PáginasDESCRITOR

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

MINICONTO - PATINHO FEIO

 MINICONTO - PATINHO FEIO

          Entre as baixinhas, seu apelido era Girafa. Sofreu muito, se achando mesmo esquisita. Até que num belo dia, na praça de alimentação do shopping, foi abordada por um caça-talentos dizendo-lhe que na verdade ela não era o patinho feio da turma, mas um belo cisne, que tinha as medidas ideais para virar top model, só faltava o traquejo, o que era fácil de adquirir freqüentando o curso que ele ministrava, com direito a diploma e book no final, tudo por uma bagatela que podia ser parcelada em dez vezes no cheque.

Adeus conto de fadas(Leonardo Brasiliense)

1. Levando em conta a finalidade do gênero textual miniconto, podemos inferir que:

a) O caça-talentos pretendia ajudar a moça, pois ela tinha as medidas ideais,

b) O caça talentos pretendia vender um curso para a moça.

c) Virar top model é fácil, basta ter traquejo

d) Virar top model é fácil, mas precisa fazer um curso

 

2. O título do miniconto PATINHO FEIO faz referência a um conto de fadas em que o Patinho Feio no final se torna em um lindo cisne. De acordo com as diferenças dos gêneros em questão podemos inferir que

a) A menina vira um belo cisne

b) A menina vira uma top model

c) A menina não vira top model, pois não tem dinheiro para pagar o curso.

d) A menina não vira top model, pois o curso não garante o sucesso.

 

3. A palavra traquejo significa:

a) fama

b) empresário

c) prática

d) produtor

 

4. A palavra bagatela na visão do caça talentos significa:

a) muito dinheiro

b) pouco dinheiro

c) objeto de pouco valor

d) coisa sem importância

domingo, 12 de novembro de 2023

PORTA DE COLÉGIO - CRÔNICA

 CRÔNICA INTERPRETAÇÃO PORTA DE COLEGIO

 Porta de Colégio

          Passando pela porta de um colégio, me veio uma sensação nítida de que aquilo era a porta da própria vida. Banal, direis. Mas a sensação era tocante. Por isto, parei, como se precisasse ver melhor o que via e previa.

           Primeiro há uma diferença de clima entre aquele bando de adolescentes espalhados pela calçada, sentados sobre carros, em torno de carrocinhas de doces e refrigerantes, e aqueles que transitam pela rua. Não é só o uniforme. Não é só a idade. É toda uma atmosfera, como se estivessem ainda dentro de uma redoma ou aquário, numa bolha, resguardados do mundo. Talvez não estejam. Vários já sofreram a pancada da separação dos pais. Aprenderam que a vida é também um exercício de separação. Um ou outro já transou droga, e com isto deve ter se sentido (equivocadamente) muito adulto. Mas há uma sensação de pureza angelical misturada com palpitação sexual, que se exibe nos gestos sedutores dos adolescentes. Ouvem-se gritos e risos cruzando a rua. Aqui e ali um casal de colegiais, abraçados, completamente dedicados ao beijo. Beijar em público: um dos ritos de quem assume o corpo e a idade. Treino para beijar o namorado na frente dos pais e da vida, como quem diz: também tenho desejos, veja como sei deslizar carícias.

          Onde estarão esses meninos e meninas dentro de dez ou vinte anos?

          Aquele ali, moreno, de cabelos longos corridos, que parece gostar de esportes, vai se interessar pela informática ou economia; aquela de cabelos loiros e crespos vai ser dona de butique; aquela morena de cabelos lisos quer ser médica; a gorduchinha vai acabar casando com um gerente de multinacional; aquela esguia, meio bailarina, achará um diplomata. Algumas estudarão Letras, se casarão, largarão tudo e passarão parte do dia levando filhos à praia e praça e pegando-os de novo à tardinha no colégio. Sim, aquela quer ser professora de ginástica. Mas nem todos têm certeza sobre o que serão. Na hora do vestibular resolvem. Têm tempo. É isso. Têm tempo. Estão na porta da vida e podem brincar.

