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domingo, 31 de maio de 2020

AUTOBIOGRAFIA 9º ANO RÚSSIA - BRASIL - TATIANA BELINKY RIO18


AUTOBIOGRAFIA 9º ANO RÚSSIA - BRASIL - TATIANA BELINKY RIO18
RÚSSIA - BRASIL
        Eu não nasci no Brasil: sou imigrante. Nasci na Rússia, na então capital, que já não se chamava São Petersburgo, como quando foi fundada e construída pelo imperador Pedro, o Grande, e ainda não se chamava Leningrado – agora São Petersburgo, recuperando assim seu nome original. Quando eu nasci, dois anos depois da Revolução Russa, um ano após o término da Primeira Guerra Mundial, a cidade se chamava Petrogrado – “cidade de Pedro”, em russo. O país estava em plena guerra civil, havia mesmo fome na cidade, os alimentos estavam racionados, a vida era muito difícil. Então meus pais, que eram cidadãos letonianos, resolveram voltar para Riga, capital da Letônia, um dos pequenos países do Mar Báltico. E foi assim que, de um ano de idade até os dez vivi com meus pais e meus dois irmãos [...] na bonita cidade de Riga, conhecida principalmente pela madeira que exportava para o mundo inteiro, o famoso pinho-de-Riga.
        Mas também em Riga a vida não era fácil. A situação econômica era ruim, a política, pior ainda, e as coisas não andavam boas para meus pais, gente de classe média remediada. Até que a situação se tornou insustentável, e meus pais resolveram sair do país, tentar arrumar a vida em outra terras.
        [...]
        Então sou – ou fui – imigrante. Mas sou brasileira, como consta no meu “RG” – casada com brasileiro, com filhos e netos brasileiros: marido santista, filhos, netos e bisnetos paulistanos.
        [...]
        Só que eu não virei brasileira de repente, do dia para a noite, sem mais nem menos. Quando cheguei ao Brasil, tinha pouco mais de dez anos e todo um passado europeu atrás de mim: toda uma vida, todo um “caldo de cultura”. Clima, costumes, educação, idioma, até a maneira de vestir e de morar eram muito diferentes. E levei algum tempo até me “aclimatar” e acostumar com todas as coisas novas que me esperavam no Brasil, na cidade de São Paulo e, principalmente, na Rua Jaguaribe [...].
        Hoje – e já há muito tempo – eu não trocaria o Brasil por nenhuma espécie de “paraíso terrestre” em qualquer outra parte do mundo. (E, note-se que eu viajei muito, vi muitos países, coisas bonitas e interessantes...) [...]
        Viajar para o Brasil! Foi o que nos disseram papai e mamãe, naquele dia: nós íamos viajar para o Brasil, um país que ficava na América, muito longe, do outro lado do oceano. E que nós íamos navegar até lá num navio transatlântico – que coisa romântica e empolgante!
        [...]
        Papai de fato partiu antes de nós – para “apalpar o terreno” e, finalmente, três meses depois, chegou também a hora da nossa partida. [...]
        Saímos de Riga de trem noturno, até Berlim, de onde iríamos para Hamburgo, e de lá, desse velho porto alemão, embarcaríamos rumo ao Brasil.
        As despedidas na estação ferroviária de Riga foram emocionadas e emocionantes. De repente a gente se deu conta de que estávamos deixando para trás toda a nossa grande família, boa parte da qual se apinhava na plataforma: vovô e vovó, tios e tias, primos e primas, adultos e crianças – toda uma multidão de pessoas próximas e queridas, que sempre fizeram parte integrante da nossa vida – e das quais de repente íamos ficar separados e distantes, não sabíamos por quanto tempo.
        Por fim, vinte e um dia depois de alçarmos âncora em Hamburgo, chegamos! Chegamos ao Rio de Janeiro. O General Mitre entrou na Baía de Guanabara ao anoitecer e ficou fora da barra à espera da licença de ancorar até a manhã do dia seguinte. Todo mundo correu para as amuradas, e ficamos olhando de longe aquela vista incomparável: a linha harmoniosamente curva da praia de Copacabana, toda faiscante no seu “colar de pérolas”, como era chamada, carinhosamente, a iluminação da Avenida Atlântica. [...]
        O nosso primeiro contato com a paisagem brasileira foi o Rio de Janeiro, e não podia ter sido mais encantador.

BELINKY, Tatiana. Transplante de menina. São Paulo: Uno Educação, 2008.

