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domingo, 31 de maio de 2020

CONTO 9ºANO PARA CONTAR ESTRELAS RIO18


PARA CONTAR ESTRELAS

─ Pai, como é que a gente conta estrelas do céu? Perguntou Lelê. O pai, baixando o jornal, foi logo fazendo pose de explicação.
─ Bem, existem equipamentos especiais para isso. Eles tiram fotos do céu e fazem medições. E tem o Hubble, que é o bambambã dos telescópios! Mas só os cientistas podem usá-lo. Então, cada um conta com o que tem à mão.
─ Ah!, disse Lelê com admiração, mesmo sem ter entendido muito bem (ele ainda estava no segundo ano).
A mãe o chamou na cozinha para um lanche. Ele se sentou à mesa pensando ainda no que o pai tinha dito. Decidiu perguntar para ela também.
─ Isso seu pai deve saber. Por que não pergunta para ele?
─ Já perguntei. Ele falou várias coisas, mas não entendi direito: o que cada um tem nas mãos e...
─ Ora, nas mãos a gente tem dedos! Por que você não conta nos dedos?, disse a mãe, que era bem mais esperta que o pai nos assuntos práticos.
─ Hum..., pensou Lelê. Assim eu sei! E foi logo devorando o sanduíche.
Uns minutinhos depois, Lelê já estava no quintal. Olhava para o alto, bem fundo no céu de estrelas. Para começar, mirou a mais brilhante e passou a contar em voz alta: Um... Dois... Três..., recolhendo um dedo de cada vez. Chegou até dez. Olhou para as mãos, olhou para o céu.
Suspirou. O problema é que ele tinha só dez dedos, e o céu tinha muito mais estrelas.
Desanimado, sentou-se na varanda, apoiando o queixo nas mãos. Sua avó, que sempre observava tudo bem quietinha, foi lá falar com ele.
─ O que foi, filho?
─ Nada...
─ Hum. Sabe, eu conheço um jeito de fazer caber todas as estrelas na mão, de uma só vez.
Lelê olhou desconfiado, mas ficou atento, esperando o resto da história.
─ Está vendo as estrelas lá em cima? São tão pequenininhas, não é mesmo? Pois então. Basta você olhar bem para elas, como se fossem grãozinhos de areia. Daí você passa a mão, assim, por todo o céu, como se estivesse varrendo, e fecha de uma vez no final! Depois, chacoalha bem e põe em cima do coração, pegando emprestado um pouco da luz delas.
Ela deu então uma piscadela e foi se levantando para entrar em casa.
Lelê percebeu uma emoção estranha no peito, sentiu uma saudade imensa da avó, queria que ela morasse com ele para sempre.
Desde então, sempre que tinha vontade, Lelê contava todas as estrelas do céu. E num punhado só.

1 – No texto que você acabou de ler, pode-se perceber as falas de quatro personagens. Quem são eles?
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2 – Qual o conflito gerador da narrativa? E o desfecho?
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3 – No trecho “─ Bem, existem equipamentos especiais para isso.”, a que se refere o termo destacado?
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4 – Qual o objetivo dos parênteses e de seu conteúdo no terceiro parágrafo?
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5 – No trecho “Então, cada um conta com o que tem à mão.”, qual o significado da expressão contar com o que se tem à mão?
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6 – Que diferença de sentido há em: contar com o que se tem à mão e contar o que cada um tem nas mãos?
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7 – Por que o menino sentiu-se desanimado quando começou a contar as estrelas?
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8 – Qual foi a sugestão da avó para que o menino pudesse contar todas as estrelas?
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9 – Transcreva do último parágrafo a expressão indicadora de tempo:
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10 – O uso das reticências é expressivo no texto. Releia os trechos e diga para que foram usadas as reticências.
a) “─ Já perguntei. Ele falou várias coisas, mas não entendi direito: o que cada um tem nas mãos e...
─ Ora, nas mãos a gente tem dedos! Por que você não conta nos dedos?, disse a mãe, que era bem mais esperta que o pai nos assuntos
práticos.” _________________________________________________________________________________________________________
b) “─ O que foi, filho?
─ Nada...”
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11 – No texto, várias vezes, aparecem palavras no diminutivo. Qual o efeito que esse uso provoca nestes trechos?
“Sua avó, que sempre observava tudo bem quietinha, foi lá falar com ele.”
“São tão pequenininhas, não é mesmo? Pois então. Basta você olhar bem para elas, como se fossem grãozinhos de areia.

