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terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

CONTO - APRENDENDO COM OS ERROS- INTELIGÊNCIA

 

Aprendendo com os erros

O mestre, conduz seu aprendiz pela floresta. Embora mais velho, caminha com igualdade, enquanto seu aprendiz escorrega e cai a todo instante.

O aprendiz reclama, levanta , cospe no chão e continua a acompanhar seu mestre.

Depois de longa caminhada, chegaram a um lugar sagrado. Sem parar, o mestre dá meia volta e começa a viagem de volta.

-Você não me ensinou nada hoje- diz o aprendiz.

-Ensinei sim, mas você parece que não aprende. Estou tentando te ensinar como se lida com os erros da vida.

- E como lidar com eles?

– Como deveria lidar como lida com os seus tombos. Em vez de ficar amaldiçoando o lugar onde caiu, devia procurar aquilo que o fez escorregar.

 

1)    Qual é o titulo do texto?

 R: O título do texto é “Aprendendo com os erros”.

2)    Quais são os personagens principais da história?

R: Os personagens são o mestre e o aprendiz.

3)    Onde se passa a história?

R: A história se passa em uma floresta.

4)    De acordo com a história qual é a diferença entre aprendiz e mestre?

R: A diferença é que um caminha pela floresta com igualdade e o aprendiz escorregava e caia a todo instante.

5)    Qual era a reação do aprendiz quando caia? O que isso mostrava sobre ele?

R: O aprendiz levanta-se e cospe no chão. Resposta pessoal.

6)    Qual foi a reação do aprendiz quando o mestre ao chegar ao local sagrado, resolveu voltar?

R: o aluno reclamou dizendo que o mestre não havia lhe ensinado nada.

7)    Explique com suas palavras, o que o mestre ensinou e de que maneira.

R: O mestre ensinou a como lidar e aprender com os erros. Ele usou a caminhada e os tombos para tentar ensinar o aprendiz.

8)    Em sua opinião, o que o aprendiz poderia ter feito de diferente para aprender a lição mais rápido?

R: Resposta pessoal (Ao invés de ficar reclamando dos tombos ele poderia ter prestado atenção ao que o fazia cair, para não cair novamente.)

9)    Explique com suas palavras, como podemos usar essa lição em nossas vidas?

R: Resposta pessoal.

 

CRÔNICA - APELO - MACHISMO

 

APELO

          Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho.

          Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, até o canário ficou mudo. Não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam. Ficava só, sem o perdão de sua presença, última luz na varanda, a todas as aflições do dia.

          Sentia falta da pequena briga pelo sal no tomate — meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa. Calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolha? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor.

Dalton Trevisan.

 

 

 

1. Qual o tema central do conto que você leu

a) Um homem que narra e descreve sua rotina após ser abandonado.

b) Um homem que narra e descreve sua sede de amar.

c) Um homem que narra e descreve a briga pelo sal no tomate.

d) Um homem que narra e descreve a primeira vez que o leite coalhou.

 

2. A narrativa do conto acontece em

a) 3ª pessoa narrador onisciente.

b) 2ª pessoa.

c) 1ª pessoa.

d) 3ª pessoa narrador observador.

 

 

 

3. O trecho abaixo que confirma que a narração do conto acima está em 1ª pessoa, narrador-personagem é

a) “(...) o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho (...)”

b) “(...) Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou(...)”

c) “(...) Uma hora da noite, eles se iam e eu ficava só. (...)”

d) “(...)Amanhã faz um mês(...)”

 

 

4.  Em “Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina.”, o narrador:

a) faz uma crítica à Senhora.

b) faz uma queixa à Senhora.

c) faz uma confissão à Senhora.

d) faz uma denúncia à senhora.

 

5.  No segmento “A notícia de sua perda veio aos poucos […]”, a expressão grifada poderia ser substituída por:

a) paulatinamente.

b) incessantemente.

c) esporadicamente.

d) rapidamente.

 

6. No fragmento “Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou.”, o termo “Senhora” desempenha a função de:

a) sujeito.

b) aposto.

c) vocativo.

d) objeto direto.

