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terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

CONTO SOBRE A HIPOCRÍSIA: O AMIGO INFIEL

 CONTO SOBRE A HIPOCRÍSIA: O AMIGO INFIEL

Sequência didática.          

1. entregar as folhas com as perguntas.

2. passar o vídeo.

3. Responder às questões.

4. Repetir o vídeo, pois não lembrarão dos detalhes.

5. Correção e comentários.

 

          Era uma vez um jovem honesto e trabalhador. Chamava-se Hans. Morava sozinho em uma pequena casa. Passava o dia inteiro cuidando do seu jardim. Por toda a região não havia jardim tão bonito quanto o seu. Encontravam-se aí as mais variadas espécies de flores que cresciam ao lado das mais lindas rosas.

          O pequeno Hans tinha muitos amigos, mas o seu maior amigo, o amigo de coração era Hugo, o rico moleiro. Realmente, Hugo era tão amigo de Hans que jamais visitava o seu jardim sem inclinar-se sobre os pés de cravo para admirá-los de perto, ou sem colher um bom punhado de flores que levava para casa.

          — Os amigos verdadeiros repartem tudo entre si — costumava dizer o rico moleiro. O pequeno Hans concordava com a cabeça e sorria, sentindo-se muito orgulhoso por ter um amigo com tão nobres ideias.

          Às vezes, porém, os vizinhos achavam estranho que o rico moleiro nunca concedesse coisa alguma ao pequeno Hans. Conquanto possuísse cem sacos de farinha armazenados em seu estabelecimento comercial, seis vacas leiteiras e uma boa criação de galinhas, jamais compensava o pequeno Hans pelas flores que colhia de seu lindo jardim. O jovem, no entanto, jamais se preocupava com isso.

          Nada o encantava tanto quanto ouvir as belas coisas que o moleiro costumava dizer sobre a solidariedade dos verdadeiros amigos.

        Assim o pequeno Hans cultivava o seu jardim. Sentia-se muito feliz na primavera, no verão e no outono; mas, quando chegava o inverno, e ele não tinha flores para levar ao mercado, chegava a sofrer de frio e fome. Muitas vezes dormia sem nada ter comido durante o dia.

         Além disso, no inverno, sentia-se muito só, porque o rico moleiro jamais o visitava durante essa estação.

          — Não convém visitar o pequeno Hans enquanto o inverno durar — dizia, às vezes, o rico Moleiro à sua mulher. — Quando uma pessoa está em apuros, não devemos atormentá-la com visitas. Essa é a minha opinião, e estou certo de que tenho razão. Por isso, esperarei a primavera e, então, tornarei a visitar o meu amigo. Poderá dar-me um cesto de flores e isto o alegrará muito.

          — És realmente muito bom, querido — afirmava sua mulher, sentada em um cômodo divã perto de um bom fogo de lenha. — Gosto imensamente de te ouvir falar sobre a amizade. Estou certa de que o padre da comarca não diria sobre ela tão belas coisas como tu.

          — E não poderia convidar o pequeno Hans a vir à nossa casa? — perguntava o filho do moleiro. Se o pobre homem está em dificuldade, dar-lhe-ei metade do que é meu, e, assim, já não sofrerá fome.

          — Que tolo você me saiu! — exclamou o moleiro. — Na verdade, não sei para que serve mandar-te para a escola. Parece que não aprendes nada. Se o pequeno Hans viesse aqui, e visse o nosso bom fogo, e comesse da nossa excelente comida, e tomasse do nosso ótimo vinho tinto, poderia sentir inveja. E a inveja é uma coisa terrível capaz de corromper o melhor coração. Realmente, eu não poderia consentir em que o caráter de meu grande amigo se prejudicasse. Estarei sempre atento para que o pequeno Hans não se desvie do bom caminho. Além disso, se ele viesse aqui, poderia pedir-me um pouco de farinha, e eu não lhe poderia dar. A farinha é uma coisa e a amizade é outra; não devem confundir-se, portanto.

          — Quão inteligente és, querido! Como falas bem! — disse a mulher do moleiro, servindo-lhe um grande copo de cerveja. — Sinto-me tão bem quando falas como quando estou na igreja.

          — Muitos sabem agir — replicou o moleiro. — Poucos, porém, sabem falar com elegância e aprumo, o que prova que falar bem é não só mais difícil do que agir, como mais bonito.

E fixou tão severo olhar no filho que este sentiu vergonha de si mesmo, baixando a cabeça e chorando baixinho.

          Logo que passou o rigor do inverno e os botões começaram a abrir-se em rosas, o moleiro disse à sua mulher que já era tempo de visitar o pequenos Hans.

