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sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

FIGURAS DE LINGUAGEM: ALITERAÇÃO e PROSOPOPEIA TIRA

 

ALITERAÇÃO e PROSOPOPEIA

http://www.custodio.net/tiras-did-ticas.html

 
1. Qual consoante aparece mais vezez na tira?
a) P
b) A
c) S
d) B
 
2. ALITERAÇÃO é figura de linguagem que consiste na repetição de:
a) sons de consoantes maiúsculas
b) sons de consoantes iguais ou parecidas
c) sons de consoantes diferentes
d) sons de consoantes minúsculas
 
3. A PROSOPOPEIA  é uma figura de linguagem  que faz a personificação de seres inanimados. Atribui características ou  comportamentos humanos a outros seres. O sinônimo dessa palavra é:
a) aliteração
b) assonância
c) personificação
d) metonímia
 
4. A palavra que NÃO segue a mesma regra de acentuação de PROSOPOPEIA é:
a) ideia
b) plateia
c) geleia
d) sereia
 
5. Marque a alternativa em que a particula HIPO é radical  com o siginificado de CAVALO e NÃO um prefixo com o significado de INFERIOR.
a) hipótese
b) hipodromo
c) hipocalórico
d) hipoglicemia
 
GABARITO:
1. A
2. B
3. C
4. D
5. B
 
 
 


terça-feira, 8 de dezembro de 2020

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA LINGUAGEM FORMAL PRECONCEITO

 
Atividade: VARIAÇÃO LINGUÍSTICA / REVISÃO.
 
Leia a tirinha abaixo:
 
1. A alternativa que apresenta a variedade linguística ensinada na escola é:
a) Trem, bão, né, sô?
b) Não me dirija a palavra em lugares públicos.
c) Num cunsigo vortá aonormal.
d) Parece que tô aviciado.
  
2. A partir da leitura da tirinha podemos inferir que:
a) No Brasil falamos todos do mesmo jeito.
b) Há somente uma maneira de se falar.
c) As pessoas que falam diferente não sofrem preconceito.
d) A fala pode variar de um lugar para outro.
 
3. Marque a alternativa em que a reescrita dos fragmentos segue as normas gramaticais ensinadas na escola:
a) Parece que estou aviciado
b) Parece que estou viciado
c) Não consigo vouta ao normal
d) Não cunsigo volta.
 
4. Qual das alternativas apresenta linguagem formal.
a) trém bão, né, sô?
b) Tô aviciado
c) Obrigado pela visita.
d) Num cunsigo vortá ao normal
 
5. Marque a alternativa em que o verbo ESTAR foi empregado na linguagem informal.
a) tô
b) estou
c) estava
d) estarei
 
6. Quando conversamos com uma pessoa que fala “errado” devemos:
a) dar risadas da pessoa
b) corrigir a pessoa
c) entender que é uma variedade linguística informal.
d) falar para os outros que a pessoa fala errado.
 
7. Faça a correção ortográfica das palavras abaixo.
a) bão.............................
b) sô...............................
c) aviciado......................
d) tô................................
e) cunsigo.......................
f) vortá.............................
g) né................................
 
 
 
TIRANDO DÚVIDAS.

  • ·         linguagem informal = linguagem coloquial = registro informal = variante informal — Que sofre as seguintes variações: variação social, variação regional, variação histórica... 

  • ·         linguagem formal = linguagem culta = registro formal = variante padrão. 

  • ·         “errado” É melhor usar a palavra “adequado” há variantes linguísticas adequadas para uma situação e outras não. Por exemplo na escola o adequado é usar  a variante formal, porém em uma conversa com amigos podemos utilizar uma variante menos formal.

 
 
 Atividade elaborada pelo professor Diorges Ferranti Gonçalves.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

CONTO: O CÃO DE LIA

 Leia o conto O Cão de Lia.

