“Mas do jeito que o senhor descrevia
parecia uma coisa enorme, cavalheiro!”
“É que eu sou meio expansivo. Me vê aí
um… um… como é mesmo o nome?”
Luís Fernando Veríssimo. Para gostar de ler — Crônicas.
1.O texto surpreendeu você? Por quê?
Resposta pessoal.
2. A crônica apresenta uma
situação de comunicação que envolve dois personagens: um comprador e um
vendedor. Caracterize os dois personagens por meio de suas ações discursivas.
O homem que quer
comprar o objeto apresenta-se confuso e irritado.
O vendedor apresenta-se,
inicialmente, solicito, embora perca a paciência em dado momento, e esforça-se
para atender o comprador.
3. Por que o homem que deseja
comprar o objeto tem dificuldade de realizar a compra?
Porque ele não se
lembra daquilo que quer comprar.
1.Diante da dificuldade de se lembrar da palavra, o
vendedor e o comprador tentam formas de promover a comunicação. Responda:
a) Qual ação e realizada pelo
comprador para comunicar o que deseja comprar? Transcreva um trecho do texto que comprove sua resposta.
O comprador
descreve o objeto. Um trecho que comprova essa resposta é: “ Isso que eu quero.
Tem uma ponta assim, entende? Depois vem assim, assim, faz uma volta, aí reto
de novo, e na outra ponta tem uma espécie de encaixe, entende?”.
b)Como o vendedor tenta ajudar o interlocutor?
O vendedor sugere
que o comprador desenhe o que deseja comprar.
c)Por que o comprador não aceita a sugestão?
Ele alega que não
sabe desenhar.
5.Leia as informações que compõem o quadro sobre as
características do gênero textual crônica, relacionando-as com o texto
"Comunicação".
Crônica e um gênero textual de narrativa breve, geralmente
produzida para ser publicada em Jornais ou revistas. Refere-se a assuntos do cotidiano
e, às vezes, mistura os níveis de
linguagem formal e informal. Apresenta poucos personagens que, na maioria das
vezes, não têm nomes específicos, pois são nomeados de maneira genérica,
relacionados ao papel social exercido na situação comunicativa, como: o
menino, a menina, o pai, a mãe, o professor, o garçom, a mulher.
Muitas crônicas estruturam-se em forma
de diálogo, total ou parcialmente, o que produz no texto efeito de atualidade
e dinamismo.
Uma das características desse gênero
textual e levar o leitor a refletir sobre um fato ou uma situação do cotidiano.
Para isso, pode ou não utilizar o humor como recurso expressivo na construção
de sentido do texto.
|
a)A crônica "Comunicação" narra um fato do
cotidiano, do dia a dia? Explique.
Sim, a crônica
trata de uma situação cotidiana: fazer compras, não se lembrar do nome de
alguma coisa, passar por situações em que a comunicação não acontece de maneira
desejável, efetiva.
b)Os personagens são nomeados na crônica? Como e possível
saber quem são eles? Explique.
O nome dos
personagens não é citado. Pela ação discursiva e pela linguagem empregada, é
possível deduzir que são um comprador e um vendedor.
c)O texto tem a intenção de divertir? Explique.
Sim. O texto
provoca humor pelo fato de o vendedor e comprador não se entenderem e pelas
inúmeras tentativas de descrição do objeto. Além disso, o efeito surpresa no
fim do texto completa essa intenção do autor; o vendedor descobre sem querer o
nome do objeto e o comprador esquece novamente “alfinete”.
d)O texto tem a intenção de levar o leitor à reflexão?
Explique.
Sim. Ao mesmo tempo
em que faz rir, a crônica nos leva a refletir a respeito dos problemas de
comunicação vivenciados pelas pessoas no dia a dia.
CRÔNICA: COMUNICAÇÃO - LUÍS
FERNANDO VERÍSSIMO - COM QUESTÕES GABARITADAS
Entendendo o texto:
01 – Na última fala “É que eu
sou meio expansivo. Me vê aí um,.. um… como é mesmo o nome?”, o protagonista
caracteriza a si mesmo como “meio expansivo”.
a) Pelos dados textuais, por que o protagonista
emprega “meio expansivo” em vez de “expansivo”?
Ele quis dizer que
é um pouco extrovertido.
b) Empregue outro adjetivo para caracterizar
esse protagonista.
Pode ser:
comunicativo.
02 – A palavra sulco, na
frase “Uma espécie de, como é que se diz? De sulco. Um sulco onde encaixa a
outra ponta, a pontuda...”, pode ser substituída, sem alterar o sentido da
frase por:
a) risco
b) caixa
c) botão
d) fenda
e) tampa.
