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domingo, 17 de maio de 2020

VERBO MODO INDICATIVO EXERCÍCIOS 7º ANO PARTE III


Atividade VERBO MODO INDICATIVO PARTE III EXERCÍCIOS

Conto: O BURRO DE BURIDAN

        Um burro estava com sede e fome. Puseram o bicho na frente de um balde de água e de monte de capim. O animal olhava para o balde de água e depois olhava para o capim e não decidia se matava primeiro a sede ou a fome.
         O tempo passava e o asno não era capaz de decidir. Começou a suar enquanto virava a cabeça em direção ao balde e ao capim, seus olhos reviravam, o batimento cardíaco acelerava-se, e não se decidia. O tempo passava e o bicho começou a escoicear o ar, motivado pela indecisão.  
        Passadas várias horas após terem posto o balde de água e o monte de capim, o burro faleceu. Igualmente de fome e de sede…

Marque a alternativa que indica o tempo verbal nas questões de 01 a 07.
1. Um burro estava com sede e fome.
a) pretérito perfeito
b) pretérito imperfeito
c) pretérito mais que perfeito

2. Puseram o bicho na frente de um balde de água e de monte de capim.
a) pretérito perfeito
b) pretérito imperfeito
c) pretérito mais que perfeito

3. O animal olhava para o balde de água e depois olhava para o capim...
a) pretérito perfeito
b) pretérito imperfeito
c) pretérito mais que perfeito

4. Não decidia se matava primeiro a sede ou a fome.
a) pretérito perfeito
b) pretérito imperfeito
c) pretérito mais que perfeito

5. Começou a suar enquanto virava a cabeça em direção ao balde e ao capim,
a) pretérito perfeito
b) pretérito imperfeito
c) pretérito mais que perfeito

6. O burro faleceu. Igualmente de fome e de sede…
a) pretérito perfeito
b) pretérito imperfeito
c) pretérito mais que perfeito

7. Em textos narrativos como os contos é comum o uso de verbos no:
a) pretérito perfeito e pretérito imperfeito
b) pretérito mais que perfeito e presente
c) futuro do presente e futuro do pretérito

8. Todos substantivos abaixo fazem referência a palavra burro, exceto;
a) asno
b) Buridan
c) animal
d) bicho

9. Qual dos ditados populares abaixo resumem o conto?
a) Quando um burro fala o outro abaixa a orelha.
b) Cavalo dado não se olha os dentes.
c) Se ferradura desse sorte, burro não puxava carroça.
d) De pensar morreu o burro.

10. A morte do burro foi uma consequência e a causa foi:
a) a indecisão
b) começar a suar
c) fome e sede
d) estar amarrado

TEXTO ARGUMENTATIVO: MOBILIDADE URBANA
            Mobilidade    urbana           relaciona-se            à possibilidade de um indivíduo se deslocar facilmente na cidade. No entanto, o que se observa no Brasil, diariamente, principalmente nas metrópoles, são, congestionamentos estressantes e um, transporte público ineficaz. Nesse sentido, é importante que se criem condições de o brasileiro deixar o carro em casa quando, precisa se locomover pelos centros urbanos, do país.[...]

11. Nos textos narrativos utilizam-se principalmente verbos no pretérito, O texto acima é um texto argumentativo. Os verbos em destaque estão no tempo:
a) presente do indicativo
b) pretérito perfeito do indicativo.
c) Futuro do presente do indicativo.

12. [...] precisa se locomover pelos centros urbanos, do país. [...] O verbo em destaque faz referência a:
a) mobilidade urbana
b) indivíduo
c) condições
d) brasileiro

13. [...] precisa se locomover pelos centros urbanos do país. [...] O verbo destacado indica que pessoa do discurso?
a) primeira pessoa
b) segunda pessoa
c) terceira pessoa

UNIDADE ESCOLAR; C.M. BOTAFOGO.
ELABORADO PELO PROFESSOR DIORGES FERRANTI GONÇALVES.






VERBO MODO INDICATIVO 7º ANO EXERCÍCIOS

EROS E PSIQUE 7º ANO ALPHA P. 196


EROS E PSIQUE

Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada

Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.

A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera.
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.

Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado.
Ele dela é ignorado.
Ela para ele é ninguém.

Mas cada um cumpre o Destino —
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.

