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domingo, 26 de fevereiro de 2017

CONTO PAUSA CEREJA 3Q. 9ºANO

PAUSA

       Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para o banheiro. Fez a barba e lavou-se. Vestiu-se rapidamente e sem ruído. Estava na cozinha, preparando sanduíches, quando a mulher apareceu, bocejando:
       —Vais sair de novo, Samuel?
        Fez que sim com a cabeça. Embora jovem, tinha a fronte calva; mas as sobrancelhas eram espessas, a barba, embora recém-feita, deixava ainda no rosto uma sombra azulada. O conjunto era uma máscara escura.
       —Todos os domingos tu sais cedo – observou a mulher com azedume na voz.
       —Temos muito trabalho no escritório – disse o marido, secamente.
       Ela olhou os sanduíches:
       —Por que não vens almoçar?
       —Já te disse: muito trabalho. Não há tempo. Levo um lanche.
       A mulher coçava a axila esquerda. Antes que voltasse a carga, Samuel pegou o chapéu:
       —Volto de noite.
        As ruas ainda estavam úmidas de cerração. Samuel tirou o carro da garagem. Guiava vagarosamente, ao longo do cais, olhando os guindastes, as barcaças atracadas.
       Estacionou o carro numa travessa quieta. Com o pacote de sanduíches debaixo do braço, caminhou apressadamente duas quadras. Deteve-se ao chegar a um hotel pequeno e sujo. Olhou para os lados e entrou furtivamente. Bateu com as chaves do carro no balcão, acordando um homenzinho que dormia sentado numa poltrona rasgada. Era o gerente. Esfregando os olhos, pôs-se de pé:
        —Ah! Seu Isidoro! Chegou mais cedo hoje. Friozinho bom este, não é? A gente...
       —Estou com pressa, seu Raul – atalhou Samuel.
       — Está bem, não vou atrapalhar. O de sempre - Estendeu a chave.
Samuel subiu quatro lanços de uma escada vacilante. Ao chegar ao último andar, duas mulheres gordas, de chambre floreado, olharam-no com curiosidade:
       —Aqui, meu bem! – uma gritou, e riu: um cacarejo curto.
       Ofegante, Samuel entrou no quarto e fechou a porta a chave. Era um aposento pequeno: uma cama de casal, um guarda-roupa de pinho: a um canto, uma bacia cheia d’água, sobre um tripé. Samuel correu as cortinas esfarrapadas, tirou do bolso um despertador de viagem, deu corda e colocou-o na mesinha de cabeceira.
Puxou a colcha e examinou os lençóis com o cenho franzido; com um suspiro, tirou o casaco e os sapatos, afrouxou a gravata. Sentado na cama, comeu vorazmente quatro sanduíches. Limpou os dedos no papel de embrulho, deitou-se fechou os olhos.
       Dormir.
       Em pouco, dormia. Lá embaixo, a cidade começava a move-se: os automóveis buzinando, os jornaleiros gritando, os sons longínquos.
Um raio de sol filtrou-se pela cortina, estampou um círculo luminoso no chão carcomido.
       Samuel dormia; sonhava. Nu, corria por uma planície imensa, perseguido por um índio montado o cavalo. No quarto abafado ressoava o galope. No planalto da testa, nas colinas do ventre, no vale entre as pernas, corriam. Samuel mexia-se e resmungava. Às duas e meia da tarde sentiu uma dor lancinante nas costas. Sentou-se na cama, os olhos esbugalhados: o índio acabava de trespassá-lo com a lança. Esvaindo-se em sangue, molhando de suor, Samuel tombou lentamente; ouviu o apito soturno de um vapor. Depois, silêncio.

       Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para a bacia, levou-se. Vestiu-se rapidamente e saiu.
       Sentado numa poltrona, o gerente lia uma revista.
       — Já vai, seu Isidoro?
       —Já – disse Samuel, entregando a chave. Pagou, conferiu o troco em silêncio.
       —Até domingo que vem, seu Isidoro – disse o gerente.
       —Não sei se virei – respondeu Samuel, olhando pela porta; a noite caia.
       —O senhor diz isto, mas volta sempre – observou o homem, rindo.
Samuel saiu.
       Ao longo dos cais, guiava lentamente. Parou um instante, ficou olhando os guindastes recortados contra o céu avermelhado. Depois, seguiu. Para casa.