CRÔNICA 9º ANO A MENSAGEM NA GARRAFA RIO 18


   CRÔNICA  9º ANO A MENSAGEM NA GARRAFA RIO 18

       A crônica tem, como traço marcante, o olhar para o cotidiano, registrado em um texto geralmente conciso. A vivência do cronista e suas observações sobre a vida, sobre fatos banais – “pitorescos ou irrisórios” – do dia a dia, são assuntos de uma crônica.
       Antônio Cândido nos conta um pouco mais sobre a história da crônica: “Antes de ser crônica propriamente dita foi “folhetim”, ou seja, um artigo de rodapé sobre as questões do dia – políticas, sociais, artísticas, literárias. [...] Aos poucos o “folhetim” foi encurtando e ganhando certa gratuidade, certo ar de quem está escrevendo à toa, sem dar muita importância. Depois, entrou francamente pelo tom ligeiro e encolheu de tamanho, até chegar ao que é hoje.”
In: Crônicas, 5/ Carlos Drummond de Andrade... [et al.]. São Paulo: Ática, 2011. (Para gostar de ler).
A palavra CRÔNICA tem sua origem em khrónos, vocábulo grego que significa tempo. Ela é, em geral, publicada em jornais, em revistas, em blogs, que são publicações que obedecem a uma periodicidade de tempo.

A MENSAGEM NA GARRAFA
        Como outros escritores veteranos recebo muitas obras de estreantes. Livros de contos, de poesia, crônicas, um ou outro romance; edições modestas, precárias até, várias delas obviamente pagas pelos próprios autores ─ é difícil arranjar editora quando se está começando. Sempre que posso mando algumas linhas para o remetente, ao menos para dizer que o livro chegou e que, se possível, vou lê-lo. Faço isso porque lembro o jovem escritor que fui, a ansiedade com que procurava fazer chegar meus textos às mãos de pessoas que conhecia e admirava. Esses dias recebi de um contista do Nordeste uma carta em que ele me agradece o fato de lhe ter respondido. E diz: “O difícil não é a gente escrever; difícil, mesmo, é encontrar alguém que leia o que a gente escreve. Pior do que não ter a quem contar o que a gente sente é contar o que a gente sente a quem não sente o que a gente conta.”
***
       Nestas frases está todo o drama da incomunicabilidade humana. Todos nós temos os nossos sofrimentos, as nossas angústias; todos nós queremos expressar essas coisas sob a forma de palavras, faladas ou, como acontece em alguns casos, escritas. Se há talento nisso, se o desabafo se transforma em literatura, é outra questão. O ponto crucial é que temos mensagens a transmitir, precisamos transmiti-las e não sabemos se alguém vai recebê-las. Aí se aplica a clássica metáfora do náufrago na ilha deserta que escreve um bilhete, e coloca-o numa garrafa e joga-a ao mar. Essa garrafa chegará a alguém? E esse alguém fará alguma coisa pelo náufrago? Ou estará o potencial salvador tão envolvido com seus próprios problemas que jogará fora garrafa e bilhete? Nós temos, sim, a capacidade de entender o outro, de corresponder a seu anseio. Chama-se empatia isso. Mas a capacidade de ser empático varia de pessoa a pessoa, e, numa mesma pessoa, varia com sua disposição momentânea. Há momentos em que estamos dispostos a recolher a
garrafa da areia da praia e ler a mensagem que ali está. E, em outros momentos, passamos pela mesma garrafa e a vemos como prova de que as pessoas jogam lixo em qualquer lugar.