E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E, vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora.

E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.

Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ªed. 1995).  - 237.1ª publ. in Presença , nº 41-42. Coimbra: Mai. 1934.

1. Durante a leitura, foi possível identificar as personagens do título?
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2. Registre no caderno as respostas às perguntas a seguir.
a) Qual foi seu sentimento predominante ao ler o poema?
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b) A história contada no poema lembra outras histórias conhecidas? Explique.
.............................................................................................................................
c) O desfecho no poema segue o padrão dessas narrativas? Explique.
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3. "Eros e Psique" é um poema que apresenta elementos da narrativa. Copie e complete no caderno o quadro abaixo com esses elementos.
Personagens           
Tempo e espaço
Conflito
Ações geradas pelo conflito






                                  
ANOTEM
        O gênero poema pode ter formas diversas e tratar de variados temas. Denomina-se poema narrativo quando tem personagens e ações desenvolvidas em um tempo e espaço.

4. Para aprofundar sua compreensão da história do poema, indique no caderno se as afirmações a seguir são falsas ou verdadeiras. Justifique sua avaliação.
I. O poema narra a história da paixão entre a Princesa e o Infante.
II.         A história do poema comprova a força do destino: tudo ocorre como se espera.
III.        A história do poema é enigmática, seu final permite várias interpretações.

5. Copie no caderno a alternativa mais próxima de sua interpretação do poema. I. Ao atingir seu destino, o Infante obtém autoconhecimento.
II. Por vezes, aquilo que buscamos no outro está dentro de nós.
III. Princesas adormecidas podem desejar ter propósitos e aventuras. E príncipes encantados podem desejar ser resgatados e acolhidos.

ANTOE AÍ
Na literatura, as ideias e as imagens são polissêmicas, isto é, têm mais de um significado. Essas diferentes possibilidades de interpretação proporcionam variações na leitura do texto.

6. Releia o seguinte trecho do poema:
E, inda tonto cio que houvera,
à cabeça, em maresia,
ergue a mão, e encontra hera,

a) A expressão destacada indica que de fato o Infante estava no mar? Explique.
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b) O que há em comum entre o sentido da expressão e a situação do Infante?
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c) Reescreva o segundo verso no caderno evidenciando essa comparação.
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ANOTE AÍ
        Figuras de linguagem são recursos expressivos. Algumas comparam termos indicando algo em comum entre eles. A comparação usa um termo para evidenciar isso. Exemplo: A moça é como uma rosa. A metáfora faz isso diretamente. Exemplo: A moça é uma rosa.

FONTE: COSTA, Cibele Lopresti, Geração Alpha Língua portuguesa: ensino fundamental: anos finais: 7ºano­­-2ª ed. - São Paulo: Edições SM, 2018.

REPORTAGEM ALPHA 7º ANO TER MENOS COMPARTILHAR MAIS


REPORTAGEM ALPHA  7º ANO  TER MENOS COMPARTILHAR MAIS


Ter menos, compartilhar mais
Em meio a um modelo altamente consumista, a economia colaborativa ganha adeptos como alternativa de uso criativo de recursos e valorização dos laços sociais

       Ensinar bordado em troca de aulas de inglês, pedir ao vizinho uma pipoqueira emprestada, trocar brinquedos que já perderam a graça por outros diferentes, jantar na casa de um chef de cozinha. Práticas desse tipo podem até parecer mais comuns em cidades pequenas, mas têm ocorrido com frequência em centros urbanos como São Paulo. Graças às facilidades tecnológicas, a chamada economia colaborativa -na qual se tem como foco o consumo coletivo, as trocas ou empréstimos - ganha adeptos como alternativa para quem busca ter menos e compartilhar mais.
[...]
       Apesar de diversas práticas fazerem parte da economia colaborativa ou compartilhada, há nuances dentro do mesmo modelo. Segundo a economista e consultora em economia criativa Ana Carla Fonseca Reis, é possível apontar algumas variáveis básicas: aquelas em que há pagamentos e não se coloca a ideia de posse em questão, como é o caso de quem aluga temporariamente um quarto de casa; as que trabalham com a ideia de posse compartilhada, como nos grupos de pessoas que se reúnem para comprar um bem em conjunto; e as que valorizam o acesso e não a posse, seja por meio de transações monetárias ou não, como no caso de redes de empréstimo, uso compartilhado ou trocas de produtos e serviços. [...]
      A antropóloga Hilaine Yaccoub, especialista em antropologia do consumo, lembra que, apesar de a tecnologia ter colaborado para um resgate de redes de compartilhamento desse tipo, elas já existem desde que nos organizamos como sociedade. "O que acontece é que, hoje, muitas pessoas têm buscado um retorno a esse consumo mais coletivo e menos individual", afirma. [...]

