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sábado, 29 de abril de 2017

ARTIGO DE OPINIÃO A MANIA NACIONAL DA TRANSGRESSÃO LEVE 7º ANO TELÁRIS

A mania nacional da transgressão leve
       Pequenos delitos são transgressões leves que passam impunes e, no Brasil, estão tão institucionalizados que os transgressores nem têm idéia de que estão fazendo algo errado. Ou então acham esses "miniabusos" irresistíveis, apesar de causarem "minidanos" e/ ou levarem a delitos maiores. Esses maus exemplos são também contagiosos. E, em uma sociedade na qual proliferam, ser um cidadão-modelo exige que se reme contra uma poderosa maré ou que se beire a santidade.
       Alguns pequenos delitos -fazer barulho em casa a ponto de incomodar os vizinhos ou usar as calçadas como depósito de lixo e de cocô de cachorro- diminuem a qualidade de vida em pequenas, mas significativas, doses. Eles ilustram a frase do escritor Millôr Fernandes: "Nossa liberdade começa onde podemos impedir a dos outros".
        No ano passado, o grupo de adolescentes que furou a enorme fila para assistir ao show gratuito de Naná Vasconcelos, na qual eu e outros esperávamos por horas, impediu nossa liberdade. Os jovens receberam os ingressos gratuitos que, embora devessem ser nossos, se esgotaram antes de chegarmos à bilheteria.
       A frase de Millôr também cai como uma luva para o casal que recentemente pediu a um amigo -na minha frente, na fila das bebidas, no intervalo de uma peça- que comprasse comes e bebes para ambos. O fura-fila indireto me irritou não só porque demorou mais para me atenderem mas também porque o segundo ato estava prestes a começar. Qual é a diferença deles para os motoristas que me ultrapassam pelo acostamento nas estradas e depois furam a fila, atrasando a minha viagem? E que dizer daqueles motoristas que costuram atrás das ambulâncias?
        Outros pequenos delitos causam danos porque representam uma pequena parte da reação em cadeia que corrói o tecido social. Os brasileiros que contribuem para a rede de consumo de drogas não são apenas os que as compram mas até os que as consomem de vez em quando em festas. Uma simples tragada liga você, mesmo que de modo ínfimo, ao traficante e à bala perdida, mas atos aparentemente tão inócuos e difíceis de condenar nos forçam a pensar no que constitui um pequeno delito.
        Por exemplo, que dano social pode ser causado pelo roubo de "lembrancinhas" -de toalhas e cinzeiros de hotel a cobertores de companhias aéreas? Bem, os hotéis e companhias aéreas compensam o custo de substituir esses objetos aumentando levemente o preço. Os varejistas fazem o mesmo para compensar as perdas com pequenos furtos.
       Outros pequenos delitos são mais fáceis de classificar, mas igualmente tentadores de cometer. Veja o caso da pessoa que não diz ao caixa que recebeu por engano uma nota de R$ 50 em vez da correta nota de R$ 10. Ou do garoto que obedece ao trocador, passa por baixo da roleta e lhe passa uma nota de R$ 1 em vez de pagar à empresa de ônibus R$ 1,60. Esse suborno não é igual a pagar à polícia uma propina para se safar? Essas caixinhas não seriam também crias do famoso caixa dois, que já virou uma instituição?
        Um dos meus vizinhos disse que alguns desses pequenos delitos, como vários tipos de caixa dois, são fruto da necessidade. Ele escreve, embora não assine, monografias para que universitários preguiçosos/ocupados terminem seus cursos. É assim que põe comida na mesa. Apesar de defender sua atividade antiética dizendo que "a fome também é antiética", ele bem que poderia perder 20 quilos.
       Outro vizinho vendeu sua cobertura no Rio com uma vista espetacular da floresta da Tijuca porque descobriu que, no prazo de um ano, um arranha-céu seria construído, acabando com a vista e desvalorizando o imóvel em R$ 50 mil. Ele disse isso aos compradores? Não. E eu também não considero esse delito tão pequeno diante do valor do prejuízo.
       Apesar de os delitos pequenos estarem institucionalizados demais para notar ou serem tentadores demais para resistir, dizer "não" a eles beneficia a sociedade como um todo. E um "não" vigoroso o bastante pode alertar os distraídos e os fracos de espírito para que, em uma sociedade que se guia pela "lei de Gerson", nossa bússola moral possa nos apontar o caminho.
GLOSSÁRIO