      Os escritores não estão imunes a essas dúvidas e ansiedades. Ninguém escreve para a gaveta; todo mundo escreve para ser lido. Não necessariamente por multidões; cem leitores já me bastariam, dizia o grande Flaubert, que hoje é lido por milhões. Franz Kafka , um dos escritores mais revolucionários do século XX, tinha um público muito reduzido; conta-se que, quando foi publicada uma de suas obras, ele perguntou numa livraria próxima à sua casa quantos exemplares haviam sido vendidos. Onze, foi a resposta do livreiro. “Dez fui eu que comprei”, replicou Kafka, acrescentando: “Eu só queria saber quem foi o décimo primeiro.” Ao morrer (ainda jovem, de tuberculose), Kafka pediu ao amigo Max Brod que destruísse os originais ainda inéditos: era coisa que não valia a pena. Brod não atendeu a esse pedido e a humanidade lhe agradece: graças a ele, temos acesso a uma obra extraordinária. [...] Só vivemos realmente se contraímos laços com outras pessoas, e para estabelecer esses laços usamos a palavra falada ou escrita. É a nossa mensagem na garrafa. Só resta esperar que as mensagens cheguem a seu destino.
SCLIAR, Moacyr. Contos e crônicas para ler na escola.Rio de Janeiro: Objetiva, 2011.

1 – Transcreva do primeiro parágrafo uma frase em que há:
a) uma comparaçã
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b) uma opinião
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c) uma condição
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2 – Segundo o cronista, o que todos nós desejamos? (segundo parágrafo)
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3 – Qual a definição de empatia presente no texto?
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4 – A que se refere o termo destacado em “E, em outros momentos, passamos pela mesma garrafa e a vemos como prova de que as pessoas
jogam lixo em qualquer lugar” ?
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5 – No trecho que se segue, marque a causa: “Kafka pediu ao amigo Max Brod que destruísse os originais ainda inéditos: era coisa que não valia a pena”.
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6 – Retire do texto um trecho que explicita o diálogo com o leitor.
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TEXTO DE OPINIÃO 9º ANO SONHANDO EM SER FELIZ RIO18


TEXTO DE OPINIÃO 9º ANO SONHANDO EM SER FELIZ RIO18

SONHANDO EM SER FELIZ
       Muitos adolescentes sentem-se perdidos quando o assunto é o futuro.
       Todos projetamos uma vida feliz, de acordo com critérios pessoais de felicidade, porém, ao mesmo tempo, nossos projetos são preenchidos por dúvidas e temores.
        Muitas vezes me pergunto quais são os meus objetivos e o que espero conquistar. Já perdi as contas de quantas vezes mudei de ideia e imagino que aconteça a mesma coisa com a maioria dos adolescentes da minha idade. É como um “tiro no escuro”, não temos certeza de nossas escolhas. Apaixonamo nos e desapaixonamo-nos, sempre nos perguntando onde está o“amor de nossas vidas”. Nós, adolescentes, queremos tudo na hora; não gostamos do termo “esperar” [...].
       Quantos de nós, quando éramos pequenos, dizíamos que moraríamos sozinhos aos 17 anos, dividindo apartamento com nossos amigos, e seríamos independentes? E percebemos que, na verdade, não é assim tão fácil.
       A maioria dos meus amigos tem dificuldade para escolher uma profissão. Ás vezes se perguntam: “será que é isso mesmo?”.
Imagino que isso deva acontecer com todos nós.
       Acredito que a autoconfiança é um fator fundamental para alcançarmos qualquer objetivo. Se não confiarmos em nós, quem há de confiar?
       Portanto, devemos nos empenhar, independente do que escolhermos fazer: devemos dar tudo de nós.
Monique Barbosa de Oliveira
CIEP Francisco Cavalcante Pontes de Miranda.
Projeto Redação
Folha Dirigida, 2010.