1- Observe que, no primeiro parágrafo, aparecem os diferentes nomes que a cidade russa, São Petesrburgo, teve ao longo de sua história. Organize-os em ordem cronológica.
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2- Qual o significado de Petrogrado?
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3- Por que os pais da narradora resolveram voltar para a cidade de Riga, na Letônia?
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4- Como era a vida em Riga?
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5- Por que os pais da narradora decidiram sair de seu país?
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6- Por que a narradora afirma que não virou brasileira, de repente, de uma hora para outra?
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7- A expressão “caldo de cultura” se refere a que aspectos presentes no texto?
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8- Que parágrafo do texto mostra que a narradora gosta do Brasil?
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9 - O que, no quinto parágrafo, os parênteses e o que eles contêm nos revelam?
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10- Qual o efeito de sentido das exclamações, no sexto parágrafo?
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11- Retire do sexto parágrafo um fato e uma opinião.
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12- Qual o efeito de sentido das aspas na expressão “apalpar o terreno” no sétimo parágrafo?
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13- A que se refere “desse velho porto alemão” no oitavo parágrafo?
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14- Qual a diferença entre EMOCIONADA e EMOCIONANTE, no décimo parágrafo?
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15- No décimo primeiro parágrafo, a que se refere General Mitre?
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16- A que a iluminação da Avenida Atlântica era comparada?
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01 – Qual o significado de Petrogrado?
        Significa Cidade de Pedro, em Russo.

02 – Por que os pais da narradora resolveram voltar para a cidade de Riga, na Letônia?
      Porque o país estava em plena Guerra Civil, e tinha muita fome, os alimentos racionados e a vida era muito difícil.

03 – Como era a vida em Riga?
        A vida não era fácil.

04 – Por que os pais da narradora decidiram sair de seu país?
       Porque a situação econômica era ruim, a política, pior ainda, e as coisas não andavam boas para meus pais, gente de classe média remediada. Até que a situação se tornou insustentável, e meus pais resolveram sair do país, tentar arrumar a vida em outra terras.

05 – Por que a narradora afirma que não virou brasileira, de repente, de uma hora para outra?
      Porque ela já tinha vivido até os dez anos na Europa. E vindo para o Brasil teve que aprender tudo de novo.

06 – A expressão “caldo de cultura” se refere a que aspectos presentes no texto?
      Refere-se a tudo que ela teve que aprender e acostumar num outro país: Clima, costumes, educação, idioma diferente, etc.

07 – Que parágrafo do texto mostra que a narradora gosta do Brasil?
      “Hoje – e já há muito tempo – eu não trocaria o Brasil por nenhuma espécie de “paraíso terrestre” em qualquer outra parte do mundo.”

08 – Qual o efeito de sentido das exclamações, no sexto parágrafo?
      Tem o sentido de afirmação e de alegria e felicidade.

09 – Qual o efeito de sentido das aspas na expressão “apalpar o terreno” no sétimo parágrafo?
      Tem o efeito de conhecer, verificar se é uma boa ideia mudar para aquele lugar.

10 – A que se refere “desse velho porto alemão” no oitavo parágrafo?
      Refere-se ao local de onde eles partiram rumo ao Brasil.

11 – Qual a diferença entre EMOCIONADA e EMOCIONANTE, no décimo parágrafo?
·        Emocionada: é o sentimento de felicidade, de conquista.
·        Emocionante: é algo que causa emoção.

12 – No décimo primeiro parágrafo, a que se refere General Mitre?
      Refere-se ao Navio Transatlântico.

13 – A que a iluminação da Avenida Atlântica era comparada?
      Era comparada a um colar de pérolas.