          — Ah, que bom coração tens! — exclamou a mulher. — Estás sempre pensando nos outros. Não te esqueças de levar o cesto grande para trazeres as flores.

          O moleiro, então, desceu à colina com a cesta no braço.

          — Bom dia, Hans — disse o moleiro.

          — Bom dia — respondeu Hans, todo sorridente e feliz.

          — Como passaste o Inverno?

 

 

 

           — Bem, bem — respondeu, prontamente, o jardineiro. — Muito obrigado pelo seu interesse. Houve alguns momentos duros, mas, agora, chegou a primavera e sinto-me quase feliz... — Além disso, as flores estão muito bonitas.

          — Em casa, falamos muito a teu respeito, Hans — disse-lhe o moleiro. — Pensávamos no que seria de ti, em pleno inverno.

          — Quanta amabilidade! — exclamou Hans. — Pensei que me tivésseis esquecido.

           — Hans! Francamente... Como podes falar dessa maneira? — disse o moleiro. — Na verdadeira amizade não há esquecimento. É isso que há de mais admirável. Temo, porém, que não compreendas a poesia da amizade... Mas, voltando às flores, que belas estão!

          — Sim, estão muito bonitas — respondeu Hans. — Vou levá-las ao mercado, onde as venderei à filha do burgomestre e, com esse dinheiro, comprarei outra vez o meu carrinho de mão.

          — Queres dizer que o vendeste, então? Foi uma tolice.

          — Certamente. Mas o fato é que me vi obrigado a fazê-lo. O inverno foi muito rigoroso... e eu fiquei sem dinheiro para comprar pão. Vendi, primeiramente, os botões de prata de meu traje dos domingos; depois, me desfiz da corrente de prata que recebi do vovô e, em seguida, vendi a minha flauta. Por último, vendi o meu carrinho. Agora, porém, vou resgatar tudo.

          — Hans — disse o moleiro — Vou te dar o meu carrinho de mão. Não está em muito bom estado. Um dos lados está precisando de reparo, mas, apesar disso, te darei. Sei que é muita generosidade de minha parte e que a muita gente isso parecerá uma loucura, mas não sou como os outros. A generosidade é a essência da amizade e, além disso, comprei um carrinho novo. Portanto, podes ficar tranquilo... Darei o meu carrinho a você.

         — Obrigado, és muito generoso — disse o pequeno Hans. — Posso consertá-lo muito bem porque tenho aqui uma tábua.

         — Uma tábua! — exclamou o moleiro. — Muito bem! Isso é juntamente o que necessito para o teto do meu estábulo. Há uma fenda que é preciso tapar. Muito bem, eis uma bela oportunidade de me prestares um serviço. Realmente, uma boa ação é sempre bem recompensada. Dei o meu carrinho a você, agora, Você me dá a tábua. É claro que o carrinho vale muito mais que a tábua, mas a amizade sincera não olha essas coisas.

        — Pois não — replicou, solícito, o pequeno Hans.

        Foi correndo ao outro jardim e trouxe uma tábua.

         — Não é muito grande — disse o moleiro, examinando-a. — Creio que só dará para o reparo do teto do estábulo. Não sobrará madeira para consertares o carrinho, mas, é claro que a culpa não é minha... E, agora, que te dei o meu carrinho, penso que me poderás dar em troca umas flores. Aqui tens o cesto; procura enchê-lo quase por completo.

        — Quase por completo?! — perguntou, aflito, o pequeno, vendo que o cesto era muito grande e, se o jardineiro o enchesse, não teria mais flores para levar ao mercado.

        — Francamente! — exclamou o moleiro. — Uma vez que te dou o meu carrinho, não julguei que fosse muito pedir-te algumas flores. Talvez eu esteja equivocado, mas acreditava que a amizade, a verdadeira amizade, estava isenta de toda classe de egoísmo.

        — Meu bom amigo, meu maior amigo — protestou o pequeno Hans —, todas as flores do meu jardim estão à tua disposição.

E correu a colher os cravos perfumosos e encher a grande cesta do moleiro das mais lindas flores de seu jardim.

         — Adeus, Hans — disse o moleiro, subindo novamente a colina com a sua tábua ao ombro e a cesta cheia de flores ao braço.

         — Adeus — respondeu o pequeno Hans.

        E pôs-se a cavar alegremente: estava tão contente de possuir um carrinho de mão!

        Na manhã seguinte, quando novamente estava cultivando o seu jardim, ouviu a voz do moleiro que o chamava da estrada. Trazia ao ombro um grande saco de farinha.

        — Hans — disse o moleiro —, queres levar-me este saco de farinha ao mercado?

         — Oh, é pena — disse Hans —, mas estou hoje muitíssimo ocupado. Tenho de regar ainda todo o jardim, de podar muitas roseiras, enfim, de fazer ainda quase todo o serviço.

