PáginasDESCRITOR

quarta-feira, 7 de outubro de 2020

CONTO: F DE FRUSTRAÇÃO - MOACYR SCLIAR 7º ANO

 

Antes de ler

1 Você gosta de viajar? Conhece alguém que sempre quis viajar e nunca conseguiu? Por quê?

Resposta pessoal

2 Há algum lugar que gostaria de conhecer?

Resposta pessoal

3 Já viveu algum acontecimento estranho ou engraçado durante uma viagem ou um passeio?

Resposta pessoal

       Moacyr Scliar é reconhecido como um dos bons contistas brasileiros. Leia o conto a seguir e observe os recursos que ele utiliza para caracterizar os personagens e conduzir o leitor a um final inesperado.

     Durante a leitura do texto, procure descobrir o sentido das palavras desconhecidas pelo contexto em que elas aparecem. Se for preciso, consulte o dicionário.

 

F de Frustração

     Viajar, para muitos, é a grande realização; não viajar, para muitos, é a grande frustração.

     Havia um casal que tinha uma inveja terrível dos amigos turistas - especialmente dos que faziam tu­rismo no exterior: Ele, pequeno funcionário de uma grande firma, ela, professora primária, jamais tinham conseguido juntar o suficiente para viajar. Quando dava para as prestações das passagens não chegava para os dólares, e vice-versa; e assim, ano após ano, acabavam ficando em casa. Economizavam, compravam menos roupa, andavam só de ônibus, comiam menos - mas não conseguiam viajar para o exterior. Às vezes passavam uns dias na praia. E era tudo.

     Contudo, tamanha era a vontade que tinham de contar para os amigos sobre as maravilhas da Euro­pa, que acabaram bolando um plano. Todos os anos, no fim de janeiro, telefonavam aos amigos: estavam se despedindo, viajavam para o Velho Mundo. De fato, alguns dias depois começavam a chegar postais de cidades europeias, Roma, Veneza, Florença; e ao fim de um mês eles estavam de volta, convidando os amigos para verem os slides da viagem. E as coisas interessantes que contavam! Até dividiam os as­suntos: a ele cabia comentar os hotéis, os serviços aéreos, a cotação das moedas, e também o lado pito­resco das viagens; a ela tocava o lado erudito: comentários sobre os museus e locais históricos, peças teatrais que tinham visto. O filho, de dez anos, não contava nada, mas confirmava tudo; e suspirava quando os pais diziam:

    - Como fomos felizes em Florença!

     O que os amigos não conseguiam descobrir era de onde saíra o dinheiro para a viagem; um, mais indiscreto, chegou a perguntar. Os dois sorriram, misterio­sos, falaram numa herança e desconversaram.

     Depois é que ficou se sabendo.

     Não viajavam coisa alguma. Nem saíam da cidade. Ficavam trancados em casa durante todo o mês de férias. Ela ficava estudando os folhetos das compa­nhias de turismo, sobre - por exemplo - a cidade de Florença: a história de Florença, os museus de Florença, os monumentos de Florença. Ele, num peque­no laboratório fotográfico, montava slides, em que as imagens deles estavam superpostas a imagens de Florença. Escrevia os cartões-postais, colava neles selos usados com carimbos falsificados. Quanto ao menino, decorava as histórias contadas pelos pais para confirmá-las se necessário.

     Só saíam de casa tarde da noite. O menino, para fazer um pouco de exercício; ela, para fazer compras num supermercado distante; e ele, para depositar nas caixas de correspondência dos amigos os postais.

     Poderia ter durado muitos e muitos anos, esta história. Foi ela quem estragou tudo. Lá pelas tantas, cansou de ter marido pobre, que só lhe proporcionava excursões fingidas. Apaixonou-se por um piloto, que lhe prometeu muitas via­gens, para os lugares mais exóticos. E acabou pedindo divórcio.

     Beijaram-se pela última vez ao sair do escritório do advogado.

     - A verdade - disse ele - é que me diverti muito com a história toda.

     - Eu também me diverti muito - ela disse.

    - Fomos muito felizes em Florença - suspirou ele.

