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segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

CRÔNICA - A PATRIA DE PONTEIROS – GABARITO

 A PATRIA DE PONTEIROS – ANTONIO PRATA

          Quando o brasileiro diz 'tô chegando!', em quanto tempo, exatamente, o brasileiro chega?

          Numa demonstração de abertura e inequívoca coragem, Fritz pediu uma feijoada. Eu comentei que, aparentemente, ele não estava tendo dificuldades de adaptação. O alemão disse que não. Por conta do seu trabalho --instala e conserta máquinas de tomografia computadorizada--, viajava o mundo todo. A única coisa que lhe incomodava, no Brasil, era nunca saber quando as pessoas chegariam aos encontros. O problema era menos o atraso, confessou, do que nossa dificuldade em admiti-lo: "O pessoa manda mensagem, diz tô chegando!', eu levanta do minha cadeirrra e olha prrro porrrta da restaurrrante, mas pessoa chega só quarrrenta minutos depois". Então me fez a pergunta que só poderia vir de um compatriota de Emanuel Kant: "Quando a brrrasileirrro diz tô chegando!', em quanto tempo brrrrasileirrro chega?".

          Pensei em mentir, em dizer que uns atrasam, mas outros aparecem rapidinho. Achei, porém, que em nome de nossa dignidade --ali, naquela mesa, eu era a "pátria de ponteiros"-- o melhor seria falar a verdade: "Fritz, é assim: quando o brasileiro diz tô chegando!' é porque, na real, ele tá saindo". Tentei atenuar o assombro do alemão: veja, não é exatamente mentira, afinal, ao pôr o pé pra fora de casa dá-se início ao processo de chegada, assim como ao sair do útero se começa a caminhar para a cova. É só uma questão de perspectiva.

          "Mas e quando o pessoa diz tô saindo!'?" Expliquei que as declarações do brasileiro, no que tange ao atraso, estão sempre uma etapa à frente da realidade --são uma manifestação do seu desejo. Se a pessoa diz que está chegando, é porque tá saindo, e se diz que tá saindo, é porque ainda precisa tomar banho, tirar a roupa da máquina e botar comida pro cachorro.

          Fritz ficou pensativo. Uma morena entrou no bar e percebi certa reverberação nos hormônios teutões. Era a chance de mudar de assunto, mas eu havia sido mordido pela mosca da sinceridade e resolvi ir até o fim: revelei que, além do "tô chegando!" e do "tô saindo!", ele teria de aprender a lidar com "chego em 15!" e "cinco minutinhos!".

          "Chego em 15!" é sinônimo de "tô chegando!": quer dizer que o patrício está saindo. Quinze minutos é o tempo mágico que o brasileiro acredita gastar em qualquer percurso --a despeito da experiência, da Sulamérica trânsito e do Waze. Da Mooca pra USP? "Chego em 15!" De Santo Amaro pra Cantareira? "Quinze!" Mais uma vez, não é propriamente mentira. Se pegássemos todos os faróis abertos e todos os carros saíssem da nossa frente, em tese, vai que...?

          Já o "cinco minutinhos!" é um pouco mais vago. Pode significar tanto que o brasileiro está a cem metros do destino quanto a 27 quilômetros. Às vezes, cinco minutinhos demoram muito mais do que quinze, mais do que uma hora: há casos, até, menos raros do que se imagina, em que a pessoa a cinco minutinhos jamais aparece.

          Fritz ficou olhando o chope, contemplativo, imaginando, talvez, na espuma branca, a tomografia multicolor desses cérebros tropicais. Senti que, agora sim, era o momento de mudar de assunto, de mostrar ressonâncias, digamos, mais magnéticas do nosso país. Chamei o garçom. "Chefe, a gente pediu uma feijoada, já faz um tempinho..." "Tá chegando, amigo, tá chegando!"

 COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO

1. O texto lido é uma crônica, gênero que é publicado em jornais e livros e se caracteriza pelo retrato de situações e temas cotidianos. Qual é o tema retratado pela crônica?

1. O tema é o modo como os brasileiros lidam com o tempo quando têm compromissos ou a falta de pontualidade dos brasileiros em relação aos compromissos marcados e o estranhamento desses hábitos por pessoas de outras culturas.

 

2. O narrador encontra o alemão Fritz para um almoço e comenta:

“Numa demonstração de abertura e inequívoca coragem, Fritz pediu uma feijoada”. Explique esse comentário.

2. Pelo fato de a feijoada ser um prato tipicamente brasileiro e pouco conhecido no exterior, o narrador considera bem- -intencionada a iniciativa de Fritz de pedir justamente esse prato, pois havia a possibilidade de ele não gostar.

 

3. Releia este trecho:

[...] comentei que, aparentemente, ele não estava tendo dificuldades de adaptação. O alemão disse que não. Por conta do seu trabalho

          — instala e conserta máquinas de tomografia computadorizada —, viajava o mundo todo.

a) Por que o narrador tem a impressão de que Fritz não estava tendo dificuldades para se adaptar ao Brasil? Explique, estabelecendo uma relação de causa e consequência.

A impressão do narrador decorre do pedido feito ao garçom para o almoço: uma feijoada.

 

b) Como Fritz justifica sua facilidade para se adaptar ao Brasil?

b) Ele justifica dizendo que já tinha viajado o mundo todo. Dessa afirmação, infere-se que já tinha experimentado todo tipo de comida e vivenciado muitas culturas diferentes, daí vinha sua facilidade de adaptação a situações novas.

 

4. Fritz, entretanto, revela não ter se adaptado a uma característica dos brasileiros: o modo como lidam com os horários marcados para os encontros.

a) Como os brasileiros, de modo geral, agem em relação a horários, segundo o texto?

Não cumprem horários

 

b) O estranhamento de Fritz diante de nossos hábitos permite inferir como ele próprio lida com horários. Que inferência se pode fazer?