03 – Leia, com atenção, as
seguintes frases:
a) “E hoje, por acaso, me
esqueci do nome desse raio.”
b) “Lido com números.”
c) “É que eu sou meio
expansivo.”
De acordo com a sequência, por qual
grupo de palavras podemos substituir as palavras destacadas?
Assinale uma das
alternativas:
a) coisa - trabalho
– exagerado.
b) descarga elétrica - sofro
- esquecido
c) luz intensa - esforço-me –
comunicativo
04 – Esse texto mostra o
diálogo entre duas personagens:
a) Quem são as personagens?
O homem e o
vendedor.
b) Onde as personagens estão?
Numa loja.
05 – O narrador da história
também é personagem?
Sim, ele é o
vendedor.
06 – O homem enfrenta
dificuldades para comprar o que quer.
Sim, pois ele esquece o nome.
07 – Por que ele não consegue
comprar o que deseja?
Ele não lembra o
nome do objeto desejado.
08 – Podemos afirmar que o
vendedor não está se esforçando em entender o homem? Por quê?
Não. Pois o vendedor fez diversas
perguntas ao homem até encontrar o nome do objeto.
09 – Como é o objeto que o
homem quer comprar?
Uma coisa pontuda
que prende.
10 – Finalmente, qual é o
objeto a ser comprado?
O objeto é um
alfinete de segurança.
Entendendo o texto: 6º ano
1) Você conseguiu adivinhar de que objeto o comprador
estava falando, antes de chegar ao final da história?
Resposta pessoal
2) A crônica “comunicação” é uma narrativa. Quais os
personagens dessa história?
O comprador e o
vendedor
3) Qual é o assunto dessa história?
Problemas de
comunicação.
4) Em que lugar ou espaço estão os personagens?
(A) Em uma rua bem
movimentada.
(C) Em uma praça.
(B) Em uma estação de
metrô.
(D)Em uma loja.
5) Os fatos de uma história acontecem em um tempo. Nessa
história, os fatos acontecessem durante:
(A) Uma sequência de
vários
dias.
(C) O período de um dia
inteiro.
(B) Durante
uma
conversa.
(D) O período de uma noite
inteira.
6) O início da crônica é contado por um narrador. Esse
narrador age como se estivesse:
(A) Com os
personagens.
(C) Com o leitor da
crônica.
(B) Consigo mesmo.
(D) Com outro narrador.
7) Em um momento da crônica, o comprador diz “[...] a
palavra me escapou por completo [...]”, o que isso significa?
Ele não lembrava o
nome do objeto.
8) Ao
perceber que o comprador não consegue descrever o que deseja, o vendedor sugere
que ele:
(A) Desista
(B) mostre com as
mãos
(C)
desenhe
(D) aponte.
9) Em sua opinião, o vendedor foi paciente? Copie uma
frase que justifique sua resposta:
Sim. “Ah — tem clique. É elétrico.”
10) Ordene de acordo com os fatos ocorridos na crônica:
( 4 ) Tente
descrevê-la outra vez. Quem sabe o senhor desenha para nós?”
( 1 ) Que
cabeça a minha. A palavra me escapou por completo.
( 5 ) É inteiriço.
Tenho quase certeza de que é inteiriço.
( 2 ) Uma espécie
de, como é que se diz? De sulco.
( 6 ) Mas do jeito
que o senhor descrevia parecia uma coisa enorme, cavalheiro!
( 3 ) Bom, eu
preciso saber mais sobre o, a, essa coisa.
A crônica conta uma história
sobre fatos que se aproximam daqueles que acontecem com as pessoas no dia a
dia. E como toda a narrativa, a crônica apresenta um enredo, que apresenta:
Situação inicial –
complicação – clímax (momento de tensão) – desfecho.
Agora
marque a alternativa que melhor se refere a cada parte do enredo dessa crônica:
a) Situação
inicial:
(A) Duas pessoas se
encontram na rua.
(B) Um
comprador entra numa loja.
(C) Um vendedor discute
com o comprador.
b) Complicação:
(A) O comprador que
comprar algo que a loja não tem.
(B) O vendedor não dá
atenção ao comprador.
(C) O comprador não consegue comunicar o que quer comprar.
c) Clímax:
(A) O vendedor pede a
paciência.
(B) O
comprador quer chamar o gerente.
(C) O comprador não sabe
desenhar.
d) Desfecho:
(A) O vendedor
fala a palavra que faz o comprador lembrar o nome do objeto que estava
procurando.
(B) O comprador
lembra-se da palavra e diz ao vendedor.
(C) O comprador e
o vendedor não se entendem.