         — Francamente! — exclamou o moleiro. — Acreditava que, em consideração a te haver dado o meu carrinho, não te negarias a fazer-me um favor.

        — Oh, sim! Eu não me nego! — protestou o pequeno Hans. — Jamais deixarei de agir como um verdadeiro amigo.

        E correu a buscar o seu gorro, partindo, em seguida, com o grande saco ao ombro.

        Era um dia de calor e a estrada estava muito poeirenta. Antes de alcançar o posto que marcava a sexta milha, Hans já estava tão cansado que teve de sentar-se para poder continuar depois. Chegou ao mercado, vendeu toda a farinha e voltou quase contido a casa, porque temia encontrar-se com algum salteador, se demorasse pelo caminho.

        — Que trabalho árduo! — disse consigo mesmo ao deitar-se, à noite. — Mas estou contente por não me haver negado, porque o moleiro é o meu melhor amigo e, ademais, vai dar-me o seu carrinho.

        Na manhã seguinte, muito cedo, o moleiro chegou para receber o dinheiro do saco de farinha, mas o pequeno Hans estava tão fatigado que ainda não havia deixado a cama.

        — Palavra! — exclamou o moleiro. — És muito preguiçoso. Quando me lembro de que te dei o meu carrinho, acho que devias trabalhar com mais ardor.

        — Sinto muito — respondeu o pequeno Hans. — Eu estava tão fatigado que pensei que me havia deitado há pouco. Agora, porém, já me sinto bem.

        — Bravo! — exclamou o moleiro, dando-lhe uma palmada no ombro. — Preciso que faças o reparo no teto do estábulo.

        O pequeno Hans tinha grande necessidade de trabalhar no seu jardim, porque havia dois dias que não regava as suas flores, mas não quis negar-se a fazer a vontade do moleiro, que era o seu melhor amigo.

        Vestiu-se, apressadamente, e acompanhou o rico moleiro ao estábulo.

        Trabalhou o dia todo. Ao anoitecer, o moleiro veio verificar como iam as coisas.

        — Terminaste o serviço? — perguntou ele, alegremente.

        — Está quase pronto.

         —  Não há trabalho melhor do que o que se faz por outro! — exclamou o moleiro. — E agora que reparaste o teto do estábulo, é melhor que voltes para casa, a fim de descansares, pois amanhã necessito de que leves os meus carneiros à montanha.

        No dia seguinte, quando o pequeno Hans voltou da montanha, estava tão cansado que adormeceu em uma cadeira.

        — Que tempo bom para as minhas flores — pensou ele, ao acordar. E ia trabalhar quando chegou o moleiro e lhe pediu que fosse trabalhar no seu cercado, que precisava ser cultivado. O pobre jardineiro lembrou-se de suas flores. Precisava tanto de trabalhar no seu jardim... Mas acompanhou o moleiro, consolando-se em pensar que ele era o seu melhor amigo.

       — Além disso — dizia consigo mesmo —, vai dar-me o seu carrinho.

        O pequeno Hans continuou trabalhando para o moleiro, e este dizia muitas coisas belas sobre a amizade, coisas que Hans copiava em seu livro verde e que relia à noite, pois amava a leitura.

        Certa noite, estava o pequeno Hans sentado junto ao fogo, quando bateram à porta.

        A noite era negríssima. O vento soprava forte. Era intenso o frio.

        — Será algum pobre viajante? — disse consigo Hans, e correu para abrir a porta.

        Era o moleiro que estava com uma lanterna em uma mão e sustinha com a outra as rédeas de seu belo cavalo.

        — Querido Hans — gritou ele —, estou muito aflito. Meu filho caiu da escada. Está ferido. Preciso do médico. Mas ele mora tão longe daqui, e a noite está tão escura, que me lembrei de que era melhor que você fosse em meu lugar.

        — Certamente — exclamou o pequeno Hans. — Alegra-me muito que tenhas lembrado de mim. Irei imediatamente. Peço-te apenas a lanterna, pois está tão escuro que eu temo cair em algum pântano.

        — Sinto muitíssimo — respondeu o moleiro. — Mas é a minha lanterna nova e seria uma grande perda se voltasses sem ela.

        — Bem, não falemos mais nisso! Irei sem lanterna.

        A noite era tão negra que o pequeno Hans quase nada via. No entanto, depois de caminhar durante cerca de três horas, chegou à casa do médico, batendo à porta.

        — Quem bate? — gritou o doutor.

        — Sou eu, doutor! Hans!

        — E que desejas, Hans?

        — O filho do moleiro caiu de uma escada e machucou-se. Por isso, é necessário que o doutor vá até lá.

