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quarta-feira, 20 de maio de 2020

CRÔNICA BOTANDO PARA QUEBRAR 6º ANO CONEXÃO E USO


Crônica: Botando pra quebrar
        

      Fernando Sabino

        Dona Neném viu o anúncio na televisão e se entusiasmou: duro na queda, cai sem quebrar. Não era de hoje que esse problema vinha infernizando a sua vida doméstica: pratos trincados, xícaras sem pires, sopeiras sem tampas, peças desfalcadas inutilizando o jogo inteiro. Ela própria sendo a principal desastrada, ao ensinar a nova cozinheira como lavar a louça sem quebrar uma só peça, acabava quebrando duas.
        Agora vinha aquela novidade: a louça inquebrável. Só que desta vez não era pirex, nem plástico: tinha todo o aspecto de louça de verdade.
        — O senhor garante que não quebra mesmo? — perguntou no supermercado, diante da novidade em exibição na prateleira.
        O empregado lhe estendeu um prato com um sorriso superior:
        — Se não acredita, pode experimentar.
        Dona Neném é dessas que pagam para ver: atirou no chão o prato e o prato se espatifou em mil pedaços. O homem tentou recolher o sorriso agora desapontado:
        — É porque bateu de quina.
        — Posso experimentar outro?
        Dona Neném pegou outro prato e jogou no chão, com o mesmo resultado. O homem coçava a cabeça com ar de parvo:
        — Não sei como explicar...
        — Este não bateu de quina.
        — Devia estar com defeito.
        Um senhor gordo, que se detivera para assistir à cena, afastou polidamente o empregado com o braço e se adiantou, ar suficiente:
        — Não quebram mesmo, eu conheço o produto. É que a senhora jogou assim...  — pegou um prato e ergueu-o no ar como se fosse atirá-lo com força: — Ao passo que a senhora devia ter deixado cair assim.
        Deixou delicadamente que o prato se escapasse de suas mãos. Ao bater no chão, o prato se espatifou.
        — Então, está bem, estou satisfeita — disse dona Neném, e foi saindo.
        — Espere! — saltou o homem do supermercado, ferido nos seus brios: — Eu asseguro à senhora que não quebra mesmo, quer ver?
        Deixou cair um prato, que saiu saltitando pelo chão, sem se quebrar.
        — Eu não disse? — tornou ele, mostrando os dentes, vitorioso: — É uma questão de jeito. Uma simples questão de jeito.
        — Uma simples questão de jeito — repetiu ela: — Quer dizer que para quebrar é preciso deixar cair com jeito.
        — É isso mesmo! — desafiou uma mulherzinha que se detivera junto a eles, interessada: — Com ele não quebra, mas com a gente quebra.
        — Então experimente a senhora — e o homem lhe estendeu o prato.
        — Prefiro a sopeira, se o senhor não se incomoda.
        Ela tinha cara de uma grande quebradora de louça. Pegou a sopeira e deixou cair: caco para todo lado. Estimulada pelo exemplo, uma menina desgarrou-se da mãe; passou a mão numas xícaras e atirou ao chão. Quebraram-se todas. O senhor gordo chamou-lhe a atenção:
        — Assim não, minha filha. Tem de deixar cair.
        Pegou uma pilha de pires e deixou cair. O chão se cobria de cacos de louça. A menina, entusiasmada, se servia na prateleira, atirando ao chão tudo que suas mãos alcançavam. A mulherzinha completou a obra largando no ar, delicadamente como queria o outro, a tampa da sopeira que lhe ficara nas mãos.
        — Parem! Parem! — pedia o homem, desesperado: — Assim vocês me quebram a louça inteira! Alguém vai ter que pagar por isso.
        Voltou-se para dona Neném, ameaçador:
         — A senhora vai ter que pagar. Foi quem começou.
         — Pagar, eu? Tinha graça! Devagar com a louça! Não é inquebrável? — e dona Neném botou pra quebrar, reduzindo a pedaços as últimas peças que restavam em exibição.
        A essa altura a confusão já se generalizava e o gerente acorria, mobilizando os guardas de segurança da casa:
        — Que está acontecendo? Que loucura é essa?
        O empregado tentava se explicar, nervoso, até que o gerente o fez calar-se, botando também pra quebrar:
        — Seu idiota! Cretino! Imbecil! — e apontou outra prateleira de louças: — A inquebrável é aquela! Quem vai ter que pagar é você. E está despedido.
        Voltou-se para os fregueses, procurando se conter:
        — Desculpem, ele é novo na casa... A louça não é esta, é aquela ali. São realmente inquebráveis, venham ver.
        Dona Neném se adiantou, interessada:
        — Posso experimentar?
        Sem esperar resposta, pegou um dos pratos realmente inquebráveis e deixou cair. O prato esfarelou-se no chão.
          Fernando Sabino. Revista Ícaro, n. 54.
                        Fonte: Livro – Encontro e Reencontro em Língua Portuguesa – 5ª Série – Marilda Prates – Ed. Moderna, 2005 – p. 230-3.