     - É verdade - ela disse, com lágrimas nos olhos. E prometeu-se que nunca

mais iria a Florença.

 

SCLIAR, Moacyr. Dicionário do viajante insólito. Porto Alegre L&PM, 1995 p. 29-31 © Herdeiros de Moacyr Schar

 

1. O livro Dicionário do viajante insólito, em que se insere esse conto, é composto de várias histórias e apontamentos de um pretenso viajante. Como você associa o nome do conto ao do livro?

Como no título está escrito dicionário é de se esperar que os contos e apontamentos sejam organizados em ordem alfabética.

2. Qual é o assunto do conto? Explique.

É a história de um casal que tinha vontade de viajar, mas não possuía condições financeiras. Com inveja dos amigos, o casal elabora um plano: finge as viagens de férias, contando as histórias para os amigos e até enviando a eles cartões-postais.

3. O que motivava o estranho comportamento do casal?

A vontade de viajar e de impressionar os amigos.

4. Um conto tem poucos personagens, espaço e tempo restritos e um só conflito.

a) Qual é o conflito do conto?

A imensa vontade de viajar e não ter dinheiro para tal.

b) O tempo é restrito no conto? Por que o autor teria feito essa opção?

Não. A história abrange um tempo mais longo para que o narrador acompanhe fatos que se repetiram durante anos.

5. Agora, analise os personagens do conto.

a) Como o narrador se refere a eles?

O narrador se refere a seus personagens tratando-os por ele, ela, e o menino (ou filho).

b) Em sua opinião, por que isso ocorre?

Resposta pessoal

6. Um conto se organiza em torno de um enredo. Localize os fatos que acontecem em cada uma das partes a seguir.

a) Introdução

O narrador apresenta o casal e fala da vontade deles de viajar pelo mundo.

b) Ponto de mudança

O casal resolve por em pratica um plano.

c) Desenvolvimento

O casal e o filho ficam escondidos em casa preparando-se para impactar os amigos com suas recordações de viagem; a mulher estuda pontos turísticos das cidades para onde viajariam; o marido prepara slides com imagens da viagem e falsifica selos para colocar nos cartões-postais; o filho apenas confirma aas historias contadas pelos pais; terminadas  as férias inventadas , o casal retorna e chama os amigos para contar suas aventuras nas cidades que fingiram visitar.

d) Desfecho

A mulher se apaixona por um piloto de avião que lhe promete viagens reais. Então separa-se do marido e termina a farsa..

7. Você acha que o desfecho do conto surpreende o leitor? Por quê?

Resposta pessoal.

8. Como você entendeu a última frase do conto?

Resposta pessoal.

9. O narrador apenas narra a história ou participa dela?

Apenas narra a história, sem ter participação alguma nos acontecimentos expostos.

10.  Ao final de cada página das histórias que constam no livro Dicionário do viajante insólito, o autor cita uma reflexão sobre viagens e o nome de quem a teria feito. Leia, a seguir, algumas delas e comente com o professor e os colegas aquela que você considera a que melhor se relaciona ao conto que você leu.

a) Viajar é conversar com os séculos. (Descartes)

b) viajar não é necessário, a não ser para imaginações limitadas. (Colette)

c) O turista não chega a conhecer as pessoas. Ele julga um lugar pelas diversões que oferece. (André Maurois)

d) Só começamos a gostar de uma viagem três semanas depois de ter voltado. (George Ade)

10. resposta pessoal.

CRÔNICA - MAR: RUBEM BRAGA - GABARITO 7º ANO

 

     MAR: RUBEM BRAGA  GABARITO P.48

  

