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quarta-feira, 28 de setembro de 2022

SER FILHO É PADECER NO PURGATÓRIO 7º ANO ESCRITA

 

    Ser filho é padecer no purgatório (Carlos Eduardo Novaes)

 

  - Psssiu, psssiu. - Eu? – virou-se Juvenal apontando para o próprio peito. - É. O senhor mesmo – confirmou o comerciante à porta da loja -, venha cá, por favor.

        Juvenal aproximou-se. O comerciante inclinou-se sobre ele e como que lhe segredando algo perguntou:

        - O senhor tem mãe? - Tenho. - Gosta dela? - Gosto.

        - Então é com o senhor mesmo que eu quero falar. Vamos entrar. Tenho aqui um presente especial para sua mãe.

        - Tem mesmo? Mas por que o senhor não entrega a ela pessoalmente?

        - Porque ela é sua mãe, não é minha. O senhor é que deve entregar o presente.

        - Está bem. Então o senhor me dá que eu dou pra ela.

        - Dar, não – corrigiu o comerciante -, infelizmente não estamos em condições. As vendas só subiram 75%. Vou ter que lhe vender presente.    

         - Mas eu não estava pensando em comprar um presente agora para minha mãe. O aniversário dela é em novembro.

         - Não é pelo aniversário. É pelo dia das mães.

         - Dia das mães? – repetiu Juvenal sempre desligado. – Mães de quem?

         - Mães de todos. É depois de amanhã, domingo. - É mesmo? E quem disse isso?

          - Bem... - Está na Bíblia?

          - Não. Ele foi criado por nós, comerciantes, para permitir que vocês manifestem seu amor e carinho por suas mães.

          - Puxa, vocês são tão legais. Eu não sabia que os comerciantes gostavam tanto da mãe da gente.

          - Pois acredite. E olhe, vou lhe contar um segredo: nós gostamos mais da mãe de vocês do que da nossa.

          - É mesmo? E por que assim?

- Porque a nossa não deixa lucro. Pelo contrário. Todo ano no dia das mães sou obrigado a desfalcar a loja para presenteá-la.

          - Ainda bem que só é um dia, hein? Se fosse, digamos um trimestre das mães, vocês estariam na maior miséria. O senhor dá presentes caros a sua mãe?

          - Bem, pra falar a verdade, tem uns dez anos que eu não dou presente pra ela no dia das mães.

          - E ela não reclama?

          - Reclamava, até o dia que lhe disse que o dia das mães que era jogada comercial e que para mim o dia dela era todos os dias.

         - Também acho.

         - Não. Você não pode achar – esbravejou o dono da loja -, eu posso porque sou comerciante. Você não, você é consumidor. Tem que comprar um presente pra ela no dia das mães.

         - Bem, já que é assim, então vamos ver o presente.

        - Ótimo, assim é que se fala. Você tinha me dito que gostava de sua mãe, não é verdade? Gosta muito?

   

 

 

 

   - Muito. Por quê? - Porque nós temos aqui presentes para todos os gostos. Para quem gosta muito, para quem gosta pouco, para quem ainda está em dúvida.

         - E o senhor dá desconto para quem gosta muito?

         - Não. Nós só damos descontos para quem tiver mais de uma mãe. Fazemos, porém, um preço especial para juiz de futebol, que tem a mãe muito sacrificada. O senhor é juiz de futebol?

          - Não. Sou bandeirinha – mentiu Juvenal.

          - O senhor já foi xingado em campo alguma vez?

          - Umas três.

           - É pouco, só damos descontos para bandeirinhas que tenham sido xingados mais de cinco vezes. Vamos ver os presentes? Pra escolhermos o tipo de presente mais adequado eu preciso saber como é sua mãe.

         - Mamãe? É uma mãe igual a qualquer outra. Não tem nada de especial. Ou melhor, de especial só tem o filho.

        - Vejamos. Quando o senhor era garoto ela costumava dizer: “Saia agasalhado meu filho”, “não vá comer agora que o jantar já vai pra mesa”, “não ande no ladrilho descalço”, “não abra a geladeira sem camisa”, “não se esfalfe”, “não chegue tarde”, “não apanhe chuva”, costumava? Costumava dizer que o senhor estava comendo pouco e lhe entulhava de remédios?

       - Exatamente – surpreendeu-se Juvenal -, parece até que o senhor foi filho da minha mãe.

       - Ou o senhor foi filho da minha. Se ela era realmente assim, o melhor presente é esta TV em cores.

       - Mas é o artigo mais caro que tem na loja. Não posso da aquela que é mais barata?

        - Que é isso, meu senhor? Sua mãe merece o melhor.

        - Mas eu não tenho dinheiro. Não posso dar o melhor.

        - Que absurdo – indignou-se o comerciante -, se o senhor não pode dar o melhor para sua mãe vai dar a quem? Será que sua mãe não merece um sacrificiozinho de sua parte?

       - Claro. Claro que merece.

        - E, então? Pense nos sacrifícios que ela já fez pelo senhor.

         - Estou pensando. - Então pense que eu espero. Ela fez muitos?

         - Muitos o quê?

         - Sacrifícios.

          - Não estou pensando nos sacrifícios. Estou pensando no preço. Juvenal perguntou se podia ver outros artigos, talvez encontrasse algo mais em conta. “Posso mexer nas mercadorias da loja?”

         - Lógico – disse o comerciante – esteja à vontade. Pode remexer o quanto quiser. Aqui vale tudo. Só não vale xingar a mãe.