CRÔNICA 9º ANO QUANDO O RIO NÃO ERA RIO RIO18



CRÔNICA 9º ANO QUANDO O RIO NÃO ERA RIO RIO18

Quando o Rio não era Rio


        Naquele tempo o Rio não era o Rio. Eu me lembro muito bem quando começou essa moda de dizer: vou ao Rio, cheguei do Rio. Até então nós todos dizíamos solenemente: Rio de Janeiro. E nos debruçávamos sonhadoramente sobre os cartões-postais que as pessoas que iam ao Rio de Janeiro mandavam: o bondinho do Pão de Açúcar (que era de Assucar) e o Corcovado, ainda sem o Cristo.
        Mas havia dois palácios de maravilha para a nossa imaginação; seus nomes soavam belíssimos: a Galeria Cruzeiro e o Pavilhão Mourisco. Não consigo refazer a ideia que eu tinha da Galeria Cruzeiro, creio que era uma ideia que variava muito. Um grande recinto sem plateia mas com muitas galerias, ou um palácio em forma de túnel com um Cruzeiro do Sul aceso na fachada, algo de estranho e imenso, pois toda gente encontrava toda gente na Galeria Cruzeiro. O Pavilhão Mourisco, este para nós era feérico, cheio de minaretes, odaliscas, bandeiras e punhais, talvez camelos, pelo menos grandes camelos pintados entre oásis.
        As pessoas grandes que chegavam do Rio traziam malas fabulosas, cheias de presentes para todos, além de dezenas de encomendas, todas escritas cuidadosamente em uma lista com letra feminina. Nós juntávamos todos para assistir à abertura das malas.
        “Isto é para você”! Era fascinante receber um embrulho de presente com o nome da loja impresso na fita que o amarrava.
        Mas o que mais me impressionou foi a sopa juliana. Eu nunca tinha ouvido falar de sopa juliana, não era prato que se usasse em minha casa. E não gostei da sopa: era de verduras e legumes. Mas o espantoso é que vinha seca, em um envelope, e quando se punha n’água crescia, tomava cores. As coisas do Rio de Janeiro eram assim, cheias de milagres e de astúcias. E à noite, quando vinham visitas, os viajantes contavam as últimas anedotas do Rio de Janeiro, pois naquele tempo não havia rádio.
        Lembro-me que, apesar de sentir esse fascínio do Rio de Janeiro, eu não pensava nunca em vir aqui. Isso simplesmente não me passava pela cabeça; o Rio era um lugar maravilhoso, onde vinham pessoas grandes e até eu pensava vagamente que no Rio de Janeiro só devia haver pessoas grandes. Era verdade que havia, por exemplo, um menino, o Zezé, filho de seu Osvaldo, que vinha ao Rio de Janeiro; ele usava sapatos, quando nós todos usávamos botinas. Mas, mesmo pelo fato de usar sapatos e vir ao Rio era como se ele fosse uma pessoa de outra raça, não uma criança como nós. Eu não chegava sequer a invejá-lo, tão diferente de nós eu o achava. Zezé tinha até um sapato de duas cores, branco e vermelho; e nós com nossas botinas pretas, sempre de bico esbranquiçado de tanto chutar pedra na rua, sempre com os cadarços meio arrebentados, difíceis de enfiar.
        Fiquei muito espantado quando minha irmã, que vinha ao Rio com o marido, me convidou para vir também. Ela disse que era um prêmio porque eu tinha tirado boas notas nos exames. Lembro-me de que minhas notas tinham sido apenas regulares, de maneira que achei aquele convite uma honra, uma distinção que eu mesmo sabia que não merecia muito. Eu tinha nove anos, e essa irmã era minha madrinha.
        [...]
BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana. Rio de Janeiro: Record, 1987.

1 – Na crônica de Rubem Braga que você acabou de ler, o cronista relata fatos de sua infância. Transcreva a
expressão indicadora de tempo passado que aparece no texto:
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2 – Que aspecto da paisagem do Rio Janeiro do passado está presente no primeiro parágrafo?
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3 – Ainda no primeiro parágrafo, que trecho revela a paixão pelo Rio de Janeiro?
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4 – Que palavras do texto pertencem ao campo semântico de MOURISCO?
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5 – Com relação à culinária, o que espantou o cronista quando era menino?
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6 – A quem se refere a palavra VIAJANTES, no quinto parágrafo?
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7 – Ainda no quinto parágrafo, o que revela um tempo do passado distante?
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8 – Que trecho do texto mostra que o cronista morava no Rio no momento em que escrevia a crônica?
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9 – A que se refere a palavra ISSO, no sexto parágrafo?
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10 – Aos olhos do cronista menino, o que distinguia Zezé das outras crianças?
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11 – No último parágrafo, por que o cronista menino considerava uma honra que ele não merecia?
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12 – No último parágrafo, substitua a expressão DE MANEIRA QUE por outra equivalente, sem mudar o sentido do
trecho:
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Entendendo a crônica

01 – Na crônica de Rubem Braga que você acabou de ler, o cronista relata fatos de sua infância. Transcreva a expressão indicadora de tempo passado que aparece no texto.
      “Naquele tempo”.

02 – Que aspecto da paisagem do Rio Janeiro do passado está presente no primeiro parágrafo?
      O bondinho do Pão de Açúcar e o Corcovado, ainda sem o Cristo.

03 – Ainda no primeiro parágrafo, que trecho revela a paixão pelo Rio de Janeiro?
      “E nos debruçávamos sonhadoramente sobre os cartões-postais que as pessoas que iam ao Rio de Janeiro mandavam.”  
   