Tecnologia a favor
[...]
       A professora de Economia na Era Digital [...] Dora Kaufman explica que as tecnologias digitais e as redes sociais são centrais para entender o crescimento da economia colaborativa. "Se antes os indivíduos compartilhavam objetos e serviços de maneira mais restrita em seus círculos mais próximos, hoje as redes digitais promovem essas mesmas práticas em dimensões maiores, envolvendo participantes que nem sempre conhecemos", compara. "As redes sociais digitais não só impulsionam as práticas colaborativas ao oferecer suas plataformas, como também trazem uma dimensão inédita, minimizam os fatores geográficos e temporais das comunicações, privilegiam os interesses e as habilidades dos participantes em detrimento de padrão de vida, gênero, cor, idade etc."
       [...] A pesquisadora informa que não se pode antecipar o resultado disso em longo prazo. "Atualmente, a economia colaborativa me parece uma prática que as pessoas estão reconhecendo como um valor positivo e que vem sendo adotada por indivíduos engajados em contribuir para uma sociedade mais igualitária, menos consumista e mais humana."
Ter menos, compartilhar mais. Revista E, Serviço Social do Comércio (Sesc), São Paulo, fev. 2016. Disponível
em: .
Acesso em: 24 ago. 2018.

1.De que forma o primeiro parágrafo introduz o assunto da reportagem para o leitor?
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2.De acordo com o primeiro parágrafo, o que torna a economia colaborativa possível em uma cidade grande como São Paulo são as facilidades tecnológicas. Identifique de que modo essa afirmação é reforçada no corpo da reportagem.
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3.Produzir um bom título para a reportagem é fundamental para despertar o interesse do leitor. Considerando essa afirmação, responda às questões a seguir.
a)No dicionário, pesquise os sentidos do verbo compartilhar.
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b)De acordo com sua pesquisa para responder ao item anterior, é possível afirmar que esse verbo é formado por derivação? Explique.
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c)Observe os dois verbos empregados no título: eles foram escolhidos justamente para chamar a atenção do leitor para uma oposição. Qual é ela? Explique seu sentido.
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d)Além de ser utilizada diversas vezes na reportagem, a palavra compartilhar também forma outros termos empregados nesse texto. Quais? Explique sua formação.
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4.Sobre as especialistas entrevistadas na reportagem, responda às questões.
a)Qual é a relação delas com o tema abordado pela reportagem?
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b)Qual é o posicionamento dessas profissionais em relação à economia colaborativa?
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c)Como esse posicionamento se relaciona com o título e a linha fina?
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5.Imagine que você seja o editor da Revista E e crie um boxe com cinco dicas de atitudes que contribuam para um comportamento de consumo mais responsável. Dê um título a seu boxe usando uma palavra formada por derivação do verbo colaborar.
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6. Quais são os principais problemas de acesso à educação no Brasil hoje?  Quais as possíveis soluções para esses problemas?
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FONTE: COSTA, Cibele Lopresti, Geração Alpha Língua portuguesa: ensino fundamental: anos finais: 7ºano­­-2ª ed. - São Paulo: Edições SM, 2018.