       Juvenal saiu percorrendo a loja, com o comerciante atrás, matraqueando no seu ouvido sua técnica de vendedor: “O senhor sabe o que é ser mãe? Ser mãe como dizia Coelho Neto, é andar chorando num sorriso/ ser mãe é ter um mundo e não ter nada/ ser mãe é padecer num paraíso/ ser mãe é ter filho que lhe compre uma TV em cores ou um ar-condicionado ou uma geladeira, um secador de cabelos, uma cinta, um jogo de estofados, uma mobília de quarto...”

      - Mobília de quarto?

        - E por que não? Armário, penteadeira, mesinha de cabeceira de cama. [...]

       - Já resolvi – respondeu Juvenal decidido. – Não vou dar nada.

       - O quê? – vociferou o comerciante. – O senhor não vai dar nada para aquela que lhe deu tudo?

      - Vou lhe dar um beijo.

       - Um beijo? O senhor tem coragem? O senhor é realmente um filho desnaturado. Em pleno século XX, em plena sociedade de consumo, o senhor vai chegar em casa de sua mãe e com a maior cara de pau lhe dar um beijo? Um beijo? Que espécie de filho é o senhor? Um beijo?

        - Bem, talvez dois ou três.

           - Então leve ao menos esta pasta de dentes aqui. Contém genitol e mantém o hálito puro na hora de beijar sua mãe.

 

 

 

 

1. Para conseguir realizar a venda, o comerciante precisa persuadir o cliente, isto é, convencê-lo a comprar o produto. Para isso, utiliza alguns argumentos. Qual é o primeiro argumento apresentado pelo vendedor para atrair o cliente e levá-lo para dentro da loja?

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2. Questionado sobre a origem do Dia das Mães, o vendedor afirma que esse dia foi criado pelos comerciantes. Segundo a versão dos comerciantes, com que finalidade esse dia foi criado?

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3. Mas, para você, qual é a verdadeira finalidade da criação desse dia?

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4. Que fala do vendedor revela que ele tem consciência da finalidade comercial (só para vender) desse dia? Justifique.

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5. O vendedor afirma que os comerciantes gostam mais da mãe dos clientes do que da própria mãe. Por quê? Que explicação é dada pelo vendedor?

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6. O vendedor quer fazer uma sugestão de presente ao cliente. Contudo, antes de apresentá-la, “prepara o terreno” perguntando-lhe se, durante a infância, a mãe lhe dizia frases como “Saia agasalhado”, “não apanhe chuva”, entre outras. Qual era a intenção do vendedor ao citar frases como essas ao cliente?

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7. O vendedor sugeriu ao cliente, como presente para a mãe, uma TV em cores. O cliente achou essa TV muito cara e queria optar por uma mais barata. Cite dois argumentos utilizados pelo vendedor para convencer o cliente a comprar a TV mais cara.

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8. No final da história, o vendedor se dá por vencido e desiste da venda? Justifique com um fragmento do texto.

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9. Em que dia da semana o comerciante conversou com Juvenal?

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10. Pelo que se lê no texto, Juvenal costumava presentear sua mãe? Justifique sua resposta.

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sexta-feira, 23 de setembro de 2022

CONTO PEQUENO AS LUAS DE LUÍSA

 

As luas de Luísa

Diléa Frate

 

       A Terra tem uma lua, Saturno tem vinte, mas Luisa, temperamental, imprevisível, criativa, brincalhona, chorona, risonha, generosa, carente e absurda, tinha pelo menos umas trinta luas perto de si. Cada lua representava um estado de espírito diferente. A melhor lua iluminava as brincadeiras noturnas quando Luisa ficava acordada até tarde jogando, brincando, pulando na cama, vendo TV, fazendo maluquices e olhando pro céu. Era quando a mãe chegava e dizia: ''Pare com isso, amanhã você tem que acordar cedo''. O que já era o suficiente para despertar a pior das luas: a do mau humor. Nesse momento ela batia o pé, chorava, xingava, e a mãe dizia apenas: ''Luisa, você é de lua!''. E fechava a janela. Luisa navegou nos bons e maus humores por alguns anos, até que um dia percebeu que o tempo, com sua velocidade, também parecia absurdo, esticando as crianças, envelhecendo os adultos, expandindo o universo e apagando e acendendo as estrelas. Olhou para o seu novo corpo de menina-moça e viu alguns de seus estados-luas de espírito se afastarem lentamente. Foi quando se deu conta do brilho da lua real, cheia e prateada que ilumina os corações apaixonados. Alguma coisa estava mudando dentro dela, se sentia menos absurda. Mas não muito: agora, quando olha para o céu, Luisa sonha com um lugar encantado, onde as fadas se encontram com os sapos e fazem deles... príncipes!

RESPONDA 1

1.  O objetivo do texto é:

a) contar uma história.

b) comentar sobre a relação mãe e filha.

c) explicar sobre as fases da lua.

d) criticar as mudanças de estado de espírito de Luísa.

 

2. A mãe de Luísa diz que a filha é de lua. O que significa isso? Explique:

Significa que Luísa apresenta diferentes fases assim como a lua. As fases de Luísa são os

diferentes estados de espírito que ela apresenta.

 

3.Observe que foram empregadas as aspas em duas passagens do texto. Por quê?

As aspas foram empregadas para sinalizar/destacar as falas da mãe, diferenciando-as daquilo que foi escrito pela autora da história.