04 – Com relação à culinária, o que espantou o cronista quando era menino?
      A sopa juliana.

05 – A quem se refere a palavra VIAJANTES, no quinto parágrafo?
      Refere-se as pessoas que vinham do Rio de Janeiro.

06 – Ainda no quinto parágrafo, o que revela um tempo do passado distante?
        “Pois, naquele tempo não havia rádio”.

07 – Que trecho do texto mostra que o cronista morava no Rio no momento em que escrevia a crônica?
      “Lembro-me que, apesar de sentir esse fascínio do Rio de Janeiro, eu não pensava nunca em vir aqui.”  
   
08 – A que se refere a palavra ISSO, no sexto parágrafo?
      Refere-se a intenção de ir ao Rio de Janeiro.

09 – Aos olhos do cronista menino, o que distinguia Zezé das outras crianças?
      O Zezé usava sapato de duas cores, enquanto as outras crianças usavam botas pretas.

10 – No último parágrafo, por que o cronista menino considerava uma honra que ele não merecia?
      Porque as notas dele tinham sido regulares.

11 – No último parágrafo, substitua a expressão DE MANEIRA QUE por outra equivalente, sem mudar o sentido do trecho.
      DE MODO QUE achei aquele convite uma honra.



TEXTO DE OPINIÃO 9º ANO LER É O MELHOR REMÉDIO RIO18


TEXTO DE OPINIÃO 9º ANO LER É O MELHOR REMÉDIO RIO18
LER É O MELHOR EXERCÍCIO
Segundo especialistas, o hábito de leitura exercita as funções cerebrais e é
uma ótima solução para manter a mente saudável.

Amália Dornellas
       O melhor exercício para a mente é a leitura. Quando os olhos passam pelas letras, uma série de atividades cerebrais é ativada. O pensamento e a mente são acionados, exercitando todas as funções do cérebro. A memória visual, auditiva, de leitura, dos sentimentos e todas as demais entram em ação quando a primeira frase é lida.
      De acordo com um dos maiores especialistas em memória no Brasil, Ivan Izquierdo, ter o hábito de leitura é a melhor solução para se manter a mente e a memória saudáveis. Doutor em medicina, Izquierdo é um dos maiores pesquisadores do mundo na área de fisiologia da memória e coordena o Centro de Memória da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
      “No momento em que lemos uma palavra que começa com A, o cérebro faz um mapeamento de tudo o que começa com A. Se em seguida vem a letra M, ele faz uma segunda seleção, e assim por diante”. Neste processo o cérebro seleciona os significados das palavras para a leitura, relaciona os sistemas, como o idioma, e busca na memória tudo o que está relacionado às palavras, como imagens, sons e sentimentos. “A memória é uma das funções cerebrais mais importantes e uma das que ficam mais lentas com a idade. Pensamos por
conta do que recordamos”, diz. Quanto mais a pessoa lê, menos prejuízo a memória tem com o tempo. Segundo o pesquisador, isso já está mais do que comprovado. “Nas profissões que exigem leitura, como a de Professor(a)e de ator, nota-se menor perda de memória e o desenvolvimento de doenças como o alzheimer é bem mais lento e suportável para o portador.

1 – No primeiro parágrafo encontramos a tese defendida. Transcreva-a.
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2 – Ainda no primeiro parágrafo encontramos argumentos que sustentam a tese. Cite um deles.
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3 – Em textos de base argumentativa, muitas vezes, existem argumentos de autoridade: aqueles que são baseados na opinião de especialistas, de autoridades no assunto abordado. Cite dois desses argumentos.
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4 – No último parágrafo, sublinhe um trecho em que se estabelece uma relação de proporção