Infere-se que ele é extremamente pontual.

 

c) Releia este trecho do texto e explique a frase em destaque: Então me fez a pergunta que só poderia vir de um compatriota de Immanuel Kant: “Quando a brrrasileirrro diz ‘tô chegando!’, em quanto tempo brrrrasileirrro chega?”.

Kant foi um filósofo alemão, racionalista, que prezava a pontualidade. Ao estabelecer um paralelo entre Kant e Fritz, o narrador sugere que Fritz também preza pela pontualidade e, portanto, a lógica do brasileiro quanto ao tempo seria incompreensível para ele ou qualquer outro alemão.

 

d) Segundo o narrador, como o brasileiro lida com os próprios atrasos?

O brasileiro não assume seus atrasos e acha que não está atrasando quando envia mensagens como “tô chegando”.

 

5. Releia este outro trecho do texto:

Pensei em mentir, em dizer que uns atrasam, mas outros aparecem rapidinho.

Achei, porém, que em nome de nossa dignidade — ali, naquela mesa, eu era a “pátria de ponteiros” — o melhor seria falar a verdade [...].

a) A quem o narrador se refere quando diz “em nome de nossa dignidade”?

A todos os brasileiros.

 

b) Nesse contexto, o que significa a expressão “pátria de ponteiros”, empregada nesse trecho e no título da crônica?

b) Ela pode significar que o narrador era o porta-voz, o representante dos brasileiros quanto à questão do tempo e dos compromissos. Além disso, a expressão brinca com outra, “pátria de chuteiras”, utilizada em referência ao futebol: a equipe brasileira, quando em campo nos grandes campeonatos internacionais, representaria todo o povo brasileiro.

 

Levante hipóteses: Esse argumento poderia convencer Fritz? Depois, discuta com a turma: Alguém dizer “tô chegando” quando está saindo pode ser apenas “uma questão de perspectiva”? Por quê?

 

6. O narrador começa a explicar para Fritz o que o brasileiro de fato quer dizer quando faz algumas afirmações. Por exemplo, quando afirma “tô chegando”, quer dizer que está saindo.

a) Qual é a reação de Fritz diante das explicações do narrador? Que palavra do texto justifica sua resposta?

Ele fica assombrado, perplexo, conforme demonstra a expressão “tentei atenuar o assombro do alemão”.

 

b) O narrador tenta relativizar suas explicações, dizendo que a afirmação do brasileiro não é exatamente uma mentira, pois, ao “pôr o pé pra fora de casa dá-se início ao processo de chegada [...]”.

Respostas pessoais. Provavelmente, com a lógica racionalista que tem, Fritz não veria sentido no argumento do narrador, pois o que estava em discussão era o horário de chegada, e não o de saída.

 

7. Observe os exemplos dados pelo narrador.

O que o brasileiro diz

O que acontece

• Estou chegando.

• Está saindo.

• Estou saindo.

• Ainda vai tomar banho, tirar a roupa da máquina, dar comida para o cachorro.

• Chego em 15.

• Está saindo.

• Chego em 5 minutinhos.

• Está a cem metros ou a 27 quilômetros e pode demorar de 15 minutos até 1 hora.

 

a) Para Fritz compreender o que os brasileiros dizem, é suficiente ter domínio da língua?

Justifique sua resposta.

a) Não; os exemplos mostram que o sentido dos enunciados é construído não apenas pelos elementos verbais que os constituem, mas também por elementos externos, culturais.

b) Logo, o que o texto destaca, ao pôr em contraste um alemão e um brasileiro?

O texto contrapõe duas culturas – a alemã e a brasileira –, duas formas distintas de ser e de pensar o mundo, o que se reflete até em práticas cotidianas, como a pontualidade nos encontros.

c) Que efeito o contraste entre as formas de agir e de pensar de um alemão e um brasileiro tem sobre o leitor? Por que ocorre esse efeito?

Tem um efeito humorístico, porque o leitor se identifica com várias das situações descritas pelo narrador e acaba rindo de si mesmo ou de seus conterrâneos.

 

8. No último parágrafo, o narrador conta que mudou de assunto, perguntando ao garçom sobre a feijoada que tinham pedido. Pela resposta do garçom, você acha que a feijoada ia demorar? Você acredita que o narrador conseguiria mudar de assunto? Por quê?

Provavelmente a feijoada ia demorar, e o narrador não conseguiria mudar de assunto, porque a resposta do

garçom era mais um exemplo, bem próximo e concreto, de como o brasileiro lida com o tempo.

A LINGUAGEM DO TEXTO

 

Observe esta fala de Fritz:

“O pessoa manda mensagem, diz ‘tô chegando!’, eu levanta do minha cadeirrra e olha prrro porrrta da restaurrrante, mas pessoa chega só quarrrenta minutos depois”.

a) Por que, na transcrição dessa fala do personagem, há tantos erres repetidos?

a) Porque o narrador tenta retratar a fala do personagem, que tem dificuldade de pronunciar os erres do português.

 

b) O gênero das palavras na língua alemã nem sempre coincide com o das palavras na língua portuguesa. Por exemplo, uma palavra pode ser feminina em português, mas masculina em alemão, e vice-versa. De que modo isso se manifesta na fala de Fritz?

Ele tem muita dificuldade de lidar com o gênero em português; daí empregar de forma inadequada artigos, masculinos e femininos, antes dos substantivos.

 

2. Releia este trecho do texto:

 

“Expliquei que as declarações do brasileiro, no que tange ao atraso, estão sempre uma etapa à frente da realidade — são uma manifestação do seu desejo.”

 

Das expressões que seguem, copie no caderno aquelas que traduzem o sentido da expressão destacada no trecho.

• à medida que

X• quanto a

• visto que

X• no que se refere a

 

No início deste capítulo, você leu a crônica “A pátria de ponteiros”.