 

7. “[…] ninguém os guardou debaixo da escada.” (2º par.), o pronome destacado foi empregado para retomar:

a) jornais

b) escada

c) dias

d) amigos

 

 

 

 

8.  No período “Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham.”, a conjunção “e” tem valor:

a) aditivo.

b) alternativo.

c) adversativo.

d) conclusivo

 

 

 

9. Na parte “Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando.”, os dois-pontos introduzem um fragmento que:

a) explica o fato anterior.

b) contradiz o fato anterior.

c) complementa o fato anterior.

 

 

 

Questão 9 – O narrador encerra o texto com:

 

(     ) um apelo à senhora.

 

(     ) uma ordem à Senhora.

 

(     ) um conselho à Senhora.

 

 

Entendendo a crônica:

01 – A pessoa que escreve a carta chama-se remetente e a pessoa a quem se destina a carta chama-se destinatário.

No texto “Apelo”:

a)   Quem é o remetente?

É o narrador-personagem.

 

b)   Quem é o destinatário?

A Senhora.

 

02 – Qual é o tema dessa crônica?

      Apelo de Dalton Trevisan. A crônica tematiza a solidão de um homem em razão da separação da mulher. O leitor toma conhecimento do rompimento pelo relato o narrador-personagem.

 

 

03 – De que gênero o autor se apropria para construir o texto?

      O autor se apropria do gênero carta. O narrador-personagem se dirige à "Senhora" somo se estivesse lhe escrevendo uma carta, por meio da qual dá notícias a respeito de como ficou sua vida sem ela.

 

04 – Na frase “a pilha de jornais ali no chão ninguém os guardou debaixo da escada”, o pronome oblíquo os, se refere ao que?

      Refere-se a pilha de jornais.

 

05 – Identifique o narrador e o seu interlocutor.

      O narrador é alguém que se dirige à "Senhora", a mulher com quem ele vivia.

 

06 – Que sentimentos do narrador podem ser percebidos em relação à interlocutora?

      Inicialmente, ele tem um sentimento de liberdade. À medida que o tempo passa e a casa fica desorganizada ele sente falta da mulher, que desempenhava o papel de mãe e dona de casa, pois o narrador sente mais falta da mulher-objeto do que da amante ou companheira.

 

07 – Que imagem de mulher o narrador constrói por meio do relato?

 

      A imagem de uma mãe e dona de casa, pois relata as privações sofridas por ele e pelo restante da família com a ausência dela.

 

08 – Toda carta possui um determinado objetivo. Qual o objetivo desta carta?

      Reclamar da falta que a mulher está fazendo e pedindo para que ela volte.

 

09 – Como você interpreta as duas últimas frases do texto?

    "Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor".

      Pode-se inferir que há na residência outras pessoas (além de um canário e de violetas) que estão desamparados, com a ausência da mulher. É importante ressaltar que essas frases, marcam uma ruptura em relação aos sentimentos expressos anteriormente, pois o narrador declaradamente expressa sentir falta das qualidades afetiva da Senhora, e não só da dona de casa.

 

10 – Explique o uso da inicial maiúscula em "Senhora".

      Trata-se, possivelmente, de uma deferência respeitosa à mulher. Por outro lado pode revelar, subjetivamente, uma atitude machista (arcaica), no sentido de que ela é colocada como uma "Senhora ou Rainha do Lar".

CONTO - A CANOA - EJA - TRABALHO

 A Canoa

 Em um largo rio, de difícil travessia, havia um barqueiro que atravessavaas pessoas de um lado para o outro.

Em uma das viagens, iam um advogado e uma professora. Como quem gosta de falar muito, o advogado pergunta ao barqueiro:

- Companheiro, você entende de leis?

-Não, respondeu o barqueiro.

E o advogado, compadecido: – É uma pena, você perdeu metade da vida.

-A professora, muito social, entra na conversa:

-Seu barqueiro, você sabe ler e escrever?

-Também não, respondeu o barqueiro.

-Que pena! Condói-se a mesma – Você perdeu metade de sua vida!

Nisso chega uma onda bastante forte e vira o barco.