 

4. Na passagem “Nesse momento, ela batia o pé, chorava, xingava [...]”, os verbos grifados indicam ações de Luísa:

a) em um passado muito distante.

b) finalizadas recentemente.

c) frequentes no passado.

d) que ainda não foram concluídas.

 

5. No trecho “Era quando a mãe chegava e dizia [...]”, o termo sublinhado indica:

a) conclusão

b) adição

c) explicação

d) condição

 

RESPONDA 2

 

1 – Qual é o personagem principal da história?

 

2 – Como ela é?

 

3 – No texto, o que significa ter luas?

 

4 – Você acha que também tem tantas luas como Luísa?

 

5 – Nessa primeira frase do texto, como a autora mostra as mudanças de lua de Luísa?

 

6 – Imagine que você estivesse escrevendo em seu diário uma frase como a que inicia o texto.

a) Reescreva essa frase em seu caderno com as características que enumeraria sobre você. Não se esqueça de utilizar a vírgula para separar a sua enumeração:

“A Terra tem uma lua, Saturno tem vinte, mas eu...

 

RESPONDA 3

1) As luas de Luísa se resumiam em:

 

A Trinta luas perto de si e trinta luas longe.

 

B Exatamente trinta luas.

 

C Vinte luas como Saturno.

 

D Trinta ou mais luas.

 

 

 

 

2) O texto relaciona as emoções de Luísa com:

 

A Aquilo que sua mãe lhe diz.

 

B Com luas.

 

C Com planetas.

 

D Com adultos.

 

 

 

 

3) A mãe de Luísa compara as emoções da filha com luas porque:

 

A As luas possuem fases que mudam constantemente.

 

B A mãe de Luísa gosta de luas.

 

C A mãe de Luísa tornou-se adulta e não consegue enxergar o mundo como criança.

 

D As luas de crianças são diferentes das luas de adultos.

 

RESPONDA 4

11-(LÍNG. PORTUGUESA) Em “Nesse momento, ela batia o pé,

chorava, xingava, e a mãe dizia apenas” há quantos verbos?

a) 1

b) 2

c) 3

d) 4

1. Quando a mãe diz “Luísa, você é de lua!” o que ela afirma?

a)Que a filha vive no mundo da lua.

b)Que a menina é imprevisível.

c) Que Luísa quer ser astronauta.

d) Que Luísa rima com lua.

 

2. Qual é o modo verbal da palavra em destaque no trecho: “Era quando a mãe chegava e dizia: ‘Pare com isso, amanhã você tem que acordar cedo’”.

a) Modo imperativo

b) Modo subjuntivo

c) Modo infinitivo

d) Modo indicativo

 

3. Em “A Terra tem uma lua, Saturno tem vinte, mas Luísa, temperamental, imprevisível, criativa, brincalhona, chorona, risonha, generosa, carente e absurda, tinha pelo menos umas trinta luas perto de si.” qual palavra classificamos como adjetivo?

a) Terra

b) Saturno

c) generosa

d) si

quarta-feira, 21 de setembro de 2022

PROPOSTA DE PRODUÇÃO TEXTUAL PARA PROFESSOR BANCA IBAM

 

Proposta de produção textual

 

Ao longo da história da humanidade foram se construindo os direitos e as garantias individuais e coletivas dos seres humanos, que sustentam a convivência social, cultural e familiar, bem como as relações de trabalho e educacionais. Paralelamente as conquistas sociais foram elaboradas leis com o intuído de assegurar os direitos e explicar os deveres dos cidadãos, além de regular o funcionamento das instituições e as relações sociais e pessoais.

      A partir da leitura dos textos de apoio, elabore um texto dissertativo/argumentativo sobre o panorama atual da educação no Brasil, levando em conta o contexto da pandemia de covid-19, que assolou a humanidade desde o ano de 2019, e suas implicações sobre o sistema educacional brasileiro. Deixe claro seu ponto de vista. Apresente um exemplo objetivo de vivência escolar, em que seja possível o principio da equidade para a resolução de um problema educacional, nesse contexto. Não se esqueça: a vivência escolar apresentada deve estar amparada na LDB e pelo que versam os artigos apresentados.

      Para elaboração da produção textual devem ser obedecidas às regras a seguir:

1) Estar escrita sob a forma de um texto dissertativo/argumentativo.

2) Apresentar entre 20 e 30 linhas.

3) Seguir a norma culta da Língua Portuguesa.

4) Utilizar os elementos coesivos exigidos pelo tipo textual, de forma a contribuir para a construção das relações textuais e de sentido do texto.

5) Não infringir a Lei em vigor no país.

 

Texto 1

O cidadão de papel

 

       Cidadania é o direito de ter uma ideia e poder expressá-la. É poder votar em quem quiser sem constrangimento. É processar um médico que cometa um erro. Ê devolver um produto estragado e receber o dinheiro de volta. É o direito de ser negro sem ser discriminado, de praticar uma religião sem ser perseguido.

      Há detalhes que parecem insignificantes, mas revelam estágios de cidadania: respeitar o sinal vermelho no trânsito, não jogar papel na rua, não destruir telefones públicos. Por trás desse comportamento, está o respeito à coisa pública.

       O direito de ter direitos é uma conquista da humanidade. Da mesma forma que a anestesia, as vacinas, o computador, a máquina de lavar, a pasta de dente, o transplante do coração.

      Foi uma conquista dura. Muita gente lutou e morreu para que tivéssemos o direito de votar. E outros batalharam para você votar aos dezesseis anos. Lutou-se pela ideia de que todos os homens merecem a liberdade e de que todos são iguais diante da lei.