 

Releia alguns trechos do texto de Antonio Prata.

 

          Numa demonstração de abertura e inequívoca coragem, Fritz pediu uma feijoada. Eu comentei que, aparentemente, ele não estava tendo dificuldades de adaptação. O alemão disse que não. Por conta do seu trabalho — instala e conserta máquinas de tomografia computadorizada —, viajava o mundo todo. A única coisa que lhe incomodava, no Brasil, era nunca saber quando as pessoas chegariam aos encontros. O problema era menos o atraso, confessou, do que nossa dificuldade em admiti- lo: “O pessoa manda mensagem, diz ‘tô chegando!’, eu levanta do minha cadeirrra e olha prrro porrrta da restaurrrante, mas pessoa chega só quarrrenta minutos depois”. Então me fez a pergunta que só poderia vir de um compatriota de Immanuel Kant: “Quando a brrrasileirrro diz ‘tô chegando!’, em quanto tempo brrrrasileirrro chega?”.

          Já o “cinco minutinhos!” é um pouco mais vago. Pode significar tanto que o brasileiro está a cem metros do destino quanto a 27 quilômetros. Às vezes, cinco minutinhos demoram muito mais do que quinze, mais do que uma hora: há casos, até, menos raros do que se imagina, em que a pessoa a cinco minutinhos jamais aparece.

          Chamei o garçom. “Chefe, a gente pediu uma feijoada, já faz um tempinho...” “Tá chegando, amigo, tá chegando!”

 

 

1. Observe as seguintes expressões da fala do alemão reproduzida no

primeiro trecho: O pessoa manda / pessoa chega / a brrrasileirrro diz

 

Identifique em que tempo e pessoa se encontram os verbos em destaque nas expressões e indique qual é a forma, no infinitivo, de cada verbo.

 

Presente do indicativo, 3a pessoa do singular. Mandar, chegar, dizer.

 

 

2. Considere este trecho:

eu levanta do minha cadeirrra e olha prrro porrrta da restaurrrante

a) Os verbos destacados estão conjugados fora do padrão normativo. Indique qual seria a conjugação padrão dos verbos, justificando sua resposta. Depois, tendo em vista o contexto da crônica, explique por que o autor fez tais escolhas.

a) A conjugação padrão seria levanto e olho, com terminações da 1a pessoa do singular, porque o sujeito é o pronome pessoal eu, de 1ª pessoa do singular. O autor utilizou a forma na 3a pessoa do singular com o pronome de 1a do singular para tentar reproduzir a fala com sotaque do personagem.

 

b) Seguindo a conjugação padrão, dê as formas verbais dos verbos destacados no trecho, substituindo o sujeito eu por:

• ele                           • nós                                   • os brasileiros

 

Levanta, olha.                                               Levantamos, olhamos.                                                          Levantam, olham

 

c) Nas formas verbais dadas como resposta no item anterior, há uma parte de cada verbo que se repete e que contém o significado dele. Identifique em cada verbo qual é essa parte.

levant- / olh-

 

d) Indique o que foi acrescentado a essa parte dos verbos:

• na 1a pessoa do singular - O

• na 1a pessoa do plural - AMOS

• na 3a pessoa do singular - A

• na 3a pessoa do plural – AM

 

e) Observe a conjugação que você fez dos verbos levantar e olhar nos itens anteriores. Nas formas verbais de quais pessoas aparece também o -a que indica a conjugação à qual os verbos pertencem?

Em todas, com exceção das formas verbais da 1a pessoa do singular.

3. Observe as expressões “quarrrenta minutos”, “cinco minutinhos” e “um tempinho”, no contexto da crônica.

a) Das palavras em destaque, indique qual(quais) está(ão) no plural e qual(quais) está(ão) no diminutivo e conclua: Qual parte indica o plural e qual parte indica o diminutivo?

a) No plural estão minutos e minutinhos, e no diminutivo estão minutinhos e tempinho. O s indica plural, e -inho indica diminutivo.

 

b) Discuta com os colegas e o professor: Qual é o significado do diminutivo em cada situação em que ele é empregado na crônica? Além desses significados, quais outros o diminutivo pode ter? Justifique sua resposta com exemplos.

 

b) Em “cinco minutinhos”, o diminutivo minimiza o tempo, dando idéia de que ele vai passar rápido; em “um tempinho”, o diminutivo enfatiza o tempo, dando idéia de que certo tempo já se passou.

 

 

 

 

Observe as palavras a seguir, empregadas no texto, para responder às questões 4 e 5.

 

DEMOSNTRAÇÃO

INEQUIVOCA

COMPUTADORIZADA

FEIJOADA

ADAPTAÇÃO

 

 

4. Deduza:

a) Quais derivam de verbos acrescidos de uma terminação que dá origem a substantivos? Identifique quais são os verbos e qual é a terminação.

Demonstração, adaptação; demonstrar, adaptar; -ação

 

b) Qual tem uma terminação que dá origem a adjetivos? Identifique essa terminação.

Computadorizada; -izada

 

c) Qual tem uma parte inicial que indica negação? Identifique essa parte inicial.

Inequívoco; in-.

 

d) Qual tem uma terminação que forma substantivos e indica quantidade abundante?

Identifique essa terminação

Feijoada; -ada.

 

5. Escolha duas das palavras e forme outras a partir delas, trocando a parte final ou a parte inicial. Se julgar conveniente, consulte um dicionário.

 

5. Possibilidades variadas de resposta, entre elas: demonstrativo, demonstrador, demonstrável; equivocado, equivocação, equivocar; feijoeiro, feijãozinho, feijãozão, feijoal; adaptado, adaptável,

adaptador; computadorizar, computadorização.


CECÊ - HIGIENE

 Cecê pega?