1. A crônica "Botando pra quebrar" gira em torno de um acontecimento do cotidiano: uma compra em função de um anúncio que se provou enganoso. Observe, no quadro a seguir, alguns dos significados da expressão botar para quebrar: agir de maneira enérgica, brigar, agir de maneira decidida, exigir muito, saber muito ou fazer muito bem algo.
a) Nos fragmentos a seguir, indique com qual significado a expressão botar pra quebrar foi usada.
I — Pagar, eu? Tinha graça! Devagar com a louça! Não é inquebrável? — e Dona Neném botou pra quebrar, reduzindo a pedaços as últimas peças que restavam em exibição.
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II. O empregado tentava se explicar, nervoso, até que o gerente o fez calar-se, botando também pra quebrar:
— Seu idiota! Cretino! Imbecil! — e apontou outra prateleira de louças: — A inquebrável é aquela! Quem vai ter de pagar é você. E está despedido.
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b) Qual é a relação entre o conteúdo da crônica e o título dela?
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2. A respeito da personagem Dona Neném, responda.
 a) O que levou Dona Neném a tomar a decisão que dá início à narrativa?
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b) Qual foi a primeira providência dela ao chegar ao supermercado?
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c) O que você achou da atitude de Dona Neném de jogar o prato no chão para testar sua qualidade?
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d) De que forma a atitude de Dona Neném cria o humor da crônica?

3. Ao constatar que o produto não era o que esperava, Dona Neném decide ir embora.
a) O que o vendedor faz para convencê-la do contrário e impedir que vá embora?
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b) O que acontece em seguida e ajuda a dar continuidade à história narrada?
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c) De que forma esses novos fatos contribuem para a progressão da narrativa?
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4. Releia este trecho do texto.
Eu não disse? — tornou ele, mostrando os dentes, vitorioso: — é uma questão de jeito. Uma simples questão de jeito.
— Uma simples questão de jeito — repetiu ela: — quer dizer que para não quebrar é preciso deixar cair com jeito.
a) Por que Dona Neném repete a frase dita pelo homem do supermercado?
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b) Afinal, deixar que as louças caiam com jeito para evitar que elas se quebrem atende à motivação de Dona Neném para comprá-las? Explique sua resposta.
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5. Releia estes fragmentos do texto e observe os trechos em destaque que caracterizam o funcionário do supermercado.
(...) a) O empregado lhe estendeu um prato, com um sorriso superior:
(...) b) O homem tentou recolher o sorriso agora desapontado:
(...) c) O homem coçava a cabeça com ar de parvo:
• Associe esses trechos que caracterizam o funcionário do supermercado às ações de Dona Nenêm, a seguir.
I. O primeiro prato se quebra; ele tenta uma explicação.
II. aceitou fazer um teste; ele tinha certeza da qualidade do produto.
III. O segundo prato se quebra; ele não consegue explicar por quê.

6. Textos narrativos, como a crônica, em geral, podem ser divididos em três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão. No caderno, indique a que parte da crônica se refere cada afirmação.
a) Clientes questionam o conteúdo do anúncio veiculado na TV.
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b) A propaganda se revela enganosa.
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c) Um anúncio na TV chama a atenção de um consumidor.
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7. O que move dona Neném é a intenção de comprar, motivada pelo anúncio que julga vantajoso, e o que move o funcionário e o gerente é a intenção de vender.
a) Qual trecho da crônica define, de uma vez por todas, a qualidade do produto anunciado na TV?
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b) Os dois funcionários do supermercado acreditavam ou não no anúncio e na durabilidade do produto? Explique sua resposta.
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c) O que se pode concluir em relação ao conteúdo do anúncio visto por Dona Neném na TV?
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d) Que relação há entre esse tipo de anúncio e a intenção do autor ao
escrever a crônica?
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RECURSOS EXPRESSIVOS