      1. A primeira vez que vi o mar eu não estava sozinho. Estava no meio de um bando enorme de meninos. Nós tínhamos viajado para ver o mar. No meio de nós havia apenas um menino que já o tinha visto. Ele nos contava que havia três espécies de mar: o mar mesmo, a maré, que e menor que o mar, e a marola, que é menor que a maré. Logo a gente fazia ideia de um lago enorme e duas lagoas. Mas o menino explicava que não. O mar entrava pela maré e a maré entrava pela marola. A marola vinha e voltava. A maré enchia e vazava. O mar às vezes tinha espuma e às vezes não tinha. Isso perturbava ainda mais a imagem. Três lagoas mexendo, esvaziando e enchendo, com uns rios no meio, às vezes uma porção de espumas, tudo isso muito salgado, azul, com ventos.
      2. Fomos ver o mar. Era de manhã, fazia sol. De repente houve um grito o mar! Era qualquer coisa de larga, de inesperado. Estava bem verde perto da terra, e mais longe estava azul. Nós todos gritamos, numa gritaria infernal, e saímos correndo para o lado do mar. As ondas batiam nas pedras e jogavam espuma que brilhava ao sol. Ondas grandes, cheias, que explodiam com barulho. Ficamos ali parados, com a respiração apressada, vendo o mar…

       3. Depois o mar entrou na minha infância e tomou conta de uma adolescência toda, com seu cheiro bom, os seus ventos, suas chuvas, seus peixes, seu barulho, sua grande e espantosa beleza. Um menino de calças curtas, pernas queimadas pelo sol, cabelos cheios de sal, chapéu de palha. Um menino que pescava e que passava horas e horas dentro da canoa, longe da terra, atrás de uma bobagem qualquer – como aquela caravela de franjas azuis que boiava e afundava e que, afinal, queimou a sua mão… Um rapaz de quatorze ou quinze anos que nas noites de lua cheia, quando ~a maré baixa e descobre tudo e a praia é imensa, ia na praia sentar numa canoa, entrar numa roda, amar perdidamente, eternamente, alguém que passava pelo areal branco e dava boa-noite… Que andava longas horas pela praia infinita para catar conchas e búzios crespos e conversava com os pescadores que consertavam as redes. Um menino que levava na canoa um pedaço de pão e um livro, e voltava sem estudar nada, com vontade de dizer uma porção de coisas que não sabia dizer – que ainda não sabe dizer.

       4. Mar maior que a terra, mar do primeiro amor, mar dos pobres pescadores maratimbas, mar das cantigas do catambá, mar das festas, mar terrível daquela marte que nos assustou, mar das tempestades de repente, mar do alto e mar da praia, mar de pedra e mar do mangue… A primeira vez que sai sozinho numa canoa parecia ter montado num cavalo bravo e bom, senti força e perigo, senti orgulha de embicar numa onda um segundo antes da arrebentação. A primeira vez que estive quase morrendo afogado, quando a água batia na minha cana e a corrente do “arrieiro” me puxava para fora, não gritei nem fiz gestas de socorro; lutei sozinho, cresci dentro de mim mesmo. Mar suave e = oleoso, lambendo o batelão. Mar dos peixes estranhos, mar virando a canoa, mar das pescarias noturnas de camarão para isca. Mar diário e enorme, ocupando toda a. vida, uma vida de bamboleio de canoa, de paciência, de força, de sacrifício sem finalidade, de perigo sem sentido, de lirismo, de energia; grande e perigoso mar fabricando um homem…

       5. Este homem esqueceu, grande mar, muita coisa que aprendeu contigo. Este homem tem andado por aí, ara aflita, ora chateado, dispersivo, fraco, sem paciência, mais corajoso que audacioso, incapaz de ficar parado e incapaz de fazer qualquer coisa, gastando-se como se gasta um cigarro. Este homem esqueceu muita coisa mas há muita coisa que ele aprendeu contigo e que não esqueceu, que ficou, obscura e forte, dentro dele, no seu peito. Mar, este homem pode ser um mau filho, mas ele é teu filho, é um dos teus, e ainda pode comparecer diante de ti gritando, sem glória, mas sem remorso, como naquela manhã em que ficamos parados, respirando depressa, perante as grandes ondas que arrebentavam – um punhado de meninos vendo pela primeira vez o mar…

Julho, 1938

— Rubem Braga, no livro “200 crônicas escolhidas”. Rio de Janeiro: Record, 1986.

 Primeiras impressões

1. Oue imagens e sensações você relacionaria ao texto?

Resposta pessoal.

