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domingo, 11 de setembro de 2022

POEMA 6º ANO INTERPRETACAO

 

POEMA: BASTA

Agora Chega!

Chega de obedecer

E de ficar calado

Chega de ter que fazer

tudo o que eu nao quero

e acho errado

Agora chega!

Chega de comer pepino

E de engolir ovo quente

Chega de dormir cedo

E acordar mais cedo ainda,

Chega de visitar a avo,

a tia, a prima, o primo, o padrinho...

chega de prestar contas

do banho tomado,

 

da roupa escolhida,

do uniforme da escola,

da nota da prova,

de cada segundo,

de cada respiro!

Chega, chega...e chega!

Liberdade ainda que tarde!

Independencia ou morte!

Manheeeee!

Onde esta a minha roupa de goleiro?

Paieeeee!

Quero a minha mesada!

(Carlos Queiroz Telles)

 

Questões sobre o texto:

1.  Ha um protesto que atravessa todo o texto. Esse protesto se faz por meio de uma palavra que se repete. Que palavra e essa?

2. Destaque do texto algumas ações que a pessoa não quer mais fazer.

3.  E você, o que não aguenta mais fazer em sua casa?

4. A repetição num texto reforça ideias. Que ideia aparece reforçada durante o texto?

5. Esse tipo de comportamento e próprio de gente de qual idade?

6. Quem fala no texto e do sexo masculino ou feminino? Por que?

7. Você se identifica com o eu lírico que fala no texto? Por quê?

8. O poema pode ser dividido em duas partes. Cada parte tem um sentido. As duas partes se juntam para construir o sentido do texto. Indique onde começa e termina cada parte. Depois explique o sentido de cada parte.

9. A 6ª estrofe e formada por dois gritos de liberdade famosos na historia do Brasil. Explique-os.

10.  Relacione esses gritos com a principal vontade de quem fala no texto.

11. A mudança do comportamento na final do texto deixa as ideias engraçadas? Explique.

12. Como e o seu comportamento em relação aos pais?


01 – Marque a opção cujo vocábulo grifado possui classe gramatical distinta dos demais:

a)   “De engolir ovo quente”.

b)   “Chega de prestar contas”.

c)   “Da nota da prova”.

d)   “De cada respiro”.

e)   “Liberdade ainda que tarde!”.

02 – O poema demonstra o desejo de o eu lírico tornar-se independente e de ficar livre das exigências feitas pelos pais. Tal postura de independência só não se comprova no verso.

a)   Dois.

b)   Oito.

c)   Dez.

d)   Doze.

e)   Vinte e cinco.

03 – Há um protesto que atravessa todo o texto. Esse protesto se faz por meio de uma palavra que se repete muitas vezes.

a)   Que palavra é essa?

“Chega”.

b)   A repetição, num texto, reforça ideias. Que ideia aparece reforçada durante todo o texto?   

A ideia de liberdade.         

c)   Copie, do texto, algumas ações que a pessoa que fala não quer mais fazer.

Obedecer / ficar calado / de fazer tudo que eu não quero / de comer pepino / de engolir ovo quente, de dormir cedo, etc.

d)   No poema tem palavras que indiquem o sexo de quem fala. (O eu lírico) copie o verso.

“...e de ficar calado”.

O eu lírico é masculino.

e)   A mudança no comportamento do menino ao final do texto deixa as ideias engraçadas. Explique por quê.  

Na última estrofe ele desfaz tudo que falou, pois se mostra superdependente de sua mãe e de seu pai.            


PAI, ME COMPRA UM AMIGO? ROMANCE FRAGMENTO INTERPRETAÇÃO BNCC

 

PAI, ME COMPRA UM AMIGO? (FRAGMENTO )

BNCC - (EF67LP28) Ler, de forma autônoma, e compreender – selecionando procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes objetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes –, romances infantojuvenis, contos populares,...