1.. Releia estes fragmentos da crônica.
— Eu não disse? — tornou ele, mostrando os dentes, vitorioso:
Dona Neném é dessas que pagam para ver:
— Espere! — saltou o homem do supermercado, ferido nos seus brios:
a) No caderno, indique o sentido que as palavras ou expressões destacadas têm no texto. Se necessário, consulte um dicionário.
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b) Essas palavras e expressões foram utilizadas no sentido próprio ou figurado? Explique.
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2 Compare estas duas frases dos últimos parágrafos da crônica: a primeira, na fala do gerente, e a segunda, registrada pelo narrador.
— Desculpem, ele é novo na casa... A louça não é esta, é aquela ali. São realmente inquebráveis, venham ver.
Sem esperar resposta, pegou um dos pratos realmente inquebráveis e deixou cair. O prato esfarelou-se no chão.
• Levando em conta o conteúdo da crônica, a expressão destacada tem o mesmo sentido quando dita pelo gerente e quando está na voz do narrador? Explique sua resposta.
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3. Releia este trecho e observe a pontuação empregada.
— A senhora vai ter que pagar. Foi quem começou.
— Pagar, eu? Tinha graça! Devagar com a louça! Não é inquebrável?
Na fala de Dona Neném, as frases são curtas e apresentam pontuação com função expressiva. O que essas particularidades revelam sobre os sentimentos de Dona Neném nesse diálogo?
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4. Na crônica, são usados diferentes verbos e locuções verbais para expressar o que fazem os personagens com os pratos no supermercado.
a) Quais são esses verbos e expressões?
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 b) Considerando o contexto da situação em que os personagens se encontram, por que são usadas diferentes formas verbais pelo narrador?
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5.Releia estas expressões empregadas pelo narrador.
Pagar para ver.       Questão de jeito.
Duro na queda.      Infernizando a vida.
a)Essas expressões indicam um uso formal ou informal da língua? Por quê?
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b) Crônicas são originalmente publicadas em jornais, lidos por muita gente, para depois serem, possivelmente, reunidas em uma antologia. Em sua opinião, a linguagem empregada nessa crônica está adequada aos seus leitores? Explique.
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Para lembrar          
Crônica
Intenção principal: Abordar um fato do cotidiano e, com base nele, fazer uma crítica ou reflexão sobre uma questão.
Leitor: Leitores em geral.
Organização: Introdução, desenvolvimento e conclusão.
                        Narrada, em geral, em 3ªpessoa.
                        Pode conter diálogos.
Linguagem: Mais ou menos formal.
                     Pode variar de acordo com o autor e o público-leitor.


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CRÔNICA: BOTANDO PRA QUEBRAR - FERNANDO SABINO - COM GABARITO https://armazemdetexto.blogspot.com/2019/12/cronica-botando-pra-quebrar-fernando.html