2. Oue fases da vida do narrador organizam a narrativa de suas experiências de vida junto ao mar? Oue palavras e expressões você observou para concluir isso?

·         infân­cia ("Estava no meio de um bando enorme de meni­nos", "Depois o mar entrou na minha infância ... ", "Um menino de calças curtas ... ");

·         adolescência: (" ... e tomou conta de uma adolescência toda", "Um rapaz de qua­torze ou quinze anos");

·         vida adulta ("mar fabricando um homem ... ", "Este homem").

3.Releia o primeiro e o segundo parágrafos.

a) Com base em que o mar é descrito no primeiro parágrafo?

A descrição foi feita com base na imaginação do narrador, quando criança, com base no que ouviu do único me­nino do bando que conhecia o mar.

b) E no segundo parágrafo?

A des­crição foi feita com base na própria experiência do nar­rador, quando menino, ao ver o mar pela primeira vez.

4. Das experiências de vida do narrador junto ao mar, qual chamou mais sua atenção? Por quê?

Resposta pessoal.

5. Além das experiências pessoais, que experiências cole­tivas de trabalho e de manifestação cultural o narrador associa ao mar?

"mar dos pobres pescadores maratimbas mar das cantigas do catambá, mar das festas como experiências coletivas.      .          

6. O que se pode deduzir sobre o momento presente do narrador: ele vive experiências semelhantes às que vi­veu antes? O que você observou no texto para con­cluir isso?

De modo geral, permite concluir, e muito especialmente nas passagens: "Este homem esqueceu, grande mar, muita coisa que aprendeu contigo. Este homem tem andado por ai , ora aflito, ora chateado, dispersivo, fraco, sem paciência, mais corajoso que audacioso, incapaz de ficar parado e incapaz de fazer qualquer coisa, gastando-se como se gasta um cigarro.

     A crônica na literatu­ra brasileira é bastante variada, mas, de modo geral, seus textos são cur­tos, em comparação a um conto ou a um romance, e trazem um "olhar ar­tístico" para o cotidiano, isto é, para o nosso dia a dia, recortando dele te­mas, acontecimentos, e trabalhando-os no texto de jeito surpreendente, mobilizando emoções, re­flexões e sentimentos na experiência no leitor. As­sim, é um gênero em que o escritor exercita a arte de tratar de coisas sim­ples, de modo profundo, em textos breves.

 SINGULAR E PLURAL

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

SUJEITO E PREDICADO PARTE 3 DE 3

 Atividade: sujeito e predicado. Parte 03 de 03.
HABILIDADE: BNCC (EF07LP07), CE04, SAEB D13.
SUJEITO E PREDICADO
 
Leia a tirinha da Mafalda.
1. Em “Eu confio, tu confias, ele confia, nós confiamos, vós confiais e eles confiam” quais os pronomes pessoais que foram usados como sujeito?
 
Leia a tirinha da quadrinista Clara Gomes
 Disponívem em: <http://bichinhosdejardim.com/celebracoes-adversas/ > acesso em: 28 set.2020.
 
2. No fragmento “TEMOS que celebrar alguns momentos da vida!” o sujeito é classificado como SUJEITO OCULTO, não aparece escrito. O verbo TEMOS se refere a que pronome pessoal.
3. “Vou me permitir uma festa” Como é classificado o sujeito desse fragmento?
4. A que pronome pessoal o verbo VOU se refere?
 
Leia a tirinha da Mafalda.
QUINO, J. L. Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 2003.p.64
5. indique os sujeito nas alternativas abaixo;
a) “A gente não pode ficar tão desanimado”
b) “TEMOS que reagir”
 
6. Classifique  os sujeito nas alternativas abaixo;
a) “A gente não pode ficar tão desanimado”
b) “TEMOS que reagir”
 
7. Na tirinha acima há uma característica da linguagem informal que é substituir o pronome pessoal nós por qual expressão?

      Na língua portuguesa é comum a omissão dos pronomes pessoais quando são sujeitos.  Essa característica ocorre também com pronomes de tratamento.