O cão de Lia 

No dia em que Lia leu a história daquele cachorro, ficou 

fascinada. Chegou para a mãe e disse: 

"Mãe, quero um cachorro igual ao do livro!" 

E a mãe, sensata como a maioria das mães, respondeu: 

"Minha filha, os cachorros reais não são iguais aos das histórias. Para começar, os da história ficam ali paradinhos, não se mexem, não latem, não fazem cocô no tapete, pipi no sofá. Os cachorros verdadeiros rasgam livros, acabam com as plantas do jardim, comem sapatos e, quando cismam, rosnam ou até mordem. Já pensou nisso?"

"Mas mãe, eu quero um cachorro como este aqui!"

"Minha filha, isso é ilusão. Cachorro de verdade dá trabalho!" 

"Mas eu quero ter trabalho." 

"Você não vai limpar a sujeira, dar banho, ensinar, vigiar, passear com coleira, vai?"

"Vou. Eu limpo, dou banho, ensino, passeio, faço tudo."

"Isso é relativo, minha filha. Muito relativo." 

"Mãe, o que é relativo?" 

"Relativo é tudo aquilo que está em relação com alguma coisa, coisa esta que pode mudar de acordo com a relação que ela tenha com uma terceira coisa. Se está confuso, vou explicar: no dia em que tiver outras coisas mais interessantes ou importantes para fazer, você não vai querer passear, cuidar, limpar, porque não vai ter tempo nem vontade, ou simplesmente vai estar cansada." 

"Mas e se o meu cachorro for um cachorro relativo?" 

"Não existem cachorros relativos." 

"Como não? E se o meu cachorro de verdade, por causa do amor e dos cuidados que eu vou dar para ele, ficar maravilhoso, você deixa?" 

A mãe encurtou a conversa: 

"Vai depender da sua capacidade de fazer tudo isso que está prometendo." 

Lia, teimosa, juntou um ano de mesada e comprou um cachorro parecido com o do livro: mesma raça, mesma cor, mesmo jeito. Levou-o para casa, deu a ele um nome, uma coleira, carinho, atenção, banho e comida. O cachorro fez pipi no sofá, cocô no tapete, roeu as sandálias de borracha, fugiu para a rua e ainda comeu três peixes do aquário. Foi dose! Por um tempo, Lia fez de tudo para educá-lo: limpou, passeou, conversou, ensinou, vigiou. Mas foi só por um tempo. Hoje, o cão de Lia virou o cão da mãe de Lia, porque chegou a época das provas. Lia está muito ocupada, e é a mãe quem dá banho, alimenta, limpa, passeia, cuida, enfim... educa. 

Mãe é mãe e promessas são muito relativas. 

Dilea Frate. Fábulas tortas. Ilustrações de Simona Traina. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2007. 

1. De acordo com a mãe de Lia, que diferenças existem entre os cachorros reais e os das histórias? 

2. Você concorda que "cachorro de verdade dá trabalho"? 

3. O que Lia quis dizer com "cachorro relativo"? 

4. Por que o cão de Lia virou o cão da mãe de Lia? 

5. Você tem (ou já teve) um cachorro? Quem cuida (ou cuidava) dele? 

 

No conto há o narrador e as personagens. 

O narrador conta a história. As personagens participam dos acontecimentos narrados. 

6. Quem são as personagens do conto?

7. Qual é a história narrada nesse conto? 

a) A mãe de Lia quer dar um cachorro para a filha, mas tem medo de que Lia não consiga cuidar dele. Mesmo assim, a menina ganha um cachorro, mas cuida dele só por um tempo. 

b) Lia quer um cachorro, mas sua mãe tenta convencê-la de que cachorros dão muito trabalho e que Lia não vai conseguir cuidar dele. Mesmo assim, Lia junta dinheiro e compra um cachorro. Algum tempo depois, Lia não consegue mais cuidar dele por causa das provas na escola. 