CRÔNICA O HOMEM DESPERDIÇADO 7º ANO P. 108


CRÔNICA O HOMEM DESPERDIÇADO 7º ANO P. 108

O homem desperdiçado
       Roma já entrou em horário de verão, minha filha que mora lá esqueceu o fuso do Rio e me telefona com uma hora de antecedência. Acordo mais cedo, os jornais nem chegaram ainda, a empregada me serve o café e vou à varanda olhar o dia que nasce sobre a Lagoa.
        Quando havia Mila e Títi, era uma festa sair com elas, o ar gostoso ainda molhado pela noite entrando em nossos focinhos. Os olhinhos delas brilhavam, eu era feliz e sabia.
        Meu mundo ficou menor. E acordando com o fuso de Roma ficou uma hora mais comprido. Vejo o sol batendo, oblíqua, mas não dissimulado, na formidável nudez da pedra que sustenta o Cristo Redentor, este nem está aí para mais (ou menos) uma hora na eternidade de seus braços estendidos.
       O problema é meu — aliás, como todos os problemas, que só são problemas porque são meus. Sem nada o que fazer, não tenho sequer o discutível consolo daquelas revistas atrasadas que os consultórios colocam à disposição dos que esperam. Melhor mesmo olhar a Lagoa, que começa a ficar mais bonita nessa época do ano, os barcos de regata, com a cor dos violinos, cortando as águas iluminadas. Quando os remos sobem, gosto de ver o sol batendo nas pás encharcadas.
       Há um dia pela frente, mas é como se não houvesse. Tenho essa coisa espantosa que é uma hora a mais, hora que não pedi, tempo de que não chego a precisar. Um condenado à forca gostaria de uma hora a mais? Se fosse esse o meu caso, certamente pediria que apressassem tudo, apreciaria até uma hora a menos.
       A ideia da forca não combina com o dia que nasce, com a Lagoa que parece toda minha e só não é minha exclusivamente porque tenho de reparti-la com o sol, com os barcos na cor dos violinos.
        Deixo a varanda e me sinto inútil e desperdiçado. Nem Mila nem Títi me esperam para passear ao sol. Pelo contrário: chegaram os jornais — como tudo fica feio de repente.
Rio de janeiro, 19 de abril de 1997.

Carlos Heitor Cony. O homem desperdiçado. Em: Rogério Ramos (Org.). Histórias brasileiras de cães. Curitiba: Positivo, 2014. p. 34.
1.Indique qual das alternativas abaixo melhor descreve os temas abordados na crônica "O homem desperdiçado".
I. Perda da religiosidade, pena de morte e solidão.
II. Solidão, saudade e falta de sentido para a vida.
III. Passagem do tempo, saudade e espiritualidade.

2. No segundo parágrafo, o cronista faz referência a Mila e Títi.
a) Quem são elas? Justifique sua resposta.
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b) Que tempos verbais o cronista utiliza para descrever o período vivido na companhia de Mila e Títi? Por que esse tempo foi usado?
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c) Relacione o uso do diminutivo olhinhos com a afirmação "eu era feliz e sabia".
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d)        O que, provavelmente, aconteceu para que o mundo do cronista ficasse "menor"? Que tempo verbal ele usa para fazer essa afirmação e por quê?
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3.No quinto parágrafo, para reforçar a sensação de falta de sentido para a vida, o cronista faz uma comparação e levanta uma hipótese.
a) A quem ele se compara?
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b)Que hipótese ele levanta? Que tempo e modo verbal ele usa para anunciá-la?
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c) Que advérbio de afirmação ele utiliza, nesse trecho, para expressar sua convicção quanto ao modo como reagiria nessa situação hipotética?
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4. Releia, a seguir, o terceiro parágrafo da crônica.
Meu mundo ficou menor. E acordando com o fuso de Roma ficou uma hora mais comprido. Vejo o sol batendo, oblíquo, mas não dissimulado, na formidável nudez da pedra que sustenta o Cristo Redentor, este nem está aí para mais (ou menos) uma hora na eternidade de seus braços estendidos.
a)Reescreva o trecho destacado substituindo o adjetivo oblíquo por uma locução adverbial sem prejuízo de sentido.
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b) Como a locução adverbial que substituiu o adjetivo no item a pode ser classificada?
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c) Na expressão "este nem está aí", o advérbio aí se refere a um lugar físico? Explique.
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5.O que poderia ocorrer, no final da crônica, para que ela ganhasse um tom de esperança? Releia o último parágrafo e, em seguida, escreva uma continuação, como se fosse o cronista, apresentando um fato ou uma reflexão que amenize a sensação de ser um "homem desperdiçado". Fique atento para não fugir às características do gênero.
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sábado, 16 de maio de 2020