transgressão: ato de violar ou desrespeitar uma ordem, lei ou regra. 
impune: não punido: sem o devido castigo. 
institucionalizado: que se tornou oficial; que foi apresentado publicamente como verdade. 
proliferar: aumentar. 
delito: crime. 
tecido social: organização da sociedade; forma como a sociedade esta organizada. 
inócuo: que não causa mal. 
varejista: aquele que faz a venda diretamente ao comprador. 
suborno: corrupção, ato de dar dinheiro a fim de conseguir alguma coisa ilegalmente. 
propina: gorjeta, gratificação. 
caixa dois: contabilidade não declarada para não se pagar tributo. 
monografia: trabalho escrito dentro de determinadas normas. 
antiético: aquilo que não é ético, isto é, que não é moral, não é correto, não segue regras de um grupo social ou de uma sociedade. 
"lei de Gerson": referência à frase de uma propaganda em que o ex-jogador de futebol Gerson dizia: "É preciso levar vantagem em tudo!". 
bússola: instrumento que serve para guiar, determinar a posição de um lugar ou de algo. 
moral: que tem costumes corretos de acordo com as regras estabelecidas por um grupo de pessoas; que ensina, educa; que tem valores corretos, desejáveis, dignos. 


1. Quem assina o artigo de opinião lido? 
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2. O texto está escrito em que pessoa? Dê um exemplo que comprove sua resposta. 
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3. Abaixo, os delitos estão divididos em quatro grupos. Localize no artigo e transcreva dois exemplos de cada grupo de delito.

Grupo A - Que prejudicam a qualidade de vida de outras pessoas e impedem sua liberdade.
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Grupo B - Que perturbam as relações sociais e causam danos à sociedade toda.
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Grupo C - Que são tentadores.
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Grupo D - Que são justificados como fruto da necessidade. 
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4. Explique a frase: "Esses maus exemplos são também contagiosos".
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5. Releia este trecho do texto. 

[...] ser um cidadão-modelo exige que se reme contra uma poderosa maré ou que se beire a santidade. 
Que “poderosa maré” é essa?
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6. Releia este outro trecho do texto : “Pequenos delitos são transgressões leves que passam impunes e, no Brasil, estão tão institucionalizados que os transgressores nem têm idéia de que estão fazendo algo errado.”
Leia o significado do termo INSTITUCIONALIZADO depois marque outros termos que podem substituir INSTITUCIONALIZADO no trecho acima.
a) aceitos
b) de instituições
c) comuns
d) crime  

1. Michael Kepp. 

2. O texto está em primeira pessoa. Possibilidades: "eu e outros esperávamos", "nossa liberdade", "na minha frente", "me irritou", "me ultrapassam". "minha viagem" 

3. Sugestões: 
A: furar fila, ultrapassar pelo acostamento. fazer barulho, "costurar' atrás de ambulâncias. jogar lixo nas calcadas, não recolher da calçada o cocô do cachorro.
 B: consumir drogas (que são vendidas por meio de uma rede de trafico e violência), roubar "lembrancinhas" de hotel ou de companhia aérea. 
C: não revelar engano de troco ou dividir o roubo" do dinheiro da passagem com o trocador. pagar propina ou dar "caixinhas" a policia para escapar da punição por delito cometido. 
D: fazer um trabalho ilegal (fazer monografias no lugar de universitários, que pagam por elas). esconder do comprador o defeito do que está sendo vendido. 

4. Espera-se que o aluno perceba que muitas vezes imitamos outras pessoas praticando os mesmos delitos. 

5. Maré dos maus exemplos, das transgressões leves.

6. a e c

CRÔNICA O VENDEDOR DE PALAVRAS TELÁRIS 7º ANO P222

(Por: Fábio Reynol)  