 

Leia o anúncio publicitária abaixo.

encurtador.com.br/ntMTZ

8. De acordo com a leitura do conto e do anúncio levante hipóteses, por que o cachorro do anúncio foi abandonado?

9. A partir da leitura do conto e do anúncio, o que uma pessoa deve fazer antes de adotar um animal de estimação?

Leia a tirinha abaixo.

https://www.maedecachorro.com.br/2009/08/tirinhas-sobre-o-abandono-de-animais.html

10. Marque a alternativa errada:

a) Os dois textos abordam o abandono de animais;

b) Os dois textos buscam sensibilizar as pessoas sobre o abandono de animais.

c) os animais não sofrem, por isso podem ser abandonados

d) As pessoas precisam pensar antes de adotar uma animal.

(EF69LP47) Analisar, em textos narrativos ficcionais, as diferentes formas de composição próprias de cada gênero, os recursos coesivos que constroem a passagem do tempo e articulam suas partes, a escolha lexical típica de cada gênero para a caracterização dos cenários e dos personagens e os efeitos de sentido decorrentes dos tempos verbais, dos tipos de discurso, dos verbos de enunciação e das variedades linguísticas (no discurso direto, se houver) empregados, identificando o enredo e o foco narrativo e percebendo como se estrutura a narrativa nos diferentes gêneros e os efeitos de sentido decorrentes do foco narrativo típico de cada gênero, da caracterização dos espaços físico e psicológico e dos tempos cronológico e psicológico, das diferentes vozes no texto (do narrador, de personagens em discurso direto e indireto), do uso de pontuação expressiva, palavras e expressões conotativas e processos figurativos e do uso de recursos linguístico-gramaticais próprios a cada gênero narrativo.

 

(EF67LP03) Comparar informações sobre um mesmo fato divulgadas em diferentes veículos e mídias, analisando e avaliando a confiabilidade.

 

 

A GALINHA REIVINDICATIVA GABARITO

 A Galinha Reivindicativa

            Em certo dia de data incerta, um galo velho e uma galinha nova encontraram-se no fundo de um quintal e, entre uma bicada e outra, trocaram impressões sobre como o mundo estava mudado. O galo, porém, fez questão de frisar que sempre vivera bem, tivera muitas galinhas em sua vida sentimental e agora, velho e cansado, esperava calmamente o fim de seus dias.

            - Ainda bem que você está satisfeito, disse a galinha. E tem razão de estar, pois é galo. Mas eu, galinha, fêmea da espécie, posso estar satisfeita? Não posso. Todo dia pôr ovos, todo semestre chocar ovos, criar pintos, isso é vida? Mas agora a coisa vai mudar. Pode estar certo de que vou levar uma vida de galo, livre e feliz. Há já seis meses que não choco e há uma semana que não ponho ovo. A patroa se quiser que arranje outra para esses ofícios. Comigo não, violão!

            O velho galo ia ponderar filosoficamente que galo é galo e galinha é galinha e que cada ser tem sua função específica na vida, quando a cozinheira, sorrateiramente, passou a mão no pescoço da doidivana  e saiu com ela esperneando, dizendo bem alto:

             - A patroa tem razão: galinha que não choca nem põe ovo, só serve mesmo é pra panela.

(Millôr Fernandes)                                

Interpretação

1. Quais são os personagens principais dessa história?

2. O que a história nos informa sobre a época e o local?

3. O narrador diz que o galo é velho e a galinha é nova. Que importância tem isso para o desenrolar da história?

4. Que trecho da história mostra o galo e a galinha agindo como seres humanos?

5. O galo diz que sempre teve uma boa vida. Na opinião dele, o que é viver bem?

6. Que trecho do texto fala sobre a idéia de morrer de modo suave?

7. Pelas declarações do galo, podemos dizer que ele ainda possui muitas galinhas? Justifique  com apoio no texto.

8. A galinha desta história, que na verdade representa uma mulher, pode ser considerada uma feminista? Justifique sua resposta com apoio no texto.