Dimenstein- o cidadão de papel: a infância - 1993p20-21

 

http://noosfero.ucsal.br/articles/0012/1896/dimenstein-o-cidadao-de-papel.pdf

 

Texto 2

Impactos da pandemia na educação

A desigualdade brasileira

 

       A desigualdade brasileira no ensino irá piorar após a pandemia, afetando mais ainda quem já estava em desvantagem econômica e social antes da crise sanitária.  Este foi um aspectos analisados em estudo publicado no segundo trimestre deste ano pelo IPEA, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.

      O impacto se deu especialmente por conta da educação a distância em escolas públicas, onde os alunos normalmente não possuem os mesmos recursos dos estudantes do ensino privado. As principais políticas públicas para educação básica e superior em 2019 e 2020 também foram analisadas no estudo.

      A pesquisa revelou diferenças entre gerações de professores no uso de computadores e da internet, e a falta de infraestrutura na residência de alunos da rede pública.

     O "Educação Federal” conversou sobre a pesquisa com o economista Milko Matijascic, um dos responsáveis pelo estudo do IPEA.

      “Foi preciso manter as crianças afastadas e as escolas fechadas, mas sem um planejamento prévio maior “, afirmou Matijascic.

     O economista destacou que, ao contrário do que as pessoas em geral pensam,  é uma tarefa complexa transpor o ensino presencial para o formato a distância, exigindo muito empenho e capacidade do professor além das plataformas específicas de ensino online.

     “A maior dificuldade foi para os alunos. Uma parte muito pequena está preparada, com internet, mas a ampla maioria das pessoas mais pobres não possui acesso à internet banda larga, nem espaço adaptado para o ensino em casa”, explicou Matijascic.

       O economista apresentou uma previsão pessimista quanto aos próximos exames de avaliação do ensino no Brasil, acreditando que haverá uma regressão nos índices de aprendizado.

 

https://www12.senado.leg.br/institucional/escoladegoverno/noticias/impactos-da-pandemia-na-educacao

 

Texto 3

Art. 26-A.  Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena.        (Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008).

 

§ 1º  O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil.                 (Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008).

 

§ 2º  Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história brasileiras.                    (Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008).

 

Art. 28. Na oferta de educação básica para a população rural, os sistemas de ensino promoverão as adaptações necessárias à sua adequação às peculiaridades da vida rural e de cada região, especialmente:

 

I - conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades e interesses dos alunos da zona rural;

 

II - organização escolar própria, incluindo adequação do calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às condições climáticas;

 

III - adequação à natureza do trabalho na zona rural.

 

Parágrafo único.  O fechamento de escolas do campo, indígenas e quilombolas será precedido de manifestação do órgão normativo do respectivo sistema de ensino, que considerará a justificativa apresentada pela Secretaria de Educação, a análise do diagnóstico do impacto da ação e a manifestação da comunidade escolar.  

domingo, 18 de setembro de 2022

PROVA IBAM CACHOEIROS DE MACACU PORTUGUES 2022

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008 Professor I (Língua Portuguesa)

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21B 22D 23C 24C 25D 26A 27B 28C 29B 30A

31C 32A 33D 34D 35B 36B 37B 38A 39D 40C


domingo, 11 de setembro de 2022

POEMA 6º ANO INTERPRETACAO

 

POEMA: BASTA

Agora Chega!

Chega de obedecer

E de ficar calado

Chega de ter que fazer

tudo o que eu nao quero

e acho errado

Agora chega!

Chega de comer pepino

E de engolir ovo quente

Chega de dormir cedo

E acordar mais cedo ainda,

Chega de visitar a avo,

a tia, a prima, o primo, o padrinho...

chega de prestar contas

do banho tomado,

 

da roupa escolhida,

do uniforme da escola,

da nota da prova,

de cada segundo,

de cada respiro!

Chega, chega...e chega!

Liberdade ainda que tarde!

Independencia ou morte!

Manheeeee!

Onde esta a minha roupa de goleiro?

Paieeeee!

Quero a minha mesada!

(Carlos Queiroz Telles)

 

Questões sobre o texto:

1.  Ha um protesto que atravessa todo o texto. Esse protesto se faz por meio de uma palavra que se repete. Que palavra e essa?

2. Destaque do texto algumas ações que a pessoa não quer mais fazer.

3.  E você, o que não aguenta mais fazer em sua casa?

4. A repetição num texto reforça ideias. Que ideia aparece reforçada durante o texto?

5. Esse tipo de comportamento e próprio de gente de qual idade?

6. Quem fala no texto e do sexo masculino ou feminino? Por que?

7. Você se identifica com o eu lírico que fala no texto? Por quê?

8. O poema pode ser dividido em duas partes. Cada parte tem um sentido. As duas partes se juntam para construir o sentido do texto. Indique onde começa e termina cada parte. Depois explique o sentido de cada parte.

9. A 6ª estrofe e formada por dois gritos de liberdade famosos na historia do Brasil. Explique-os.

10.  Relacione esses gritos com a principal vontade de quem fala no texto.

11. A mudança do comportamento na final do texto deixa as ideias engraçadas? Explique.

12. Como e o seu comportamento em relação aos pais?


01 – Marque a opção cujo vocábulo grifado possui classe gramatical distinta dos demais:

a)   “De engolir ovo quente”.

b)   “Chega de prestar contas”.

c)   “Da nota da prova”.

d)   “De cada respiro”.

e)   “Liberdade ainda que tarde!”.