MITO: O MAIOR DOS DILÚVIOS 7º ANO


MITO: O MAIOR DOS DILÚVIOS

O maior dos dilúvios
       Prometeu tinha um filho chamado Deucalião, que era bondoso e gentil. Ele amava os pássaros, os animais e os insetos — amava até a águia que rasgava o fígado do seu pai todas as manhãs.
        "Ela está apenas fazendo o seu serviço?", dizia ele ao pobre Prometeu, na sua visita anual ao Cáucaso. Prometeu rilhava os dentes e assentia bravamente, e Deucalião alisava as penas da águia enquanto eles conversavam.
       Até que um dia uma terrível mensagem foi trazida a Prometeu pelo Vento Norte. Prometeu implorou à águia que tirasse um dia de folga e fosse buscar Deucalião para ele, Como Deucalião fora gentil com ela, a águia foi.
      "Meu filho", disse Prometeu, "você precisa se salvar, e à sua mulher. Zeus está zangado com Pandora por ela ter aberto o meu jarro e deixado todos os males escaparem para o mundo. Eles infectaram as minhas pessoas de barro e agora elas estão sendo tão cruéis umas com as outras que Zeus vai se livrar delas. Ele vai fazer chover, e chover, até toda a terra ficar coberta pelas águas e tudo o que nela vive ser afogado. Você precisa construir um barco para que você e Pirra escapem."
        "Mas, pai, e os animais, pássaros e insetos? Eles não são como as suas pessoas — eles são inocentes. Como poderei salvá-los?", perguntou Deucalião.
       Então Prometeu lhe explicou como construir uma grande arca, com espaço suficiente para duas criaturas de cada espécie. Logo a terra inteira foi coberta de água, e as únicas coisas vivas que restaram sobre ela foram Deucalião, sua mulher e as criaturas que eles haviam reunido na arca. O barco ficou malcheiroso e não havia muita comida, mas depois de nove noites e nove dias as águas baixaram e a arca aportou no alto de uma grande montanha.
      Animais, aves e insetos saíram rapidamente, voando e rastejando, em busca de novos lares, e Deucalião e Pirra se ajoelharam na terra e louvaram Zeus, agradecendo por ter escapado. Eles acenderam uma fogueira com algumas brasas preciosas que tinham guardado em um pote, e quando a fumaça chegou ao Olimpo Zeus olhou para baixo e os viu rezando.
      "São boas pessoas", ele pensou. "Vou ajudá-las." Zeus então entregou uma mensagem a Bóreas, o Vento Norte, para ser soprada ao ouvido de Deucalião.
      "Zeus mandou jogar os ossos da mãe por cima do seu ombro!", assoviou Bóreas. Deucalião ficou muito surpreso. Certamente Zeus não queria dizer os ossos de Pirra.
      "Zeus quer dizer os ossos da Mãe Terra, tolinho!", disse Pirra. E ela pegou uma grande pedra e a jogou por cima de seus ombros. Imediatamente, uma menininha apareceu ali, em pé. Ela veio correndo até Pirra para ser abraçada.
      Deucalião e Pirra caminharam por toda a terra jogando pedras por cima dos ombros, e em cada lugar por onde passaram Deucalião fez homens e Pirra, mulheres. Alguns eram pardos, alguns rosados, alguns amarelos e alguns negros. Como tinham sido feitos de pedra, as ferroadas dos insetos maus de Pandora não eram nem de longe tão nocivas a eles quanto tinham sido para as pessoas que Prometeu fizera com barro, tantos anos antes.

Lucy Coats. O maior dos dilúvios. Em: O menino que caiu do céu: 50 mitos gregos. Tradução de Ricardo Gouveia. São Paulo: Cia. das Letras, 2009. p. 30-32