Ouviu dizer que o Brasil sofria de uma grave falta de palavras. Em um programa de TV, viu uma escritora lamentando que não se liam livros nesta terra, por isso as palavras estavam em falta na praça. O mal tinha até nome de batismo, como qualquer doença grande, "indigência lexical". Comerciante de tino que era, não perdeu tempo em ter uma ideia fantástica. Pegou dicionário, mesa e cartolina e saiu ao mercado cavar espaço entre os camelôs.
Entre uma banca de relógios e outra de lingerie instalou a sua: uma mesa, o dicionário e a cartolina na qual se lia: "Histriônico — apenas R$ 0,50!".
Demorou quase quatro horas para que o primeiro de mais de cinqüenta curiosos parasse e perguntasse.
— O que o senhor está vendendo?
— Palavras, meu senhor. A promoção do dia é histriônico a cinqüenta centavos como diz a placa.
— O senhor não pode vender palavras. Elas não são suas. Palavras são de todos.
— O senhor sabe o significado de histriônico?
— Não.
— Então o senhor não a tem. Não vendo algo que as pessoas já têm ou coisas de que elas não precisem.
— Mas eu posso pegar essa palavra de graça no dicionário.
— O senhor tem dicionário em casa?
— Não. Mas eu poderia muito bem ir à biblioteca pública e consultar um.
— O senhor estava indo à biblioteca?
— Não. Na verdade, eu estou a caminho do supermercado.
— Então veio ao lugar certo. O senhor está para comprar o feijão e a alface, pode muito bem levar para casa uma palavra por apenas cinqüenta centavos de real!
— Eu não vou usar essa palavra. Vou pagar para depois esquecê-la?
— Se o senhor não comer a alface ela acaba apodrecendo na geladeira e terá de jogá-la fora e o feijão caruncha.
— O que pretende com isso? Vai ficar rico vendendo palavras?
— O senhor conhece Nélida Piñon?
— Não.
— É uma escritora. Esta manhã, ela disse na televisão que o País sofre com a falta de palavras, pois os livros são muito pouco lidos por aqui.
— E por que o senhor não vende livros?
— Justamente por isso. As pessoas não compram as palavras no atacado, portanto eu as vendo no varejo.
— E o que as pessoas vão fazer com as palavras? Palavras são palavras, não enchem barriga.
— A escritora também disse que cada palavra corresponde a um pensamento. Se temos poucas palavras, pensamos pouco. Se eu vender uma palavra por dia, trabalhando duzentos dias por ano, serão duzentos novos pensamentos cem por cento brasileiros. Isso sem contar os que furtam o meu produto. São como trombadinhas que saem correndo com os relógios do meu colega aqui do lado. Olhe aquela senhora com o carrinho de feira dobrando a esquina. Com aquela carinha de dona-de-casa ela nunca me enganou. Passou por aqui sorrateira. Olhou minha placa e deu um sorrisinho maroto se mordendo de curiosidade. Mas nem parou para perguntar. Eu tenho certeza de que ela tem um dicionário em casa. Assim que chegar lá, vai abri-lo e me roubar a carga. Suponho que para cada pessoa que se dispõe a comprar uma palavra, pelo menos cinco a roubarão. Então eu provocarei mil pensamentos novos em um ano de trabalho.
— O senhor não acha muita pretensão? Pegar um...
— Jactância.
— Pegar um livro velho...
— Alfarrábio.
— O senhor me interrompe!
— Profaço.
— Está me enrolando, não é?
— Tergiversando.
— Quanta lenga-lenga...
— Ambages.
— Ambages?
— Pode ser também evasivas.
— Eu sou mesmo um banana para dar trela para gente como você!
— Pusilânime.
— O senhor é engraçadinho, não?
— Finalmente chegamos: histriônico!
— Adeus.
— Ei! Vai embora sem pagar?
— Tome seus cinqüenta centavos.
— São três reais e cinqüenta.
— Como é?
— Pelas minhas contas, são oito palavras novas que eu acabei de entregar para o senhor. Só histriônico estava na promoção, mas como o senhor se mostrou interessado, faço todas pelo mesmo preço.
— Mas oito palavras seriam quatro reais, certo?
— É que quem leva ambages ganha uma evasiva, entende?
— Tem troco para cinco?

01-  Logo  no  primeiro  parágrafo,  o  narrador  refere-se  a  um  "mal"  de  que  sofreria  o  Brasil.  Que  "mal"  é esse?  Explique  a partir da leitura desse parágrafo. R.:__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

 02- "Comerciante de tino que era, não perdeu tempo em ter uma ideia fantástica." •  Nesse  trecho,  o  narrador  do  texto  refere-se  ao  vendedor,  atribuindo-lhe  uma  qualidade.  Que  qualidade é  essa? Explique.
 R.:_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________

03- Retire do trecho:
"[...]  não  se  liam  livros  nesta  terra,  por  isso  as palavras  estavam  em  falta  na  praça.  O  mal  tinha  até  nome  de batismo, como qualquer doença grande, 'indigência lexical'."

A  expressão  destacada  é  referida  no  texto  como  uma doença.  Está  empregada  em linguagem figurada, isto  é, fora de seu sentido literal. • Como poderia ficar esta expressão em linguagem com sentido literal, não figurado?
R.:_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

 04- No texto, o vendedor fala sobre uma escritora que afirma que o país sofre com falta de palavras porque os livros são poucos livros.
• Em seguida, o vendedor afirma que as pessoas não compram palavras no atacado.
a) Responda: que relação o vendedor fez entre livros e as palavras no atacado?
 R.:______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ b) Observe a frase "As pessoas não compram as palavras no atacado, portanto eu as vendo no varejo"   Substitua as expressões destacadas por outras que deixam clara a intenção do vendedor.
R.:___________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5- A primeira pessoa atraída para "banca de palavras" fica indignada com o produto que estava sendo vendido: palavras.  • Explique o argumento que esta pessoa empregou para mostrar sua indignação.
R.:_________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________