CONTO 9º ANO DE MUITO PROCURAR RIO18


CONTO 9º ANO DE MUITO PROCURAR RIO18

DE MUITO PROCURAR
       Aquele homem caminhava sempre de cabeça baixa. Por tristeza, não. Por atenção. Era um homem à procura. À procura de tudo o que os outros deixassem cair inadvertidamente, uma moeda, uma conta de colar, um botão de madrepérola, uma chave, a fivela de um sapato, um brinco frouxo, um anel largo demais.
      Recolhia, e ia pondo nos bolsos. Tão fundos e pesados, que pareciam ancorá-lo à terra. Tão inchados, que davam contornos de gordo à sua magra silhueta.
     Silencioso e discreto, sem nunca encarar quem quer que fosse, os olhos sempre voltados para o chão, o homem passava pelas ruas despercebido, como se invisível. Cruzasse duas ou três vezes diante da padaria, não se lembraria o padeiro de tê-lo visto, nem lhe endereçaria a palavra.
     Sequer ladravam os cães, quando se aproximava das casas.
     Mas aquele homem que não era, via longe. Entre as pedras do calçamento, as rodas das carroças, os cascos dos cavalos e os pés das pessoas que passavam indiferentes, ele era capaz de catar dois elos de uma correntinha partida, sorrindo secreto como se tivesse colhido uma fruta.
     À noite, no cômodo que era toda sua moradia, revirava os bolsos sobre a mesa e, debruçado sobre seu tesouro espalhado, colhia com a ponta dos dedos uma ou outra mínima coisa, para que à luz da vela ganhasse brilho e vida. Com isso, fazia-se companhia. E a cabeça só se punha para trás quando, afinal, a deitava no travesseiro.
     Estava justamente deitando-se, na noite em que bateram à porta. Acendeu a vela. Era um moço.
     Teria por acaso encontrado a sua chave? Perguntou. Morava sozinho, não podia voltar para casa sem ela.
     Eu... Esquivou-se o homem. O senhor, sim, insistiu o moço acrescentando que ele próprio já havia vasculhado as ruas inutilmente.
     Mas quem disse... resmungou o homem, segurando a porta com o pé para impedir a entrada do outro.
     Foi a velha da esquina que se faz de cega, insistiu o jovem sem empurrar, diz que o senhor enxerga por dois.
O homem abriu a porta.
     Entraram. Chaves havia muitas sobre a mesa. Mas não era nenhuma daquelas. O homem então meteu as mãos nos bolsos, remexeu, tirou uma pedrinha vermelha, um prego, três chaves. Eram parecidas, o moço levou as três, devolveria as duas que não fossem suas.
     Passados dias bateram à porta. O homem abriu, pensando que fosse o moço. Era uma senhora.
     Um moço me disse... Começou ela. Havia perdido o botão de prata da gola e o moço lhe havia garantido que o homem saberia encontrá-lo.
     Devolveu as duas chaves do outro. Saiu levando seu botão na palma da mão. Bateram à porta várias vezes nos dias que se seguiram. Pouco a pouco espalhava-se a fama do homem. Pouco a pouco esvaziava-se a mesa dos seus haveres.
     Soprava um vento quente, giravam folhas no ar, naquele fim de tarde, nem bem outono, em que a mulher veio. Não bateu à porta, encontrou-a aberta. Na soleira, o homem rastreava as juntas dos paralelepípedos. Seu olhar esbarrou na ponta delicada do sapato, na barra da saia. E manteve-se baixo.
     Perdi o juízo, murmurou ela com voz abafada, por favor, me ajude.
     Assim, pela primeira vez, o homem passou a procurar alguma coisa que não sabia como fosse. E para reconhecê-la, caso desse com ela, levava consigo a mulher.
      Saíam com a primeira luz. Ele trancando a porta, ela já a esperá-lo na rua. E sem levantar a cabeça ─ não fosse passar inadvertidamente pelo juízo perdido ─ o homem começava a percorrer rua após rua.
      Mas a mulher não estava afeita a abaixar a cabeça. E andando, o homem percebia de repente que os passos dela já não batiam ao seu lado, que seu som se afastava em outra direção. Então parava, e sem erguer o olhar, deixava-se guiar pelo taque-taque dos saltos, até encontrar à sua frente a ponta delicada dos sapatos e recomeçar, junto deles, a busca.
COLASANTI. Marina. Histórias de um viajante. São Paulo: Global, 2005.

1– O homem, personagem principal do texto, é descrito ao longo do conto. Como ele é?
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2 – A que se referem os adjetivos “fundos e pesados” e “inchados”?
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3 – No trecho “Mas aquele homem que não era, via longe.” (4.º parágrafo), a que característica do homem o narrador se refere com a expressão em destaque:
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4 – Escreva, de outra forma, a frase “Comisso, fazia-se companhia”, no quinto
parágrafo, substituindo o SE por aquilo a que ele se refere:
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5 – Repare que há um diálogo no trecho que vai do oitavo ao décimo parágrafo. Escreva-o, usando a pontuação característica de um diálogo:
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6 – “ Passados dias bateram à porta. O homem abriu, pensando que fosse o moço. Era uma senhora. Um moço disse...Começou ela.” O que significam as reticências nesse trecho?
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7 – A quem se refere a palavra destacada em: “Devolveu as duas chaves do outro”?
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8 – O que significa o termo “ seus haveres”? (16.º parágrafo)?
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9 – A chegada da mulher provocou inicialmente duas mudanças na vida do homem. Quais?
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10 – O que significa a expressão “afeita a abaixar a cabeça”, no último parágrafo?
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CONTO 9ºANO PARA CONTAR ESTRELAS RIO18