Texto de base argumentativa é estruturado em três partes: introdução,
desenvolvimento e conclusão. De forma geral, pode-se pensar assim:
Introdução Apresenta a ideia central.
Desenvolvimento São apresentadas as ideias secundárias. É a linha argumentativa,
Conclusão Retoma a ideia central e, tendo em vista a argumentação anterior, a conclui, reafirmando o que foi dito, propondo, criticando, abrindo uma nova questão sobre o tema etc.

1 – Marque, no texto, a introdução, o desenvolvimento e a conclusão.
Introdução
Apresenta a ideia central.
Desenvolvimento
São apresentadas as ideias secundárias. É a linha argumentativa,
Conclusão
Retoma a ideia central e, tendo em vista a argumentação anterior, a conclui, reafirmando o que foi dito, propondo, criticando, abrindo uma nova questão sobre o tema etc.

2 – Qual a ideia principal do texto?
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3 – Cite um argumento utilizado para defender essa ideia:
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4 – Por que são utilizadas aspas no trecho ‘. É como um “tiro no escuro” ”,
não temos certeza de nossas escolhas.’?
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5 – O que significa a expressão “tiro no escuro”?
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6 – Qual a ideia expressa pelo termo destacado em “Portanto, devemos
nos empenhar, independente [ ...].
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7 – Indique um trecho do texto em que se percebe a interação com o
leitor.
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BIOGRAFIA CLARICE LISPECTOR 9º ANO RIO18 VOANDO PARA O RIO


BIOGRAFIA CLARICE LISPECTOR 9º ANO RIO18
VOANDO PARA O RIO

      Quando Clarice Lispector tinha 15 anos, um ano depois de descobrir a possibilidade de escrever, seu pai fez sua última mudança. O destino agora era o Rio de Janeiro.
       O Rio estava no auge de sua reputação internacional. Se anteriormente os navios que viajavam a Buenos Aires anunciavam que não faziam escalas no Brasil – a mente estrangeira, quando pensava no país, imaginava um lugar infestado de macacos, febre amarela e cólera –, o Rio tinha se transformado num dos destinos mais chiques do planeta. Cruzeiros afluíam para a Baía de Guanabara, descarregando seus abastados passageiros nos novos hotéis que imitavam os brancos bolos de noiva originais da Riviera francesa: o Hotel Glória, perto do Centro, inaugurado em 1922; o lendário Copacabana Palace, inaugurado um ano depois, numa praia que ainda ficava fora da cidade.[...]
      Pedro Lispector tinha mais em comum com os imigrantes portugueses do que com aqueles que agora eram seus companheiros nordestinos. Depois de anos de trabalho, seus negócios ainda não estavam prosperando, e ele tinha esperança de que a capital do país oferecesse um campo mais amplo para suas ambições. Esperava também que o Rio de Janeiro, com uma grande comunidade judaica, pudesse oferecer maridos apropriados para suas filhas. Elisa agora tinha 24 anos, Tania estava com vinte e Clarice, quinze.[...]
       Clarice nunca descreveu a partida do Recife, onde ela passara toda a sua infância. Lembrava-se do barco inglês que as levara ao Rio na terceira classe: “Foi terrivelmente exciting. Eu não sabia inglês e escolhia no cardápio o que meu dedo de criança apontasse. Lembro-me de que uma vez caiu-me feijão-branco cozido, e só. Desapontada, tive que comê-lo, ai de mim. Escolha casual infeliz. Isso acontece”. [...]
       Depois de chegar ao Rio, em 1935, ela passou um breve tempo numa precária escola de bairro na Tijuca antes de entrar, em 2 de março de 1937, no curso preparatório para a Faculdade de Direito da Universidade do Brasil. [...] No Brasil inteiro, a carreira no direito era reduto da elite, e nenhuma escola do país tinha mais prestígio do que a da capital. [...] A carreira, porém, não foi o que motivou Clarice a entrar na escola de Direito. A ânsia de justiça estava inscrita em seus ossos. Tinha visto a horrível morte da mãe, e seu brilhante pai, incapaz de estudar, reduzido ao comércio ambulante de tecido. Cresceu pobre no Recife, mas sempre teve consciência de que sua família, apesar das dificuldades, estava melhor de vida que muitas outras. [...] “E eu sentia o drama social com tanta intensidade que vivia de coração perplexo diante das grandes injustiças a que são submetidas as chamadas classes menos privilegiadas”. [...]
Ela mudara de perspectiva pouco antes de começar o curso. Durante o primeiro ano na faculdade descobrira um canal para dar vazão a sua verdadeira vocação, e, em 25 de maio de 1940, publicou seu primeiro conto conhecido, “Triunfo”, na revista Pan.