          Se você é do tipo que não vê problema algum em sair por aí vestindo roupas emprestadas ou deixar que qualquer um vista as suas, CUIDADO!!!!!

          Talvez você já tenha passado pela experiência de vestir uma roupa emprestada e alguns minutos depois de ter saído de casa, sentir aquele cheirinho desagradável de “desodorante vencido” saindo de você.

          A resposta é simples: cecê pega!!!!!!

          Isso porque bactérias e fungos têm a capacidade de passar para o tecido e permanecer enquanto o mesmo não for lavado. Para ser transmissível basta apenas que haja um contato intenso entre a pele e a roupa lesada. 

          A lavagem da roupa é outro ponto importante. Água e sabão apenas não resolve. Mas não precisa se desesperar, pois uma boa lavagem com um agente oxidante.põe fim no problema. Um dos agentes oxidantes mais conhecidos é o cloro. E antes que você fique desesperançoso achando que isso não vende em supermercado, procure com o nome de água sanitária. Mas tenha muito cuidado para não acabar manchando as suas roupas. Em alguns casos o melhor mesmo é jogar a roupa no lixo!!!!!!.

Radatora  Alane Virgínia: disponívem em: https://facom.ufba.br/com024/catinga/curiosidades.htm

 

 

1.Qual a tipologia textual?

a) narrativo – conta uma história...

b) descritivo – descreve uma paisagem, lugar...

c) argumentativo - defende um ideia com argumentos...

d) expositivo – transmite uma informação...

e) injuntivo – orienta como realizar um procedimento...

 

2. Justifique sua resposta.

_____________________________________________________________________________________________________________________________________

 

3. Correlacione a coluna dos ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO (EMISSOR, RECEPTOR, ASSUNTO E CANAL)  com os exemplos do texto.

(1) emissor    (   ) pessoa que empresta ou usa roupa de outros.

(2) receptor    (   ) informação de que o cecê pode ser transmitido pela roupa.

(3) assunto    (   ) site: facom.ufba.br/com

(4) canal        (   ) Redatora Alane virginia

 

4. Por que a pessoa pega cecê através da roupa de outra pessoa?

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

 

5. No texto o emissor utiliza qual palavra para se dirigir ao receptor?

a) eu

b) tu

c) nós

d) você

 

6. A partir da observação das partes que compõem a palavra DESODORANTE podemos INFERIR que é um produto usado para:

a) evitar a transpiração

b) evitar o suor

c) evitar o odor

d) evitar o calor excessivo

 

7. Assinale a alternativa que apresenta uma opinião.

a) cecê pega!!!!!!

b) Em alguns casos o melhor mesmo é jogar a roupa no lixo!!!!!!.

c) bactérias e fungos têm a capacidade de passar para o tecido

d) Para ser transmissível basta apenas que haja um contato intenso entre a pele e a roupa

 GABARITO

1.D

2. Porque está informando  que a pessoa pode pegar cecê atravé da roupa.

3. 2341

4. porque bactérias e fungos têm a capacidade de passar para o tecido e permanecer enquanto o mesmo não for lavado.

5. D

6. C

7. B

domingo, 4 de fevereiro de 2024

FÁBULA - ASSUNTO – HIPOCRISIA

 FÁBULA - O REI DOS MACACOS E OS DOIS HOMENS – ASSUNTO – HIPOCRISIA

        Tendo perdido o caminho, dois companheiros que caminhavam, depois de terem andado muito, chegaram à Terra dos Macacos. Foram, então, levados ante o Rei, que vendo-os disse:

        - Em vossa terra, e dos lugares de onde vindes, o que dizem de mim e de meu reino?

        Um dos homens respondeu: - Dizem que sois um rei grandioso, de gente sábia e culta.

        O outro, que gostava da verdade, respondeu:

        - Toda vossa gente são macacos, portanto irracionais e, sendo assim, vós que sois o rei também é um macaco.

        Ouvindo isso, o Rei mandou que o matassem e, ao primeiro, ordenou que o tratassem muito bem.

Moral: A verdade causa ódio e o elogio ganha amigos.

Fábula de Esopo

1. Quais são as personagens da fábula?

___________________________________________________________________

2. Correlacione a coluna das personagens ao seu significado.
(1) Rei                                (   ) lugar onde a verdade não importa, mas sim quem comanda
(2) Terra dos Macacos    (   ) quem diz o que o outro quer ouvir
(3) Segundo homem       (   ) pessoa que detém o poder
(4) primeiro homem       (   ) quem diz a verdade não importa o lugar

3. Qual o assunto abordado na FÁBULA?

a) preconceito

b) machismo

c) hipocrisia

d) desigualdade

 

4. Qual o antônimo de verdade?

______________________________________________

 

5. Qual o sinônimo de falsidade?

_____________________________________________

 

6. O que aconteceu com:

a) Quem disse a verdade?

__________________________________________________________

b) Quem mentiu?

__________________________________________________________

 

7. Você acha que as pessoas preferem ouvir a verdade? Comente.

________________________________________________________________________________________________________________________________________________

 

8. Você diria a verdade a uma pessoa sobre algo, mentiria ou não falaria nada? Comente.

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

DICIONÁRIO: 

(hi.po.cri.si.a) sf. 1. Qualidade ou característica do que é hipócrita; FALSIDADE; FINGIMENTO [ Antôn.: sinceridade. ]

 

 

http://portal.educacao.niteroi.rj.gov.br/cadPedPlan/eja-3e4ciclos/Caderno%20EJA%203%20ciclo%20vol%20I%20e%20II.pdf

 

O texto que você leu é de um autor chamado Esopo. Ele viveu na Grécia antiga e até hoje suas fábulas são muito conhecidas e estudadas pela sabedoria que trazem. Vamos resolver algumas questões para entendermos a ideia construída nessa fábula?