PARA CONTAR ESTRELAS

─ Pai, como é que a gente conta estrelas do céu? Perguntou Lelê. O pai, baixando o jornal, foi logo fazendo pose de explicação.
─ Bem, existem equipamentos especiais para isso. Eles tiram fotos do céu e fazem medições. E tem o Hubble, que é o bambambã dos telescópios! Mas só os cientistas podem usá-lo. Então, cada um conta com o que tem à mão.
─ Ah!, disse Lelê com admiração, mesmo sem ter entendido muito bem (ele ainda estava no segundo ano).
A mãe o chamou na cozinha para um lanche. Ele se sentou à mesa pensando ainda no que o pai tinha dito. Decidiu perguntar para ela também.
─ Isso seu pai deve saber. Por que não pergunta para ele?
─ Já perguntei. Ele falou várias coisas, mas não entendi direito: o que cada um tem nas mãos e...
─ Ora, nas mãos a gente tem dedos! Por que você não conta nos dedos?, disse a mãe, que era bem mais esperta que o pai nos assuntos práticos.
─ Hum..., pensou Lelê. Assim eu sei! E foi logo devorando o sanduíche.
Uns minutinhos depois, Lelê já estava no quintal. Olhava para o alto, bem fundo no céu de estrelas. Para começar, mirou a mais brilhante e passou a contar em voz alta: Um... Dois... Três..., recolhendo um dedo de cada vez. Chegou até dez. Olhou para as mãos, olhou para o céu.
Suspirou. O problema é que ele tinha só dez dedos, e o céu tinha muito mais estrelas.
Desanimado, sentou-se na varanda, apoiando o queixo nas mãos. Sua avó, que sempre observava tudo bem quietinha, foi lá falar com ele.
─ O que foi, filho?
─ Nada...
─ Hum. Sabe, eu conheço um jeito de fazer caber todas as estrelas na mão, de uma só vez.
Lelê olhou desconfiado, mas ficou atento, esperando o resto da história.
─ Está vendo as estrelas lá em cima? São tão pequenininhas, não é mesmo? Pois então. Basta você olhar bem para elas, como se fossem grãozinhos de areia. Daí você passa a mão, assim, por todo o céu, como se estivesse varrendo, e fecha de uma vez no final! Depois, chacoalha bem e põe em cima do coração, pegando emprestado um pouco da luz delas.
Ela deu então uma piscadela e foi se levantando para entrar em casa.
Lelê percebeu uma emoção estranha no peito, sentiu uma saudade imensa da avó, queria que ela morasse com ele para sempre.
Desde então, sempre que tinha vontade, Lelê contava todas as estrelas do céu. E num punhado só.

1 – No texto que você acabou de ler, pode-se perceber as falas de quatro personagens. Quem são eles?
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2 – Qual o conflito gerador da narrativa? E o desfecho?
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3 – No trecho “─ Bem, existem equipamentos especiais para isso.”, a que se refere o termo destacado?
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4 – Qual o objetivo dos parênteses e de seu conteúdo no terceiro parágrafo?
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5 – No trecho “Então, cada um conta com o que tem à mão.”, qual o significado da expressão contar com o que se tem à mão?
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6 – Que diferença de sentido há em: contar com o que se tem à mão e contar o que cada um tem nas mãos?
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7 – Por que o menino sentiu-se desanimado quando começou a contar as estrelas?
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8 – Qual foi a sugestão da avó para que o menino pudesse contar todas as estrelas?
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9 – Transcreva do último parágrafo a expressão indicadora de tempo:
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10 – O uso das reticências é expressivo no texto. Releia os trechos e diga para que foram usadas as reticências.
a) “─ Já perguntei. Ele falou várias coisas, mas não entendi direito: o que cada um tem nas mãos e...
─ Ora, nas mãos a gente tem dedos! Por que você não conta nos dedos?, disse a mãe, que era bem mais esperta que o pai nos assuntos
práticos.” _________________________________________________________________________________________________________
b) “─ O que foi, filho?
─ Nada...”
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11 – No texto, várias vezes, aparecem palavras no diminutivo. Qual o efeito que esse uso provoca nestes trechos?
“Sua avó, que sempre observava tudo bem quietinha, foi lá falar com ele.”
“São tão pequenininhas, não é mesmo? Pois então. Basta você olhar bem para elas, como se fossem grãozinhos de areia.