          Aquela menina morena magrinha, com aparelho nos dentes, ainda vai engordar e ouvir muito elogio às suas pernas. Aquela de rabo-de-cavalo, dentro de dez anos se apaixonará por um homem casado. Não saberá exatamente como tudo começou. De repente, percebeu que o estava esperando no lugar onde passava na praia. E o dia em que foi com ele ao motel pela primeira vez ficará vivo na memória.É desagradável, mas aquele ali dará um desfalque na empresa em que será gerente. O outro irá fazer doutorado no exterior, se casará com estrangeira, descasará, deixará lá um filho - remorso constante. Às vezes lhe mandará passagens para passar o Natal com a família brasileira.

          A turma já perdeu um colega num desastre de carro. É terrível, mas provavelmente um outro ficará pelas rodovias. Aquele que vai tocar rock vários anos até arranjar um emprego em repartição pública. O homossexualismo despontará mais tarde naquele outro, espantosamente, logo nele que é já um don juan. Tão desinibido aquele, acabará líder comunitário e talvez político. Daqui a dez anos os outros dirão: ele sempre teve jeito, não lembra aquela mania de reunião e diretório?

          Aquelas duas ali se escolherão madrinhas de seus filhos e morarão no mesmo bairro, uma casada com engenheiro da Petrobrás e outra com um físico nuclear. Um dia, uma dirá à outra no telefone: tenho uma coisa para lhe contar: arranjei um amante. Aconteceu. Assim, de repente. E o mais curioso é que continuo a gostar do meu marido.

           Se fosse haver alguma ditadura no futuro, aquele ali seria guerrilheiro. Mas esta hipótese deve ser descartada.

          Quem estará naquele avião acidentado? Quem construirá uma linda mansão e um dia convidará a todos da turma para uma grande festa rememorativa? Ah, o primeiro aborto! Aquela ali descobrirá os textos de Clarice Lispector e isto será uma iluminação para toda a vida. Quantos aparecerão na primeira página do jornal? Qual será o tranquilo comerciante e quem representará o país na ONU?

          Estou olhando aquele bando de adolescentes com evidente ternura. Pudesse passava a mão nos seus cabelos e contava-lhes as últimas estórias da carochinha antes que o lobo feroz os assaltasse na esquina. Pudesse lhes diria daqui: aproveitem enquanto estão no aquário e na redoma, enquanto estão na porta da vida e do colégio. O destino também passa por aí. E a gente pode às vezes modificá-lo.

 

(Afonso Romano de Sant`Anna)


1. Quem de nós não estará aqui no final no ano?

_______________________________________________________________

2. Escreva o nome de cinco amigos ou pessoas que você conhece e imagine o que acontecerá com eles no futuro.

1.__________________________

____________________________________________________________

2.___________________________

_______________________________________________________________

3.__________________________

______________________________________________________________

4._________________________

______________________________________________________________

5._________________________

_____________________________________________________________

 

3. E você como imagina que será sua vida no futuro?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

 

 

4. A palavra banal significa:

a) bananal  

b) comum   

c) incomum 

d) sobrenatural

 

5. Podemos substituir a palavra TOCANTE no texto mantendo o mesmo sentido por;

a) comovente

b) conivente

c) envolvente

d) sobrevivente

 

6. No segundo parágrafo a palavra REDOMA só não significa:
a) aquário

b) bolha

c) campânula

d) redobrar

 

7. “Banal, direis.” O narrador se dirige ao leito com o pronome:

a) eu

b) você

c) tu

d) vós

 

8. Marque a alternativa errada sobre o futuro da personagem.

a) Aquele ali, moreno, de cabelos longos (...) vai se interessar pela informática ou economia;

b) aquela de cabelos loiros e crespos vai ser dona de pet shop;

c) aquela morena de cabelos lisos quer ser médica;

d) a gorduchinha vai acabar casando com um gerente de multinacional;

e) aquela esguia, meio bailarina, achará um diplomata.