02 – O poema demonstra o desejo de o eu lírico tornar-se independente e de ficar livre das exigências feitas pelos pais. Tal postura de independência só não se comprova no verso.

a)   Dois.

b)   Oito.

c)   Dez.

d)   Doze.

e)   Vinte e cinco.

03 – Há um protesto que atravessa todo o texto. Esse protesto se faz por meio de uma palavra que se repete muitas vezes.

a)   Que palavra é essa?

“Chega”.

b)   A repetição, num texto, reforça ideias. Que ideia aparece reforçada durante todo o texto?   

A ideia de liberdade.         

c)   Copie, do texto, algumas ações que a pessoa que fala não quer mais fazer.

Obedecer / ficar calado / de fazer tudo que eu não quero / de comer pepino / de engolir ovo quente, de dormir cedo, etc.

d)   No poema tem palavras que indiquem o sexo de quem fala. (O eu lírico) copie o verso.

“...e de ficar calado”.

O eu lírico é masculino.

e)   A mudança no comportamento do menino ao final do texto deixa as ideias engraçadas. Explique por quê.  

Na última estrofe ele desfaz tudo que falou, pois se mostra superdependente de sua mãe e de seu pai.            


PAI, ME COMPRA UM AMIGO? ROMANCE FRAGMENTO INTERPRETAÇÃO BNCC

 

PAI, ME COMPRA UM AMIGO? (FRAGMENTO )

BNCC - (EF67LP28) Ler, de forma autônoma, e compreender – selecionando procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes objetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes –, romances infantojuvenis, contos populares,...

PDF do livro :  https://pdfcookie.com/documents/pai-me-compra-um-amigo-02565x9q4kl1
   Bebeto olhou o sinal de tráfego. Cor era coisa que confundia mesmo. Confundia só,
não. Via tudo preto, branco e cinza mais forte ou mais fraco. O sol não era amarelo, o céu
não  era  azul,  a  mata  não  era  verde.  Na  vida  do  menino  tudo  era  mais  ou  menos
complicado. Nada se resolvia a favor.
   - O menino nasceu de sete meses! –vivia dizendo a mãe.
   Bebeto levou tempo para descobrir que as crianças nascem de nove.
   Quando quis andar não houve nem rebuliço. Não teve aquele apoio de entusiasmo de
todo mundo, gente torcendo, pai suando comovido, mãe de lágrimas na boca de espera,
avó já aprontando conquista do neto. Não. Quando tentou o primeiro passo, foi só uma
palmada da babá, que estava vendo novela. Andar era coisa errada, pelo visto. Sentiu,
mais  do  que  compreendeu,  que  pensamento  de  criança,  no  começo,  é  sentimento
purinho. E olhe lá!
   Bebeto lembrou do dia em que sonhou ter um cachorro só para ele, isto já com cinco
anos.
   E explicava:
- Eu não tenho irmão. Cachorro serve.
   - Cachorro dá hidrofobia – disse a avó.
   - Dá o quê?
   - Doença!
   - Mas a gente cuida dele, ué!
   - Apartamento não é lugar pra cachorro – decreta o pai – e sabe quanto um gigante
desses custa só em comida?
   - Eu quero um pequenininho.
   Bebeto dizia potenininho. Precisava corrigir.
   - Pequeno é pior ainda. Fica doente à toa.
   - Então eu quero um amigo. Você compra?
   O pai, Ronaldo, bom administrador de empresa, mas péssimo psicólogo, explodiu, sem
perceber direito o que o garoto pedia:
    - E onde é que a gente vai fabricar um amigo pra você?
   Bebeto se sentia rejeitado mesmo. A mãe não tinha tempo para ele. Era artista. Não
artista de televisão. Pintura. Muita gente dizia até que era boa. Pintava umas coisas,
como é mesmo?... ah, sim!...abstratas.

Fonte: Pedro Bloch. Pai, me compra uma amigo? Ed. De Ouro, 1977 págs. 7 a 9)
a) Enumere corretamente as palavras aos seus sinônimos:
(1) rejeitado                                     (    ) observador
(2) tráfego                                        (    ) fora da realidade
(3) abstratas                                     (    ) recusado
(4) psicólogo                                    (    ) trânsito
  
b) Indique a personagem a quem são atribuídas as seguintes falas:
     a) - Eu não tenho irmão. (...........................................................)
     b) - Cachorro dá hidrofobia. (....................................................)
     c) - Apartamento não é lugar para cachorro. (..............................)
     d) - Então eu quero um amigo. (....................................................)
c) Responda com atenção:
a) Quais são os personagens do texto? Indique suas características interiores.
b) “O sol não era amarelo, o céu não era azul, a mata não era verde.” Por que o mundo
de Bebeto era sem cor?
c) Quais são os motivos que levam Bebeto a ser tão carente?
d) O que indica o fato de o menino pedir um amigo ao pai?
e) O que Bebeto esperava de sua família?

 

 

PARTE II

01 – O título deste texto, “Pai, me compra um amigo? Também é uma frase interrogativa. Qual seria a diferença de significado se a frase fosse exclamativa?

      Pareceria uma ordem.

02 – O texto é uma narração em 1ª ou em 3ª pessoa? Justifique sua resposta.

      Em 3ª pessoa. Espera que o aluno identifique os verbos e pronomes que determinam que a narração é em 3ª pessoa.

03 – O narrador, neste caso, é personagem?