9. Numa fábula, os animais representam seres humanos. Quem é que o galo e a galinha representam?

10. O que a galinha quis dizer com - isso é vida?

11. A galinha fala numa linguagem bem popular. Quais são as expressões do texto que indicam essa fala popular?

12. A que elemento anterior se refere a palavra coisa  que aparece no 2o parágrafo?

13. Qual é o significado da expressão não chocar nesse texto?

14. O galo chega a expor para a galinha os seus argumentos a respeito da função de cada um? Justifique a sua resposta com elementos do texto.

15. A patroa concorda com as opiniões do galo? Justifique a sua resposta com apoio no texto.

Qual a diferença entre galo velho e velho galo?


1. O que a galinha quer dizer quando afirma “isso é vida”? 

(A) que a vida é maravilhosa. 

(B) que suas atividades são sacrificantes. 

(C) que é muito fácil a sua vida. 

(D) que tinha tudo o que queria e precisava. 

2.O narrador diz que o galo é velho e a galinha é nova. Que importância tem isso para o desenrolar da história? 

(A) É que o galo tem idade para ser pai da galinha. 

(B) É que a galinha era reivindicativa e conseguia tudo o que queria através de seus manifestos. 

(C) É que o galo não serve mais para ser comido e a galinha sim. 

(D) É que o fato do galo ser mais velho lhe dá maior experiência de vida, e a galinha ser nova faz com que seja mais imatura. 

3. A galinha dessa história, que na verdade representa uma mulher, pode ser considerada uma feminista? Primeiro pesquise o significado da palavra “feminista”. 

___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 

4.Qual mensagem podemos extrair desse texto? 

(A) Que todas as vezes que reivindicamos somos atendidos. 

(B) Que devemos aceitar a tudo calados e nunca reclamarmos de nada. 

(C) Que devemos ouvir os mais velhos, pois eles têm experiência de vida. 

(D) Que cada um deve cumprir com suas funções específicas, senão poderá ser punido. 

5. Em sua opinião, a galinha estava tendo uma atitude correta em não cumprir as tarefas determinadas a ela? O que você acha que a galinha deveria ter feito para agir corretamente? 

___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________ 

6- Será que nos dias de atuais ainda existem atividades destinadas apenas a mulheres e atividades destinadas apenas a homens? Como você analisa isto? 

___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ _____________________________________________________________

 

 

GABARITO

 

1. A galinha, o galo, a empregada e a patroa.

 

2. Época:Em certo dia de data incerta

    Local: no fundo de um quintal

 

3. Geralmente a pessoa quando envelhece adquire mais experiência.

O galo era experiente e a galinha não.

 

4. Trocaram impressões sobre como o mundo estava mudado.

O velho galo ia ponderar filosoficamente

- Ainda bem que você está satisfeito, disse a galinha.

 

5. Ter muitas galinhas em sua vida sentimental

 

6. esperava calmamente o fim de seus dias.

 

7. Não pois ele fala do passado. sempre vivera bem, tivera muitas galinhas

 

8. Sim, pois ela quer ter igualdade de direitos. Pode estar certo de que vou levar uma vida de galo, livre e feliz.

9. A galinha representa a mulher

    O galo representa o homem

10. Quis dizer que a vida era ruim.

 

11. Comigo não, violão!

 

12. Todo dia pôr ovos, todo semestre chocar ovos, criar pintos

 

13. Criar filhos.

 

14. Não. O velho galo ia ponderar filosoficamente que galo é galo e galinha é galinha e que cada ser tem sua função...

 

15. Sim. - A patroa tem razão: galinha que não choca nem põe ovo, só serve mesmo é pra panela.

16. Galo velho = com muitos anos

       Velho galo = já conhecido

 

 

 

1. O que a galinha quer dizer quando afirma “isso é vida”?

 

(A) que a vida é maravilhosa.