       Pronomes de Tratamento são formas de tratamento que usamos no trato com as pessoas. Dependendo da pessoa a quem nos dirigimos, do seu cargotítulo, idade, dignidade, o tratamento será familiar ou cerimonioso.

Pronomes de tratamento:

Você

Linguagem Informal

Tratamento familiar – amigos...

Senhor, Senhora

Linguagem Formal

Tratamento de respeito

Vossa Excelência

Linguagem Formal

Altas autoridades – presidente, prefeito...

Vossa Majestade

Linguagem Formal

Tratamento para reis



       Leia a tira.
8. De acordo com a tirinha, qual foi o assunto da aula de Armandinho?
9. Ao se dirigir ao seu pai, que PRONOME DE TRATAMENTO Armandinho deveria ter usado?
 
Leia a charge de Duke.
 
10. No fragmento “Vai pra Venezuela!!!”  o sujeito é classificado como:
a) simples        b) composto            c) oculto
 
11.  Apesar de não estar escrito, no fragmento “Vai pra Venezuela!!!”  quem é o sujeito?
12. “Fiquem no Brasil” O sujeito desse fragmento é classificado como SUJEITO OCULTO. apesar de não estar escrito a que pronome de tratamento o verbo FIQUEM se refere?
 
13. Classifique o sujeito das orações abaixo em simples composto ou oculto.
a) “Amo muito tudo isso”
b) “Beba Coca Cola”
c) O álcool vicia.
d) O arroz e o feijão aumentaram de preço.
e) Chegaram as madrinhas e os padrinhos.
f) Você aprende rápido.
g) Quem faltou?

leia a tira abaixo.
Disponívem em: https://www.humorpolitico.com.br/sid/o-adeus-a-quino/ acesso em:01out.2020.
14. “Siga tranquilo”  
a) O sujeito desse fragmento é classificado como:
b) Qual pronome de tratamento é o sujeito oculto desse fragmento?
c) A que famoso cartunista falecido recentemente esse fragmento se refere?
 
UNIDADE ESCOLAR: C.M. BOTAFOGO
ATIVIDADE ELABORADA PELO PROFESSOR:  DIORGES FERRANTI GONÇALVES
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
QUINO, J. L. Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
https://www.facebook.com/tirasarmandinho/photos/a.488361671209144/121669385170


quarta-feira, 30 de setembro de 2020

PRONOMES 7º ANO

 HABILIDADES: (EF07LP12) Reconhecer recursos de coesão referencial: substituições lexicais (de substantivos por sinônimos) ou pronominais (uso de pronomes anafóricos – pessoais, possessivos, demonstrativos). (EF07LP13) Estabelecer relações entre partes do texto, identificando substituições lexicais (de substantivos por sinônimos) ou pronominais (uso de pronomes anafóricos – pessoais, possessivos, demonstrativos), que contribuem para a continuidade do texto. (EF69LP05) Inferir e justificar, em textos multissemióticos – tirinhas, charges, memes, gifs etc. –, o efeito de humor, ironia e/ou crítica pelo uso ambíguo de palavras, expressões ou imagens ambíguas, de clichês, de recursos iconográficos, de pontuação etc.
 Antes de ler o texto, leia apenas o título. Você se lembra deste assunto? O que você já viu sobre os pronomes?
 
NA CASA DOS PRONOMES (Monteiro Lobato)
 