       — Muito bem — replicou o médico.

        Montou o seu cavalo e dirigiu-se à casa do moleiro, sendo seguido por Hans, que caminhava a pé.

        Começou a chover e Hans já nada via. Finalmente, perdeu o caminho. Vagou pelo terreno baldio. A chuva aumentava mais e mais. Havia muitos lugares pantanosos e, na escuridão, Hans caiu em um pântano, afogando-se.

        O seu cadáver foi encontrado no dia seguinte pelos guardadores de cabras que o levaram para sua cabana.

       Todo mundo assistiu ao enterro de Hans porque ele era muito querido.

        — Era eu o seu melhor amigo — dizia o moleiro. — É justo, pois, que eu ocupe o melhor lugar. A morte do pequeno Hans foi uma grande perda para todos. Disse o moleiro — Uma grande perda para mim, pelo menos, vejam que até lhe dei o meu carrinho e agora não sei o que fazer com ele, é um estorvo lá em casa, está em tão mal estado que se eu o vendesse, ninguém me daria nada por ele.

        E voltando-se para os outros, afirmou:

        Nunca mais hei de dar nada a ninguém. Sofre-se sempre por ser generoso...

 

 

 

1. Quais as características de Hans?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2. Para Hans, quem era o seu melhor amigo?

_____________________________________________________________________________________________

 

3. “ — Hans — disse o moleiro — Vou te dar o meu carrinho de mão.” Em troca do carrinho de mão o moleiro pediu 7 favores a Hans. Enumere os favores no texto e depois escreva nos espaços a ordem em que foram pedidos.

 

 (     ) chamar o médico.

 (     ) dar um cesto cheio de flores

 (     ) dar uma tábua

 (     ) trabalhar no seu cercado

 (     ) levar os carneiros à montanha

 (     ) consertar o teto do estábulo

 (     ) levar um saco de farinha ao mercado

 

 

 

4. De acordo com o texto, que fragmento justifica o fato de o rico moleiro não visitar Hans no inverno (8 par.)?

a) Não convém visitar o pequeno Hans enquanto o inverno durar

b) Quando uma pessoa está em apuros, não devemos atormentá-la com visitas

c) Por isso, esperarei a primavera e, então, tornarei a visitar o meu amigo

d) Poderá dar-me um cesto de flores e isto o alegrará muito.

 

5. Podemos inferir que o rico moleiro não visitava Hans no inverno porque:

a) não queria atormentá-lo

b) não queria visitá-lo

c) queria esperar a primavera.

d) não queria ajudá-lo

 

6. “Realmente, Hugo era tão amigo de Hans que jamais visitava o seu jardim sem inclinar-se sobre os pés de cravo para admirá-los de perto, ou sem colher um bom punhado de flores que levava para casa.” Nesse fragmento há predominância de:

a) humor

b) ironia

c) hipocrisia

d) ira

 

7.  De acordo com o texto Hugo era:

a) amigo

b) interesseiro

c) interessante

d) admirável

 

 

8. “O pequeno Hans cultivava o seu jardim. Sentia-se muito feliz na primavera, no verão e no outono; MAS quando chegava o inverno, e ele não tinha flores para levar ao mercado, chegava a sofrer de frio e fome” Após a palavra MAS aparece uma informação:

a) com sentido igual ao do fragmento anterior.

b) com sentido contrário ao do fragmento anterior

b) que explica a informação anterior

c) que adiciona mais informação igual a do fragmento anterior.

 

9. Qual das alternativas abaixo não apresenta uma opinião?

a) os vizinhos achavam estranho que o rico moleiro nunca concedesse coisa alguma ao pequeno Hans.

b) — És realmente muito bom, querido — afirmava sua mulher

c) Parece que não aprendes nada.

d) O filho do moleiro caiu de uma escada e machucou-se.

 

10. Qual o antônimo de solidariedade?

a) altruísmo

b) egoísmo

c) hipocrisia

d) bondade

 

11. Marque a alternativa em que o fragmento destacado NÃO indica lugar.

a) — Pensávamos no que seria de ti, em pleno inverno.

b) Conquanto possuísse cem sacos de farinha armazenados em seu estabelecimento comercial

c) Morava sozinho em uma pequena casa.

d) sentada em um cômodo divã perto de um bom fogo de lenha.

 

12. Todas alternativas indicam TEMPO, EXCETO:

a) Era uma vez um jovem honesto e trabalhador.

b) O vento soprava forte.

c) Passava o dia inteiro cuidando do seu jardim.

d) Sentia-se muito feliz na primavera, no verão e no outono;

REDAÇÃO ATIVIDADE 01- trabalho de casa

 Obs: A finalidade dessa atividade é iniciar a produção a partir de exemplos práticos. O público alvo são alunos de 7º e 8º anos. O foco da primeira aula é a questão 13. Na aula dois o foco será a argumentação. Na aula quatro o foco será a conclusão. A aula quatro abordará os tipos de introdução. Etc.