PDF do livro :  https://pdfcookie.com/documents/pai-me-compra-um-amigo-02565x9q4kl1
   Bebeto olhou o sinal de tráfego. Cor era coisa que confundia mesmo. Confundia só,
não. Via tudo preto, branco e cinza mais forte ou mais fraco. O sol não era amarelo, o céu
não  era  azul,  a  mata  não  era  verde.  Na  vida  do  menino  tudo  era  mais  ou  menos
complicado. Nada se resolvia a favor.
   - O menino nasceu de sete meses! –vivia dizendo a mãe.
   Bebeto levou tempo para descobrir que as crianças nascem de nove.
   Quando quis andar não houve nem rebuliço. Não teve aquele apoio de entusiasmo de
todo mundo, gente torcendo, pai suando comovido, mãe de lágrimas na boca de espera,
avó já aprontando conquista do neto. Não. Quando tentou o primeiro passo, foi só uma
palmada da babá, que estava vendo novela. Andar era coisa errada, pelo visto. Sentiu,
mais  do  que  compreendeu,  que  pensamento  de  criança,  no  começo,  é  sentimento
purinho. E olhe lá!
   Bebeto lembrou do dia em que sonhou ter um cachorro só para ele, isto já com cinco
anos.
   E explicava:
- Eu não tenho irmão. Cachorro serve.
   - Cachorro dá hidrofobia – disse a avó.
   - Dá o quê?
   - Doença!
   - Mas a gente cuida dele, ué!
   - Apartamento não é lugar pra cachorro – decreta o pai – e sabe quanto um gigante
desses custa só em comida?
   - Eu quero um pequenininho.
   Bebeto dizia potenininho. Precisava corrigir.
   - Pequeno é pior ainda. Fica doente à toa.
   - Então eu quero um amigo. Você compra?
   O pai, Ronaldo, bom administrador de empresa, mas péssimo psicólogo, explodiu, sem
perceber direito o que o garoto pedia:
    - E onde é que a gente vai fabricar um amigo pra você?
   Bebeto se sentia rejeitado mesmo. A mãe não tinha tempo para ele. Era artista. Não
artista de televisão. Pintura. Muita gente dizia até que era boa. Pintava umas coisas,
como é mesmo?... ah, sim!...abstratas.

Fonte: Pedro Bloch. Pai, me compra uma amigo? Ed. De Ouro, 1977 págs. 7 a 9)
a) Enumere corretamente as palavras aos seus sinônimos:
(1) rejeitado                                     (    ) observador
(2) tráfego                                        (    ) fora da realidade
(3) abstratas                                     (    ) recusado
(4) psicólogo                                    (    ) trânsito
  
b) Indique a personagem a quem são atribuídas as seguintes falas:
     a) - Eu não tenho irmão. (...........................................................)
     b) - Cachorro dá hidrofobia. (....................................................)
     c) - Apartamento não é lugar para cachorro. (..............................)
     d) - Então eu quero um amigo. (....................................................)
c) Responda com atenção:
a) Quais são os personagens do texto? Indique suas características interiores.
b) “O sol não era amarelo, o céu não era azul, a mata não era verde.” Por que o mundo
de Bebeto era sem cor?
c) Quais são os motivos que levam Bebeto a ser tão carente?
d) O que indica o fato de o menino pedir um amigo ao pai?
e) O que Bebeto esperava de sua família?

 

 

PARTE II

01 – O título deste texto, “Pai, me compra um amigo? Também é uma frase interrogativa. Qual seria a diferença de significado se a frase fosse exclamativa?

      Pareceria uma ordem.

02 – O texto é uma narração em 1ª ou em 3ª pessoa? Justifique sua resposta.

      Em 3ª pessoa. Espera que o aluno identifique os verbos e pronomes que determinam que a narração é em 3ª pessoa.

03 – O narrador, neste caso, é personagem?

      Não

04 – Descreva o filho de Lúcia.

      Parece ser um menino tímido, que tem medo de dizer as coisas como afirma o texto: “Mal acabou de dizer, levou até um susto com as próprias palavras.

05 – E como são os pais do menino? Retornando ao texto, procure descobrir suas características.

      As características da mãe estão descritas nas linhas: 6-7; 20-21-22; 32-33.