 06- Qual o argumento que o vendedor empregou como resposta?
R.:_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

 07- Leia: "E o que as pessoas vão fazer com as palavras? Palavras são palavras, não enchem barriga."       Esse é um argumento empregado pelo cliente para não comprar palavras.

 a) Explique o sentido desse argumento.
R.:_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

b)  Que  tipo  de  característica  pessoal  essa  forma  de  pensar  pode  revelar  em  relação  ao  cliente?  Marque a(s) alternativa(s) que caracteriza(m) a personagem que falou isso.
(A) Pessoa sensível, para quem os sentimentos têm mais valor que as coisas práticas.
(B) Pessoa muito objetiva, para quem as coisas têm de ter uma finalidade prática.
(C) Pessoa que valoriza a cultura, principalmente a que é encontrada nos livros.
(D) Pessoa para quem a cultura só terá valor se apresentar resultados concretos visíveis.

08- O cliente pergunta ao vendedor: "O que pretende com isso? Vai ficar rico vendendo palavras?". Pelos argumentos que apresenta, esse é o objetivo do vendedor? Explique com argumentos retirados da fala do vendedor.
 R.:_________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________




01- Releia o trecho:
 "Ouviu  dizer  que  o  Brasil  sofria,  de  uma  falta  grave  de  palavras.  Em  um  programa  de  TV,  viu  uma  escritora lamentando que não se liam livros nesta terra, por isso as palavras estavam em falta na praça. O mal tinha até nome de batismo, com qualquer doença grave,  ́indigência lexical'."
a) Ao dizer o Brasil sofria, a quem o narrador se refere: ao território ou às pessoas que habitam o país? Explique por quê.
R.:__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

b)  Nesse  parágrafo,  qual  a  outra  palavra  ou  expressão  que  indica  que  o  narrador atribui  característica  de  ser  vivo  ao Brasil? R.: ___________________________________________________________________________
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RELATO DE COSTAS PARA O ANO NOVO PROJETO TELÁRIS 7º ANO P.112

DE COSTAS PARA O ANO-NOVO AMYR KLINK

   Resignado,  como  se  o  mau  tempo  fosse  o  único  tempo  possível,  recolhi  o  que  restava  da  buja  e  deixei  apenas  a  velinha  de  tempestade  solteira.  Talvez  viúva.  Disparou  então  de  uma  vez  a  fúria  do  Southern  Ocean.  Foi-se  a  graça  e  o  resto  de  bom  humor.  Foram-se  as  últimas  gotas  de  paciência para tentar entender o que se passava. Caos completo. Uma desordem contínua de água e espuma. O mar estava desmoronando ao redor. A escota da velinha, único motor puxando o Paratii a  uma  velocidade  completamente  ilegal,  encostou,  sem  que  notasse,  numa  roldana  da  vela  grande,  puiu e ameaçava estourar. Se um pedaço de pano se soltasse ou se o cabo se partisse, decolaríamos para um desastre espetacular.
        Criei  coragem,  cortei  um  pedaço  de  cabo,  saí  e,  arrastando-me  como  um  polvo  até  a  ponta  da retranca, fiz uma escota de reserva rezando para não ser arrancado dali por uma onda. Que falta faziam  os  outros  quatro  membros...  O  cabo  de  dezesseis  milímetros  voava  no  vento  como  um  fiozinho de lã. Fazer as voltas e os nós pendurado sobre a espuma não foi nem um pouco divertido. Em vez de falar em voz alta, eu gritava. Gritava para mim mesmo o que deveria fazer, que o nó não estava firme. Gritava para ouvir minha própria voz no meio daquela turbina eólica infernal, que não parava. Gritava para não parar de fazer força, para não desistir dos nós que era preciso dar.
        Voltei  para  dentro,  miraculosamente  pouco  ensopado.  Com  uma  toalha  preta  e  felpuda  me  enxuguei de roupa e tudo: casaco, macacão, botas. Minutos depois, uma cachoeira lateral vinda do norte  bateu  na  popa,  no  meio  de  uma  descida  de  onda,  de  oeste.  O  Paratii atravessou.  A  cozinha  subia  e  a  mesa  de  navegação  foi  para  baixo.  De  toalha  em  punho,  escorreguei  até  bater  na  parede  oposta.  Do  lado  de  fora,  a  retranca,  onde  eu  me  encontrava  minutos  antes,  mergulhou  inteira  na  onda, com a vela pane-jando desesperadamente, até que o piloto retomasse o rumo. "Muito tempo, muito  tempo",  gritei.  Desliguei  o  piloto  e  assumi  o  leme  interno.  Meu  Deus,  pior  ainda,  o  barco  endireitou mas eu não conseguia manter o rumo certo por falta de referência. Olhando para a frente, não havia meio de saber por quais ondas estava descendo, as de norte ou as de oeste. Comandar pela bússola  também  não  resolvia  o  problema.  Virei  de  costas  para  a  proa  e,  olhando  para  as  ondas,  segurando o leme por trás, descobri um jeito de pilotar ao contrário, apenas controlando as paredes de  água  e  a  birutinha  de  vento  da  targa  traseira.  Surfando  de  costas!  Quem  diria!  Não  era  exatamente o modo como planejei virar o ano e começar vida nova. As deliberações de Ano-Novo se resumiram a uma só: escapar vivo.