      Não

04 – Descreva o filho de Lúcia.

      Parece ser um menino tímido, que tem medo de dizer as coisas como afirma o texto: “Mal acabou de dizer, levou até um susto com as próprias palavras.

05 – E como são os pais do menino? Retornando ao texto, procure descobrir suas características.

      As características da mãe estão descritas nas linhas: 6-7; 20-21-22; 32-33.

      As características do pai estão nas linhas: 8-9; 28-29-30; 34-35.

06 – Aquilo saiu sem querer”. O pronome “aquilo” não se refere somente à pergunta feita pelo menino. A que mais pode se referir?

      Pode referir-se ao sentimento do menino, à sua angustia.

07 – Qual a diferença de significado entre as frases a seguir?

I – “Achava que qualquer manifestação de afeto era tolice”.

II – “Achava que uma manifestação de afeto qualquer era tolice”.

      A “I” toda manifestação de afeto seria considerada tolice. Na “II” apenas algumas manifestações, consideradas menores, seriam tolice.

08 – Identifique o significado da palavra “justo” na frase a seguir: “Abraçou-o, mas, entre eles, estava o neném, que tinha vindo para mamar justo naquela hora”.

      Significado de exatamente.

09 – O emprego de justo na questão anterior permite concluir o quê sobre o comportamento do neném?

      Permite concluir que ele não foi bem-vindo pelo menino, que atrapalhou o carinho da mãe.

10 – O que representa a presença do neném, no meio do abraço da mãe? Justifique.

      Representa um intruso, alguém que roubou um momento mágico, que chegou na hora errada.

11 – “Só que há gente que mostra isso com abraço e beijo. Outras mostram sentindo. Só sentindo.” Como é possível perceber o que uma pessoa sente quando ela não se expressa por palavras?

      Observando os gestos, as expressões, as circunstâncias.

12 – “Talvez também tivesse ocorrido o problema do filho mais querido...” Que problema seria esse?

      O problema de um irmão acreditar que o outro é mais querido.


AUTORRETRATO- NO RETRATO QUE ME FAÇO - ATIVIDADE

 

No retrato que me faço

– traço a traço –

às vezes me pinto nuvem,

às vezes me pinto árvore...

às vezes me pinto coisas

de que nem há mais lembrança...

ou coisas que não existem

mas que um dia existirão...

e, desta lida, em que busco

– pouco a pouco –

minha eterna semelhança,

no final, que restará?

Um desenho de criança...

Terminado por um louco!

a) Agora registre abaixo seus gostos, medos e sonhos.

a) O que mais gosto de fazer é .............................................

b) Minha diversão preferida é ................................................

c) O programa de televisão de que mais gosto é ......................

d) Minha comida predileta é ..................................................

e) Meus amigos mais queridos são ..........................................

f) Eu não gosto de ...............................................................

g) Tenho medo de ................................................................

h) Meu sonho é ...................................................................

i) Eu adoro .........................................................................

O NOME FEIO INTERPRETAÇÃO

 

O NOME FEIO

 

Não tinha jeito! O Chico não gostava do nome dele e pronto...

– Mãe, por que você foi escolher o nome de Francisco para mim? Eu não gosto desse nome porque vira

Chico e o João falou que Chico é nome até de macaco.

A mãe dele não sabia direito o que responder. Afinal, quando ela era pequena, também não gostava de

seu nome. As crianças viviam fazendo gozação:

– Ivete canivete põe no fogo e a mão derrete!

Foi pensando nisso que ela argumentou:

– Sabe Chico, quando a gente é pequeno, a gente não gosta do nome. Acho que isso acontece com todo mundo...

O Chico nem deixou que ela terminasse:

– Com todo mundo, nada. O João gosta do nome dele. Ele já me falou. O meu é que é feio. De hoje em diante o meu nome vai ser Pli, como você me chama. Esse eu acho bonito! Falou convicto.

De fato, desde que Chico era pequeno, sua mãe o chamava carinhosamente de Pli. E, por isso, o pai e a Joana – que era a moça que cuidava dele – também passaram a chamá-lo assim. E ele adorava. Nunca ninguém tinha feito gozação com esse nome.

Ao contrário de Chico, que sempre vinha com uma brincadeirinha besta:

– Chico, cara de penico! – incomodavam seus amiguinhos na escola.

No começo ele até que não ligava muito. Mas, com o passar do tempo, cada vez mais gente ficava falando isso. Até gente grande!

Ele tinha vontade de falar um daqueles palavrões bem feios. Às vezes até falava. E falava com gosto. Ora! Que coisa mais chata era aquilo. Será que ninguém percebia que enchia o saco?

BRENTAN, Salete. Revista Alegria. São Paulo. n.60, 1978

 

1) Converse com seus colegas sobre o texto. Abaixo há um roteiro com algumas ideias que podem ajudá-los nessa conversa.

a) Qual era a “bronca” do menino?

b) Você concorda com ele?

c) Que idade você acha que o menino tem?

d) Você tem alguma “bronca” parecida?

e) Você que leu o texto “O nome feio”, registre aquilo que achou mais interessante no texto.

 

2) O texto “O nome feio” é uma narrativa. Há um narrador que vai contando os fatos das personagens que participam da história. Sabendo disso, resolva as questões abaixo:

a) Retire do texto um trecho em que o narrador conta alguma coisa da história.

b) Identifique os personagens do texto.