      As características do pai estão nas linhas: 8-9; 28-29-30; 34-35.

06 – Aquilo saiu sem querer”. O pronome “aquilo” não se refere somente à pergunta feita pelo menino. A que mais pode se referir?

      Pode referir-se ao sentimento do menino, à sua angustia.

07 – Qual a diferença de significado entre as frases a seguir?

I – “Achava que qualquer manifestação de afeto era tolice”.

II – “Achava que uma manifestação de afeto qualquer era tolice”.

      A “I” toda manifestação de afeto seria considerada tolice. Na “II” apenas algumas manifestações, consideradas menores, seriam tolice.

08 – Identifique o significado da palavra “justo” na frase a seguir: “Abraçou-o, mas, entre eles, estava o neném, que tinha vindo para mamar justo naquela hora”.

      Significado de exatamente.

09 – O emprego de justo na questão anterior permite concluir o quê sobre o comportamento do neném?

      Permite concluir que ele não foi bem-vindo pelo menino, que atrapalhou o carinho da mãe.

10 – O que representa a presença do neném, no meio do abraço da mãe? Justifique.

      Representa um intruso, alguém que roubou um momento mágico, que chegou na hora errada.

11 – “Só que há gente que mostra isso com abraço e beijo. Outras mostram sentindo. Só sentindo.” Como é possível perceber o que uma pessoa sente quando ela não se expressa por palavras?

      Observando os gestos, as expressões, as circunstâncias.

12 – “Talvez também tivesse ocorrido o problema do filho mais querido...” Que problema seria esse?

      O problema de um irmão acreditar que o outro é mais querido.


AUTORRETRATO- NO RETRATO QUE ME FAÇO - ATIVIDADE

 

No retrato que me faço

– traço a traço –

às vezes me pinto nuvem,

às vezes me pinto árvore...

às vezes me pinto coisas

de que nem há mais lembrança...

ou coisas que não existem

mas que um dia existirão...

e, desta lida, em que busco

– pouco a pouco –

minha eterna semelhança,

no final, que restará?

Um desenho de criança...

Terminado por um louco!

a) Agora registre abaixo seus gostos, medos e sonhos.

a) O que mais gosto de fazer é .............................................

b) Minha diversão preferida é ................................................

c) O programa de televisão de que mais gosto é ......................

d) Minha comida predileta é ..................................................

e) Meus amigos mais queridos são ..........................................

f) Eu não gosto de ...............................................................

g) Tenho medo de ................................................................

h) Meu sonho é ...................................................................

i) Eu adoro .........................................................................

O NOME FEIO INTERPRETAÇÃO

 

O NOME FEIO

 

Não tinha jeito! O Chico não gostava do nome dele e pronto...

– Mãe, por que você foi escolher o nome de Francisco para mim? Eu não gosto desse nome porque vira

Chico e o João falou que Chico é nome até de macaco.

A mãe dele não sabia direito o que responder. Afinal, quando ela era pequena, também não gostava de

seu nome. As crianças viviam fazendo gozação:

– Ivete canivete põe no fogo e a mão derrete!

Foi pensando nisso que ela argumentou:

– Sabe Chico, quando a gente é pequeno, a gente não gosta do nome. Acho que isso acontece com todo mundo...

O Chico nem deixou que ela terminasse:

– Com todo mundo, nada. O João gosta do nome dele. Ele já me falou. O meu é que é feio. De hoje em diante o meu nome vai ser Pli, como você me chama. Esse eu acho bonito! Falou convicto.

De fato, desde que Chico era pequeno, sua mãe o chamava carinhosamente de Pli. E, por isso, o pai e a Joana – que era a moça que cuidava dele – também passaram a chamá-lo assim. E ele adorava. Nunca ninguém tinha feito gozação com esse nome.

Ao contrário de Chico, que sempre vinha com uma brincadeirinha besta:

– Chico, cara de penico! – incomodavam seus amiguinhos na escola.

No começo ele até que não ligava muito. Mas, com o passar do tempo, cada vez mais gente ficava falando isso. Até gente grande!