 

xx(B) que suas atividades são sacrificantes.

 

(C) que é muito fácil a sua vida.

 

(D) que tinha tudo o que queria e precisava.

 

2.O narrador diz que o galo é velho e a galinha é nova. Que importância tem isso para o desenrolar da história?

 

(A) É que o galo tem idade para ser pai da galinha.

 

(B) É que a galinha era reivindicativa e conseguia tudo o que queria através de seus manifestos.

 

(C) É que o galo não serve mais para ser comido e a galinha sim.

 

xx(D) É que o fato do galo ser mais velho lhe dá maior experiência de vida, e a galinha ser nova faz com que seja mais imatura.

 

3. A galinha dessa história, que na verdade representa uma mulher, pode ser considerada uma feminista? Primeiro pesquise o significado da palavra “feminista”.

 

Sim. Feminismo é um movimento social por direitos civis, protagonizado por mulheres, que desde sua origem reivindica a igualdade política, jurídica e social entre homens e mulheres. 

 

4. Qual mensagem podemos extrair desse texto?

 

(A) Que todas as vezes que reivindicamos somos atendidos.

 

(B) Que devemos aceitar a tudo calados e nunca reclamarmos de nada.

 

xxx(C) Que devemos ouvir os mais velhos, pois eles têm experiência de vida.

 

(D) Que cada um deve cumprir com suas funções específicas, senão poderá ser punido.

 

5. Em sua opinião, a galinha estava tendo uma atitude correta em não cumprir as tarefas determinadas a ela? O que você acha que a galinha deveria ter feito para agir corretamente?

 

Resposta pessoal.

 

6- Será que nos dias de atuais ainda existem atividades destinadas apenas a mulheres e atividades destinadas apenas a homens? Como você analisa isto?

 

Resposta pessoal.

 