 

9. O texto Porta de Colégio é:

a) um texto de opinião

b) uma crônica

c) um conto

d) uma notícia

 

10. No segundo parágrafo do  texto Porta de Colégio há predominância de:

a) narração

b) descrição

c) argumentação

d) injunção

MAIS ATIVIDADES SOBRE ESSE TEXTO

MARCAR X

https://professordiorges.blogspot.com/2017/02/cronica-interpretacao-porta-de-colegio.html


LIVRO DO CEREJA

https://professordiorges.blogspot.com/2019/05/porta-de-colegio-cronica-cereja-p-82-10.html


sábado, 4 de novembro de 2023

PRECONCEITO-DISCRIMINAÇÃO DRAPETOMANIA E MALANDRAGEM

 DRAPETOMANIA E MALANDRAGEM



https://angelanatel.wordpress.com/2023/07/30/drapetomania/

https://www.mundogump.com.br/drapetomania-a-doenca-da-busca-pela-liberdade/

 Obs.: atividade para incentivar a luta contra o preconceito e discriminação.

          Em 1851, o proeminente médico americano Samuel Adolphus Cartwright observou escravos negros que fugiram do cativeiro e percebeu que ali estava uma doença!
“ Drapetomania, ou a doença que faz os negros fugirem ” foi o título de seu trabalho, explicando que um escravo normal jamais iria querer a liberdade. E se escapassem, só poderiam estar doentes, na visão de Cartwright.

          Se um escravo se torna “mal-humorado e insatisfeito sem motivo”, ele pode ter contraído a drapetomania e isso indicaria que ele está prestes a fugir. Cartwright recomendou a solução: “tirar o diabo deles” até que se tornassem submissos novamente, o estado ao qual um escravo “normal” deveria pertencer.

           Um remédio alternativo era tornar a fuga impossível. Como?  Amputando o dedão do pé de ambos os pés do escravo. Daí a cura da “doença”.

           Olhando para isso de onde estamos hoje, que é tecnicamente “o futuro”, podemos ver facilmente que algo totalmente canhestro estava ocorrendo. Em vez de tratar os escravos negros como pessoas, Cartwright assumiu que o lugar de um escravo era permanecer escravo. 

         Ele usou a Bíblia como evidência, tomando seções falando sobre a fidelidade de um servo ao senhor afim de justificar suas afirmações de que os escravos deveriam ser tratados como pouco mais que crianças. Crianças a serem chicoteadas. Esse ponto de vista o levou a fazer algumas contribuições suspeitas e pseudocientíficas ao racismo científico. Ele até acreditava que a preguiça do escravo era também um sintoma patológico.

          Dysaesthesia aethiopica, ou “malandro”, como era chamado pelos proprietários de escravos, explicava a aparente falta de vontade de trabalhar demonstrada pelos escravos. Essa doença mental era única, porém, na medida em que apresentava sintomas físicos no corpo. Um nível diminuído de sensibilidade da pele e lesões em todo o corpo estavam presentes em todos os casos de “malandragem”. Cartwright ignorou a possibilidade de que “expulsar o diabo deles na chibata” tivesse causado isso e surgiu com uma cura engenhosa para a doença:

“ A melhor forma de estimular a pele é, primeiro, lavar bem o paciente com água morna e sabão; depois, untá-lo todo com óleo e colocar o óleo com uma larga tira de couro; em seguida, colocar o paciente em algum tipo de trabalho árduo ao sol. Ou seja, o remédio era meter porrada e botar o cara pra trabalhar duro.

(...)

 

1. A drapetomania atingia que grupo específico?

a) somente homens

b) somente mulheres

c) somente brancos

d) somente negros

 

2. O diagnóstico da doença drapetomania era:

a) baseado em estudos científico

b) baseado no conhecimento popular

c) baseado em estudos da Bíblia

d) baseado em preconceitos

 

3. Outra doença descoberta pelo médico americano foi a malandragem e possuía como sintomas, EXCETO  :

a) falta de vontade de trabalhar

b) lesões por todo corpo

c) nível diminuído de sensibilidade da pele

d) mal-humor e insatisfação.