       Todos se dirigiram para a casa dos Pronomes Pessoais. (Reto, Obliquo, Tratamento)
Emília bateu na porta — toque, toque, toque.
      Veio abrir o Pronome Eu.
      — Entrem, não façam cerimônia.
Narizinho fez as apresentações.
      — Tenho muito gosto em conhecê-los — disse amavelmente o Pronome Eu.
      — E os seus companheiros, os outros Pronomes Pessoais? — perguntou Emília.
      — Estão lá dentro, jantando.
      No refeitório estavam os pronomes Tu, Ele, Nós, Vós, Eles, Ela e Elas. Esses figurões eram servidos pelos Pronomes Oblíquos. Os meninos viram lá o Me, o Ti, o Nos, o Te, o Ti, o Vos, o O, o A, o Lhe, o Se, e o Si.
      — E ainda há outros serviçais, os Pronomes de Tratamento — disse Eu. — Lá no quintal estão tomando sol os Pronomes Você, Senhor, Senhora, Vossa Senhoria, Vossa Excelência, Vossa Majestade e outros.
      — E para que servem os senhores Pronomes Pessoais? — perguntou a menina.
     — Nós — respondeu Eu — servimos para substituir os Nomes das pessoas. Os meninos notaram um fato muito interessante — a rivalidade entre o Tu e o Você. O Pronome Você havia entrado do quintal e sentara-se à mesa com toda a brutalidade, empurrando o pobre pronome Tu do lugarzinho onde ele se achava.
      — Que há entre aqueles dois? — perguntou Narizinho. — Parece que são inimigos...
      — Sim — explicou o Pronome Eu. O meu velho irmão Tu anda muito aborrecido porque o tal Você apareceu e anda a atropelá-lo para lhe tomar o lugar.
      — E fora os Pronomes Pessoais não há outros?
      — Há sim — disse Eu —, moram aqui na casa ao lado.
Na outra casa os meninos encontraram os Pronomes POSSESSIVOSMeu, Teu, Seu, Nosso, Vosso e Seus com as respectivas esposas e com os plurais.
Depois encontraram os Pronomes DEMONSTRATIVOSEste, Esse, Aquele  com as suas respectivas esposas e parentes. As esposas eram Esta, Essa, Aquela e os parentes Isto, Isso, Aquilo.
— Muito bem — disse Narizinho. — Vamos adiante. Vejo alguns senhores muito conhecidos.
De fato, mais adiante os meninos encontraram os Pronomes INDEFINIDOS. Eram eles: Algo, Algum, Alguém, Nada, Nenhum, Ninguém, Tudo, Tanto, Tal, Pouco, Quanto, Qual. com as suas respectivas formas femininas e os competentes plurais.
— São umas palavrinhas muito boas, que a gente emprega a toda a hora — comentou Emília.
      Havia ainda os Pronomes RELATIVOS, que servem para indicar uma coisa que está para trás. Eram eles: Que, Quem, O Qual, Cujo, Onde, etc., com as suas respectivas esposas e plurais.
      Por fim conheceram os Pronomes INTERROGATIVOS, que servem para fazer perguntas. Todos usam um Ponto de Interrogação no fim, para que a gente veja que são perguntativos. E os meninos viram lá os Interrogativos: Quê? Qual? Quanto? Quem?
 
1. Escreva o nome de cinco personagens do texto.
2. Por que Eu, Meu, Este, Algo, Que e Quanto estão escritos com letras maiúsculas no texto?
3. A que classe gramatical pertencem as palavras “Eu, Meu, Este, Algo, Que e Quanto?”.
4. Por que o pronome Tu anda aborrecido?
5. De acordo com o texto, para que servem os pronomes pessoais?
6. Os pronomes pessoais se dividem em três grupos. Quais são eles?
7. Quais os seis tipos de pronomes presentes no texto?

 Observe mais uma explicação sobre os pronomes

1. PRONOMES PESSOAIS são aqueles que, além de acompanhar ou substituir um substantivo, representam as pessoas do discurso.

PRONOMES PESSOAIS

Pessoa do discurso

CASO RETO

CASO OBLÍQUO

Singular

1ª pessoa – quem fala

eu

me, mim, comigo

2ª pessoa – com quem se fala

tu

te, ti, contigo

3ª pessoa – de quem se fala

ele, ela

o, a, lhe, se, si, consigo

Plural

1ª pessoa – quem fala

nós

nos, conosco

2ª pessoa – com quem se fala

vós

vos, convosco

3ª pessoa – de quem se fala

eles, elas

os, as, lhes, se, si, consigo

 2.PRONOMES POSSESSIVOS são palavras que se referem às pessoas do discurso, atribuindo-lhes a posse de algo.