O barqueiro, preocupado, pergunta :

-Vocês sabem nadar?

-Não !!!! Responderam o advogado e a professora, rapidamente.

-Então…disse o barqueiro…é uma pena – VOCÊS PERDERAM TODA A VIDA !!!!!

MORAL DA HISTÓRIA:

” NÃO HÁ SABER MAIOR OU MENOR “.

” HÁ SABERES DIFERENTES”.

- Pense nisso e valorize todas as pessoas com as quais tenha contato -

CADA UMA DELAS TEM ALGO DE DIFERENTE A NOS ENSINAR.

 

Paulo Freire

Frases:

Ninguém é melhor do que ninguém.

Ter estudo é ter mais oportunidades, mas não me torna melhor do que os outros.

Muitos que estudaram se acham muito importantes, mas todos são importantes.

Ninguém sabe tudo, mas todo mundo sabe alguma coisa.

Não existe saber mais ou saber menos, existem saberes diferentes.

 

1. Qual das frases você acha mais interessante?

__________________________________________________________________________

2. Escreva algumas coisas que você sabe fazer.

__________________________________________________________________________

3. Escreva algumas coisas que você tem vontade de aprender.

__________________________________________________________________________

4. Como você pode valorizar o que você faz?

__________________________________________________________________________

5. Quem deve dizer quanto vale o seu trabalho? Por quê?

__________________________________________________________________________

6. O que você deve fazer diante de uma situação em que a pessoa não valoriza seu trabalho?

__________________________________________________________________________

REDAÇÃO ATIVIDADE 01- trabalho de casa

 Obs: A finalidade dessa atividade é iniciar a produção a partir de exemplos práticos. O público alvo são alunos de 7º e 8º anos. O foco da primeira aula é a questão 13. Na aula dois o foco será a argumentação. Na aula quatro o foco será a conclusão. A aula quatro abordará os tipos de introdução. Etc.

ALUNO:_____________________________________Nº___TURMA:_____DATA:_____

REDAÇÃO: ASSUNTO, TESE, ARGUMENTO - PARTE - I

Faça um texto argumentativo sobre os trabalhos de casa praticados por crianças.

 

Escreva um título para a redação.

__________________________________________________________________________

        Atualmente existem muitos pais que exigem que seus filhos façam pequenos trabalhos domésticos. Eles defendem que é importante para o aprendizado e formação do caráter. Em relação a esses trabalhos, considero que eles deveriam ser proibidos.

        Em primeiro lugar, penso que os trabalhos de casa roubam o tempo que as crianças poderiam gastar no estudo. Isso  faz as crianças terem notas baixas e até reprovar.

        Em segundo lugar, os trabalhos de casa tiram o tempo que as crianças poderiam usar para atividades musicais ou esportivas. O que diminui o tempo interação entre elas.

        Em terceiro lugar, os trabalhos de casa causam várias e graves perturbações cerebrais. Esses problemas já afetaram milhares de crianças.

        Por todas estas razões, considero que os pais não deveriam exigir que seus filhos fizessem trabalhos domésticos.

 

1. O que é o TEMA de uma redação?

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2. O que significa a palavra TESE em uma redação?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3. O que é ARGUMENTO?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4. Quantos parágrafos há no texto?

______________________________________________________________________________

5. Qual o tema ou assunto do texto?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

6. Qual a TESE? (Posição do autor sobre o tema)

______________________________________________________________________________

7. Qual o primeiro argumento?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

8. Qual o segundo argumento?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

9. Qual o terceiro argumento?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

10. Quais palavras foram usadas para introduzir os três parágrafos argumentativos?

______________________________________________________________________________

11. Qual a conclusão do autor sobre o trabalho de casa?

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

12. Que expressão ele utilizou para introduzir a conclusão?

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13. Escreva 5 explicando como funciona o uso de celular na escola e o que você pensa a respeito.

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A RECONPENSA - HUMOR


A RECOMPENSA

          Josias usava a abusava da solicitude da mulher. Costumava levar uma pá de clientes para jantar, em sua casa, e com eles chegava em cima da hora, sem que Isaura os esperasse. Uma noite apareceu com três.