MOSER, Benjamin. Clarice, uma biografia. São Paulo: Cosac Naify, 2009.

1 Com que idade Clarice Lispector descobriu a possibilidade de se tornar escritora?
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2 – Clarice, aos 15 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro com sua família. Como a cidade era vista na época?
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3 – O que motivou Clarice Lispector a ingressar na escola de Direito?
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4 – Que sentido tem a expressão em destaque no trecho “A ânsia de justiça estava inscrita em seus ossos”?
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5 – Por que foram utilizadas as aspas no trecho ““E eu sentia o drama social com tanta intensidade que vivia de coração perplexo diante das grandes injustiças a que são submetidas as chamadas classes menos privilegiadas”?
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6 – Nesse trecho da biografia, percebe-se uma sequência temporal dos fatos. Retire do texto expressões que marcam essa sequência do tempo da narrativa, configurando a progressão dos fatos da vida de Clarice Lispector:
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TIRA MAFALDA CONHECE-TE A TI MESMO 9º ANO RIO18


TIRA MAFALDA CONHECE-TE A TI MESMO 9º ANO RIO18


1 – No primeiro quadrinho, por que o texto dentro do balão está entre aspas?
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2 – Repare que o formato do balão é diferente nos dois últimos quadrinhos. Explique porquê.
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3 – Qual o significado de “fazendo turismo dentro de mim” ?
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1– Explique a mudança da expressão de Filipe a cada quadrinho.
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2 – No último quadrinho, Filipe se assusta com a possibilidade de não gostar de si mesmo. Que conectivo indica que isso é uma possibilidade?
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1 – Como Miguelito entendeu a afirmativa de Mafalda?
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2 – Como Miguelito entendeu a palavra “conhecer”?
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sexta-feira, 29 de maio de 2020

TEXTO DE OPINIÃO O VERDADEIRO PREÇO DE UM BRINQUEDO 9ºANORIO18


O VERDADEIRO PREÇO DE UM BRINQUEDO
Carlos Eduardo Lopes Marciano
       É comum vermos comerciais direcionados ao público infantil. Com a existência de personagens famosos, músicas para crianças e parques temáticos, a indústria de produtos destinados a essa faixa etária cresce de forma nunca vista antes. No entanto, tendo em vista a idade desse público, surge a pergunta: as crianças estariam preparadas para o bombardeio de consumo que as propagandas veiculam?
        Há quem duvide da capacidade de convencimento dos meios de comunicação. No entanto, tais artifícios já foram responsáveis por mudar o curso da História. A imprensa, no século XVIII, disseminou as ideias iluministas e foi uma das causas da queda do absolutismo. Mas não é preciso ir tão longe: no Brasil redemocratizado, as propagandas políticas e os debates eleitorais são capazes de definir o resultado de eleições. É impossível negar o impacto provocado por um anúncio ou uma retórica bem estruturada.
       O problema surge quando tal discurso é direcionado ao público infantil. Comerciais para essa faixa etária seguem um certo padrão: enfeitados por músicas temáticas, as cenas mostram crianças, em grupo, utilizando o produto em questão. Tal manobra de “marketing” acaba transmitindo a mensagem de que a aceitação em seu grupo de amigos está condicionada ao fato de ela possuir ou não os mesmos brinquedos que seus colegas. Uma estratégia como essa gera um ciclo interminável de consumo que abusa da pouca capacidade de discernimento infantil.
        Fica clara, portanto, a necessidade de uma ampliação da legislação atual a fim de limitar, como já acontece em países como Canadá e Noruega, a propaganda para esse público, visando à proibição de técnicas abusivas e inadequadas. Além disso, é preciso focar na conscientização dessa faixa etária em escolas, com Professores(as) que abordem esse assunto de forma compreensível e responsável. Só assim construiremos um sistema que, ao mesmo tempo, consiga vender seus produtos sem obter vantagem abusiva da
ingenuidade infantil.