 

CRONICA - RITA - TEXTO PEQUENO - INTERPRETAÇÃO

 

RITA

        No meio da noite despertei sonhando com minha filha Rita. Eu a via nitidamente, na graça de seus cinco anos.

      Seus cabelos castanhos - a fita azul - o nariz reto, correto, os olhos de água, o riso fino, engraçado, brusco...

      Depois um instante de seriedade; minha filha Rita encarando a vida sem medo, mas séria, com dignidade.

     Rita ouvindo música; vendo campos, mares, montanhas; ouvindo de seu pai o pouco, o nada que ele sabe das coisas, mas pegando dele seu jeito de amar - sério, quieto, devagar.

       Eu lhe traria cajus amarelos e vermelhos, seus olhos brilhantes de prazer, eu lhe ensinaria a palavra cica, e também a amar os bichos tristes, a anta e a pequena cutia; o córrego; e a nuvem tangida pela viração.

      Minha filha Rita em meu sonho me sorria - com pena deste seu pai, que nunca teve.

RUBEM BRAGA RUBEM BRAGA

 

a- O texto RITA é :

( ) um poema.

( ) uma reportagem

(x ) uma crônica

( ) um anúncio

 

b- Quem é a Rita?

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c- Quais são as características físicas de Rita?

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________

d- Quais são as características psicológicas do pai de Rita?

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e- O que é mais triste nesta história?

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2-Circule a locução adjetiva em: “os olhos de água”

3-Sublinhe os adjetivos:

“fita azul” “Cabelos castanhos” “pequena cutia” “bichos tristes”

4- Classifique os pronomes destacados:

pronome pessoal reto - pronome pessoal oblíquo – pronome possessivo

“Eu lhe traria cajus amarelos...” “... seus olhos brilhariam “... em meu sonho me sorria”

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5- A palavra destacada nos trechos é artigo definido ou pronome pessoal oblíquo? Justifique sua resposta.

“ Eu a via nitidamente...” “ com pena deste pai que nunca a teve”

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6- Encontre no trecho a seguir quatro substantivos e classifique-os:

“...minha filha Rita encarando a vida sem medo...”

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MÃE NÃO FAZ NADA - INTERPRETAÇÃO 6º E 7º ANO CONTO

 MAMÃE NÃO FAZ NADA

       Era uma vez uma mulher que perdeu seu nome de registro, ou melhor, trocou-o por outro muito usado: o de Mãe. Sendo mãe, tornou-se uma pessoa essencialmente chata. A maior cobradora da paróquia: faça isso, faça aquilo...

       O relógio toca. Começa a batalha.

      - Vamos acordar pessoal!

      Corre ligar a água para o café. O leite também (quando tem).

      - Vamos, crianças, vistam o uniforme.

      O pai já está no banho.

      - Rápido. Tem aula.

      Coa o café, serve a mesa.

      - Vamos pessoal. Olha a hora. Comam todo o pão. Escovem os dentes.

       Trocou de roupa, tirou a mesa, limpou a louça do café. Arrumou as camas. Varreu a casa. Retirou o pó dos móveis. Chegou o verdureiro. Feitas as compras, corre ao açougue. Aproveita a saída e passa pelo banco e paga as contas de água e luz. Volta correndo. Faz o almoço. Olha o relógio. Está na hora do marido e das crianças chegarem.

     Chegaram. Serve o almoço.

     - Menino, não belisque sua irmã!

     O pai pede que lave seu macacão. Conta que hoje o trabalho melhorou um pouco, mas é para cuidar das despesas. Breve repouso e volta ao serviço.

     A mãe lava a louça do almoço. A filha seca os pratos e o filho os talheres e se manda para o quintal. O cachorro aparece com os pelos da cauda bem aparados.

    - Esse menino! Foi por isso que ele pegou a tesoura...

    - Crianças, façam a lição.

    - Sim, claro, arranjar figuras para a tarefa de Geografia. Costurar a barra da calça do menino. Pregar botão na blusa da menina.

    - Mãe, amanhã é aniversário da professora. Tenho que levar um bolo.

     Pronto, o bolo está no forno. Enquanto assa, lava o macacão.

     - Vamos ao dentista. Cuidado ao atravessar a rua.

    Passam na panificadora. Voltam para casa.

    - Tomem banho!

    Providenciar o jantar.

    - Não gosta de ovo? Tem que comer. Faz bem para a saúde. Fiquem quietos. Deixem o pai assistir o noticiário sossegado. Ele está cansado. Trabalhou o dia todo.

    - Vão para o banho! Já arrumaram o material para a aula de amanhã? Mas que turma! Desde que chegamos do dentista estou dizendo pra irem pro banho.

    Todos deitados. Verificação total da casa. Deixar mesa arrumada para o café matinal.

    Ora, veja! O menino esqueceu-se de guardar o caderno.

    Abriu-o. Deu uma olhada na lição. Ele preencheu uma página com dados pessoais: seu nome completo, data de nascimento, local, e também dados familiares. Profissão do pai: mecânico. Profissão da mãe: não faz nada, só fica em casa...

(Autor desconhecido)

 MAMÃE NÃO FAZ NADA

       Era uma vez uma mulher que perdeu seu nome de registro, ou melhor, trocou-o por outro muito usado: o de Mãe. Sendo mãe, tornou-se uma pessoa essencialmente chata. A maior cobradora da paróquia: faça isso, faça aquilo...

       O relógio toca. Começa a batalha.

      - Vamos acordar pessoal!

      Corre ligar a água para o café. O leite também (quando tem).