Crônica: Botando pra quebrar
         

      Fernando Sabino

        Dona Neném viu o anúncio na televisão e se entusiasmou: duro na queda, cai sem quebrar. Não era de hoje que esse problema vinha infernizando a sua vida doméstica: pratos trincados, xícaras sem pires, sopeiras sem tampas, peças desfalcadas inutilizando o jogo inteiro. Ela própria sendo a principal desastrada, ao ensinar a nova cozinheira como lavar a louça sem quebrar uma só peça, acabava quebrando duas.
        Agora vinha aquela novidade: a louça inquebrável. Só que desta vez não era pirex, nem plástico: tinha todo o aspecto de louça de verdade.
        — O senhor garante que não quebra mesmo? — perguntou no supermercado, diante da novidade em exibição na prateleira.
        O empregado lhe estendeu um prato com um sorriso superior:
        — Se não acredita, pode experimentar.
        Dona Neném é dessas que pagam para ver: atirou no chão o prato e o prato se espatifou em mil pedaços. O homem tentou recolher o sorriso agora desapontado:
        — É porque bateu de quina.
        — Posso experimentar outro?
        Dona Neném pegou outro prato e jogou no chão, com o mesmo resultado. O homem coçava a cabeça com ar de parvo:
        — Não sei como explicar...
        — Este não bateu de quina.
        — Devia estar com defeito.
        Um senhor gordo, que se detivera para assistir à cena, afastou polidamente o empregado com o braço e se adiantou, ar suficiente:
        — Não quebram mesmo, eu conheço o produto. É que a senhora jogou assim...  — pegou um prato e ergueu-o no ar como se fosse atirá-lo com força: — Ao passo que a senhora devia ter deixado cair assim.
        Deixou delicadamente que o prato se escapasse de suas mãos. Ao bater no chão, o prato se espatifou.
        — Então, está bem, estou satisfeita — disse dona Neném, e foi saindo.
        — Espere! — saltou o homem do supermercado, ferido nos seus brios: — Eu asseguro à senhora que não quebra mesmo, quer ver?
        Deixou cair um prato, que saiu saltitando pelo chão, sem se quebrar.
        — Eu não disse? — tornou ele, mostrando os dentes, vitorioso: — É uma questão de jeito. Uma simples questão de jeito.
        — Uma simples questão de jeito — repetiu ela: — Quer dizer que para quebrar é preciso deixar cair com jeito.
        — É isso mesmo! — desafiou uma mulherzinha que se detivera junto a eles, interessada: — Com ele não quebra, mas com a gente quebra.
        — Então experimente a senhora — e o homem lhe estendeu o prato.
        — Prefiro a sopeira, se o senhor não se incomoda.
        Ela tinha cara de uma grande quebradora de louça. Pegou a sopeira e deixou cair: caco para todo lado. Estimulada pelo exemplo, uma menina desgarrou-se da mãe; passou a mão numas xícaras e atirou ao chão. Quebraram-se todas. O senhor gordo chamou-lhe a atenção:
        — Assim não, minha filha. Tem de deixar cair.
        Pegou uma pilha de pires e deixou cair. O chão se cobria de cacos de louça. A menina, entusiasmada, se servia na prateleira, atirando ao chão tudo que suas mãos alcançavam. A mulherzinha completou a obra largando no ar, delicadamente como queria o outro, a tampa da sopeira que lhe ficara nas mãos.
        — Parem! Parem! — pedia o homem, desesperado: — Assim vocês me quebram a louça inteira! Alguém vai ter que pagar por isso.
        Voltou-se para dona Neném, ameaçador:
         — A senhora vai ter que pagar. Foi quem começou.
         — Pagar, eu? Tinha graça! Devagar com a louça! Não é inquebrável? — e dona Neném botou pra quebrar, reduzindo a pedaços as últimas peças que restavam em exibição.
        A essa altura a confusão já se generalizava e o gerente acorria, mobilizando os guardas de segurança da casa:
        — Que está acontecendo? Que loucura é essa?
        O empregado tentava se explicar, nervoso, até que o gerente o fez calar-se, botando também pra quebrar:
        — Seu idiota! Cretino! Imbecil! — e apontou outra prateleira de louças: — A inquebrável é aquela! Quem vai ter que pagar é você. E está despedido.
        Voltou-se para os fregueses, procurando se conter:
        — Desculpem, ele é novo na casa... A louça não é esta, é aquela ali. São realmente inquebráveis, venham ver.
        Dona Neném se adiantou, interessada:
        — Posso experimentar?
        Sem esperar resposta, pegou um dos pratos realmente inquebráveis e deixou cair. O prato esfarelou-se no chão.
          Fernando Sabino. Revista Ícaro, n. 54.
                        Fonte: Livro – Encontro e Reencontro em Língua Portuguesa – 5ª Série – Marilda Prates – Ed. Moderna, 2005 – p. 230-3.
Entendendo a crônica:

01 – Você conhece a expressão “duro na queda”? Ela já serviu até como título de filme de aventura. Qual o significado dessa expressão no texto?
      No texto, refere-se a pratos difíceis de quebrar, em alusão ao seu significado original, ou seja, refere-se a tudo o que é resistente.

02 – “Dona Neném é dessas que pagam para ver”. A expressão pagar para ver tem origem em jogos de pôquer. Um jogador literalmente paga para ver as cartas do outro. Assim pode saber se seu oponente tem cartas melhores do que as suas. Qual o significado da expressão pagar para ver no texto?
      Querer comprovação dos fatos.

03 – “O vendedor coçava a cabeça com ar de parvo”.
a)   Qual o significado de parvo?
Indivíduo tolo, pouco inteligente.

b)   Por que o vendedor ficou com ar de parvo?
Porque não fazia sentido para ele os pratos quebrarem.

04 – A confiança do vendedor vai sendo quebrada lentamente, à medida que os pratos vão se espatifando. De que maneira identificamos, no texto, essa mudança na atitude do vendedor?
      O vendedor primeiro exibe um sorriso, depois recolhe o sorriso, desapontado, fica com ar de parvo, e, finalmente, fica desesperado.