CRÔNICA: FÚRIA NO TRÂNSITO GABARITO

 
Fúria no trânsito
 
 
         Existe uma forma simples de avaliar o grau de evolução do ser humano. Basta observar dois sujeitos após uma batida. Saem dos veículos arrebentando as portas. Olhares ferozes. Torsos inclinados para a frente. Mãos crispadas. Batem boca. Bastaria mudar o cenário, trocar os ternos por peles e entregar um porrete para cada um. Estaríamos de volta à pré-história, Poucas atividades humanas despertam tanto o espírito selvagem como a guerra no trânsito.
         Tenho um amigo de fala mansa, calmo e sensato. Outro dia estávamos no carro. Chuviscava. O suficiente para que os carros entrassem numa luta desenfreada no asfalto. Cortadas súbitas. Buzinas. Ele passou a costurar por todos os lados. Fomos ao Morumbi Shopping. Havia uma fila para o estacionamento vip (quem almoça em alguns restaurantes de lá tem direito a manobrista gratuito).
        - Um idiota está parado lá na frente - ele anunciou.
        - Por que idiota? Você não sabe o motivo ... - comecei a dizer.
         Não pude terminar a frase. Agarrei-me ao banco. Ele atirou o carro para a direita. O da frente fez o mesmo. Para não bater, meu amigo jogou o seu sobre o canteiro. Veio a pancada. O pneu arrebentou. O veículo parado mexeu-se, vagarosamente, e partiu. Meu amigo esbravejou. Trocou o pneu. Depois foi a uma borracharia, onde acabou brigando também. Passou o resto do dia num humor de cão. Telefonou:
        - Tudo por culpa daquele imbecil!
        Argumentei:
         - Você não sabia o motivo de o carro estar parado. A pessoa podia estar se sentindo mal. Pense. Por causa de alguém que não conhece, você quase amassou o carro, arrebentou seu pneu e está furioso. Como permite que um desconhecido faça tudo isso com você?
        Silêncio sepulcral. Depois, ouvi um clique do telefone sendo desligado.
        Costumo dirigir devagar. Quando vou para o Litoral Norte é uma tortura. A estrada só tem uma pista, com muitos locais de ultrapassagem proibida. Tento me manter na velocidade exigida pelas placas. Adianta? Alguém sempre gruda em mim. Volta e meia, quando ultrapassam, ouço me xingarem.
       Nestes tempos politicamente corretos, já não se ouvem tantos gritos do tipo:
       - Ô dona Maria, vá pilotar fogão!
        Entretanto, existe, sim, um preconceito contra mulher ao volante. Confesso que também já tive. Hoje, às vezes passo por uma senhora dirigindo em paz. Alguém do meu lado reclama:
        - Olha lá, empatando o trânsito. Só podia ser mulher.
Lembro que as seguradoras costumam cobrar menos de motoristas do sexo feminino. Causam menos acidentes. Há algum tempo uma amiga bateu em uma moto. Teve de se trancar no carro enquanto um bando de motoqueiros solidários com o acidentado chutava seu carro. Foi resgatada pelo socorro. Detalhe: o culpado era o motoqueiro. Ninguém se machucou. Ela voltou para casa apavorada.
       Soube de um rapaz que certa vez foi fechado numa grande avenida. Gritou:
      - Safado, você vai ver!
       Seguiu atrás, buzinando. O outro tentava fugir, ele perseguia. Deu uma superfechada, obrigando o carro a parar. Saiu furioso, pronto para a briga. Aproximou-se.
No banco do motorista estava uma senhora idosa, tremendo de medo. Ele caiu em si.
       - Parecia que eu estava em um filme, me assistindo.
       Gaguejou. Pediu desculpa. Partiu.
       No dia seguinte, vendeu o carro.
       - Não confio em mim mesmo ao volante. Eu me torno outra pessoa. Prefiro não dirigir.
       Claro que não é uma receita para todo mundo. Para ele, funcionou. Anda de ônibus, táxi ou metrô. Sente-se feliz. Como se tivesse abandonado a pré-história e, finalmente, ingressado na civilização.
 
CARRASCO, Walcyr. Histórias para a sala de aula:  crônicas do cotidiano. São Paulo: Moderna, 2010. p. 121-123.
 
 
1. A crônica narra um flagrante da vida no cotidiano, e o fato relatado pode ser verídico ou fictício.
a) Observe que a crônica em estudo apresenta uma certa dose de humor, em razão do conteúdo abordado. Em que fato do dia a dia o autor se inspirou?
b) Qual é a crítica feita pelo cronista no primeiro parágrafo do texto?
 
2. É comum haver trechos descritivos inseridos em narrativas.
a) O que o narrador visou destacar na descrição presente no primeiro parágrafo?
b) Em sua opinião, há exagero quando o narrador compara o comportamento dos que dirigem com violência a seres humanos da pré-história? Esclareça sua resposta.
c) Apesar de a cena descrita apresentar características que não traduzem propriamente o humor, que trecho nos parece cômico?
 
3. A partir do segundo parágrafo, o narrador passa a contar o caso real de um amigo, que serve de exemplo para o que ele afirmou antes.
a) Observe que, segundo o narrador, o amigo tinha um temperamento tranquilo. Como se explica a mudança de atitude desse amigo ao dirigir o carro?
b) Há pessoas que, mesmo sendo controladas, assumem um comportamento diferente ao volante. Por quê?
 
4. No diálogo inicial entre os dois amigos, é possível perceber a irritação do motorista.
a) Por que a reação dele e do motorista do carro à frente parece engraçada?
b) Mesmo com um passageiro no carro, o amigo continua agressivo na direção e se enfurece ao colidir e estragar o pneu. O que o narrador quer demonstrar ao relatar as consequências da batida?
c) Nem mesmo o argumento do narrador consegue acalmar o amigo. As considerações que ele faz, na conversa com o motorista, lhe parecem sensatas? Esclareça sua resposta.
d) O próprio narrador conta suas experiências como motorista. Ao contrário do amigo, ele dirige dentro dos limites de velocidade, mas isso parece irritar outros motoristas. O que você pensa a respeito dessa atitude de os motoristas pressionarem aquele que dirige dentro dos limites?
 