Texto de viagem
Eu estava apreensiva, sem notícias do Amyr desde o dia 27. Não ter ouvido sua voz na virada de ano foi motivo de muita preocupação. Procurava um quase impossível acesso à internet em Paraty quando, depois de uma semana de silêncio, o telefone tocou. Era o Amyr (UFA!). Fui ficando cada vez mais impressionada conforme ele ia descrevendo a situação que enfrentou no mar na passagem de ano:
"Foi impressionante. Os ventos chegavam a 120 quilômetros horários e as ondas de vinte metros vinham de todos os lados, me obrigando a ficar de plantão no convés opr cinquenta horas. Ventava tanto que o mar estava branco(...)."
"(...) Estou exausto, com dores por todo o corpo. Mal consigo me mexer. O vento estava forte demais e as ondas deram muito trabalho. O leme de vento segura o barco quase em qualquer situação, mas dessa vez ficou de folga.
Não deu para usar o leme de vento nem o piloto automático. Foi impressionante(...)."
(...)
No momento o Amyr acaba de reparar os danos decorrentes da tempestade que o "abraçou" no sul da Austrália. Aproveita a calmaria e o tempo bom para amarrar as velas e para "secar suas meias".
Marina Bandeira Klink

1. Logo no início de seu relato, Amyr klink afirma que estava” resignado, como se o mau tempo fosse o único tempo possível” O que ele quis dizer com essa afirmação?
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2. Escreva duas das ações realizadas para vencer a tempestade.
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3. No segundo parágrafo do relato, Amyr escreve;” Que falta faziam os outros quatros membros ”O que ele quis dizer com isso?
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4. Depois de ter conseguido vencer o desafio de dar os nós e segurar a vela do barco em meio a uma tempestade, o navegador teve de enfrentar problemas que aconteciam dentro do barco. Escreva com suas palavras o que estava acontecendo.
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5.Amyr relata assim um problema depois de ter conseguido o controle interno do barco
“ o barco endireitou, mas eu não consegui manter o rumo certo por falta de referência “
O que ele quis dizer com “ falta de referência “
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6. O que Amyr quis dizer com a exclamação “Surfando de costas! Quem diria!”?
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7. Depois de falar com o marido por telefone, a esposa de Amyr relata:
No momento o Amyr acaba de reparar os danos decorrentes da tempestade que o “abraçou” no sul da Austrália. Aproveita a calmaria e o tempo bom para marrar as velas e para “secar suas meias”.
a) no texto qual o sentido de abraçou?
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b) Qual foi a intenção de marina ao empregar aspas na expressão “abraçou” e “secar as meias”?
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8. Conhecendo melhor o relato agora, que sentido o título “De costas para o ano novo “ assume?

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RELATO ARRIGO BARNABÉ PROJETO TELÁRIS 7º ANO