1. Em quantas partes esse mito pode ser dividido? Identifique-as  e indique os acontecimentos de cada uma delas.
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2. O início do mito revela que Deucalião amava muito os ani­mais. Relacione esse aspecto da personalidade da perso­nagem com o papel dela nos preparativos para o dilúvio.
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3. Os deuses mitológicos costumam se comportar como seres humanos, manifestando ciúme, raiva, inveja e outros sentimen­tos considerados inferiores. Com base nessa afirmação, avalie o comportamento de Zeus na narrativa lida anteriormente.
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4. Releia a frase dita por Bóreas a Deucalião, após o dilúvio:
"Zeus mandou jogar os ossos da mãe por cima do seu ombro!", asso­viou Bóreas.
a) Ao ser lida fora de contexto, é possível notar na frase a presença de ambiguidade. Que palavra é responsável por produzir esse efeito?
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b) Reescreva a frase eliminando a ambiguidade.
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5. Releia agora este trecho.
       Deucalião e Pirra caminharam por toda a terra jogando pedras por cima dos ombros, e em cada lugar por onde passaram Deucalião fez homens e Pirra, mulheres. Alguns eram pardos, alguns rosados, alguns amarelos e alguns negros. [...]
a) Classifique os pronomes em destaque no trecho lido.
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b) Relacione o emprego dos pronomes toda e cada com a construção es­pacial nas narrativas míticas.
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6. Após o dilúvio, a Terra passa a ser povoada por Deucalião e Pirra. Que diferenças há entre a nova raça humana que é gerada após o dilúvio e a anterior, criada por Prometeu?
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7.  Em sua opinião, por que mitos como esse estão presentes na cultura de diferentes povos? Formule hipóteses e converse com os cole­gas sobre o que eles pensam a respeito.
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8. Produza com a turma um painel ilustrado para apresentar os deuses da mitologia grega à comunidade escolar. Dessa forma, vocês podem incen­tivar outras pessoas a conhecer esse rico universo mitológico.



PANDORA E OS MALES DO MUNDO
     Na mitologia grega, Prometeu rouba o fogo dos deuses para dá-lo aos humanos e é punido por Zeus, o deus supremo do Olimpo. Prometeu é levado para o monte Cáucaso, onde é acorrentado e submetido a um castigo: todas as manhãs uma águia o visita para comer seu fígado. Seu irmão, Epimeteu, é casado com Pandora, a primeira mulher, criada por ordem de Zeus. Numa das versões do mito, Pandora abre um jarro dado por Zeus e deixa que insetos que representavam a inveja, a cobiça, o ciúme e a ira saíssem voando pelo mundo, atacando os seres humanos e picando-os com seus ferrões.


FONTE: COSTA, Cibele Lopresti, Geração Alpha Língua portuguesa: ensino fundamental: anos finais: 7ºano­­-2ª ed. - São Paulo: Edições SM, 2018.

LENDA: A LENDA DO XINGU 7º ANO ALPHA P.62 GABARITO


A LENDA DO XINGU 7º ANO ALPHA P. 62

       A história que você vai ler é uma lenda contada pelos Juruna, um povo indígena do Centro-Oes­te e do Norte do Brasil. As lendas revelam a maneira pela qual determinadas sociedades entendem e explicam o mundo, em especial os fenômenos da natureza. Nesta lenda, você vai conhecer a ori­gem dos rios Xingu e Amazonas, que atravessam uma área que abrange uma espetacular variedade de fauna e flora, com espécies ainda hoje não catalogadas. Antes da leitura, imagine de que forma s antepassados dos indígenas jurunas explicaram a criação desses rios.

TEXTO

A lenda do Xingu e do Amazonas
Antigamente, tudo era seco.
       Os índios jurunas moravam na floresta, onde não havia rio nem água para beber. A dona da água era a juriti. Toda água que existia estava com ela, guardada em três grandes tambores.
       Uma tarde, os filhos da mulher do pajé, que estavam com sede, foram pedir água para a juriti, que cantava no alto do açaizeiro.
       — Juriti! Estamos com muita sede! Dê um pouco de água para bebermos!
       Mas ela não deu. Os índios voltaram acabrunhados para casa; não aguentavam mais a sede e começaram a chorar.
       Cinaã, a mãe dos meninos, perguntou por que estavam chorando e eles contaram o que tinha acontecido. Ela disse que não deviam mais procurar a juriti porque era perigoso.
       — Dentro dos tambores de água há muitos peixes que podem ata­car vocês — disse a mãe para os meninos.
       Mas os garotos não deram atenção a ela. Estavam com tanta sede que voltaram a procurar a juriti. Pegaram um pau e quebraram os tambores. Imediatamente, a água começou a escorrer lá de dentro, e junto com a água vieram os peixes.
       A juriti ficou muito brava. Os meninos saíram correndo. Deram um pulo bem grande para fugir dos peixes, mas o maior de todos co­meu Itajiba, um dos meninos. O peixão engoliu a cabeça e o corpo do garoto, mas as pernas ficaram para fora da boca.
       Os outros dois irmãos correram mais rápido. E a água que seguia atrás deles ia formando rios e cachoeiras. O peixão seguia os meni­nos, levando muita água com ele. Essa água toda formou o rio Xingu.
       Os dois índios continuaram a fugir do peixão para o norte, até dar no estado do Amazonas. Lá chegando, conseguiram agarrar as pernas de Itajiba, que ainda estavam para fora da boca do peixão. Cortaram as pernas do irmão, assopraram o sangue que escorreu e, por mágica, o corpo do garoto se refez: Itajiba nasceu de novo.
       Então, os três juntos sopraram toda aquela água e formaram um rio muito largo e comprido: o Amazonas.
       Depois disso, voltaram juntos para casa e contaram para toda a aldeia que tinham quebrado os tambores. A partir desse dia todos tiveram água para sempre.
(Inspirada em "A origem dos rios", lenda coletada por Herbert Baldus e registrada na obra Estórias e lendas dos índios.)
Silvana Salerno. Qual é o seu Norte? São Paulo:

A CULTURA INDÍGENA NOS LIVROS
       Assim como os mitos, as lendas foram e são transmitidas oralmente de geração a geração. Com o propósito de preservar essa rica tradição, muitos pesquisadores se dedicaram a registrar essas narrativas. Um deles foi o antropólogo alemão Herbert Baldus (1899-1970). Nos anos 1920, ele visitou e estudou diferentes comunidades indígenas brasileiras, divulgando suas pesquisas sobre a pluralidade cultural desses povos. Ainda compilou e selecionou diversas narrativas indígenas, que foram publicadas nos anos 1960. Muitos outros estudiosos ajudaram a preservar essas lendas, além de escritores e pesquisadores indígenas, como Daniel Munduruku (1964-), que também registraram a história de seus antepassados.

PARA ENTENDER O TEXTO

1.O que você imaginou sobre a criação dos rios Xingu e Amazonas se confirmou após a leitura da lenda?
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2.copie a alternativa correta a respeito da lenda sobre a origem dos rios Xingu e Amazonas.
I.A origem dos rios Xingu e Amazonas é explicada por meio de fatos científicos.
II. A origem dos rios Xingu e Amazonas é explicada tanto por fatos históricos quanto por fatos imaginários.
III. A origem dos rios Xingu e Amazonas é explicada por meio de fatos jornalísticos.
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3. Em que tempo e espaço ocorre o fato narrado?
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4. Qual é a motivação para a ação inicial das personagens na história?
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5. Que punição os meninos sofreram ao desobedecer à mãe e às leis da natureza?
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6. Como o desfecho se relaciona com o início da lenda?
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7. Qual é o foco narrativo da lenda que você leu?
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       As lendas narram acontecimentos que se passaram em um tempo remoto e em um espaço marcado pela natureza. Nelas, fatos históricos podem se misturar com fatos imaginários. Em geral, as lendas são narradas em terceira pessoa para representar a voz de toda a comunidade, daqueles que herdaram as tradições de seus antepassados.


O CONTEXTO DE PRODUÇÃO

8. Leia o texto abaixo.
O papel das lendas e mitos na cultura indígena
Entenda como os índios passam seus conhecimentos de geração a geração
       À noite, as crianças sentam ao redor de uma fogueira e ouvem as histórias contadas pelos mais velhos. As lendas [indígenas] são divertidas e temperadas de muita imaginação — índios que falam com animais, estrelas que caem na Terra, guerreiros que vão para o céu. [...]
        Vale lembrar que os índios não possuem registros escritos e, em geral, são os mitos e as lendas de cada tribo que repassam a cultura desse povo ao longo dos anos. Como são contadas de geração a geração, certamente essas histórias se transformaram com o tempo. [...] a partir dessas lendas podemos imaginar como viviam os índios há cerca de 4 mil anos.
Maria Ganem. Ciência Hoje das Crianças. Disponível em: (http://chc.org.br/o-papel-das­lendas-e-mitos-na-cultura-indigena/). Acesso em: 27 set. 2018.

a) O trecho do artigo lido comenta a existência de lendas nas quais estrelas caem na Terra e indígenas falam com animais. Cite uma passagem da lenda do Xingu e do Amazonas em que essa característica aparece.
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b) De acordo com o artigo acima, de que modo as narrativas indígenas conse­guiram chegar até o nosso tempo?
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c) Você conhece outras narrativas indígenas? Se sim, quais?
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RIO AMAZONAS
      Localizado na América do Sul, o rio Amazonas é considerado o maior rio do planeta em extensão e volume de água. Ele nasce na cordilheira dos Andes, no sul do Peru, e atravessa os estados do Amazonas e do Pará até chegar a sua foz, no oceano Atlântico.