 

4. De acordo com o texto  que causava os sintomas físicos no corpo dos negros?

a) Dysaesthesia aethiopica, ou “malandro

b) “expulsar o diabo deles na chibata”

c) falta de vontade de trabalhar

d) a doença mental

5. Assinale a alternativa que apresenta um FATO.

a) E se escapassem, só poderiam estar doentes

b) Ele usou a Bíblia como evidência

c) Olhando para isso de onde estamos hoje, que é tecnicamente “o futuro”,

d) Se um escravo se torna “mal-humorado e insatisfeito sem motivo”, ele pode ter contraído a drapetomania


MINICONTO - CRÔNICA - ATIVIDADES

 

Crônica

Leonardo Brasiliense

 

        Agonia de mãe. A casa é minúscula, um barraco, mas é o que ela tem. Ou tinha, porque arde, vira carvão. Os vizinhos acodem com baldes d`água. Mais por medo que o fogo se alastre que por solidariedade, mas é o que se tem.

        Agonia de mãe. Dos três filhos, os mais velhos conseguem fugir da morte, saem correndo, queimados, mas vivos. O mais novo, de colo, ela segura firme. Se houvesse próxima vez, cuidaria de trancar melhor a porta e teria os três consigo.

        Que agonia, dois ela já não tem.

(em Corpos sem pressa, Casa Verde, 2014)

 

1. De acordo com o texto podemos inferir que:

a) os filhos mais velhos conseguem fugir da morte

b) O filho mais novo é salvo pela mãe

c) A mãe pôs fogo na casa para se matar junto com os filhos

d) Os vizinhos acodem tentam apagar o fogo

 

2. A expressão “agonia de mãe” se refere ao fato de:

a) Os filhos mais velhos fugir da morte

b) A casa pegar fogo

c) Não ter trancado a porta

d) A tragédia narrada no conto.

 

3. O principal motivo das pessoas ajudarem a apagar o fogo é:

a) solidariedade

b) egoísmo

c) altruísmo

d) generosidade

 

4. Qual o título do texto?

a) Corpos sem pressa

b) Casa verde

c) Leonardo Brasiliense

d) Crônica

 

5. O texto acima é:

a) uma mini crônica

b) um mini conto

c) uma mini notícia

d) um mini artigo de opinião

 

6. A palavra agonia no texto tem o significado de:

a) aflição

b) pressa

c) indecisão

d) náusea

sexta-feira, 3 de novembro de 2023

MINICONTO - CICLO - ATIVIDADES

 

Ciclo - Leonardo Brasiliense

        No velho sobrado aqui em frente moravam dois irmãos. Não sei se eram solteiros ou viúvos, sei que eram só eles dois. Um devia ter os seus setenta anos, o outro era mais velho. O mais novo adoeceu, acho que teve Parkinson, pelo andar, e morreu. O outro continuou sozinho. Fiquei um tempo sem vê-lo, pensei que havia se mudado. Um dia eu soube que ele morreu mas só deram falta muito depois. O corpo estava tão decomposto que foi retirado do quarto aos pedaços.

        Hoje o sobrado é uma pensão. No quarto do último velho, mora uma mocinha que parece ter dezessete anos. Quando tinha essa idade, eu me esforçava para juntar pedaços estranhos a mim e me compor inteiro para começar a vida.