ARRIGO BARNABÉ

       EU TINHA, TALVEZ, uns cinco anos. Meu irmão mais velho, Marcos, já tinha um time: era corintiano -na esteira do campeonato do quarto centenário, quando o Corinthians foi campeão.
       Meu pai era Palmeiras, mas o que ele gostava mesmo era de futebol. Havia jogado quase profissionalmente e era craque. O pobre coitado só teve filho perna de pau. Mas, curiosamente, incentivava a criançada a torcer por outro time. Devia ser porque, gostando tanto do esporte, queria torcer (na carona dos filhos) para outros clubes...
       E chegou um momento em que tivemos uma conversa de homem para homem. Já estava mais do que na hora de eu escolher um time. A casa já tinha um corintiano, e eu adorava o distintivo do Corinthians, em que se destacavam a âncora, o timão (na verdade, uma boia) e a cor vermelha. Achava lindo!
       Então meu pai me apresentou um brinquedo que consistia em um pequeno disco de plástico transparente. Havia ali dentro uma bolinha prateada solta. No disco, dois jogadores desenhados em posição de chute e, na ponta da chuteira de cada um, uma depressão para a bola se encaixar. O objetivo era encaixar a bola na chuteira.
       Um dos jogadores era negro, usava um uniforme vermelho e verde. Adorei. O outro era um jogador branco, mas de uma cor branca enjoada, com uniforme todo branco, muito sem graça.
        É claro que eu ia torcer para o time do jogador negro de uniforme vermelho e verde. Mas uma fração de segundos antes de decidir, perguntei a meu pai qual era o nome dos times.
       - Este aqui é Portuguesa, e o outro, Santos.
       Gostei muito do nome também, Portuguesa. Achei legal. Existem nomes que atraem a simpatia das crianças, não sei por quê.
        Mas o nome Santos era poderoso. Eu já conhecia a ideia de santo. Meu pai e meu avô materno já me haviam explicado. "Um santo é uma pessoa que só faz o bem, que é tão boa que vive junto a Jesus e Deus lá no céu..." Eu havia ficado muito impressionado que houvesse pessoas assim, achava alguma coisa além do bonito, além da mera beleza: era maior, um santo, era uma coisa extra.
     Daí perguntei ao meu pai:
       -Mas por que o time se chama Santos? É por que tem muito santo lá?
        Meu pai, achando graça, disse:
        -É, sim, só tem santo no time...
         Então, fiz uma renúncia, um sacrifício. Sacrifiquei meu gosto, que era a Portuguesa, para torcer por um time que eu achava sem graça, sem colorido, com um distintivo feio, mas que, no fim das contas, era um time de santos"¦ E Deus, lá em cima, vendo meu sacrifício e desprendimento, me abençoou, fazendo com que o time que escolhi se tornasse o maior de todos os tempos.
      Eu sei que foi antes do Pelé virar o "Pelé". Lembro-me de nomes desse período, nomes, esses sim, de que eu gostava, como Urubatão e Pagão. Lembro-me de Vasconcelos, Tite, Del Vecchio, Pepe, Manga.
       Algum tempo depois, ouvi pela primeira vez "Assum Preto", com Luiz Gonzaga. Meu pai havia comprado o disco e o trouxe para casa, à tarde, voltando do trabalho. (Naquele dia, o Santos havia perdido para o Taubaté por 3 a 2.)
Quando colocaram o disco na radiovitrola e começou o "Assum Preto", aquela coisa de furar os olhos do pássaro, com a voz pungente do Gonzaga, comecei a chorar. Então meu pai perguntou se eu estava chorando por causa da música ou pelo fracasso do Santos diante do Taubaté.
       Envergonhado pelo choro provocado por uma canção, menti. Disse que estava chorando pela derrota do Santos. E dessa mentira nunca mais me esqueci.

1. Em seu relato de memória, Arrigo Barnabé conta fatos vividos na infância. Sobre o texto “Como me tornei santista” Escreva  as referências feitas.
Ao tempo vivenciado
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Ao espaço vivenciado
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2. No relato há várias informações sobre o pai de Arrigo. Releia:
“ O que ele gostava mesmo era de futebol”
Copie do texto uma informação que justifique a afirmação do autor.
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3. Com o pai, o menino teve uma “conversa de homem para homem”
a) Qual foi o assunto da conversa?
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b) Por que , para Arrigo, aquela foi uma “ conversa de homem para homem”?
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4. Arrigo acabou escolhendo um time que ele “achava sem graça, sem colorido, com um distintivo feio.
a) Quais eram os outros times da preferência do menino? Por qual motivo?
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b) Que atitude do pai fez com que o filho se decidisse pelo time pelo qual o pai não tinha simpatia?
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c) Na sua opinião o pai agiu certo? Por que?
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5. Copie a alternativa que melhor explica o tema/ assunto desse relato de memória de Arrigo Barnabé:
a) fatos vividos na infância;
b) motivos da escolha dom time de futebol;
c) mentiras contadas pelo pai;
d) preferência da família por diferentes times.

6. No final do relato, Arrigo afirma que mentiu para o pai. Por que ele mentiu?

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CONTO A MENINA E OS FÓSFOROS ED. DIMENSÃO