1 – No trecho “No entanto, tendo em vista a idade desse público [...]”, (primeiro parágrafo), a que se referem os termos destacados?
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2 – Que manobra de marketing é citada no terceiro parágrafo?
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3 – Transcreva do terceiro parágrafo um trecho em que há ideia de tempo:
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4 – Marque, no texto, as partes que compõem a introdução, o desenvolvimento e a conclusão.
5 – Qual a tese defendida no texto?
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6 – Que argumento, no terceiro parágrafo, foi utilizado para fundamentar a tese?
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7 – O que o autor sugere na conclusão do seu texto?
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TESE é a ideia que defendemos, pois a argumentação implica posicionamento, defesa do ponto de vista, o que pode implicar, evidentemente, divergência de opinião. Os argumentos de um texto são, em geral, facilmente localizáveis. Identificada a tese, faz-se a pergunta por quê? (Ex.: o texto afirma isso (tese) por vários motivos (argumentos)). Os argumentos utilizados para fundamentar a tese podem ser de diferentes tipos: exemplos, comparações, dados históricos, dados estatísticos, pesquisas, causas socioeconômicas ou culturais, depoimentos – enfim, tudo o que possa demonstrar que o ponto de vista defendido pelo autor tem consistência.

TEXTO DE OPINIÃO UMBIGOLANDIA 9ºANO RIO18

TEXTO DE OPINIÃO UMBIGOLANDIA 9ºANO RIO18

UMBIGOLÂNDIA
      Dias desses encontrei uma amiga que me disse que está achando tudo e todo mundo chato. Que a violência está demais, que o dinheiro não dá pra nada, que o trânsito está uma loucura, que o amor já era, que ninguém mais quer amar ninguém, homem é uma raça em extinção e por aí vai.
       Em seguida abanou os braços, gritou “Táxi!” e, antes de entrar no carro, arrematou:
      ─ E ainda tem esses táxis uó de vidro preto que a gente nunca sabe se estão vazios ou ocupados! Beijão, vê se me liga você também, pô!
       E foi embora, largando no meu colo aquela corbeille de reclamações e uma cobradinha final. Fiquei ali, parado, pensando nas palavras dela, enquanto o táxi de vidro preto empacava no trânsito uma quadra adiante. É, minha amiga, certamente a vida não anda nada fácil, quem sai de casa não sabe se volta, namorar está brabo e ai de quem reagir a qualquer tipo de violência. Reagir é um perigo mesmo. Principalmente se a reação for de ordem mais, digamos, psicológica, tipo reagir-a-algum-comentário-maldoso-sobre-você-na-sua-cara. Neste quesito eu tenho muita dificuldade: ou não reajo ou só reajo uma semana depois. Naquele breve encontro, só minha amiga falou. Despejou suas reclamações em cima de mim e se mandou. E eu fiquei sem reação.
       Bem, reagir como, se ela não me deu chance? Só ela falou e eu fiquei ali de “vinagrete” – só de acompanhamento. E o que é reagir? Penso que, ao pé da letra, reagir significa agir novamente, ou “agir de volta”. E por que reagir é um perigo? Porque a reação confere ao outro o poder de tomar posição. Ter atitude. Trocar. Crescer. Será? Talvez. Mas está tão difícil reagir. Trocar. Crescer. Está difícil dialogar. Vivemos a era do monólogo, do “eu” exacerbado, do “meu espaço”, da “minha individualidade”, do “meu momento”, enfim, da Umbigolândia.
       E é cada vez maior a população desta estranha terra, ocupada por um único habitante, rei e súdito ao mesmo tempo: o ego. Na Umbigolândia, só uma pessoa interessa: o eu. O outro é mera circunstância. O assunto é um só. Só um fala e ponto. Eu sei que estou generalizando, e me perdoem por isso. Mas do jeito que a coisa está, não me resta pensar em outra coisa.
       Foi minha amiga quem, involuntariamente, trouxe essas questões à minha mente. A escuta está virando artigo de luxo. Aquele que tem o dom da escuta – sim, nos dias de hoje escutar o outro é honrar um dom ─ tem aberto o canal da inteligência. Do crescimento. Do autoconhecimento e do conhecimento do outro. Do mundo. E é INCRÍVEL como a indústria do consumo corteja sem parar o individualismo desenfreado. A internet, então, é a fada madrinha dos solitários. Bibiti-bobiti-bum! E lá está você diante do mundo. Sozinho. E o universo faz a sua parte conspirando a favor.
      Conspirando e pirando. É muita gente no mundo. Muita gente procurando. Buscando. Querendo. Pouca gente escutando. Encontrando. Suprindo.
      E quanto mais gente, mais ego. E quanto mais ego, mais solidão.
      Na Umbigolândia, ego gera ego. E o profeta disse que gentileza gera gentileza. Pra minha amiga, que está (espero eu) passando uma temporada na Umbigolândia, isso não interessa, até porque quem mora lá não enxerga um palmo adiante do umbigo. Pra quem mora aqui na Terra mesmo, a premissa do profeta é um toque. Gentileza gera gentileza. Que gera escuta. Que gera troca.    Que torna mais suportáveis problemas modernos como egolatria, consumo desenfreado, falta de amor, de companhia, de solidão. Se bem que a solidão não sente falta de companhia. Até porque ela está sempre ao lado de alguém.
Aloísio de Abreu - Revista O Globo 23/03 /2008.