1) Sabendo que as fábulas apresentam uma situação de conflito (problema), informe o conflito no texto “O Rei dos Macacos e Dois Homens”. ________________________________________ __________________________________________________________________________________

2) As narrativas apresentam personagens, que são aqueles que agem, desenvolvendo, assim, os fatos narrados. Quantos e quais são os personagens dessa fábula? ___________________________ _____________________________________________________________________________

3) O que levou os homens da fábula a encontrar o rei? ________________________________ _____________________________________________________________________________

 

4) Tendo em mente sua resposta à questão 3, é possível afirmar que a fábula “O Rei dos Macacos e dois Homens” se desenvolve em dois espaços. Indique-os nas linhas a seguir. ______________ _____________________________________________________________________________

 

5) Finalmente, toda narrativa tem um desfecho (conclusão). No texto em questão, os dois homens tiveram desfechos diferentes.

A – Transcreva o trecho em que o Rei dos Macacos informa o que iria acontecer com os homens. (Não se esqueça das aspas!) _______________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________

B – Por que cada homem teve um destino diferente? Responda utilizando informações da seção Moral da história. __________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________

 

As fábulas são veículos de sabedoria por levarem o ouvinte ou leitor a pensar de maneira crítica sobre o mundo. Com isso, ele pode extrair ensinamentos para a vida. No texto “O Rei dos Macacos e Dois Homens” a seção “moral da história” reforça a ideia de que a mentira prevalece sobre a verdade nas relações sociais, mas isso não é positivo. E você? O que acha? Concorda que nossa sociedade valoriza mais a mentira que a verdade? Responda a essa pergunta com a sua opinião sobre o assunto. Se puder, dê um exemplo que ilustre seu comentário. __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________

Respostas Sugeridas Modo narrativo: as fábulas

1) Ao serem questionados pelo Rei dos Macacos sobre o que pensam dele e do seu reino, dois homens precisam decidir se contam a verdade ou mentem para agradá-lo.

2) São três personagens: o rei dos macacos e os dois homens.

3) Eles encontraram o rei e seu reino por acaso, pois se perderam na floresta enquanto caminhavam.

4) A floresta e o reino dos macacos.

5)

A – “Ouvindo isto, o rei ordenou que matassem este, e que ao primeiro oferecessem presentes e o tratassem muito bem.”

B – Porque a resposta do primeiro agradou o rei; já o segundo, ao dizer a verdade, deixou o rei zangado. Na moral da história afirma-se que a sociedade “rebaixa” os “bons e obedece aos maus” e isso fica evidente na atitude do rei de premiar o adulador, e não o homem que foi honesto em sua resposta.

 

 

 

 

https://armazemdetexto.blogspot.com/2019/06/fabula-o-rei-dos-macacos-e-dois-homens.html

 

01 – Quem são os personagens da fábula?

      O Rei dos macacos e dois homens.

 

02 – Em que local se passa a história?

      Acontece na floresta.

 

03 – O que o Rei dos macacos, perguntou aos dois homens?

      “— Na vossa terra e nessas que atravessastes, o que se diz de mim e do meu Reino?”

 

04 – O que respondeu um dos homens?

      “— Dizem que sois um grande Rei de gente sábia e culta.”

 

05 – Que disse o outro homem que gostava de dizer a verdade?

 

      “— Toda a vossa gente são macacos irracionais, logo o rei também é um macaco.”

 

06 – O que aconteceu com os dois homens?

      O primeiro falou o que o rei queria ouvir, então ordenou que lhe desse presentes e o tratassem muito bem.

      O outro que disse a verdade, mandou matá-lo.

 

07 – Você seria capaz de lembrar de alguma situação da vida real onde o contexto da fábula se aplicaria?

      Resposta pessoal do aluno.

 

08 – A moral desta fábula apresenta uma reflexão sobre o comportamento humano. Você acredita que existem pessoas que agem assim? Justifique sua resposta.

      Resposta pessoal do aluno.

 

09 – Numa fábula há sempre uma crítica a determinado tipo de comportamento, que se deveria evitar. Nesta fábula a crítica se refere a que tipo de atitude?

      A do Rei que matou quem disse a verdade.

 

10 – Dê outro final para esta fábula, modificando também a moral da história.

      Resposta pessoal do aluno.

 

DENGUE

DENGUE  

Leia a CHARGE abaixo que foi publicada em uma campanha publicitária de uma prefeitura municipal e responda às perguntas.



 

1. A partir da INFERÊNCIA do ASSUNTO atual podemos dizer que o EMISSOR do texto é a:

a) Secretaria Municipal de Educação.

b) Secretaria Municipal de Esportes.

c) Secretaria Municipal de Saúde.

d) Secretaria Municipal de Transporte.

 

2. O RECEPTOR do texto, ou seja, o público alvo é:

a) os idosos.

b) as mulheres.

c) toda população.

d) os motoristas.

 

3. Para chamar a atenção do RECEPTOR foi utilizado como recurso;

a) O humor

b) uma música

c) letras maiúsculas

d) um slogan

 

4. Qual o assunto, ou seja, a mensagem completa que o texto transmite para o RECEPTOR?

a) Alguns mosquitos gostam de pneus com água parada, por isso devemos eliminá-los.

b) Alguns mosquitos gostam de garrafas com água parada, por isso devemos eliminá-las.

c) Alguns mosquitos gostam de latas e baldes com água parada, por isso devemos eliminá-las.

d) O mosquito gosta de pneus, latas, garrafas: qualquer lugar com água parada, por isso devemos eliminá-los.

 

 

5. De acordo com as notícias atuais o mosquito do texto é o:

a) Anopheles que trasmite a malária, embora possa transmitir outras doenças.

b) Aedes aegypti que transmite a  Zika, dengue, chikungunya e febre amarela.

c) mosquito palha que transmite a Leishmaniose Visceral.

d)  mosquito maruim ou pólvora que transmite a Febre oropouche.