       Enquanto bebericavam, Isaura vasculhou a geladeira e constatou que a carne e a sobremesa estava “no aro”. Chamou os filhos e recomendou:

          – Escutem aqui: o pai trouxe os amigos dele para jantar, a carne está no fim, não vai chegar para todos nós; por isso, quando a mãe oferecer bife à milanesa para vocês, não aceitem. Vejam bem: vocês não vão querer carne, mesmo que a mãe insista. Certo?

          – Certo, sim senhora.

         Achando que fora bem explícita para aquelas cuquinhas de sete, seis e quatro anos, reforçou o prato com um encorpado molho parmesão e serviu o jantar.

          A recusa dos pequerruchos era tão veemente que…

- Josias, não sei o que está havendo com essas crianças; na certa andam lambiscando por aí…

Correu tudo muito bem, Isaura relaxou o seu estado interior… e lembrou-se da sobremesa.

Era o pudim de que os meninos mais gostavam e com o problema gravíssimo da carne, a pobre se esquecera do outro.

          À hora de servi-lo, encarou os filhos: olhinhos arregalados e sorridentes, esperavam o doce, o prêmio de bom comportamento e obediência. Dominou o pequeno pânico incipiente, juntou os sobrolhos e disse com firmeza:

          – Vocês digam boa-noite e subam já, já, para o quarto; é um castigo; quem não come carne não ganha sobremesa…

 

Lourdes Strozzi. Aspas, parênteses e reticências. Curitiba, 1977.

 

 

 

 

 

 

1. No texto, a palavra bebericavam significa:

a. (   ) molhavam os lábios sem beber.

b. (   ) bebiam de pouquinho em pouquinho.

c. (   ) engoliam a bebida num só gole.

 

2. Identifique, no texto, as palavras que tenham os significados abaixo:

a) clara, visível, expressa

b) forte, enérgico, vigoroso

c) terror, medo incontrolável

 

3. Josias costumava levar clientes para jantar em sua casa e…

a. (   ) trazia comida pronta

b. (   ) nunca avisava Isaura

c. (   ) sempre avisava a esposa

d. (   ) raramente avisava Isaura

 

4. Isaura fez um acordo com os filhos. Qual foi esse acordo?

5. Por que Isaura propôs esse acordo?

6. Tudo correu bem até que surgiu outro problema. Qual foi esse problema?

7. Os meninos sofreram um castigo por culpa:

a. (   ) de Josias, que levou três clientes para jantar e não avisou a esposa.

b. (   ) de Isaura, que conhecia o costume de Josias e não se preparou.

c. (   ) deles mesmos, pois não conseguiram cumprir o acordo feito.

d. (   ) dos três clientes de Josias, que chegaram sem ter avisado.

______________________________________________________________________________________________________________________________

 

 

Gabarito

1. Alternativa B

2. a) explícita        b) veemente       c) pânico

3. Alternativa B

4. Eles deviam recusar o bife à milanesa.

5. Porque a carne era insuficiente para todos.

6. A sobremesa de que os meninos mais gostavam também era insuficiente para todos.

7. Alternativa A.

 

CRÔNICA - A ESTRANHA PASSAGEIRA

 

A estranha passageira
Stanislaw Ponte Preta

 

 

- O senhor sabe? É a primeira vez que eu viajo de avião. Estou com zero hora de voo - e riu nervosinha, coitada.

 

Depois pediu que eu me sentasse ao seu lado, pois me achava muito calmo e isto iria fazer-lhe bem. Lá se ia a oportunidade de ler o romance policial que eu comprara no aeroporto, para me distrair na viagem. Suspirei e fiz de educado respondendo que estava às suas ordens. 

 

Madama entrou no avião sobraçando um monte de embrulhos, que segurava desajeitadamente. Gorda como era, custou a se encaixar na poltrona e arrumar todos aqueles pacotes. Depois não sabia como amarrar o cinto e eu tive de realizar essa operação em sua farta cintura.