5. Apesar de ter diminuído, o preconceito contra a mulher no trânsito continua existindo. De acordo com o texto, que fato toma evidente que as mulheres são competentes ao dirigir?
 
6. Outro fato narrado na crônica em estudo se refere à atitude desastrada de um jovem motorista, ao ser fechado pelo carro de uma idosa. A decisão de abandonar o volante, tomada por ele após essa situação, constitui uma medida adequada ou radical? Justifique sua resposta.
 
7. No texto, foi empregada a norma culta da língua, mas há momentos em que prevalece a informalidade. Dê exemplos e explique o emprego da linguagem informal na crônica.
 
8. A crônica pode estar mais próxima da literatura - e nesse caso a linguagem é subjetiva, pessoal- ou do jornalismo - quando a linguagem é mais objetiva. Na crônica em análise, os fatos são narrados de maneira mais literária ou jornalística? Esclareça sua resposta.
 
9. Ao criar seu texto, o cronista tem um ou mais objetivos. Identifique o(s) objetivo(s) dessa crônica.
(  ) Explicar o comportamento humano.
(  ) Divertir ou entreter o leitor.
(  ) Alertar o leitor sobre situações perigosas.
(  ) Fazer o leitor refletir criticamente sobre a vida.
 
10. Ao registrar uma situação do cotidiano de forma simples, coloquial e breve, o narrador não só produziu humor, como também fez uma crítica social. Como se pode confirmar essa característica na crônica em estudo?
 
Concluindo:
Crônica humorística é uma narrativa curta e leve, baseada em fatos do cotidiano, reais ou imaginários, cujo objetivo é divertir o leitor e fazê-Ia refletir.
 
Gabarito:
 
1.
a) Ele se inspirou na realidade do trânsito, para mostrar como a maioria dos motoristas dirige com imprudência e mau humor, perdendo facilmente a calma no volante.
b) Segundo ele, com base no comportamento de uma pessoa na direção de um veículo, pode-se comprovar seu grau de evolução.
 
2.
a) A atitude descontrolada de certas pessoas quando ocorre alguma colisão no trânsito. O autor descreveu, basicamente, a reação física de dois motoristas, para mostrar o desequilíbrio de ambos: "Olhares ferozes. Torsos inclinados para a frente. Mãos crispadas"
b) Pessoal.
c) Aquele que sugere a imagem dos motoristas irritados como se fossem seres pré-históricos vestidos com peles e de porrete nas mãos: "Bastaria [...] trocar os ternos por peles e entregar um porrete para cada um".
 
3.
a) Em geral, as pessoas são aparentemente serenas, mas, quando expostas a situações tensas, como a de enfrentar o trânsito, se irritam com facilidade.
b) Talvez porque o modo como os outros motoristas dirigem as deixe nervosas, fazendo com que elas comecem a agir da mesma forma.
 
4.
a) Ambos agem como crianças, pois parecem disputar o espaço no trânsito como se estivessem em um jogo de computador.
b) O narrador quer mostrar a atitude inconsequente do motorista quando perde o controle no trânsito e discute com o outro. Ou, de forma mais ampla, ele tenta demonstrar a irresponsabilidade dos condutores em geral, quando dirigem sem cautela e acarretam danos a todos.
c) Pessoal. Sugestão: Sim, pois ele sugere ao amigo que tenha mais serenidade e ponderação antes de tomar uma atitude impensada.
d) Pessoal.
 
5. O fato de as seguradoras cobrarem menos seguro das mulheres por elas serem mais cautelosas e provocarem menos acidentes.
 