 

6. No texto foi utilizada a:

a) linguagem verbal (palavras)

b) linguagem não verbal (comunicaçãosem palavras)

c) linguagem mista, ou seja, verbal e não verbal.

d) linguagem oral (palavras faladas)

 

7. A finalidade do texto é:

a) conscientizar a população sobre como evitar que o mosquito se reproduza.

b) conscientizar a população sobre como ajudar que o mosquito se reproduza.

c) conscientizar a população sobre o trabalho da Secretaria de Saúde.

d) conscientizar a população sobre o voto para prefeito.

 

8. Para saber se o mosquito é o  Aedes aegypti basta observar se ele possui.

a) listras brancas no corpo e nas patas.

b) Tamanho maior que um carro.

c) Cinquenta e oito pernas.

d) Força maior que a de cem homens.

 

9. O que você pode fazer para combater o mosquito Aedes aegypti: transmissor de doenças e causador de mortes?

____________________________________________________________________________

 

10. O que você tem feito para vencer essa guerra?

___________________________________________________________________________

GABARITO

1. C

2. C

3. A

4. D

5. B

6. B

7. A

8. A

9. Resposta pessoal.

10. Resposta pessoal.

SUGESTÕES OU CORREÇÕES, POSTAR NOS COMENTÁRIOS. OBRIGADO!

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

CONTO - NA DELEGACIA - DRUMMOND -

 CONTO - NA DELEGACIA

          Madame, queira comparecer com urgência ao Distrito. Seu filho está detido aqui.

          -Como? O senhor ligou errado. Meu filho detido? Meu filho vive há seis meses na Bélgica, estudando Física.

          -E a senhora só tem esse?

          -Bom, tenho também o Caçulinha, de dez anos.

          - Pois é o Caçulinha.

          - O senhor está brincando comigo. Não acho graça nenhuma. Então um menino de dez anos foi parar na Polícia?

          - Madame vem aqui e nós explicamos.

          A senhora correu ao Distrito, apavorada. Lá estava o Caçulinha, cabeça baixa, silencioso.

          - Meu filho, mas você não foi ao colégio? Que foi que aconteceu?

          Não se mostrou inclinado a responder,

          -Que foi que meu filho fez, seu comissário? Ele roubou? Ele matou?

          - Estava com um colega fazendo bagunça numa casa velha da Rua Soares Cabral. Uma senhora que mora em frente telefonou avisando, e nós trouxemos os dois para cá. O outro garoto já foi entregue à mãe dele. Mas este diz que não quer voltar para casa.

          A mãe sentiu uma espada muito fina atravessar-lhe o peito.

          -Que é isso meu filho? Você não quer voltar para casa?

          Continuava mudo.

          -Eu disse a ele, madame - continuou o comissário - que se não voltasse para casa teria de ser entregue ao Juiz de Menores. Ele me perguntou o que é o Juiz de Menores. Eu expliquei, ele disse que ia pensar.

          - Meu filho, meu filhinho - disse a senhora, com voz trêmula - então você não quer mais ficar com a gente? Prefere ser entregue ao Juiz de Menores?

          Caçulinha conservava-se na retranca. O policial conduziu a senhora para outra sala.

          - O que esses garotos estavam fazendo é muito perigoso. Brincavam de explorar uma casa abandonada, onde à noite dormem marginais. Madame compreende, é preciso passar um susto nos dois.

          A senhora voltou para perto de Caçulinha, transformada:

          - Sai daí já seu vagabundo, e vamos para casa.

          O mudo recuperou a fala:

          - Eu não posso voltar, mãe.

          - Não pode? Espera aí que eu te dou o não-pode.

          E levou-o pelo braço, ríspida. Na rua, Caçulinha tentou negociar:

          - A senhora me deixa passar na Soares Cabral? Deixando, eu volto direto para casa, não faço mais besteira.

          - Passar em Soares Cabral, depois desse vexame? Você está louco.

          -Eu preciso mãe. Tenho de pegar uma coisa lá.

          -Que coisa?

          - Não sei, mas tenho de pegar. Senão me chamam de covarde. Aceitei o desafio dos colegas, e se não trouxer um troço da casa velha para eles, fico desmoralizado.

          -Que troço?

          -O pessoal diz que lá tem ferros para torturar escravo, essas coisas. Eu e o Edgar estávamos procurando, ele mais como testemunha, eu como explorador. Mãe, a senhora quer ver seu filho sujo no colégio, quer? Tenho de levar nem que seja um pedaço de cano velho, uma fechadura, uma telha.

          A mãe estacou para pensar. Seu filho sujo no colégio?

          Nunca. Mas e o perigo dos marginais? E a polícia? E seu marido? Vá tudo para o inferno. Tomou uma resolução macha, e disse para Caçulinha:

          -Quer saber de uma coisa? Eu vou com você a Soares Cabral.

 

Em: O Poder Ultra Jovem -Ed. José Olímpio 1974)

 

 

1. Qual o título do texto?

______________________________________

2. Qual o nome do autor?

___________________________________________________

3. Quando foi publicado?

___________________________________________________

 

4. Quais sao os personagens?

________________________________________________________

 

5. Qual o espaço da narrativa (Onde aconteceu a história)?

_________________________________________________________

 

6. De acordo com o contexto qual poderia ser o significado da expressão destacada: “- Não pode? Espera aí que eu te dou o não-pode.”

_________________________________________________________

7. O que a mãe quis dizer com a frase: “Eu vou com você a Soares Cabral.”

__________________________________________________________

8. Por que “A mãe sentiu uma espada muito fina atravessar-lhe o peito.” ?

_______________________________________________________________

 

9. Você já ouviu algum relato parecido com o da história narrada no que se refere a criança entrar em casa abandonada? Comente.