 

Afinal estava ali pronta para viajar. Os outros passageiros estavam já se divertindo às minhas custas, a zombar do meu embaraço antes as perguntas que aquela senhora me fazia aos berros, como se estivesse em sua casa, entre pessoas íntimas. A coisa foi ficando ridícula:

 

- Para que esse saquinho aí? – foi a pergunta que fez, num tom de voz que parecia que ela estava no Rio e eu em São Paulo.

 

- É para a senhora usar em caso de necessidade – respondi baixinho.

 

Tenho certeza de que ninguém ouviu minha resposta, mas todos adivinharam qual foi, porque ela arregalou os olhos e exclamou: 

 

- Uai ...as necessidades neste saquinho? No avião não tem banheiro? Alguns passageiros riram, outros – por fineza – fingiram ignorar o lamentável equívoco da incômoda passageira de primeira viagem. Mas ela era um azougue ( embora com tantas carnes parecesse mais um açougue) e não parava de badalar. Olhava para trás, olhava para cima, mexia na poltrona e quase levou um tombo, quando puxou a alavanca e empurrou o encosto com força, caindo para trás e esparramando embrulhos por todos os lados 

 

O comandante já esquentara os motores e a aeronave estava parada, esperando ordens para ganhar a pista de decolagem. Percebi que minha vizinha de banco apertava os olhos e lia qualquer coisa. Logo veio a pergunta: 

 

- Quem é essa tal de emergência que tem uma porta só pra ela?

 

Expliquei que emergência não era ninguém, a porta é que era de emergência, isto é, em caso de necessidade, saía-se por ela.

 

Madama sossegou e os outros passageiros já estavam conformados com o término do “show”. Mesmo os que mais se divertiam com ele resolveram abrir jornais, revistas ou se acomodarem para tirar uma pestana durante a viagem.

 

Foi quando madama deu o último vexame. Olhou pela janela (ela pedira para ficar do lado da janelinha para ver a paisagem) e gritou:

 

- Puxa vida !!!

 

Todos olharam para ela, inclusive eu. Madama apontou para a janela e disse:

 

- Olha lá embaixo. 

 

Eu olhei. E ela acrescentou: - Como nós estamos voando alto, moço.

 

Olha só ... o pessoal lá embaixo parece formiga.

 

Suspirei e lasquei:

 

- Minha senhora, aquilo são formigas mesmo. O avião ainda não levantou voo.

 

VOCABULÁRIO

1) Substitua os termos sublinhados por sinônimos, reescrevendo as frases e fazendo as alterações necessárias.

a) “Lá se ia a oportunidade de ler o romance policial.”

b) “Para me distrair na viagem.”

c) “Suspirei e fiz o bacana.”

d) “Tive que realizar essa operação em sua farta cintura.”

e)” .. a zombar do meu embaraço ...”

f) “Aquela senhora me fazia perguntas aos berros.”

g) “Fingiram ignorar o lamentável equívoco da incômoda passageira.”

h) “Caindo para trás e esparramando embrulhos para todos os lados.”

i) “...para tirarem uma pestana durante a viagem.”

j) “Madama sossegou e os outros passageiros já estavam conformados com o término do show.”

 

INTERPRETAÇÃO TEXTUAL

 

1. “ É a primeira vez que viajo de avião.” Esta afirmação iria se comprovar durante toda a crônica, tais os “vexames” dados pela senhora. Assinale a frase que não demonstre um deles:

a) “Para que esse saquinho aí?”

b) “No avião não tem banheiro?”

c) “Quem é essa tal de emergência que tem uma porta só pra ela?”

d) “Gorda como era, custou a se encaixar na poltrona...”

e) “...mexia na poltrona e quase levou um tombo, quando puxou a alavanca e empurrou o encosto com força, caindo para trás...”

 

2. Por que a senhora pediu que o moço se sentasse ao seu lado?

 

3. “Para que esse saquinho aí?” – Ao fazer essa pergunta, a passageira:

( ) fez em tom brando para que os outros passageiros não a ouvissem.

( ) fez em tom bem alto para chamar a atenção dos outros passageiros.

( ) fez em tom alto porque ela realmente não sabia sua utilidade.