05 – O texto é uma narração em terceira pessoa. Identifique:
a)   A situação inicial.
Dona Neném vai ao supermercado comprar pratos inquebráveis.

b)   O conflito ou a crise.
O teste dos pratos não dá certo.

c)   O clímax, ponto mais grave do conflito.
As duas mulheres e a menina quebram a louça.

d)   Solução do conflito.
A louça quebrada não era a oferecida como inquebrável.

e)   Início de uma nova situação.
A louça oferecida na propaganda foi localizada e começou a ser testada.

06 – De acordo com as respostas do exercício 5, responda: a solução do conflito foi a solução do problema de Dona Neném?
      Não, pois o problema de Dona Neném era adquirir pratos inquebráveis e a solução do conflito foi a descoberta de que os pratos testados não eram os da propaganda.

07 – No texto, a propaganda parece ter iludido os consumidores.
a)   Você acha que propaganda enganosa é crime? Justifique sua resposta.
Resposta pessoal do aluno.

b)   Você acredita em tudo o que as propagandas prometem? Por quê?
Resposta pessoal do aluno.




terça-feira, 19 de maio de 2020

HQ CEBOLINHA O FUGITIVO


O FUGITIVO
Leia a história abaixo:



1. Durante a história, o Cebolinha consegue expressar seus sentimentos utilizando apenas sua expressão facial. Observe abaixo algumas expressões da história e explique o que o Cebolinha está sentindo neste momento específico e por qual motivo:

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2. Todos os quadrinhos, com exceção do último, são desenhados dentro de um formato de nuvem. Por qual motivo o autor da história utilizou este recurso?
Resposta:
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3. Cebolinha se imaginou como um prisioneiro fugitivo. Só percebemos o real motivo da situação no último quadrinho. Explique com suas palavras por que o Cebolinha estava realmente fugindo.
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4. Outra característica muito presente nos quadrinhos é o uso de imitações de sons. Explique abaixo para qual efeito foram usadas as seguintes onomatopeias:
a.      Au! Au! –
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b.      Aháá! –
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HQ DROGAS UMA HISTÓRIA QUE PRECISA TER FIM


ALUNO:.........................................................................Turma.............Data..........

1) Por que a fumaça do cigarro na capa tem um formato diferente?
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2) Por que  a Mônica e o Cebolinha estão assustados?
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3) Os pais de Zélio não conseguem encontrar alguns objetos da casa. Por que estes objetos estão desaparecendo?
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4) Quais os lugares escolhidos por Zélio para fumar? Por que ele escolhe esses lugares?
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5) Por que Zélio reage agressivamente quando Zé Luís lhe toma a droga?
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6) Se não fosse a intervenção de zé Luís a Mônica, o Cebolinha e o Cascão iriam aceitar o que Zélio estava oferecendo? Por que?
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7) Qual a função do Zé luís na história?
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8) De acordo com a professora Alzira, quais o sintomas causados pela droga?
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9) Dona Alzira conversa com os pais de Zélio, você acha a atitude dela correta? Por que?
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10) De acordo com a história há drogas que podem ser vendidas sem restrições? Quais são elas?
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11) Você acha que existem pessoas que oferecem drogas para crianças? Por que elas fazem isso?
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12) Como você poderia ajudar um amigo que estivesse envolvido com drogas?

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HQ MALUQUINHO CANSEI DESSE VISUAL 6º ANO TECENDO P.14 GABARITO



HQ MALUQUINHO CANSEI DESSE VISUAL 6º ANO TECENDO P.14

1.Você já ouviu falar do Menino Maluquinho? O que sabe sobre ele?
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Leia a seguinte história em quadrinhos do Menino Maluquinho e divirta-se com as invenções desse personagem.