ALUNO:_____________________________________Nº___TURMA:_____DATA:_____

REDAÇÃO: ASSUNTO, TESE, ARGUMENTO - PARTE - I

Faça um texto argumentativo sobre os trabalhos de casa praticados por crianças.

 

Escreva um título para a redação.

__________________________________________________________________________

        Atualmente existem muitos pais que exigem que seus filhos façam pequenos trabalhos domésticos. Eles defendem que é importante para o aprendizado e formação do caráter. Em relação a esses trabalhos, considero que eles deveriam ser proibidos.

        Em primeiro lugar, penso que os trabalhos de casa roubam o tempo que as crianças poderiam gastar no estudo. Isso  faz as crianças terem notas baixas e até reprovar.

        Em segundo lugar, os trabalhos de casa tiram o tempo que as crianças poderiam usar para atividades musicais ou esportivas. O que diminui o tempo interação entre elas.

        Em terceiro lugar, os trabalhos de casa causam várias e graves perturbações cerebrais. Esses problemas já afetaram milhares de crianças.

        Por todas estas razões, considero que os pais não deveriam exigir que seus filhos fizessem trabalhos domésticos.

 

1. O que é o TEMA de uma redação?

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2. O que significa a palavra TESE em uma redação?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3. O que é ARGUMENTO?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4. Quantos parágrafos há no texto?

______________________________________________________________________________

5. Qual o tema ou assunto do texto?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

6. Qual a TESE? (Posição do autor sobre o tema)

______________________________________________________________________________

7. Qual o primeiro argumento?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

8. Qual o segundo argumento?

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9. Qual o terceiro argumento?

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10. Quais palavras foram usadas para introduzir os três parágrafos argumentativos?

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11. Qual a conclusão do autor sobre o trabalho de casa?

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______________________________________________________________________________

12. Que expressão ele utilizou para introduzir a conclusão?

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13. Escreva 5 explicando como funciona o uso de celular na escola e o que você pensa a respeito.

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A RECONPENSA - HUMOR


A RECOMPENSA

          Josias usava a abusava da solicitude da mulher. Costumava levar uma pá de clientes para jantar, em sua casa, e com eles chegava em cima da hora, sem que Isaura os esperasse. Uma noite apareceu com três.

       Enquanto bebericavam, Isaura vasculhou a geladeira e constatou que a carne e a sobremesa estava “no aro”. Chamou os filhos e recomendou:

          – Escutem aqui: o pai trouxe os amigos dele para jantar, a carne está no fim, não vai chegar para todos nós; por isso, quando a mãe oferecer bife à milanesa para vocês, não aceitem. Vejam bem: vocês não vão querer carne, mesmo que a mãe insista. Certo?

          – Certo, sim senhora.

         Achando que fora bem explícita para aquelas cuquinhas de sete, seis e quatro anos, reforçou o prato com um encorpado molho parmesão e serviu o jantar.

          A recusa dos pequerruchos era tão veemente que…

- Josias, não sei o que está havendo com essas crianças; na certa andam lambiscando por aí…

Correu tudo muito bem, Isaura relaxou o seu estado interior… e lembrou-se da sobremesa.

Era o pudim de que os meninos mais gostavam e com o problema gravíssimo da carne, a pobre se esquecera do outro.

          À hora de servi-lo, encarou os filhos: olhinhos arregalados e sorridentes, esperavam o doce, o prêmio de bom comportamento e obediência. Dominou o pequeno pânico incipiente, juntou os sobrolhos e disse com firmeza:

          – Vocês digam boa-noite e subam já, já, para o quarto; é um castigo; quem não come carne não ganha sobremesa…

 

Lourdes Strozzi. Aspas, parênteses e reticências. Curitiba, 1977.

 

 

 

 

 

 

1. No texto, a palavra bebericavam significa:

a. (   ) molhavam os lábios sem beber.

b. (   ) bebiam de pouquinho em pouquinho.

c. (   ) engoliam a bebida num só gole.

 

2. Identifique, no texto, as palavras que tenham os significados abaixo:

a) clara, visível, expressa

b) forte, enérgico, vigoroso

c) terror, medo incontrolável

 

3. Josias costumava levar clientes para jantar em sua casa e…

a. (   ) trazia comida pronta

b. (   ) nunca avisava Isaura

c. (   ) sempre avisava a esposa

d. (   ) raramente avisava Isaura

 

4. Isaura fez um acordo com os filhos. Qual foi esse acordo?

5. Por que Isaura propôs esse acordo?

6. Tudo correu bem até que surgiu outro problema. Qual foi esse problema?

7. Os meninos sofreram um castigo por culpa:

a. (   ) de Josias, que levou três clientes para jantar e não avisou a esposa.

b. (   ) de Isaura, que conhecia o costume de Josias e não se preparou.

c. (   ) deles mesmos, pois não conseguiram cumprir o acordo feito.

d. (   ) dos três clientes de Josias, que chegaram sem ter avisado.