Ele tinha vontade de falar um daqueles palavrões bem feios. Às vezes até falava. E falava com gosto. Ora! Que coisa mais chata era aquilo. Será que ninguém percebia que enchia o saco?

BRENTAN, Salete. Revista Alegria. São Paulo. n.60, 1978

 

1) Converse com seus colegas sobre o texto. Abaixo há um roteiro com algumas ideias que podem ajudá-los nessa conversa.

a) Qual era a “bronca” do menino?

b) Você concorda com ele?

c) Que idade você acha que o menino tem?

d) Você tem alguma “bronca” parecida?

e) Você que leu o texto “O nome feio”, registre aquilo que achou mais interessante no texto.

 

2) O texto “O nome feio” é uma narrativa. Há um narrador que vai contando os fatos das personagens que participam da história. Sabendo disso, resolva as questões abaixo:

a) Retire do texto um trecho em que o narrador conta alguma coisa da história.

b) Identifique os personagens do texto.

 

CRONICA - RITA - TEXTO PEQUENO - INTERPRETAÇÃO

 

RITA

        No meio da noite despertei sonhando com minha filha Rita. Eu a via nitidamente, na graça de seus cinco anos.

      Seus cabelos castanhos - a fita azul - o nariz reto, correto, os olhos de água, o riso fino, engraçado, brusco...

      Depois um instante de seriedade; minha filha Rita encarando a vida sem medo, mas séria, com dignidade.

     Rita ouvindo música; vendo campos, mares, montanhas; ouvindo de seu pai o pouco, o nada que ele sabe das coisas, mas pegando dele seu jeito de amar - sério, quieto, devagar.

       Eu lhe traria cajus amarelos e vermelhos, seus olhos brilhantes de prazer, eu lhe ensinaria a palavra cica, e também a amar os bichos tristes, a anta e a pequena cutia; o córrego; e a nuvem tangida pela viração.

      Minha filha Rita em meu sonho me sorria - com pena deste seu pai, que nunca teve.

RUBEM BRAGA RUBEM BRAGA

 

a- O texto RITA é :

( ) um poema.

( ) uma reportagem

(x ) uma crônica

( ) um anúncio

 

b- Quem é a Rita?

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c- Quais são as características físicas de Rita?

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d- Quais são as características psicológicas do pai de Rita?

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e- O que é mais triste nesta história?

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2-Circule a locução adjetiva em: “os olhos de água”

3-Sublinhe os adjetivos:

“fita azul” “Cabelos castanhos” “pequena cutia” “bichos tristes”

4- Classifique os pronomes destacados:

pronome pessoal reto - pronome pessoal oblíquo – pronome possessivo

“Eu lhe traria cajus amarelos...” “... seus olhos brilhariam “... em meu sonho me sorria”

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5- A palavra destacada nos trechos é artigo definido ou pronome pessoal oblíquo? Justifique sua resposta.

“ Eu a via nitidamente...” “ com pena deste pai que nunca a teve”

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6- Encontre no trecho a seguir quatro substantivos e classifique-os:

“...minha filha Rita encarando a vida sem medo...”

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MÃE NÃO FAZ NADA - INTERPRETAÇÃO 6º E 7º ANO CONTO

 MAMÃE NÃO FAZ NADA

       Era uma vez uma mulher que perdeu seu nome de registro, ou melhor, trocou-o por outro muito usado: o de Mãe. Sendo mãe, tornou-se uma pessoa essencialmente chata. A maior cobradora da paróquia: faça isso, faça aquilo...

       O relógio toca. Começa a batalha.

      - Vamos acordar pessoal!

      Corre ligar a água para o café. O leite também (quando tem).

      - Vamos, crianças, vistam o uniforme.

      O pai já está no banho.

      - Rápido. Tem aula.

      Coa o café, serve a mesa.

      - Vamos pessoal. Olha a hora. Comam todo o pão. Escovem os dentes.