( ) fez em tom alto para irritar o companheiro que estava ao seu lado

 

4. “ Suspirei e fiz de educado respondendo que estava às suas ordens”. Os suspiros demonstram nesta passagem:

a) conformação;

b) contrariedade;

c) arrependimento;

d) aborrecimento;

e) raiva.

 

5. No título da crônica, a passageira é chamada de “estranha”. Outras qualificações podem ser dadas a ela depois que lemos integralmente a crônica. Assinale a que não lhe corresponde:

a) inexperiente;

b) envergonhado;

c) incômoda;

d) embaraçante;

e) ridícula.

 

6. “Madama entrou no avião sobraçando um monte de embrulhos... “. Com o verbo “sobraçar” o autor- narrador quer dizer que a madama:

a) levava mais embrulhos do que era possível;

b) levava embrulhos de baixo do braço;

c) carregava um monte de embrulhos que eram abraçados por ela;

d) trazia um monte de embrulhos que eram abraçados por ela;

e) trazia a quantidade de embrulhos que era possível levar nas mãos.

 

7. “...minha vizinha apertava os olhos e lia qualquer coisa. ”. Com a expressão “apertar os olhos” o narrador quer dizer-nos que a senhora:

a) não enxergava direito;

b) não sabia ler;

c) estava com sono;

d) que a porta de emergência estava longe de onde estavam sentados;

e) que sentia dores nos olhos.

 

8. Podemos afirmar que a passageira do avião era:

Marque a opção verdadeira.

 

1- uma elegante senhora 

2- uma senhora gorda e desajeitada.

3- uma dama acostumada a viajar de avião.

4- uma senhora muita acanhada.

5- uma mulher simples, mas curiosa 

6- uma mulher introvertida

 

( ) somente o item 1 e o item 4 são falsos.

( ) o item 2 e 5 são verdadeiros

( ) o item 2 e 6 são verdadeiros

( ) somente o item 5 é o verdadeiro

( ) o itens 2 ,3, e 4 são falsos

( ) nenhumas das opções estão corretas.

 

9. De acordo com o texto podemos afirmar que:

( ) todos os passageiros riram da passageira quando esta perguntou sobre a serventia do saquinho.

( ) a passageira falava tão baixo que nem seu amigo da poltrona a escutava direito.

( ) a passageira era muito ingênua, pois não colocava maldades nas perguntas que ela fazia.

( ) a passageira não sabia mesmo a serventia dos saquinhos e nem o que era emergência.

( )a passageira estava se fazendo de ingênua para sacanear os demais passageiros.

( ) o companheiro de banco da passageira era uma senhora muito elegante.

 

10. Por que o título do texto é “A estranha passageira”?

 

11. O narrador do texto é um narrador-observador ou narrador-personagem? Comprove com um trecho do texto.

 

12. Quem são os personagens do texto?

 

13. Qual é o enredo do texto?

 

CONTO - O VILARES

 

O VILARES - assunto, bullying, autoritarismo

 

Havia, no colégio, três companheiros desagradáveis. Um deles era o Vilares. Menino forte, cara bexigosa, com um modo especial de carregar e de franzir as sobrancelhas autoritariamente.

Parecia ter nascido para senhor do mundo.

No recreio queria dirigir as brincadeiras e mandar em todos nós. Se a sua vontade não predominava, acabava brigando e desmanchava o brinquedo.

Simplesmente insuportável. Ninguém, a não ser ele, sabia nada; sem ele talvez não existisse o mundo.

Vivia censurando os companheiros, metendo-se onde não era chamado, implicando com um e com outro, mandando sempre. (…)

Não tinha um amigo. A meninada do curso primário movia-lhe a guerra surda. E, um dia, os mais taludos se revoltaram e deram-lhe uma sova.

Foi um escândalo no colégio. O vigilante levou-os ao gabinete do diretor. O velho Lobato repreendeu-os fortemente. Mais tarde, porém, chamou o Vilares e o repreendeu também.

Eu estava no gabinete e ouvi tudo.