FONTE: Corpos sem pressa, Casa Verde, 2014

 

1. Antes de ler o conto levante hipóteses por que o texto se chama Ciclo?

___________________________________________________________

 

2. Sua hipótese se confirmou? Qual foi o ciclo a que o conto fez referência?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

 

3. Qual a CAUSA do corpo do irmão mais novo ser tirado do quarto aos pedaços/

______________________________________________________________

 

4. Por que o narrador acha que o irmão mais novo tinha Parkinson?

______________________________________________________________

 

5. Qual o espaço da narrativa?

_________________________________________________________

 

6. Assinale a alternativa ERRADA sobre o narrador.

a) é um homem

b) tem mais de 17 anos

c) narra o texto em 1ª pessoa – participa da história

d) narra o texto em 3ª pessoa – não participa da história.

 

7. A ÚNICA alternativa que não indica uma personagem do texto é.

a) Parkinson

b) O irmão mais novo

c) O irmão mais velho

d) O narrador

 

8. A expressão Casa Verde no final do conto se refere a:

a) editora

b) emissora

c) o velho sobrado

d) a casa do narrador

MINICONTO - NOSSO GATO - ATIVIDADES

 

ALUNO: ________________________________________TURMA:______DATA_____

Nosso gato (Leonardo Brasiliense)

          O gato não era nosso, compartilhávamos com ele a igreja em construção para nos abrigarmos da noite e da chuva. Compartilhávamos também a fome, e normalmente lhe sobrava alguma coisa, do que se catava nas lixeiras, do que se ganhava das pessoas na rua. Essa comunhão o fazia quase da família. Uma noite, chovendo há três dias sem parar, as lixeiras molhadas, as pessoas dentro de casa, a família muito grande, o que nos sobrou foi o gato.

BRASILIENSE, Leonardo. Minicontos. Porto Alegre: Metamorfose, [pag.20]. Disponível em: http://www.leonardobrasiliense.

com.br

 

1. Embora não esteja explícito, o que se pode deduzir do desfecho desse conto?

___________________________________________________________________________

 

2. Uma das características do miniconto é a concisão, ou seja, a economia de palavras. No entanto, apesar de curto, nele podem ser encontrados todos os elementos da narrativa. Para confirmar a validade dessa afirmação, localize no miniconto as informações a seguir.

a) personagens:

___________________________________________________________________________

b) espaço: (lugar)

___________________________________________________________________________

c) tempo (quando ocorreu)

___________________________________________________________________________

d) ações: (enredo)

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

e) conflito. ( problema que muda a rotina das personagens)

____________________________________________________________________________

 

3. A história é narrada em 1ª pessoa ou em 3ª pessoa? Em que marcas linguísticas você se baseou para responder?

____________________________________________________________________________

 

4. Qual o autor do miniconto Nosso Gato?

________________________________________________________

 

5. De qual livro foi retirado o miniconto Nosso Gato?

________________________________________________________

 

6. Em qual site é possível encontrar esse miniconto Nosso Gato?

________________________________________________________

 

7. Marque a alternativa correta.

a) a família recebia ajuda das pessoas da igreja

b) a família recebia ajuda das pessoas na rua

c) a família dormia na rua

d) a família dormia na chuva

 

8. Qual o significado da palavra COMUNHÃO no contexto da história?

a) compartilhamento  b) eucaristia    c) harmonia   d) contentamento

 

9. O advérbio de tempo NORMALMENTE só NÃO SIGNIFICA::

a) frequentemente           b) absolutamente    c) regularmente   d) constantemente

 

10. O assunto do texto é;

a) violência contra os animais          b) religião                c) miséria    d) violência doméstica

11. “a família muito grande, o que nos sobrou foi o gato.” O pronome NOS  se refere a:

a) família            b) família e o narrador          c) narrador     d)  o gato    

 

12. Qual a alternativa que NÃO apresenta uma das causas do destino trágico do gato de acordo com o texto.

a) chovendo há três dias sem parar,

b) as lixeiras molhadas,

c) as pessoas dentro de casa

d) o que nos sobrou foi o gato.