       Trocou de roupa, tirou a mesa, limpou a louça do café. Arrumou as camas. Varreu a casa. Retirou o pó dos móveis. Chegou o verdureiro. Feitas as compras, corre ao açougue. Aproveita a saída e passa pelo banco e paga as contas de água e luz. Volta correndo. Faz o almoço. Olha o relógio. Está na hora do marido e das crianças chegarem.

     Chegaram. Serve o almoço.

     - Menino, não belisque sua irmã!

     O pai pede que lave seu macacão. Conta que hoje o trabalho melhorou um pouco, mas é para cuidar das despesas. Breve repouso e volta ao serviço.

     A mãe lava a louça do almoço. A filha seca os pratos e o filho os talheres e se manda para o quintal. O cachorro aparece com os pelos da cauda bem aparados.

    - Esse menino! Foi por isso que ele pegou a tesoura...

    - Crianças, façam a lição.

    - Sim, claro, arranjar figuras para a tarefa de Geografia. Costurar a barra da calça do menino. Pregar botão na blusa da menina.

    - Mãe, amanhã é aniversário da professora. Tenho que levar um bolo.

     Pronto, o bolo está no forno. Enquanto assa, lava o macacão.

     - Vamos ao dentista. Cuidado ao atravessar a rua.

    Passam na panificadora. Voltam para casa.

    - Tomem banho!

    Providenciar o jantar.

    - Não gosta de ovo? Tem que comer. Faz bem para a saúde. Fiquem quietos. Deixem o pai assistir o noticiário sossegado. Ele está cansado. Trabalhou o dia todo.

    - Vão para o banho! Já arrumaram o material para a aula de amanhã? Mas que turma! Desde que chegamos do dentista estou dizendo pra irem pro banho.

    Todos deitados. Verificação total da casa. Deixar mesa arrumada para o café matinal.

    Ora, veja! O menino esqueceu-se de guardar o caderno.

    Abriu-o. Deu uma olhada na lição. Ele preencheu uma página com dados pessoais: seu nome completo, data de nascimento, local, e também dados familiares. Profissão do pai: mecânico. Profissão da mãe: não faz nada, só fica em casa...

(Autor desconhecido)

 MAMÃE NÃO FAZ NADA

       Era uma vez uma mulher que perdeu seu nome de registro, ou melhor, trocou-o por outro muito usado: o de Mãe. Sendo mãe, tornou-se uma pessoa essencialmente chata. A maior cobradora da paróquia: faça isso, faça aquilo...

       O relógio toca. Começa a batalha.

      - Vamos acordar pessoal!

      Corre ligar a água para o café. O leite também (quando tem).

      - Vamos, crianças, vistam o uniforme.

      O pai já está no banho.

      - Rápido. Tem aula.

      Coa o café, serve a mesa.

      - Vamos pessoal. Olha a hora. Comam todo o pão. Escovem os dentes.

       Trocou de roupa, tirou a mesa, limpou a louça do café. Arrumou as camas. Varreu a casa. Retirou o pó dos móveis. Chegou o verdureiro. Feitas as compras, corre ao açougue. Aproveita a saída e passa pelo banco e paga as contas de água e luz. Volta correndo. Faz o almoço. Olha o relógio. Está na hora do marido e das crianças chegarem.

     Chegaram. Serve o almoço.

     - Menino, não belisque sua irmã!

     O pai pede que lave seu macacão. Conta que hoje o trabalho melhorou um pouco, mas é para cuidar das despesas. Breve repouso e volta ao serviço.

     A mãe lava a louça do almoço. A filha seca os pratos e o filho os talheres e se manda para o quintal. O cachorro aparece com os pelos da cauda bem aparados.

    - Esse menino! Foi por isso que ele pegou a tesoura...

    - Crianças, façam a lição.

    - Sim, claro, arranjar figuras para a tarefa de Geografia. Costurar a barra da calça do menino. Pregar botão na blusa da menina.

    - Mãe, amanhã é aniversário da professora. Tenho que levar um bolo.

     Pronto, o bolo está no forno. Enquanto assa, lava o macacão.