______________________________________________________________________________________________________________________________

 

 

Gabarito

1. Alternativa B

2. a) explícita        b) veemente       c) pânico

3. Alternativa B

4. Eles deviam recusar o bife à milanesa.

5. Porque a carne era insuficiente para todos.

6. A sobremesa de que os meninos mais gostavam também era insuficiente para todos.

7. Alternativa A.

 

CRÔNICA - A ESTRANHA PASSAGEIRA

 

A estranha passageira
Stanislaw Ponte Preta

 

 

- O senhor sabe? É a primeira vez que eu viajo de avião. Estou com zero hora de voo - e riu nervosinha, coitada.

 

Depois pediu que eu me sentasse ao seu lado, pois me achava muito calmo e isto iria fazer-lhe bem. Lá se ia a oportunidade de ler o romance policial que eu comprara no aeroporto, para me distrair na viagem. Suspirei e fiz de educado respondendo que estava às suas ordens. 

 

Madama entrou no avião sobraçando um monte de embrulhos, que segurava desajeitadamente. Gorda como era, custou a se encaixar na poltrona e arrumar todos aqueles pacotes. Depois não sabia como amarrar o cinto e eu tive de realizar essa operação em sua farta cintura.

 

Afinal estava ali pronta para viajar. Os outros passageiros estavam já se divertindo às minhas custas, a zombar do meu embaraço antes as perguntas que aquela senhora me fazia aos berros, como se estivesse em sua casa, entre pessoas íntimas. A coisa foi ficando ridícula:

 

- Para que esse saquinho aí? – foi a pergunta que fez, num tom de voz que parecia que ela estava no Rio e eu em São Paulo.

 

- É para a senhora usar em caso de necessidade – respondi baixinho.

 

Tenho certeza de que ninguém ouviu minha resposta, mas todos adivinharam qual foi, porque ela arregalou os olhos e exclamou: 

 

- Uai ...as necessidades neste saquinho? No avião não tem banheiro? Alguns passageiros riram, outros – por fineza – fingiram ignorar o lamentável equívoco da incômoda passageira de primeira viagem. Mas ela era um azougue ( embora com tantas carnes parecesse mais um açougue) e não parava de badalar. Olhava para trás, olhava para cima, mexia na poltrona e quase levou um tombo, quando puxou a alavanca e empurrou o encosto com força, caindo para trás e esparramando embrulhos por todos os lados 

 

O comandante já esquentara os motores e a aeronave estava parada, esperando ordens para ganhar a pista de decolagem. Percebi que minha vizinha de banco apertava os olhos e lia qualquer coisa. Logo veio a pergunta: 

 

- Quem é essa tal de emergência que tem uma porta só pra ela?

 

Expliquei que emergência não era ninguém, a porta é que era de emergência, isto é, em caso de necessidade, saía-se por ela.

 

Madama sossegou e os outros passageiros já estavam conformados com o término do “show”. Mesmo os que mais se divertiam com ele resolveram abrir jornais, revistas ou se acomodarem para tirar uma pestana durante a viagem.

 

Foi quando madama deu o último vexame. Olhou pela janela (ela pedira para ficar do lado da janelinha para ver a paisagem) e gritou:

 

- Puxa vida !!!

 

Todos olharam para ela, inclusive eu. Madama apontou para a janela e disse:

 

- Olha lá embaixo. 

 

Eu olhei. E ela acrescentou: - Como nós estamos voando alto, moço.

 

Olha só ... o pessoal lá embaixo parece formiga.

 

Suspirei e lasquei:

 

- Minha senhora, aquilo são formigas mesmo. O avião ainda não levantou voo.

 

VOCABULÁRIO

1) Substitua os termos sublinhados por sinônimos, reescrevendo as frases e fazendo as alterações necessárias.

a) “Lá se ia a oportunidade de ler o romance policial.”

b) “Para me distrair na viagem.”

c) “Suspirei e fiz o bacana.”

d) “Tive que realizar essa operação em sua farta cintura.”

e)” .. a zombar do meu embaraço ...”

f) “Aquela senhora me fazia perguntas aos berros.”

g) “Fingiram ignorar o lamentável equívoco da incômoda passageira.”

h) “Caindo para trás e esparramando embrulhos para todos os lados.”

i) “...para tirarem uma pestana durante a viagem.”

j) “Madama sossegou e os outros passageiros já estavam conformados com o término do show.”