 

 

13. O texto Nosso Gato é um:

a) conto          b) miniconto             c) fábula    d) lenda

 

14. No miniconto há predominância do tipo de texto

a) descritivo

b) injuntivo

c) narrativo

d) argumentativo

 

14. A finalidade do miniconto é:

a) contar uma história para o leitor

b) provocar uma reflexão no leitor

c) defender um ponto de vista do autor

d) orientar o leitor a fazer uma tarefa


quarta-feira, 1 de novembro de 2023

ROMANCE - OS VIZINHOS - ATIVIDADES

 

ROMANCE CAPíTULO OS VIZINHOS

Luiz Antonio Aguiar

        Havia uma coisa com que Túlio não se conformava: morar colado ao cemitério. Principalmente quando tinha de voltar para casa já tarde da noite. Não dava para evitar passar por aqueles muros, que eram como uma larga ferradura, envolvendo a vila de casas em que Túlio vivia.

        Quando queriam implicar com Túlio, perguntavam o endereço dele: “Sepultura, número...?”.

        Ou: “Na fachada da sua casa você tem placa com número, ou uma lápide?”.

        Túlio só fazia arreganhar os dentes, num sorriso tipo sardônico, ou seja, quase uma careta – por coincidência, embora Túlio não conhecesse o significado da palavra sardônico, um sorriso desses que se diz que é sorriso de morto. No instante final. Sorriso de quem não acha graça nenhuma em morar dentro do cemitério.

        — Não exagera, Túlio. Dentro, não! — E a mãe dava uma risadinha. — Somos só vizinhos!

        — ...dos defuntos! — completava Túlio.

        Era uma discussão que não acabava. Já durava anos. Túlio tinha seus dezesseis anos, agora. Mas continuava se arrepiando quando acordava no meio da noite com uma janela batendo, ou quando o vento uivava ao entrar por uma fresta — e sempre que tinha de passar em frente aos portões do cemitério, de noite, naquela rua escura, muito escura, onde morava. — Quem já está morto não faz mal à gente — resmungava o pai de Túlio, mecânico de automóveis dono da oficina nos fundos da vila. — Tá achando que um deles vai se levantar da sepultura e... fazer o quê? Ora, garoto, francamente! Eles não estão mais interessados nas coisas deste mundo.

         Mas e se...?

         Naquela noite, então, voltando de bicicleta para casa, já bem depois das onze horas, o garoto tinha mais uma razão para estar atormentado. Dali a menos de duas semanas, ia enfrentar a prova do “livro do bimestre”. Teria de ler Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.

       Túlio havia passado a tarde no treino de vôlei — ele jogava de ponta na seleção do colégio Depois, saiu com a turma, já escurecendo; ficaram de papo, rolando de bicicleta para cima e para baixo pelo centro da cidade, e quando viu já eram onze horas.

        — Puxa, e eu ia começar a ler o livro esta noite. Agora, não vai dar!

        Então, tomou o caminho para casa. E foi quando o livro, sepultado fazia tempo no fundo da sua mochila, começou a incomodar. Principalmente no que o garoto entrou na sua rua e se lembrou do cemitério. Era o póstumas do título. Se fossem perguntar, Túlio ia logo, de preguiça, responder que não sabia o que queria dizer essa palavra. Só que em alguma ocasião já a escutara. E, caso se esforçasse um pouco, ia se lembrar de que tinha a ver com defunto. Póstumo: depois da morte. Memórias póstumas: as memórias contadas por um morto.

          Mas isso é absurdo. Como assim?... Um morto renasce, vira para a

gente e... Não, não renasce. Continua morto. Só que vira escritor, depois de morto. E para escrever suas memórias...

         E aí, quer ver um morto contando sua história? Quer descobrir como é a vida vista por um defunto? E um defunto com um jeito todo dele de ver e se lembrar dos vivos, que tal?

        Quem sabe esse papo sem palavras estivesse acontecendo na cabeça do Túlio? Assim, de ouvir dizer, de alguém já ter comentado algo sobre o livro, perto dele? Quem sabe o professor, num momento em que Túlio estava mais ou menos distraído? No entanto, o garoto não saberia dizer nem onde nem quando ouvira isso.