______________________________________________________________

 

10. Qual das personagem ( o comissário, a mãe, o caçulinha, o narrador) disse os fragmentos abaixo.

a) - O que esses garotos estavam fazendo é muito perigoso.

________________________________________________________

b) A senhora voltou para perto do Caçulinha, transformada:

________________________________________________________

c) - Sai daí já seu vagabundo, e vamos para casa.

________________________________________________________

d) - Eu não posso voltar, mãe.

________________________________________________________

 

 

 

 

11. Faça um resumo sobre o enredo (os fatos narrados).

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

 

 

12. O texto lido pertence a qual gênero textual?

a) conto

b) lenda

c) mito

d) fábula

 

13. Qual a tipologia textual?

a) narração, pois conta uma história.

b) descrição, pois descreve uma paisagem

c) argumentação, pois defende uma idéia com argumentos

d) injunção, pois orienta a como realizar um procedimento

 

 

14. Marque a alternativa que apresenta um fato.

a) O senhor ligou errado.

b) - O senhor está brincando comigo.

c) O outro garoto já foi entregue à mãe dele.

d) - Eu não posso voltar, mãe.

 

15. “Mas este diz que não quer voltar para casa.” O pronome este se refere:

a) O outro menino.

b) O comissário.

c) O caçulinha.

d) Soares Cabral

 

16. A leitura dos dois primeiro parágrafos nos permite inferir que:

a) A família do menino era rica.

b) A família do menino era pobre.

c) O filho já havia sido preso antes.

d) O comissário ligou errado.

 

17. O nome do menino que estava com o Caçulinha era:

a) Nelson

b) Cabral

c) Edmar

d) Edigar

 

18. “Caçulinha conservava-se na retranca.” A expressão destacada significa:

a) na defensiva

b) na ofensiva

c) entristecido

d) desmotivado

 

 

19. Abaixo há três verbos no tempo passado e um no tempo presente. Assinale a alternativa que apresenta o verbo no presente.

a) fez

b) está

c) roubou

d) estava

 

20. Qual das alternativas apresenta um advérbio que intensidade:

a) lá

b) muito

c) aqui

d) cá

 

GABARITO

1. Na delegacia

2. Carlos Drummond de Andrade

3. 1974

4. O Comissário, o Caçulinha e a Madame.

5. Um Distrito

6. Uma cintada, uns tapas...

7. Ela iria com ele a casa abandonada.

8. Porque o filho não queria voltar para casa.

9. Resposta pessoal.

10. O Comissário.

11. A mãe é avisada por um Comissário que seu filho está detido. O menino havia invadido uma casa abandonada. O menino se recusa a voltar para casa sem entrar na casa abandonada. A mãe decide ir com o filho a casa abandonada.

 

12. A

13. A

14. C

15. C

16. A

17. D

18. A

19. B

20. B

____________________________________________________

SUGESTÕES OU CORREÇÕES, POSTAR NOS COMENTÁRIOS.

CONTO – DEPOIS DO JANTAR – DRUMMOND – VIOLÊNCIA

 

CONTO – DEPOIS DO JANTAR – DRUMMOND – VIOLÊNCIA

 

          Também, que idéia a sua: andar a pé, margeando a Lagoa Rodrigo de Freitas, depois do jantar.

          O vulto caminhava em sua direção, chegou bem perto, estacou à sua frente. Decerto ia pedir-lhe um auxílio.

          — Não tenho trocado. Mas tenho cigarros. Quer um?

          — Não fumo, respondeu o outro.

          Então ele queria é saber as horas. Levantou o antebraço esquerdo, consultou o relógio:

          — 9 e 17… 9 e 20, talvez. Andaram mexendo nele lá em casa.

          — Não estou querendo saber quantas horas são. Prefiro o relógio.

          — Como?

          — Já disse. Vai passando o relógio.

          — Mas …

          — Quer que eu mesmo tire? Pode machucar.

          — Não. Eu tiro sozinho. Quer dizer… Estou meio sem jeito. Essa fivelinha enguiça quando menos se espera. Por favor, me ajude.

          O outro ajudou, a pulseira não era mesmo fácil de desatar. Afinal, o relógio mudou de dono.

          — Agora posso continuar?

          — Continuar o quê?

          — O passeio. Eu estava passeando, não viu?

          — Vi, sim. Espera um pouco.

          — Esperar o quê?

          — Passa a carteira.

          — Mas…

          — Quer que eu também ajude a tirar? Você não faz nada sozinho, nessa idade?

          — Não é isso. Eu pensava que o relógio fosse bastante. Não é um relógio qualquer, veja bem. Coisa fina. Ainda não acabei de pagar…

          — E eu com isso? Então vou deixar o serviço pela metade?

          — Bom, eu tiro a carteira. Mas vamos fazer um trato.

          — Diga.

          — Tou com dois mil cruzeiros. Lhe dou mil e fico com mil.

          — Engraçadinho, hem? Desde quando o assaltante reparte com o assaltado o produto do assalto?

          — Mas você não se identificou como assaltante. Como é que eu podia saber?

          — É que eu não gosto de assustar. Sou contra isso de encostar o metal na testa do cara. Sou civilizado, manja?

          — Por isso mesmo que é civilizado, você podia rachar comigo o dinheiro. Ele me faz falta, palavra de honra.

          — Pera aí. Se você acha que é preciso mostrar revólver, eu mostro.

          — Não precisa, não precisa.

          — Essa de rachar o legume… Pensa um pouco, amizade. Você está querendo me assaltar, e diz isso com a maior cara-de-pau.

          — Eu, assaltar?! Se o dinheiro é meu, então estou assaltando a mim mesmo.

          — Calma. Não baralha mais as coisas. Sou eu o assaltante, não sou?

          — Claro.

          — Você, o assaltado. Certo?

          — Confere.