 

INTERPRETAÇÃO TEXTUAL

 

1. “ É a primeira vez que viajo de avião.” Esta afirmação iria se comprovar durante toda a crônica, tais os “vexames” dados pela senhora. Assinale a frase que não demonstre um deles:

a) “Para que esse saquinho aí?”

b) “No avião não tem banheiro?”

c) “Quem é essa tal de emergência que tem uma porta só pra ela?”

d) “Gorda como era, custou a se encaixar na poltrona...”

e) “...mexia na poltrona e quase levou um tombo, quando puxou a alavanca e empurrou o encosto com força, caindo para trás...”

 

2. Por que a senhora pediu que o moço se sentasse ao seu lado?

 

3. “Para que esse saquinho aí?” – Ao fazer essa pergunta, a passageira:

( ) fez em tom brando para que os outros passageiros não a ouvissem.

( ) fez em tom bem alto para chamar a atenção dos outros passageiros.

( ) fez em tom alto porque ela realmente não sabia sua utilidade.

( ) fez em tom alto para irritar o companheiro que estava ao seu lado

 

4. “ Suspirei e fiz de educado respondendo que estava às suas ordens”. Os suspiros demonstram nesta passagem:

a) conformação;

b) contrariedade;

c) arrependimento;

d) aborrecimento;

e) raiva.

 

5. No título da crônica, a passageira é chamada de “estranha”. Outras qualificações podem ser dadas a ela depois que lemos integralmente a crônica. Assinale a que não lhe corresponde:

a) inexperiente;

b) envergonhado;

c) incômoda;

d) embaraçante;

e) ridícula.

 

6. “Madama entrou no avião sobraçando um monte de embrulhos... “. Com o verbo “sobraçar” o autor- narrador quer dizer que a madama:

a) levava mais embrulhos do que era possível;

b) levava embrulhos de baixo do braço;

c) carregava um monte de embrulhos que eram abraçados por ela;

d) trazia um monte de embrulhos que eram abraçados por ela;

e) trazia a quantidade de embrulhos que era possível levar nas mãos.

 

7. “...minha vizinha apertava os olhos e lia qualquer coisa. ”. Com a expressão “apertar os olhos” o narrador quer dizer-nos que a senhora:

a) não enxergava direito;

b) não sabia ler;

c) estava com sono;

d) que a porta de emergência estava longe de onde estavam sentados;

e) que sentia dores nos olhos.

 

8. Podemos afirmar que a passageira do avião era:

Marque a opção verdadeira.

 

1- uma elegante senhora 

2- uma senhora gorda e desajeitada.

3- uma dama acostumada a viajar de avião.

4- uma senhora muita acanhada.

5- uma mulher simples, mas curiosa 

6- uma mulher introvertida

 

( ) somente o item 1 e o item 4 são falsos.

( ) o item 2 e 5 são verdadeiros

( ) o item 2 e 6 são verdadeiros

( ) somente o item 5 é o verdadeiro

( ) o itens 2 ,3, e 4 são falsos

( ) nenhumas das opções estão corretas.

 

9. De acordo com o texto podemos afirmar que:

( ) todos os passageiros riram da passageira quando esta perguntou sobre a serventia do saquinho.

( ) a passageira falava tão baixo que nem seu amigo da poltrona a escutava direito.

( ) a passageira era muito ingênua, pois não colocava maldades nas perguntas que ela fazia.

( ) a passageira não sabia mesmo a serventia dos saquinhos e nem o que era emergência.

( )a passageira estava se fazendo de ingênua para sacanear os demais passageiros.

( ) o companheiro de banco da passageira era uma senhora muito elegante.

 

10. Por que o título do texto é “A estranha passageira”?

 

11. O narrador do texto é um narrador-observador ou narrador-personagem? Comprove com um trecho do texto.

 

12. Quem são os personagens do texto?

 

13. Qual é o enredo do texto?

 

CONTO - O VILARES

 

O VILARES - assunto, bullying, autoritarismo

 

Havia, no colégio, três companheiros desagradáveis. Um deles era o Vilares. Menino forte, cara bexigosa, com um modo especial de carregar e de franzir as sobrancelhas autoritariamente.

Parecia ter nascido para senhor do mundo.

No recreio queria dirigir as brincadeiras e mandar em todos nós. Se a sua vontade não predominava, acabava brigando e desmanchava o brinquedo.

Simplesmente insuportável. Ninguém, a não ser ele, sabia nada; sem ele talvez não existisse o mundo.