CRÔNICA 9º ANO A MENSAGEM NA GARRAFA RIO 18


   CRÔNICA  9º ANO A MENSAGEM NA GARRAFA RIO 18

       A crônica tem, como traço marcante, o olhar para o cotidiano, registrado em um texto geralmente conciso. A vivência do cronista e suas observações sobre a vida, sobre fatos banais – “pitorescos ou irrisórios” – do dia a dia, são assuntos de uma crônica.
       Antônio Cândido nos conta um pouco mais sobre a história da crônica: “Antes de ser crônica propriamente dita foi “folhetim”, ou seja, um artigo de rodapé sobre as questões do dia – políticas, sociais, artísticas, literárias. [...] Aos poucos o “folhetim” foi encurtando e ganhando certa gratuidade, certo ar de quem está escrevendo à toa, sem dar muita importância. Depois, entrou francamente pelo tom ligeiro e encolheu de tamanho, até chegar ao que é hoje.”
In: Crônicas, 5/ Carlos Drummond de Andrade... [et al.]. São Paulo: Ática, 2011. (Para gostar de ler).
A palavra CRÔNICA tem sua origem em khrónos, vocábulo grego que significa tempo. Ela é, em geral, publicada em jornais, em revistas, em blogs, que são publicações que obedecem a uma periodicidade de tempo.

A MENSAGEM NA GARRAFA
        Como outros escritores veteranos recebo muitas obras de estreantes. Livros de contos, de poesia, crônicas, um ou outro romance; edições modestas, precárias até, várias delas obviamente pagas pelos próprios autores ─ é difícil arranjar editora quando se está começando. Sempre que posso mando algumas linhas para o remetente, ao menos para dizer que o livro chegou e que, se possível, vou lê-lo. Faço isso porque lembro o jovem escritor que fui, a ansiedade com que procurava fazer chegar meus textos às mãos de pessoas que conhecia e admirava. Esses dias recebi de um contista do Nordeste uma carta em que ele me agradece o fato de lhe ter respondido. E diz: “O difícil não é a gente escrever; difícil, mesmo, é encontrar alguém que leia o que a gente escreve. Pior do que não ter a quem contar o que a gente sente é contar o que a gente sente a quem não sente o que a gente conta.”
***
       Nestas frases está todo o drama da incomunicabilidade humana. Todos nós temos os nossos sofrimentos, as nossas angústias; todos nós queremos expressar essas coisas sob a forma de palavras, faladas ou, como acontece em alguns casos, escritas. Se há talento nisso, se o desabafo se transforma em literatura, é outra questão. O ponto crucial é que temos mensagens a transmitir, precisamos transmiti-las e não sabemos se alguém vai recebê-las. Aí se aplica a clássica metáfora do náufrago na ilha deserta que escreve um bilhete, e coloca-o numa garrafa e joga-a ao mar. Essa garrafa chegará a alguém? E esse alguém fará alguma coisa pelo náufrago? Ou estará o potencial salvador tão envolvido com seus próprios problemas que jogará fora garrafa e bilhete? Nós temos, sim, a capacidade de entender o outro, de corresponder a seu anseio. Chama-se empatia isso. Mas a capacidade de ser empático varia de pessoa a pessoa, e, numa mesma pessoa, varia com sua disposição momentânea. Há momentos em que estamos dispostos a recolher a
garrafa da areia da praia e ler a mensagem que ali está. E, em outros momentos, passamos pela mesma garrafa e a vemos como prova de que as pessoas jogam lixo em qualquer lugar.

      Os escritores não estão imunes a essas dúvidas e ansiedades. Ninguém escreve para a gaveta; todo mundo escreve para ser lido. Não necessariamente por multidões; cem leitores já me bastariam, dizia o grande Flaubert, que hoje é lido por milhões. Franz Kafka , um dos escritores mais revolucionários do século XX, tinha um público muito reduzido; conta-se que, quando foi publicada uma de suas obras, ele perguntou numa livraria próxima à sua casa quantos exemplares haviam sido vendidos. Onze, foi a resposta do livreiro. “Dez fui eu que comprei”, replicou Kafka, acrescentando: “Eu só queria saber quem foi o décimo primeiro.” Ao morrer (ainda jovem, de tuberculose), Kafka pediu ao amigo Max Brod que destruísse os originais ainda inéditos: era coisa que não valia a pena. Brod não atendeu a esse pedido e a humanidade lhe agradece: graças a ele, temos acesso a uma obra extraordinária. [...] Só vivemos realmente se contraímos laços com outras pessoas, e para estabelecer esses laços usamos a palavra falada ou escrita. É a nossa mensagem na garrafa. Só resta esperar que as mensagens cheguem a seu destino.
SCLIAR, Moacyr. Contos e crônicas para ler na escola.Rio de Janeiro: Objetiva, 2011.