     - Vamos ao dentista. Cuidado ao atravessar a rua.

    Passam na panificadora. Voltam para casa.

    - Tomem banho!

    Providenciar o jantar.

    - Não gosta de ovo? Tem que comer. Faz bem para a saúde. Fiquem quietos. Deixem o pai assistir o noticiário sossegado. Ele está cansado. Trabalhou o dia todo.

    - Vão para o banho! Já arrumaram o material para a aula de amanhã? Mas que turma! Desde que chegamos do dentista estou dizendo pra irem pro banho.

    Todos deitados. Verificação total da casa. Deixar mesa arrumada para o café matinal.

    Ora, veja! O menino esqueceu-se de guardar o caderno.

    Abriu-o. Deu uma olhada na lição. Ele preencheu uma página com dados pessoais: seu nome completo, data de nascimento, local, e também dados familiares. Profissão do pai: mecânico. Profissão da mãe: não faz nada, só fica em casa...

(Autor desconhecido)

 

INTERPRETAÇÃO TEXTUAL

1.  Por que a mãe se tornou uma pessoa essencialmente chata?

2. Releia: “O relógio toca, começa a batalha”. A que batalha o narrador se refere?

3. Você concorda com a ideia do filho de que a “mãe não faz nada, só fica em casa”? Justifique.

4.  Houve algum tipo de reconhecimento por parte do filho? Por quê?

5. A mãe sempre diz que o pai está cansado, reconhece que ele trabalhou bastante. O pai em algum momento diz que a mãe trabalha ou está cansada? Comente.

6. Levante hipóteses: Qual foi a reação ou o sentimento da mãe ao ler aquela resposta na atividade do filho?

7. As mães são pessoas que apresentam diariamente seus defeitos e qualidades. Você acha que as mães, muitas vezes, não são bem interpretadas pelos filhos? Por quê?

8. Você acha que as pessoas que se dedicam exclusivamente aos cuidados da casa NÃO são bem valorizadas pela sociedade ou até mesmo pelos membros da família? Por quê?

9. Pensando no final do texto: ”Profissão da mãe: não faz nada, só fica em casa.” Escreva como você acha que um bom trabalhador deve se comportar em seu trabalho?

10. Assinale com um X a alternativa correta.

a) ( ) O narrador-personagem conta a história em 1ª pessoa - participa como personagem.

b) ( ) O narrador-observador conta a história em 3ª pessoa, sem participar das ações

11. Preencha em seu caderno os dados pessoais abaixo:

a) Seu nome completo:

b) Data de nascimento:

c) Local:

d) Familiares:

e) Profissão do pai:

f) Profissão da mãe.

12. “Chegou o verdureiro. Feitas as compras, corre ao açougue” O fragmento em destaque permite inferir que:

a) A mãe fez as compras no mercado.

b) A mãe fez as compras, mas esqueceu de comprar carne.

c) A mãe comprou verduras.

d) O verdureiro estava cansado.

13. “Todos deitados. Verificação total da casa.” De acordo com o trecho entre aspas:

a) A mãe foi a última a se deitar.

b) Todos estavam deitados, inclusive a mãe.

c) A mãe foi verificar se a casa estava fechada.

d) A mãe estava sem sono.

 

 

14. “Breve repouso e volta ao serviço.” De acordo com o texto quem volta ao serviço?

a) O pai

b) O menino

c) A mãe

d) A irmã

15. Escreva a sequência de serviços que a mãe faz:

a) Até a hora do almoço.

______________________________________________________________________________________

b) Depois do almoço até a janta.

_____________________________________________________________________________________

c) Após todos deitarem.

_____________________________________________________________________________________

16. O TEMA do conto é:

a) Os trabalhos domésticos.

b) A falta de valorização do trabalho doméstico pela família e pela sociedade.

c) A falta de sensibilidade dos filhos pela preocupação dos pais.

d) A dupla jornada de trabalho das mulheres pobres.

Adaptado de: FONTE: PDF Professores de Língua Portuguesa Rede Municipal de Ensino de Morro da Fumaça - SC