A menina dos fósforos 
Lídia Rosenberg Aratangy 

Era véspera de Ano-Novo, e a menina (tão pequena, coitadinha!) que vendia fósforos estava com muito frio e com muita fome. Seu estoque de fósforos coloridos estava intacto, ninguém tinha comprado nada. Ainda por cima, ela tinha perdido seus chinelos na neve e seus pezinhos estavam enregelados. 
Ela sabia que não podia voltar para casa, pois tinha certeza de que iria levar a maior surra do pai, com quem vivia sozinha, desde a morte da mãe. Ele batia nela constantemente e contava com o dinheiro da venda dos fósforos para comprar comida e bebida. A menina não podia chegar de mãos vazias. 
O frio aumentou e ela resolveu acender um só dos fósforos coloridos, para se aquecer um pouco. 
A pequena chama azulada trouxe mais do que um pouco de calor. Na luz bruxuleante do fósforo, seus olhinhos chorosos vislumbraram um fogareiro de ferro, onde a lenha crepitava e esquentava tanto, tanto, que ela estendeu também os seus pezinhos, para que se aquecessem. 
Mas, muito depressa, a chama se extinguiu, o fogareiro desapareceu, e a menina se viu sentada no mesmo lugar, no chão gelado, tendo nas mãos o resto apagado do fósforo. 
A noite, no entanto, parecia agora mais escura, mais fria, mais assustadora do que antes, quando ela ainda não tinha visto a luz mágica da pequena chama colorida. 
Riscou rapidamente um segundo fósforo. Desta vez, seus olhos se depararam com a visão de uma sala de jantar, com a mesa posta, tendo ao centro uma enorme travessa com um peru assado, rodeado de ameixas, uvas e maçãs. 
Apagou-se o fósforo. De novo, a menina se viu no frio da noite, enregelada e faminta, diante de uma parede escura e triste, que agora lhe parecia ainda mais escura, ainda mais triste. 
Mais que depressa, a menina acendeu um terceiro fósforo. Desta vez, ela se viu diante da figura carinhosa de sua mãezinha, morta há tanto tempo. 
Com medo de que a imagem querida também se desvanecesse no ar, como o fogareiro, como a comida, ela se põe apressadamente a acender um fósforo atrás de outro, até queimar todo o pacote. A luz assim produzida tinha uma claridade mais brilhante do que o dia, seu calor parecia mais quente do que o Sol. 
E a um aceno sorridente de sua mãe, a menina deixou-se conduzir, segurando com suas mãozinhas frias as mãos quentes e macias que sua mãezinha lhe estendia. Seguiu-a, em direção às mais brilhantes estrelas do firmamento. 
Quando clareou a fria manhã do Ano-Novo, os passantes encontraram a menina sentada no chão, cercada pelos restos de fósforos queimados. Com as faces arroxeadas, ainda com um sorriso nos lábios. Morta de frio. 
 Quis aquecer-se, coitadinha! Disse alguém, ao passar. 


1. A autora reconta uma história infantil sobre uma vendedora de fósforos. Podem-se delimitar os seguintes elementos da narrativa: 

(1º) situação inicial ou orientação: apresentação da personagem, do lugar e da época da história. Quais parágrafos do texto correspondem a cada um destes elementos?
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(2º) complicação ou ações e fatos que acontecem e que realmente compõem a história. 
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(3º) resolução
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(4º) resultado ou estado final
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2.
a) Faça uma pequena descrição da menina dos fósforos; depois indique expressões do texto que comprovem sua descrição. 
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b) Em que época do ano este conto ocorre? Como você sabe? 
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c) Esta história se passa aqui no Brasil? Por quê? 
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3.
a) Neste conto, narrado por Lídia Rosenberg Aratangy, a menina acende inicialmente três fósforos. O que ela vê após acender cada um destes fósforos? Qual a relação destas visões com o que ela está sentindo naquele momento? 
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b) Por que ela resolve continuar acendendo fósforos, antes que o terceiro se apague? 
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c) O que a garotinha vê, ao acender os fósforos, é real? Por que ela continua a acender fósforos? 
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4. Em que trecho da história está registrado o momento da morte da menina? 
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5. A história da menina dos fósforos é a primeira parte de um capítulo do livro "Doces venenos: conversas e desconversas sobre drogas". Leia a seguir a segunda parte do capítulo e veja como a autora relaciona este conto com o uso de drogas
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Texto 3 - continuação 

Muitas vezes, a realidade em que a gente vive é tão ruim, tão feia e tão triste, que dá vontade de escapar dela, mesmo a qualquer preço. 
O problema é que, em geral, as drogas fazem com que as pessoas acabem se esquecendo de que havia uma realidade da qual queriam fugir - e as pessoas passam a acreditar que não foram elas que fugiram, mas que foi a realidade que mudou. Isto é, acabam acreditando que conseguiram provocar alguma mudança no mundo e resolver algum problema, quando o que conseguiram foi apenas colocar uma espécie de lente para mudar o seu jeito de ver um mundo que continua tão ruim, tão feito e tão triste como antes. Só que mais perigoso. 
Essa espécie de sinal de realidade, essa capacidade de distinguir entre o real e o imaginário - que se perde com a droga - é um dos mecanismos responsáveis pela sobrevivência humana. 
Quando um bebê recém-nascido está com fome, é provável que ele crie, em sua fantasia, visões do seio da mãe, farto de leite. Esse fenômeno ajuda o bebê a tolerar a privação por algum tempo: permite que ele se acalme e não caia no maior desespero, enquanto a mãe não vem atendê-lo. 
No entanto, se não houvesse algum sinal que identificasse aquilo como irreal, se o bebê acreditasse mesmo que estava sendo alimentado por aquele seio fantasma e se sentisse saciado com isso, acabaria por morrer de fome. 
Como a Pequena Vendedora de Fósforos. 