2. O personagem principal dessa história vive um conflito. Qual é esse conflito?
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3. O Menino Maluquinho, ao escolher o boné, acaba optando por um visual mais antigo ou mais moderno? Por que você acha que ele fez essa opção?
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4. Ao usar o boné por cima da panela, o que o personagem demonstra? Isso provoca humor no texto?
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5. Em sua opinião, Maluquinho gosta de ser quem é? Por quê?
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6. Observe com atenção os gestos e as expressões faciais de Maluquinho nos seis primeiros quadrinhos e responda:
a)O que as diferentes posições dos braços e das mãos sugerem sobre o personagem?
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b) As expressões faciais do garoto combinam com o que ele está dizendo? Justifique sua resposta.
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7. Para construir esse texto, o autor usou imagens e palavras. Em sua opinião, se as imagens fossem retiradas, o texto transmitiria as mesmas ideias? Por quê?
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8.  Às vezes você também se sente como o Menino Maluquinho? Observando a si mesmo, que conflitos você considera comuns na sua idade? Por quê?
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Entendendo a história:

01  Resposta pessoal do aluno.

02 Ele tem dificuldade para escolher um visual para sair.

03 Ele opta por um visual mais moderno. Provavelmente porque bonés são muito usados pelos garotos de sua geração.

04  Demonstra que, mesmo usando um visual novo, ele não deixa de ser quem é, ou seja, afirma sua identidade colocando o boné sobre a panela. O humor pode consistir no fato de ele usar o boné sobre a panela.

05      Resposta pessoal do aluno.

06

 a)    Sugerem que o personagem está em dúvida sobre alguma coisa.

b)    Sim. As expressões faciais mostram que o personagem está refletindo sobre seu visual, pois Maluquinho se observa atentamente no espelho.

07  Resposta pessoal do aluno.

08  Resposta pessoal do aluno.

 

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 6º ano – Ensino Fundamental – IBEP p. .


segunda-feira, 18 de maio de 2020

NARRATIVA CÔMICA 6º ANO A LIGA DA JUSTIÇA


Atividade: narrativa cômica

Antes de ler o texto A LIGA DA JUSTIÇA, o que você imagina que acontecerá?

A Liga da Justiça (Marcelo Ferreira de Menezes)

A televisão estava alta e exibia as notícias policiais do dia naquele fim de tarde. Ele parou em frente à tela e passou a acompanhar com atenção os fatos mais escabrosos ocorridos . A voz do apresentador do telejornal relatava sequestro, assassinato e tudo o mais que escandaliza os cidadãos. A notícia seguinte era sobre uma chacina num bar em São Paulo. Foi a gota d'água.
― Chega! ― ele se indignou. Eu vou pôr fim a toda essa violência!
E, desligando o televisor, foi até seu quarto, vestiu uma fantasia de Batman de carnaval e saiu. Saiu é apenas força de expressão: ele deixou o apartamento pela janela.
Nesse mesmo instante, passava pela rua uma patrulha ocupada por dois policiais. O que dirigia cutucou o companheiro:
― Começamos bem a ronda. Olha só aquilo ― e apontou, com o dedo, o Batman improvisado encima de uma marquise.
No apartamento, uma senhora teve de interromper seu banho para atender à campainha que tocava nervosa e insistentemente.
― Ô, homem inútil! Por que não atende logo? ― e veio ela se enrolando no roupão pelo corredor. ― Já vou! Já vou! ― repetiu, vendo que a campainha não se calava.
Era o porteiro, na companhia dos dois policiais que, há pouco, patrulhavam a rua. Ela se assustou.
― É o seu Osvaldo, Dona Ciça. Ele está lá na marquise de novo ― comunicou o porteiro, com uma cara desanimada.
Depois de um certo trabalho para resgatar o herói desastrado, os policiais foram embora, não sem antes aconselhar Dona Ciça a colocar uma tela de proteção nas janelas.
― Por sorte o apartamento fica no primeiro andar e dá para a marquise, mas é sempre bom prevenir ― reforçou um dos policiais.
Na poltrona, magro, frustrado e com um abatimento no olhar, o Batman, ou melhor, seu Osvaldo, encolheu-se ainda mais na folgada fantasia cinza e preta, que apenas ressaltava seus ossos. A máscara orelhuda lhe aumentava o ridículo.
― Bonito, né, Osvaldo? ― repreendeu Ciça. ― Você não tem conserto! Chamar a atenção assim desse jeito pra nós! O que é que os vizinhos vão dizer? Eu já falei! Você está velho! Isso é coisa que se faça?
E depois de passado o sermão, ela foi para seu quarto para acabar de se arrumar.
Voltou de lá bastante diferente. Encarando Osvaldo.
― Você não dá mais para isso, Bruce ― ela disse com languidez na voz. Mas eu ainda estou em forma, não é? Que tal estou?
― Linda... ― respondeu com rouquidão o agora risonho Batman. Linda como sempre... Mulher Maravilha!
Dona Ciça ajeitou na cabeça a tiara de plástico dourada, orgulhosa com o que ouvira. E, em sua fantasia desbotada e alguns bons números a menos de seu manequim, ela, altiva, anunciou:
― O jantar está no fogão! Agora, tenho uma cidade inteira para proteger! Mas antes tenho de achar onde estacionei meu avião invisível!
E saiu porta afora, em disparada pelo corredor do prédio.