9. Releia o seguinte fragmento da lenda.
       Os outros dois irmãos correram mais rápido. E a água que seguia atrás deles ia formando rios e cachoeiras. O peixão seguia os meninos, levando muita água com ele. Essa água toda formou o rio Xingu.

Observe, nesse trecho, a repetição de água. Procure estabelecer urna re-
lação entre essa repetição e o fato de a lenda ter origem na tradição oral

As lendas são narrativas contadas na tradição oral para transmitir algum ensinamento ou explicar algum fato. Elas revelam muito sobre os povos que as criaram; por isso, é importante valorizar seu registro escrito, para que essas narrativas não se percam no passado e também sejam um meio de transmissão para as gerações futuras.


11. De acordo com a função social dos gêneros estudados, qual das alternativas abaixo se relaciona aos mitos e qual se relaciona às lendas?
I. São narrativas contadas por meio da tradição oral para transmitir algum en­sinamento, revelando aspectos da cultura dos povos que as criaram.
II. São narrativas que cumprem a função de explicar o surgimento do mundo, os fenômenos naturais, os sentimentos e comportamentos humanos, além de serem o fundamento para rituais religiosos e para a conduta social de um povo.
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FONTE: COSTA, Cibele Lopresti, Geração Alpha Língua portuguesa: ensino fundamental: anos finais: 7ºano­­-2ª ed. - São Paulo: Edições SM, 2018.

GABARITO

1. Resposta pessoal. É importante que os alunos façam referência ao texto em suas respostas.

 

2.Alternativa correta lI.

 

3. A sugestão é de um tempo histórico posterior à organização dos indígenas em tribos e aldeias e anterior à formação dos rios Xingu e Amazonas. O espaço é a floresta onde vivem os Juruna e onde se forma o rio Xingu.

 

4. O fato de não haver rios nem água para beber na floresta, pois toda a água pertencia à Juriti.

 

5. Os meninos foram perseguidos por um grande peixe que chegou a de­vorar parte do corpo de um deles.

 

6. Ao desobedecer às ordens da mãe e às leis da natureza, os meninos deram origem aos dois rios.

 

7. Foco narrativo em terceira pessoa.

 

8.

a) Entre as passagens que os alu­nos podem citar estão "A dona da água era a juriti. Toda água que existia estava com ela, guardada em três grandes tambores"; "Os meninos saíram correndo. Deram um pulo bem grande para fugir dos peixes, mas o maior de todos comeu ltajiba, um dos meninos. O peixão engoliu a cabeça e o corpo do garoto, mas as pernas ficaram para fora da boca", entre outras.

b) Chegaram até nós pois foram contadas de geração em geração.

c) Resposta pessoal Professor, se Julgar pertinente, peça a alguns alunos que contem uma das len­das que conhecem

9. Resposta pessoal Espera-se que os alunos percebam que, por se tratar de uma história originalmente contada oralmente, a re­petição da palavra água garante que o ouvinte recupere mais facil­mente o que Já foi narrado,

 

10. Em "O peixe com chifres". perso­nagens principais - Manu e Vish­nu, tempo - há mais de milhões de anos, espaço - Himalaia. rio Ganges e oceano Em "A lenda do Xingu e do Amazonas" persona­gens principais - Meninos, a mãe e juriti. tempo - indefinido, porém apresenta uma marca é posterior a organização das tribos: espaço - floresta onde vivem os Juruna (rio Xingu e Amazonas\

 

11. A primeira afirmação relaciona­-se à função social das lendas e a segunda, à dos mitos.

 

12. Resposta pessoal. Professor, de­pois de os alunos emitirem suas opiniões, enfatize a importância dessas narrativas para a preser­vação da cultura de um povo