PRONOMES POSSESSIVOS

Pessoa

Singular

Plural

meu, minha

meus, minhas

teu, tua

teus, tuas

seu, sua

seus, suas

nosso, nossa

nossos, nossas

vosso, vossa

vossos, vossas

seu, sua

seus, suas

 3. PRONOMES DEMONSTRATIVOS são aqueles que indicam a posição dos seres em relação às três pessoas do discurso.

PRONOMES DEMONSTRATIVOS

Pessoa

Variáveis

Invariáveis

1ª – perto de quem fala

este, esta, estes, estas

isto

2ª – perto de quem fala e de quem ouve

esse, essa, esses, essas

isso

3ª – longe de quem fala e de quem ouve

aquele, aquela, aqueles, aquelas

aquilo

4. PRONOMES INDEFINIDOS são aqueles que se referem à terceira pessoa do discurso de forma vaga, imprecisa ou genérica.

PRONOMES INDEFINIDOS

Variáveis

Invariáveis

algum, alguma, alguns, algumas

alguém

todo, toda, todos, todas

tudo

outro, outra, outros, outras

nada

muito, muita, muitos, muitas

algo

pouco, pouca, poucos, poucas

cada

 

5. PRONOMES INTERROGATIVOS introduzem frases interrogativas e  se referem à 3ª pessoa do discurso de modo impreciso. São interrogativos os pronomes:

Que?

Qual? Quais?

Quem?

Quanto? Quanta? Quantos? Quantas?

 Leia a tirinha.

8. Qual o pronome pessoal presente no primeiro quadrinho?
9. O pronome pessoal presente no primeiro quadrinho indica que pessoa do discurso.
10. Qual pronome possessivo presente no ultimo quadrinho?
11. O pronome possessivo presente no último quadrinho se refere a que pessoa do discurso?
12. O que provocou humor na tirinha?
13. Às vezes não escrevemos os pronomes pessoais. No fragmento “.....Não consigo. ......Sou muito tímido.” que pronome pessoal completaria os espaços pontilhados?

 Leia a tira de Ivan Cabral





http://www.ivancabral.com/2015/02/cartum-pronomes-na-vida-real.html

 14. Retire da tirinha um pronome demonstrativo para cada pessoa do discurso.

a) 1ª perto de quem fala

b) 2ª perto de quem fala e de quem ouve

c) 3ª longe de quem fala e de quem ouve

15. Qual fato provocou humor na tira de Ivan Cabral?

 Observe a charge do chargista Newton Silva








http://www.viverderendapassiva.com.br/2014/05/como-calcular-os-juros-do-cheque.html

16. O que provoca humor na charge acima?

17. Como o assaltante deveria ter falado para não ocorresse esse engano?

 ISSO OU ISTO

       Na linguagem oral os pronomes demonstrativos indicam a posição espacial. Já em um texto escrito usamos o pronome ISSO e as formas variáveis ESSE, ESSA, ESSES, ESSAS para substituir algo que já foi escrito. Para o que ainda vai ser escrito usamos o pronome ISTO e as formas variáveis ESTE, ESTA, ESTES, ESTAS.

 18. Complete os espaços abaixo com o pronome demonstrativo adequado.

a) Minha irmã fala sempre ................ provérbio: “Água molhe e pedra dura, tanto bate até que fura”.

b) .................... são os temas da redação do vestibular: famílias, comunidades.

c) ..................... será a notícia da semana: Brasil está na final da Copa América.

d) O fumo é prejudicial à saúde, ......................... já foi comprovado pelos cientistas.

e) O Brasil sediou a Copa América......................notícia não agradou a todos.

 Leia o texto abaixo.

      "Caberia aos pais, como uma das primeiras tarefas na construção da cognição infantil, aprender sobre o comportamento dos filhos, e deveriam fazer isso com a mesma motivação e curiosidade que demonstram quando o assunto é esmiuçar a vida pessoal dos personagens da moda glorificados pelos grandes canais midiáticos..."

https://www.mundosimples.com.br/educacao-dicas-sintomas-de-hiperatividade.htm

19. O pronome demonstrativo em destaque se refere a:

a) a mesma motivação e curiosidade

b) esmiuçar a vida pessoal dos personagens

c) aprender sobre o comportamento dos filhos

d) caberia aos pais

 Leia o texto.