1. Sua hipótese se confirmou? O que você imaginou que aconteceria?
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2. O que provocou humor na história além de o seu Osvaldo ter se fantasiado de Batman?
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3. O tempo da narrativa é quando acontece a história. Leia novamente o primeiro parágrafo para identificar o tempo da narrativa.
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4. Uma narrativa pode acontecer em vários lugares, esses lugares são chamados de espaço da narrativa. Onde acontece a narrativa acima?
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5. A pessoa que conta a história é chamada de narrador, se ela participar da história dizemos que o foco narrativo é em primeira pessoa, se ela não participa dizemos que o foco narrativo é em terceira pessoa. Qual o foco narrativo desse texto?
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6. “E, desligando o televisor, foi até seu quarto, vestiu uma fantasia de Batman de carnaval e saiu.” Qual foi a causa desse comportamento do seu Osvaldo?
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7. “vestiu uma fantasia de Batman de carnaval e saiu” A expressão em destaque revela quais características da fantasia?
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8. “― Bonito, né, Osvaldo?” O Adjetivo grifado foi empregado com ironia. O que Dona Ciça  quis dizer realmente?
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9.leia o fragmento.
 O que dirigia cutucou o companheiro:
― Começamos bem a ronda.”
a) Para que foi utilizado o travessão (—)?
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b) A palavra cutucou indica que o motorista queria o quê?
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10. Quais são as características físicas do seu Osvaldo?
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 UNIDADE ESCOLAR: C.M. BOTAFOGO
Elaborado pelo professor Diorges Ferranti Gonçalves





domingo, 17 de maio de 2020

CONTO CONTEMPORÂNEO BILHETE COM FOGUETÃO 7º ANO ALPHA P. 45

CONTO CONTEMPORÂNEO

Bilhete com foguetão (Ondajaki. Escritor angolano)
        Com um beijinho para a Petra
        Foi no tempo da terceira classe.
         Quando a Petra entrou na sala já deviam ser umas três da tarde. Lembro-me disso porque nós sabíamos mais ou menos as horas pelo modo como as sombras invadiam a sala de aulas.
         A Petra tinha o tom de pele escuro, bem bronzeado, e vinha com umas roupas bem bonitas que se fosse a minha mãe não me deixava vestir assim num dia normal de aulas. Uma mochila toda colorida como quase ninguém tinha naquela época. Então eu acho que tudo aconteceu em poucos minutos, assim muito de repente.
       Já não consegui prestar atenção à aula e a Marisa, que sentava na carteira ao lado, reparou que eu estava toda a hora a olhar. A delegada de turma também viu. E a Petra também. [...] Fiquei todo intervalo na sala, na minha carteira, a rasgar as folhas onde eu tentava escrever um bilhete para a Petra.
       Depois do intervalo todos regressaram com respiração depressada e o suor do corpo a molhar as roupas, alegres também porque a camarada professora Berta disse que ainda ia demorar. Deu ordens à delegada para sentar todo mundo e apontar numa lista o nome dos indisciplinados.
       Primeiro houve aquele silêncio assim de cinco minutos que todos têm medo de ficar na lista e ninguém quase se mexe. Depois começaram a desenhar, jogar batalha naval e tentar pedir com licença à delegada para falar com alguém. O meu bilhete estava pronto, dobrado, mas eu não sabia na minha cabeça se devia ou não dar o bilhete à Petra.
       A Marisa olhava para mim como quem perguntava alguma coisa. E essa resposta que ela queria com palavras ou um olhar, eu também não tinha para mim. Mesmo sem ter ido jogar futebol, eu suava na testa e nas mãos.
        Fiz sinal à delegada que queria falar com ela, mas ela disse que não. A Marisa disse-me então que ela podia ir.
        - Entrego a quem?
        - À Petra.
        A Marisa nem esperou eu ter acabado bem de decidir, tirou-me o bilhete da mão e foi a correr. O meu olhar acompanhou a Marisa na corrida em direção à Petra e de repente me deu uma tristeza enorme quando a vi passar além da Petra e entregar o papel já meio aberto à delegada de turma.
        A delegada mandou todos fazerem um silêncio que eu não conseguia engolir na minha garganta dura. Era o meu fim. Como é que eu ia enfrentar os rapazes depois daquele bilhete para a Petra a dizer que ela tinha «um estojo bonito com cores de Carnaval da Vitória e a mochila também, pelo tipo mousse de chocolate e uns olhos que, de longe, pareciam duas borboletas quietas e brilhantes»?
        Cruzei os braços na carteira, escondi a cabeça, fechei os olhos, e pelos risos eu ia entendendo o que se passava ali. Quando ela acabou de ler, houve um silêncio e eu sabia que a delegada devia estar a olhar para o desenho. Como eu não sabia desenhar quase nada, tinha feito um pequeno foguetão desajeitado porque achei que fazer flores também já era de mais. A delegada riu uma gargalhada só dela, bem alto. A Marisa quis saber o que era. Ela amarrotou o bilhete e guardou no estojo.
         - Ele desenhou um «fojetão».
          - Um «fojetão»?!
       Aí eu confirmei na minha cabeça que aquela menina não podia ser nossa delegada porque ela não sabia ler o «gue», e eu tinha a certeza absoluta de ter escrito «foguetão». A camarada professora Berta entrou e eu estremeci, pensei que fossem me queixar do bilhete, mas nada, todos estavam parados, como borboletas!, isso mesmo, borboletas quietas.
       No fim da tarde, a Petra foi logo embora sem falar com ninguém, e os rapazes da minha turma foram bem simpáticos, ninguém me estigou e até o Filomeno, que era tão calado, deu-me uma pancada leve nas costas que eu entendi tudo sem ele ter dito nada com a boca.
        Cheguei a casa muito confuso e um pouco triste, mas já não queria falar mais do bilhete.
       - Correu bem o dia? – a minha mãe me deu um beijinho.
        - Sim foi bom – tirei a mochila das costas. – Mãe, foguetão não é com «gue», como na palavra guerra?
        - Claro que sim, filho. Olhei devagar para ela. Fiquei a sorrir. A minha mãe também tem uns olhos assim enormes bem bonitos de olhar.
Ondjaki, Os da Minha Rua – estórias, Lisboa, Editorial Caminho, 2007. LEITURA