- É necessário mudar esse feitio, menino. Você, entre os seus colegas, é uma espécie de galo de terreiro. Quer sempre impor a sua vontade, quer mandar em toda a gente. Isso é antipático. Isso é feio. Isso é mau. Caminha-se mais facilmente numa estrada lisa do que numa estrada cheia de pedras e buracos. Você, com essa maneira autoritária, está cavando buracos e amontoando pedras na estrada de sua vida.

E, continuando:

- Você gosta de mandar. Mas é preciso lembrar-se de que ninguém gosta de ser mandado. Desde que o mundo é mundo, a humanidade luta para ser livre. O sentimento de liberdade nasce com o homem e do homem não sai nunca. É um sentimento tão natural, que os próprios irracionais o possuem. E louco será, meu filho, quem tiver a pretensão de modificar sentimentos dessa ordem. Ou você muda de feitio, ou você muito terá que sofrer na vida.  (VIRIATO CORREA.)

 

Após a leitura do texto responda às questões:

1. Assinale a alternativa que combina com o texto.

a. (   ) O texto é sério, porque relata um acontecimento desagradável.

b. (   ) É formativo porque, através do diretor do colégio, mostra como se deve corrigir um comportamento reprovável. 

  c. (   ) É um texto cômico, engraçado.

 

2. Quais são as personagens do texto?_______________________________________

__________________________________________________________________________

3. Assinale a alternativa correta:

a. (   ) O narrador não é personagem do texto.

b. (   ) O narrador é personagem do texto, porque ele se inclui entre as pessoas que participam da história.       

c. (   ) Não existe narrador nesta história.

 

4. Quem é o protagonista, isto é, o personagem principal da história?____________________

____________________________________________________________________________

 

5. O autor descreve o Vilares informando algumas características dele. Transcreva a parte do texto em que o narrador descreve os aspectos físicos do Vilares._______________________.

___________________________________________________________________________

6.Circule, de acordo com o texto, entre as características psicológicas dadas abaixo, as que se encaixam no personagem Vilares.

Humilde – briguento – metido – tolerante – sabichão – insuportável – cordial – bondoso – autoritário – implicante – simpático – antipático – desagradável – egoísta – quieto

7. No texto, o diretor usou três frases para caracterizar o autoritarismo do Vilares. Assinale-as:

a. (   ) “… é uma espécie de galo de terreiro.”

b. (   ) “Caminha-se mais facilmente numa estrada lisa”.

c. (   ) “Quer sempre impor a sua vontade.”

d. (   ) “… quer mandar em toda a gente.”

e. (   ) “… ninguém gosta de ser mandado.

8. Que outro título você daria ao texto?________________________________________

_________________________________________________________________________

9. Assinale as alternativas que resumem as mensagens do texto:

a. (   ) A convivência com uma pessoa autoritária é desagradável.

b. (   ) A meninada da escola costuma mover guerra surda.

c. (   ) Os diretores são autoritários em suas repreensões.

d. (   ) As pessoas têm um forte sentimento de liberdade e geralmente não aceitam as imposições das pessoas autoritárias e mandonas.

10. Faça uma pequena redação  que tenha o mesmo assunto do texto que você acabou de ler.

GABARITO

Questão 1. Alternativa b

Questã0 2. Um menino de nome Vilares e dois companheiros seus; o velho Lobato, que era o diretor da escola; o vigilante;  os alunos do curso primário; o narrador da história.

Questão 3. Alternativa b.

Questão 4. O menino Vilares.

Questão 5. “Menino forte, cara bexigosa, com um modo especial de carregar e de franzir as sobrancelhas autoritariamente.”

Questão 6.  Briguento, metido, sabichão, insuportável, autoritário, implicante, antipático, desagradável, egoísta.

Questão 7. Alternativas a, c, d

Questão 8. Resposta individual, porém deverá ter conexão com o assunto do texto.

Questão 9. Alternativas a, d.

Questão 10. O tema da história em questão é autoritarismo. A redação deve explorar esse assunto que pode ser feita através de um relato vivido ou conhecido pelo aluno, ou ainda expressar a sua opinião a respeito. O aluno deverá mostrar sua redação para alguém que possa ajudá-lo a melhorar suas ideias e corrigir erros gramaticais cometidos.