1 – Transcreva do primeiro parágrafo uma frase em que há:
a) uma comparaçã
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b) uma opinião
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c) uma condição
______________________________________________________________________________________________________
2 – Segundo o cronista, o que todos nós desejamos? (segundo parágrafo)
____________________________________________________________________________________________________________________
3 – Qual a definição de empatia presente no texto?
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4 – A que se refere o termo destacado em “E, em outros momentos, passamos pela mesma garrafa e a vemos como prova de que as pessoas
jogam lixo em qualquer lugar” ?
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5 – No trecho que se segue, marque a causa: “Kafka pediu ao amigo Max Brod que destruísse os originais ainda inéditos: era coisa que não valia a pena”.
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6 – Retire do texto um trecho que explicita o diálogo com o leitor.
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TEXTO DE OPINIÃO 9º ANO SONHANDO EM SER FELIZ RIO18


TEXTO DE OPINIÃO 9º ANO SONHANDO EM SER FELIZ RIO18

SONHANDO EM SER FELIZ
       Muitos adolescentes sentem-se perdidos quando o assunto é o futuro.
       Todos projetamos uma vida feliz, de acordo com critérios pessoais de felicidade, porém, ao mesmo tempo, nossos projetos são preenchidos por dúvidas e temores.
        Muitas vezes me pergunto quais são os meus objetivos e o que espero conquistar. Já perdi as contas de quantas vezes mudei de ideia e imagino que aconteça a mesma coisa com a maioria dos adolescentes da minha idade. É como um “tiro no escuro”, não temos certeza de nossas escolhas. Apaixonamo nos e desapaixonamo-nos, sempre nos perguntando onde está o“amor de nossas vidas”. Nós, adolescentes, queremos tudo na hora; não gostamos do termo “esperar” [...].
       Quantos de nós, quando éramos pequenos, dizíamos que moraríamos sozinhos aos 17 anos, dividindo apartamento com nossos amigos, e seríamos independentes? E percebemos que, na verdade, não é assim tão fácil.
       A maioria dos meus amigos tem dificuldade para escolher uma profissão. Ás vezes se perguntam: “será que é isso mesmo?”.
Imagino que isso deva acontecer com todos nós.
       Acredito que a autoconfiança é um fator fundamental para alcançarmos qualquer objetivo. Se não confiarmos em nós, quem há de confiar?
       Portanto, devemos nos empenhar, independente do que escolhermos fazer: devemos dar tudo de nós.
Monique Barbosa de Oliveira
CIEP Francisco Cavalcante Pontes de Miranda.
Projeto Redação
Folha Dirigida, 2010.

Texto de base argumentativa é estruturado em três partes: introdução,
desenvolvimento e conclusão. De forma geral, pode-se pensar assim:
Introdução Apresenta a ideia central.
Desenvolvimento São apresentadas as ideias secundárias. É a linha argumentativa,
Conclusão Retoma a ideia central e, tendo em vista a argumentação anterior, a conclui, reafirmando o que foi dito, propondo, criticando, abrindo uma nova questão sobre o tema etc.

1 – Marque, no texto, a introdução, o desenvolvimento e a conclusão.
Introdução
Apresenta a ideia central.
Desenvolvimento
São apresentadas as ideias secundárias. É a linha argumentativa,
Conclusão
Retoma a ideia central e, tendo em vista a argumentação anterior, a conclui, reafirmando o que foi dito, propondo, criticando, abrindo uma nova questão sobre o tema etc.

2 – Qual a ideia principal do texto?
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3 – Cite um argumento utilizado para defender essa ideia:
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4 – Por que são utilizadas aspas no trecho ‘. É como um “tiro no escuro” ”,
não temos certeza de nossas escolhas.’?
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5 – O que significa a expressão “tiro no escuro”?
...................................................................................................................................................................................................................................................
6 – Qual a ideia expressa pelo termo destacado em “Portanto, devemos
nos empenhar, independente [ ...].
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7 – Indique um trecho do texto em que se percebe a interação com o
leitor.
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