          — Então deixa de poesia e passa pra cá os dois mil. Se é que são só dois mil.

          — Acha que eu minto? Olha aqui as quatro notas de quinhentos. Veja se tem mais dinheiro na carteira. Se achar uma nota de 10, de cinco cruzeiros, de um, tudo é seu. Quando eu confundi você com um, mendigo (desculpe, não reparei bem) e disse que não tinha trocado, é porque não tinha trocado mesmo.

          — Tá bom, não se discute.

          — Vamos, procure nos… nos escaninhos.

          — Sei lá o que é isso. Também não gosto de mexer nos guardados dos outros. Você me passa a carteira, ela fica sendo minha, aí eu mexo nela à vontade.

          — Deixe ao menos tirar os documentos?

          — Deixo. Pode até ficar com a carteira. Eu não coleciono. Mas rachar com você, isso de jeito nenhum. É contra as regras.

          — Nem uma de quinhentos? Uma só.

          — Nada. O mais que eu posso fazer é dar dinheiro pro ônibus. Mas nem isso você precisa. Pela pinta se vê que mora perto.

          — Nem eu ia aceitar dinheiro de você.

          — Orgulhoso, hem? Fique sabendo que tenho ajudado muita gente neste mundo. Bom, tudo legal. Até outra vez. Mas antes, uma lembrancinha.

          Sacou da arma e deu-lhe um tiro no pé.

 

Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Os dias lindos. Rio de Janeiro, Livraria José Olympio Editora, 1977, p.54.

 

1. Qual o título do texto?

______________________________________

2. Qual o nome do autor?

___________________________________________________

3. Quando foi publicado?

___________________________________________________

 

4. Quais ao os personagens?

________________________________________________________

 

5. Qual o espaço da narrativa (Onde aconteceu a história)?

_________________________________________________________

 

6. Qual o tempo da narrativa (Quando aconteceu a história)?

________________________________________________________

 

7. As palavras destacadas são exemplos de linguagem INFORMAL, reescreva-as na linguagem FORMAL.

a) PERA

________________________________

b) BOM

________________________________

c) TOU COM DOIS MIL CRUZEIROS

_______________________________________________________________

 

8. Outra característica da linguagem INFORMAL é o uso de gírias. Explique o significado das gírias abaixo.

a) Sou contra isso de encostar o METAL na testa do CARA.

__________________________________________

b) MANJA?

_______________________________

 

9. Qual das personagem ( assaltante, vítima, narrador) disse os fragmentos abaixo.

a) Vai passando o relógio

_________________________________________

b) Eu estava passeando

________________________________________

c) O outro ajudou

________________________________________

 

 

10. Faça um resumo sobre o enredo ( os fato narrados).

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

 

11. Qual a situação inicial (apresentação da  personagem, espaço e tempo) ?

______________________________________________________________

 

12. Qual o conflito (problema que surge)?

______________________________________________________________

 

13. Qual o assunto abordado no texto?

a) desigualdade social

b) preconceito

c) violência

d) machismo

 

14. Qual o gênero textual?

a) conto

b) lenda

c) mito

d) fábula

 

15. Qual a tipologia textual?

a) narração, pois conta uma história.

b) descrição, pois descreve uma paisagem

c) argumentação, pois defende uma idéia com argumentos

d) injunção, pois orienta a como realizar um procedimento

 

 

16. Marque a alternativa que apresenta um fato.

a) Decerto ia pedir-lhe um auxílio.

b) Não fumo, respondeu o outro.

a) Eu pensava que o relógio fosse o bastante.

b) Pensa um pouco, amizade. Você está querendo me assaltar.

 

17.  — 9 e 17… 9 e 20, talvez. Andaram mexendo nele lá em casa. A palavra destacada se refere:

a) ao ladrão

b) à vitima

c) ao relógio

d) ao cigarro

 

18. Também, que idéia a sua: andar a pé, margeando a Lagoa Rodrigo de Freitas, depois do jantar. Esse fragmento nos permite inferir que:

a) a Lagoa Rodrigo de Freitas é um lugar perigoso à noite.

b) a Lagoa Rodrigo de Freitas é um lugar bonito à noite.

c) a Lagoa Rodrigo de Freitas é um lugar poluído.

d) a Lagoa Rodrigo de Freitas é um lugar seguro.

 

 

19. Até outra vez. Mas antes, uma lembrancinha. No texto a expressão destacada significa.

a) um presente

b) o relógio

c) a carteira

d) um tiro.

 

20. Assinale a alternativa que apresenta um verbo no tempo presente.

a) caminhava

b) chegou

c) tenho

d) respondeu

 

21. Decerto ia pedir-lhe um auxílio.  O advérbio DECERTO indica:

a) dúvida

b) certeza

c) negação

d) intensidade

 

22. Decerto ia pedir-lhe um auxílio.  O advérbio DECERTO mantendo o mesmo sentido pode ser substituído por:

a) talvez

b) sim

c) não

d) muito

 

GABARITO:

 

1. Depois do jantar.

2. Carlos Drummond de Andrade

3. 1977

4. O assaltante e a vítima

5. Lagoa Rodrigo de Freitas

6. À noite, depois do jantar

7.

a) Espera

b) Está

c) Estou

8.

a) Arma, pessoa.

b) Entende, compreende?

 

9.

a) Assaltante

b) Vítima

c) narrador

 

10. A vÍtima está passeando. Aparece um assaltante. A vítima e assaltada. O assaltante dá um tiro no pé da vítima.

 

11. A vítima está passeando à noite, na Lagoa Rodrigo de Freitas.

12. Aparece um assaltante.

13. C

14. A

15. A

16. B

17. C

18. A

19. D

20 C

21. A

22. A

_____________________________________________________

SUGESTÕES OU CORREÇÕES, POSTAR NOS COMENTÁRIOS.