      - Vamos, crianças, vistam o uniforme.

      O pai já está no banho.

      - Rápido. Tem aula.

      Coa o café, serve a mesa.

      - Vamos pessoal. Olha a hora. Comam todo o pão. Escovem os dentes.

       Trocou de roupa, tirou a mesa, limpou a louça do café. Arrumou as camas. Varreu a casa. Retirou o pó dos móveis. Chegou o verdureiro. Feitas as compras, corre ao açougue. Aproveita a saída e passa pelo banco e paga as contas de água e luz. Volta correndo. Faz o almoço. Olha o relógio. Está na hora do marido e das crianças chegarem.

     Chegaram. Serve o almoço.

     - Menino, não belisque sua irmã!

     O pai pede que lave seu macacão. Conta que hoje o trabalho melhorou um pouco, mas é para cuidar das despesas. Breve repouso e volta ao serviço.

     A mãe lava a louça do almoço. A filha seca os pratos e o filho os talheres e se manda para o quintal. O cachorro aparece com os pelos da cauda bem aparados.

    - Esse menino! Foi por isso que ele pegou a tesoura...

    - Crianças, façam a lição.

    - Sim, claro, arranjar figuras para a tarefa de Geografia. Costurar a barra da calça do menino. Pregar botão na blusa da menina.

    - Mãe, amanhã é aniversário da professora. Tenho que levar um bolo.

     Pronto, o bolo está no forno. Enquanto assa, lava o macacão.

     - Vamos ao dentista. Cuidado ao atravessar a rua.

    Passam na panificadora. Voltam para casa.

    - Tomem banho!

    Providenciar o jantar.

    - Não gosta de ovo? Tem que comer. Faz bem para a saúde. Fiquem quietos. Deixem o pai assistir o noticiário sossegado. Ele está cansado. Trabalhou o dia todo.

    - Vão para o banho! Já arrumaram o material para a aula de amanhã? Mas que turma! Desde que chegamos do dentista estou dizendo pra irem pro banho.

    Todos deitados. Verificação total da casa. Deixar mesa arrumada para o café matinal.

    Ora, veja! O menino esqueceu-se de guardar o caderno.

    Abriu-o. Deu uma olhada na lição. Ele preencheu uma página com dados pessoais: seu nome completo, data de nascimento, local, e também dados familiares. Profissão do pai: mecânico. Profissão da mãe: não faz nada, só fica em casa...

(Autor desconhecido)

 

INTERPRETAÇÃO TEXTUAL

1.  Por que a mãe se tornou uma pessoa essencialmente chata?

2. Releia: “O relógio toca, começa a batalha”. A que batalha o narrador se refere?

3. Você concorda com a ideia do filho de que a “mãe não faz nada, só fica em casa”? Justifique.

4.  Houve algum tipo de reconhecimento por parte do filho? Por quê?

5. A mãe sempre diz que o pai está cansado, reconhece que ele trabalhou bastante. O pai em algum momento diz que a mãe trabalha ou está cansada? Comente.

6. Levante hipóteses: Qual foi a reação ou o sentimento da mãe ao ler aquela resposta na atividade do filho?

7. As mães são pessoas que apresentam diariamente seus defeitos e qualidades. Você acha que as mães, muitas vezes, não são bem interpretadas pelos filhos? Por quê?

8. Você acha que as pessoas que se dedicam exclusivamente aos cuidados da casa NÃO são bem valorizadas pela sociedade ou até mesmo pelos membros da família? Por quê?

9. Pensando no final do texto: ”Profissão da mãe: não faz nada, só fica em casa.” Escreva como você acha que um bom trabalhador deve se comportar em seu trabalho?

10. Assinale com um X a alternativa correta.

a) ( ) O narrador-personagem conta a história em 1ª pessoa - participa como personagem.

b) ( ) O narrador-observador conta a história em 3ª pessoa, sem participar das ações

11. Preencha em seu caderno os dados pessoais abaixo:

a) Seu nome completo:

b) Data de nascimento:

c) Local:

d) Familiares:

e) Profissão do pai:

f) Profissão da mãe.

12. “Chegou o verdureiro. Feitas as compras, corre ao açougue” O fragmento em destaque permite inferir que:

a) A mãe fez as compras no mercado.

b) A mãe fez as compras, mas esqueceu de comprar carne.

c) A mãe comprou verduras.

d) O verdureiro estava cansado.

13. “Todos deitados. Verificação total da casa.” De acordo com o trecho entre aspas:

a) A mãe foi a última a se deitar.

b) Todos estavam deitados, inclusive a mãe.

c) A mãe foi verificar se a casa estava fechada.

d) A mãe estava sem sono.

 

 

14. “Breve repouso e volta ao serviço.” De acordo com o texto quem volta ao serviço?

a) O pai

b) O menino

c) A mãe

d) A irmã

15. Escreva a sequência de serviços que a mãe faz:

a) Até a hora do almoço.

______________________________________________________________________________________

b) Depois do almoço até a janta.

_____________________________________________________________________________________

c) Após todos deitarem.

_____________________________________________________________________________________

16. O TEMA do conto é:

a) Os trabalhos domésticos.

b) A falta de valorização do trabalho doméstico pela família e pela sociedade.

c) A falta de sensibilidade dos filhos pela preocupação dos pais.

d) A dupla jornada de trabalho das mulheres pobres.

Adaptado de: FONTE: PDF Professores de Língua Portuguesa Rede Municipal de Ensino de Morro da Fumaça - SC