Vivia censurando os companheiros, metendo-se onde não era chamado, implicando com um e com outro, mandando sempre. (…)

Não tinha um amigo. A meninada do curso primário movia-lhe a guerra surda. E, um dia, os mais taludos se revoltaram e deram-lhe uma sova.

Foi um escândalo no colégio. O vigilante levou-os ao gabinete do diretor. O velho Lobato repreendeu-os fortemente. Mais tarde, porém, chamou o Vilares e o repreendeu também.

Eu estava no gabinete e ouvi tudo.

- É necessário mudar esse feitio, menino. Você, entre os seus colegas, é uma espécie de galo de terreiro. Quer sempre impor a sua vontade, quer mandar em toda a gente. Isso é antipático. Isso é feio. Isso é mau. Caminha-se mais facilmente numa estrada lisa do que numa estrada cheia de pedras e buracos. Você, com essa maneira autoritária, está cavando buracos e amontoando pedras na estrada de sua vida.

E, continuando:

- Você gosta de mandar. Mas é preciso lembrar-se de que ninguém gosta de ser mandado. Desde que o mundo é mundo, a humanidade luta para ser livre. O sentimento de liberdade nasce com o homem e do homem não sai nunca. É um sentimento tão natural, que os próprios irracionais o possuem. E louco será, meu filho, quem tiver a pretensão de modificar sentimentos dessa ordem. Ou você muda de feitio, ou você muito terá que sofrer na vida.  (VIRIATO CORREA.)

 

Após a leitura do texto responda às questões:

1. Assinale a alternativa que combina com o texto.

a. (   ) O texto é sério, porque relata um acontecimento desagradável.

b. (   ) É formativo porque, através do diretor do colégio, mostra como se deve corrigir um comportamento reprovável. 

  c. (   ) É um texto cômico, engraçado.

 

2. Quais são as personagens do texto?_______________________________________

__________________________________________________________________________

3. Assinale a alternativa correta:

a. (   ) O narrador não é personagem do texto.

b. (   ) O narrador é personagem do texto, porque ele se inclui entre as pessoas que participam da história.       

c. (   ) Não existe narrador nesta história.

 

4. Quem é o protagonista, isto é, o personagem principal da história?____________________

____________________________________________________________________________

 

5. O autor descreve o Vilares informando algumas características dele. Transcreva a parte do texto em que o narrador descreve os aspectos físicos do Vilares._______________________.

___________________________________________________________________________

6.Circule, de acordo com o texto, entre as características psicológicas dadas abaixo, as que se encaixam no personagem Vilares.

Humilde – briguento – metido – tolerante – sabichão – insuportável – cordial – bondoso – autoritário – implicante – simpático – antipático – desagradável – egoísta – quieto

7. No texto, o diretor usou três frases para caracterizar o autoritarismo do Vilares. Assinale-as:

a. (   ) “… é uma espécie de galo de terreiro.”

b. (   ) “Caminha-se mais facilmente numa estrada lisa”.

c. (   ) “Quer sempre impor a sua vontade.”

d. (   ) “… quer mandar em toda a gente.”

e. (   ) “… ninguém gosta de ser mandado.

8. Que outro título você daria ao texto?________________________________________

_________________________________________________________________________

9. Assinale as alternativas que resumem as mensagens do texto:

a. (   ) A convivência com uma pessoa autoritária é desagradável.

b. (   ) A meninada da escola costuma mover guerra surda.

c. (   ) Os diretores são autoritários em suas repreensões.

d. (   ) As pessoas têm um forte sentimento de liberdade e geralmente não aceitam as imposições das pessoas autoritárias e mandonas.

10. Faça uma pequena redação  que tenha o mesmo assunto do texto que você acabou de ler.

GABARITO

Questão 1. Alternativa b

Questã0 2. Um menino de nome Vilares e dois companheiros seus; o velho Lobato, que era o diretor da escola; o vigilante;  os alunos do curso primário; o narrador da história.

Questão 3. Alternativa b.

Questão 4. O menino Vilares.

Questão 5. “Menino forte, cara bexigosa, com um modo especial de carregar e de franzir as sobrancelhas autoritariamente.”

Questão 6.  Briguento, metido, sabichão, insuportável, autoritário, implicante, antipático, desagradável, egoísta.

Questão 7. Alternativas a, c, d

Questão 8. Resposta individual, porém deverá ter conexão com o assunto do texto.

Questão 9. Alternativas a, d.

Questão 10. O tema da história em questão é autoritarismo. A redação deve explorar esse assunto que pode ser feita através de um relato vivido ou conhecido pelo aluno, ou ainda expressar a sua opinião a respeito. O aluno deverá mostrar sua redação para alguém que possa ajudá-lo a melhorar suas ideias e corrigir erros gramaticais cometidos.