1. Em que tempo e espaço se passa a história vivida pelo protagonista?
TEMPO (Quando aconteceu?).....................................................................
TEMPO(Duração da história?)......................................................................
ESPAÇO(Onde aconteceu?)........................................................................

2. Quais palavras no texto indicam o espaço?
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3. Qual é o foco narrativo do conto? (1ª pessoa ou 3ª pessoa) Justifique com trechos do texto.
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4. Resuma cada um dos elementos do conto:
Situação inicial (começo da narrativa)
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Conflito (problema que surgiu na narrativa)
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Clímax (ponto mais alto, de maior tensão para a personagem)
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Desfecho( fim, solução do conflito)
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5. Após o clímax, o protagonista muda sua visão a respeito da delegada da turma. Que acontecimento marca essa mudança?
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6. Releia essa frase do conto: “A delegada mandou todos fazerem um silencio que eu não conseguia engolir na minha garganta dura”.
a) Marque a relação de sentido que a palavra destacada estabelece entre as palavras que liga?
I. causa
II. consequência
III. lugar
IV. tempo

b) Que palavra ajuda a determinar ou modificar o sentido do substantivo garganta?
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c) Que significado a expressão “na minha garganta dura” indica sobre a personagem ?
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7. Quem é o autor do conto? Qual o seu país de origem?
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8.De acordo com o contexto, qual o significado da palavra delegada presente no conto. (Se não souber pesquise no livro p. 45)
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9. Mesmo sem ter ido jogar futebol, eu suava na testa e nas mãos. De acordo com o texto, por que a personagem suava?
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10.        - Sim foi bom – tirei a mochila das costas. – Mãe, foguetão não é com «gue», como na palavra guerra?
        - Claro que sim, filho. Olhei devagar para ela. Fiquei a sorrir.  Que sentimento os verbos destacados indicam que a personagem estava sentindo?
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ADAPTADO DE: COSTA, Cibele Lopresti, Geração Alpha Língua portuguesa: ensino fundamental: anos finais: 7ºano­­-2ª ed. - São Paulo: Edições SM, 2018.


UNIDADE ESCOLAR C.M. BOTAFOGO
Elaborado pelo professor Diorges Ferranti Gonçalves