ARATANGY, Lídia Rosenberg. Doces venenos: conversas e desconversas sobre drogas. 
São Paulo: Editora Olho d'Água, 1991, p. 173-175. 


6. Procure relacionar este último trecho do texto de Lídia Aratangy com a história da vendedora de fósforos. 
a) Qual era a realidade da vendedora de fósforos da qual ela procurou fugir? 
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b) Ao acender os fósforos, a garota conseguiu mudar sua realidade? Por que ela continuou acendendo fósforos? 
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c) Como este comportamento retrata também o comportamento de uma pessoa que se envolve com drogas? Como você justifica isso? 
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d) De acordo com os textos lidos, quem poderia ter ajudado a vendedora de fósforos? 
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7. O texto" A menina dos fósforos" é formado por duas partes: primeiro, a autora apresenta um conto; depois, uma exposição sobre o uso de drogas. 
a) Qual a função do conto de fadas neste texto? 
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b) Qual a função da segunda parte do texto? 
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Gabarito:

1.
(1º) parágrafos 1 e 2
(2º) parágrafos 3 a 10
(3º) parágrafo 11
(4º) parágrafo 12 e 13

2. 
a) Resposta pessoal.  A descrição do aluno  deve ser comprovada com fatos da história, mesmo que não estejam explicitados. Por exemplo: "a garotinha sofria muito" pode ser comprovado por: estava com fome e  frio, o pai batia nela constantemente, a mãe havia morrido.  
b) No fim do ano, pois o texto começa dizendo que "era véspera de Ano-Novo" e, no final, fala da "fria manhã do Ano-Novo".  
c) Não, pois no fim do ano não costuma fazer frio aqui no Brasil, embora em algumas regiões chova. A história deve se passar em lugares em  que o inverno ocorre  nesta época, como na Europa ou na América do Norte.  

3. 
a) Após acender o primeiro fósforo, ela viu um fogareiro que a esquentava do frio que sentia; após acender o segundo, ela viu uma mesa cheia de comida, pois estava com muita fome, e após acender o terceiro fósforo, ela viu sua mãe, que já morrera, de quem sentia falta. 
b) Para que a imagem de sua mãe não desapareça, como as outras aparições. 
c) Não, o que ela via eram miragens, coisas que ela queria muito, que a deixariam feliz, sem sofrimentos. Ela continuou acendendo fósforos, na esperança de que as miragens se tornassem realidade. 

4. Seguiu-a, em direção às mais brilhantes estrelas do firmamento.

5. Professor(a): sugerimos que esta questão seja discutida oralmente, no grande grupo, após a leitura individual da segunda parte do texto. Discuta com os alunos as diferentes interpretações que deverão surgir, mas assegure-se sempre de que estas diferentes respostas sejam autorizadas pelo texto. 

6. 
a)  Ela sentia fome, frio e falta de amor. Ela não podia contar com seu pai, que queria apenas o dinheiro que arrecadava com a venda dos fósforos, nem com outras pessoas, pois ninguém comprou fósforos ou se interessou por ela. 
b) Não; nas chamas dos fósforos, ela só via miragens que mostravam tudo aquilo de que ela precisava, mas não tinha.  Ela continuou acendendo os fósforos, porque cada vez que um fósforo se apagava a miragem desaparecia, e ela voltava para seu mundo ruim: então ela tentou manter a chama acesa para que a ilusão não desaparecesse. 
c) A droga dá a ela a ilusão de uma realidade diferente daquela ruim, feia e triste em que vive. Assim, cada vez que o efeito da droga passa, ela volta a procurar a droga, na ilusão de estar provocando uma mudança em sua própria realidade. 
d) Poderiam ter ajudado a vendedora de fósforos: as pessoas que comprassem seus fósforos para que ela pudesse voltar para casa e, principalmente, seu pai, dando-lhe carinho, atenção e cuidando dela. 

7.
a) Apresentar uma história que serve para mostrar de forma mais clara o modo como as drogas fazem as pessoas fugirem da realidade. 
b) Apresentar as ideias da autora sobre a incapacidade de o usuário de drogas distinguir realidade de imaginação. 





Referência: A aventura da linguagem (Editora Dimensão)
Imagem: Google