1.O primeiro e o segundo parágrafos revelam o estado de espírito da amiga do cronista. Como ela está encarando a vida?
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2 – Que sentido tem, no texto, a expressão “corbeille de reclamações” ?
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3 – A que trecho se refere a palavra “cobradinha”, no terceiro parágrafo?
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4 – Há, no texto, algumas marcas típicas da linguagem informal e oral. Retire alguns exemplos que confirmem essa afirmativa:
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5 – Que trecho do texto confirma que o cronista tem dificuldade em reagir a algum comentário maldoso?
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6 – Que associação é feita em “Só ela falou e eu fiquei ali de “vinagrete” – só de acompanhamento.”, no quarto parágrafo?
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7 – Segundo o texto, por que reagir é perigoso?
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8 – A que palavra estão relacionados os termos “a era do monólogo” , ‘do “eu” exacerbado’, “meu espaço”, minha individualidade”, “meu
momento”, no quarto parágrafo?
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9. A que se refere, no quarto parágrafo, a expressão “estranha terra”?
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10. Quem é o único habitante dessa “estranha terra”?
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11 – Segundo o texto, qual a consequência de saber ouvir o outro?
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12 – Por que a internet é considerada “fada madrinha dos solitários”?
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13 – A que está relacionada a expressão “Bibiti-bobiti-bum”?
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14 – O trecho “[...] não enxerga um palmo adiante do umbigo” está associado a que dito popular?
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15 – Qual a premissa do profeta, presente no texto?
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16 – Num texto que defende uma ideia, essa ideia recebe o nome de TESE. Qual a tese defendida neste texto?
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17 – Observe a estrutura do trecho “Gentileza gera gentileza. Que gera escuta. Que gera troca. Que torna mais suportáveis problemas
modernos...”. Qual o efeito da repetição dos termos destacados?
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18 – No trecho que se segue, identifique os fatos e a opinião:
“Fiquei ali, parado, pensando nas palavras dela, enquanto o táxi de vidro preto empacava no trânsito uma quadra adiante. É, minha amiga,
certamente a vida não anda nada fácil [...]”
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