        Só sabia que continuava se recusando a pensar a respeito de mortos. Principalmente na hora de passar junto ao paredão, e depois diante do portão de ferro do cemitério. “Aqui terás tua eterna morada!”, estava escrito em letras forjadas também em ferro, no alto do portão.

Túlio fez uma careta ao se lembrar disso. E quase, bem naquela hora, respondia: “Nunca! Morar aí, nunca!”.

AGUIAR, Luiz Antonio. O voo do hipopótamo. 2. ed. São Paulo: Ática, 2008. p. 11-13.

 

 

1. Qual o nome do autor do romance?

_______________________________________________________

 

2. Qual o nome do livro de onde foi retirado  o capítulo Os Vizinhos?

______________________________________________________________________

 

3. Que fato incomodava Túlio?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

 

4. Quais as zoações que faziam com Túlio?

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

 

5. De acordo com o texto qual das características abaixo não se referem a Tulio.

a) sardônico

b) sardento

c) irônico

d) medroso

 

6. A palavra lápide significa.

a) túmulo

b) fachada

c) endereço

d) moradia

 

7. A palavra sardônico indica uma pessoa:

a) pintada

b) irônica

c) humorada

d) invejosa

 

8. assinale a alternativa que apresenta um descrição.

a) eram como uma larga ferradura, envolvendo a vila de casas em que Túlio vivia.

b) Naquela noite, então, voltando de bicicleta para casa, já bem depois das onze horas

c) Depois, saiu com a turma, já escurecendo; ficaram de papo

d) Quando queriam implicar com Túlio, perguntavam o endereço dele

 

9. Qual dos fragmentos abaixo indica uma fala da mãe de Túlio.

a) “Na fachada da sua casa você tem placa com número, ou uma lápide?”.

b)  Túlio havia passado a tarde no treino de vôlei

c) — Não exagera, Túlio. Dentro, não!

d) Quem já está morto não faz mal à gente

 

10. Há presença de humor no fragmento “Nunca! Morar aí, nunca!”. devido ao fato de:

a) Túlio já morar ao lado do cemitério

b) Túlio ser muito medroso.

c) Túlio fazer uma careta.

d) Túlio não pensar a respeito dos mortos.

 

 

 Leia as informações e responda abaixo para responder as próximas questões.

       Narrar é contar uma história. Há diferentes gêneros textuais que se organizam em narrativas, como romance, contos, crônicas, lendas, fábulas, mitos, entre outros.

     Nas narrativas ficcionais há:

      Narrador – relator dos fatos, dos quais pode ser participante como narrador-personagem (primeira pessoa), observador (somente observa) e onisciente (terceira pessoa), quando observa e tem acesso até aos pensamentos dos personagens.

     Personagens – protagonista (personagem principal) e antagonista/forças antagônicas (vilão ou situação que atrapalha os desejos do protagonista) e secundários (participam de forma secundária nas ações).

      Espaço – ambiente em que os fatos acontecem.

      Tempo – quando ocorrem as ações ou quanto duram. O tempo pode ser cronológico (medido elo relógio ou calendário) ou psicológico (como o personagem o percebe no pensamento).

       Enredo – conjunto de episódios que compõem a narrativa, dividido em: apresentação dos fatos e personagens, situação-problema ou conflito (o que gera os fatos), clímax (momento de maior tensão da história) e desfecho (conclusão/resolução do conflito).

 

11. Quem é o personagem protagonista desse romance? Explique.

________________________________________________________

 

 

12. Qual é a situação-problema na qual o menino está envolvido?

__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

 

13. Há um vilão ou uma força antagônica que atrapalha o desejo do protagonista? O que ou quem seria? Explique.

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

14. Quem são os personagens secundários?

____________________________________________________________________________

15. Quando ocorre essa passagem da história?

____________________________________________________________________________

16. Onde ocorre a história? Como é possível supor essa informação?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________