     A Ansiedade é um problema comum a pessoas de todas as classes sociais, etnias, crenças e idades, vale a pena conhecer um pouco mais sobre esse assunto, afinal de contas, a informação útil ainda é um dos agentes mais efetivos quando o efeito esperado é melhorar a nossa qualidade de vida.

https://www.mundosimples.com.br/teste-de-saude-voce-tem-ansiedade.htm

20. O fragmento destacado se refere a:

a) a informação

b) melhorar nossa qualidade de vida

c) a ansiedade

d) um problema

 21. Diga se o pronome destacado é demonstrativo, indefinido ou interrogativo:

a) Este animal não vai participar da exposição.

b) Vários atletas já chegaram.

c) Ninguém quer discutir a questão.

d) Qual é a comida preferida aqui?

e) Estes livros não devem sair da biblioteca.

f) Quantos ainda não votaram?

g) Alguns presidiários se revoltaram.

h) Poucas perguntas ficaram sem resposta.

 22.Que pronomes interrogativos completariam corretamente as frases?

a) __________ é o nome do professor?

b) __________ é aquele rapaz?

c) __________ tempo você nadou?

d) __________ anos você tem?

e) __________ são seus amigos?

 23. Preencha a lacuna usando o pronome possessivo na mesma pessoa em que aparece o pronome pessoal destacado:

Exemplo: Eu vendi minhas joias.

a) Nós reformamos _____________ casa.

b) Ela arrumou ____________ mala.

c) Eu expliquei aos funcionários o ____________ projeto.

d) Nós ouvimos ____________ músicas preferidas.

e) Elas pediram ____________ prêmios.

f) Tu derramaste ____________ lágrimas?

GABARITO:

1. Emília, Eu, Tu, Ele, Nós (Todos os pronomes escritos com letra maiúscula são personagens).

2. Porque são personagens.

3. Pronomes.

4. Porque o pronome Você quer tomar o lugar dele.

5. Servem para substituir o nome das pessoas.

6. Os pronomes pessoais do caso reto, os pronomes pessoais do caso oblíquo e os pronomes de tratamento.

7. Pronomes pessoais, pronomes possessivos, pronomes demonstrativos, pronomes indefinidos, pronomes relativos e pronomes interrogativos.

8. Ela.

9. 3ª pessoa do discurso.

10. Sua.

11. 3ª pessoa do discurso.

12. O personagem procurar uma terapia devido a não conseguir falar com uma mulher e quando chegou ela que o atendeu.

13. Eu.

14.

a) Esta.

b) Esse.

c) Aquele.

 

15. O fato de os turistas pedirem a um ladrão que tirasse foto deles.

16. O homem achar que o assaltante se referia ao papel em sua mão.

17. Ele deveria ter usado o pronome ISTO em vez do pronome ISSO.

18.

a) Este.

b) Estes.

c) Esta.

d) Isso.

e) Essa.

19. C

20. C

21.

a) Demonstrativo.

b) Indefinido.

c) Indefinido.

d) Interrogativo.

e) Demonstrativo.

f) Interrogativo.

g) Indefinido.

h) Indefinido.

22

a) Nossa.

b) Sua.

c) Meu.

d) Nossas.

e) Seus.

f) Tuas. 





 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

https://nuhtaradahab.wordpress.com/2010/11/13/monteiro-lobato-emilia-no-pais-da-gramatica-capitulo-vi-na-casa-dos-pronomes

http://www.colegionomelini.com.br/midia/arquivos/2014/7/da8026960d3d2d30be918e15dd0d010e.pdf

https://www.mundosimples.com.br/teste-de-saude-voce-tem-ansiedade.htm

https://www.mundosimples.com.br/educacao-dicas-sintomas-de-hiperatividade.htm

http://www.viverderendapassiva.com.br/2014/05/como-calcular-os-juros-do-cheque.html

http://www.willtirando.com.br/fala-com-ela/

http://www.ivancabral.com/2015/02/cartum-pronomes-na-vida-real.html