6. Pessoal. Sugestão: Foi uma atitude sensata, pois ele talvez se sentisse incapaz de controlar seus impulsos. Desse modo, pode ter evitado um problema maior.
 
7. Exemplos: "Basta observar dois sujeitos"; "Ele passou a costurar por todos os lados."; "Um idiota está parado"; "culpa daquele imbecil!"; "- Ô dona Maria, vá pilotar fogão!"; "empatando o trânsito"; etc. Foram usadas expressões informais ou coloquiais para representar a fala de algumas pessoas e também para tornar a narrativa mais descontraída e leve, tendendo para o humor.
 
8. Literária, pois o narrador conta a história de forma pessoal, subjetiva: "Quando vou para o Litoral Norte é uma tortura".
 
9. Divertir ou entreter o leitor. | Fazer o leitor refletir criticamente sobre a vida.
 
10. O autor abordou um assunto polêmico e bem atual em nossa sociedade: a violência no trânsito. Com bom humor, ele mostra como muitos cidadãos ficam descontrolados ao volante e tomam atitudes impensadas, representando perigo constante para as outras pessoas.
 
http://atividadesdeportugueseliteratura.blogspot.com.br/2016/06/leitura-e-interpretacao-de-cronica.html
 
 

domingo, 29 de novembro de 2020

PEQUENO CONTO DE TERROR O BAILE

 
 PEQUENO CONTO DE TERROR O BAILE
      

      O Baile Era um sábado à noite... O baile iria começar às 23h. Todos chiques, bem arrumados, vestidos para uma noite de gala. Mulheres lindas, homens charmosos.
       Richard tinha ido ao baile sozinho. Não tinha namorada, apesar de ser muito bonito. No baile conheceu uma moça muito bonita que estava sozinha e procurava alguém com quem dançar.
       Richard dançou com ela a noite toda, e conversaram por muito tempo. Acabaram se apaixonando naquela noite, mas tudo só ficou na conversa e no romantismo. No final do baile, Richard prometeu que levaria a moça embora, mas de repente ela sumiu. Ele procurou-a por todo o salão por muito tempo. Como não encontrou, desistiu e foi embora.
        No caminho para sua casa, ainda muito triste, ele passou em frente ao cemitério e viu a moça entrando lá. Desconfiou do que tinha visto... suspeitou que fosse o cansaço e que estivesse sonhando.
       Quando Richard chegou em casa, ele não conseguia dormir, nem parava de pensar na cena que tinha visto da moça entrando no cemitério.  
        Quando amanheceu o dia, Richard não se conteve e foi ao cemitério. Estava vazio e ele não encontrou ninguém. Passando por um dos túmulos, ele encontrou a foto da garota, vestida como no baile. E lá estava registrado que ela tinha morrido há dez anos.
     E um detalhe: Ninguém viu a moça com que Richard dançou a noite toda, a não ser ele. Ninguém mais viu a tal mulher entrando ou saindo.
 
(Vicky Raquel)
 

Exercícios:
 
Questão 1 – Em que lugar acontece a história? Comprove com elementos do texto:
_________________________________________________________________
 
Questão 2 - O aconteceu de importante para Richard nessa noite? Explique.
 
_________________________________________________________________
 
Questão 3 – Depois de ler o conto, que sentimento o desfecho da história provocou em você?
_________________________________________________________________
 
Questão 4 – O que é medo pra você? Explique.
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HABILIDADE BNCC:

(EF67LP28) Ler, de forma autônoma, e compreender - selecionando procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes objetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes -, romances infantojuvenis, contos populares, contos de terror, lendas brasileiras, indígenas e africanas, narrativas de aventuras, narrativas de enigma, mitos, crônicas, autobiografias, histórias em quadrinhos, mangás, poemas de forma livre e fixa (como sonetos e cordéis), vídeo-poemas, poemas visuais, dentre outros, expressando avaliação sobre o texto lido e estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.