1.Nesse conto, o narrador é observador. Ele narra o que acontece na vida da personagem. Samuel/Isidoro.
a) Quanto tempo transcorre entre o início e o final do conto?
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b) Como o narrador informa sobre o tempo decorrido?
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2.O tempo e o espaço são elementos importantes para a construção do sentido das narrativas. No conto “Pausa”.
a) Onde ocorre os fatos?
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b) Qual deles é mais destacado? Justifique sua resposta.
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c) Como se caracteriza esse lugar?
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d) Que relação há entre o título, o lugar onde ocorre a maioria dos fatos e o tempo em que acontece a história?
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3.Dê uma interpretação para o sono da personagem Samuel.

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PERFIS DE REDES SOCIAIS SÃO RETRATOS IDEAIS DE NÓS MESMOS CEREJA INTERPRETAÇÃO 4Q x+5+4 ESC.

PERFIS DE REDES SOCIAIS SÃO RETRATOS IDEAIS DE NÓS MESMOS  

          Desde as priscas eras do Orkut, em minhas perambulações pelas redes sociais, noto o fenômeno. Entro no perfil de uma moça e começo a olhar suas fotos: encontro-a ali ainda criança, vestida de odalisca, num Carnaval do século 20; a vejo com seu cachorro, numa praia, recentemente; com uma turma na piscina de um sítio, no final da adolescência; numa 3x4 com o namorado, espremida na mesma cabine, talvez numa viagem à Europa.
          Então, sem que eu me dê conta, um retrato puxa o meu olhar. Minha reação imediata, naquele interregno mental em que as pupilas já captaram a imagem, mas o cérebro ainda não teve tempo de processá-la, é de surpresa: como ela saiu bem nessa foto! Só um segundo depois percebo o engano: quem saiu bem não foi a garota do perfil, mas a Penélope Cruz, Marilyn Monroe, Sarah Jessica Parker ou outra atriz famosa, cuja imagem foi contrabandeada para aquele álbum por conta de alguma semelhança com sua dona. Olho as outras fotos. Comparo. E da distância – às vezes menor, às vezes maior - entre a estrela de cinema e a mulher do Facebook, surgem sentimentos contraditórios.
          De início, topar com a destoante atriz me dava certa pena: afinal, por mais bonita que fosse a moça, nunca alcançava a musa. “Será que ela acredita mesmo ser parecida com a Sharon Stone?”, eu pensava com uma pitada de vergonha alheia, como se estivesse diante de uma pessoa incapaz de lidar com a realidade, uma pessoa com delírios de grandeza, com delírios de beleza.
           Aos poucos, contudo, fui chegando à constatação óbvia de que todo perfil de rede social é um retrato ideal de nós mesmos. Se ponho um link para um filme de Woody Allen, se cito uma frase de Nietzsche; mesmo quando posto uma foto de um churrasco, não estou eu, também, editando-me? Tentando pegar esse aglomerado de defeitos, qualidades, ansiedades, desejos e frustações e emoldurá-lo de modo a valorizar o quadro – engraçado, profundo, hedonista?
          Pensando bem, nem precisamos ir até o exagero das redes sociais – essa versão caricaturada de nós mesmos. Toda vez que nos vestimos, que abrimos a boca para emitir uma opinião, toda vez que empurramos o mundo pra baixo e o corpo pra frente, dando um passo, de peito aberto, ombros curvados, de nariz empinado ou de olhos pro chão, estamos travando esta negociação entre o real e o ideal. Estamos enviando aos outros e a nós mesmos a soma de nossos fardos e de nossas aspirações.
           Há pobres que se vestem de ricos e ricos que se vestem de pobres, magrelos que andam de braços arqueados, como se fossem musculosos, feiosos que entram em um restaurante crentes que são o George Clooney e possíveis galãs e divas que, ignorantes ou culpados por suas belezas, caminham por aí mais parecidos com Tims Burtons e Zezé de Macedos. No fim, acabamos sendo um meio-termo entre o ator e o roteiro que tentamos escrever.
          Hoje, portanto, admiro as moças que colocam fotos de belas atrizes entre as suas. Vejo ali um pouco de ousadia, um pouco de esperança, e, acima de tudo, algo oposto ao que eu via antes: não um delírio, a tentativa de fugir de si próprias, mas a capacidade de aceitarem-se na harmoniosa mistura entre o que são e o que gostariam de ser.
Antônio Prata

Glossário
Hedonista: aquele que busca o prazer.
Interregno: intervalo entre dois momentos.
Prisca: antiga, velha, primeira.

1. O texto trata de um fenômeno que vem se difundindo bastante nos últimos tempos, em todas as faixas etárias. A partir da leitura do texto, NÃO se pode inferir que o narrador :
A) confessa que suas convicções sofreram mudanças no decorrer do tempo.
B) conclui que os perfis apresentados nas redes sociais revelam a capacidade de as jovens aceitarem a mistura entre o que são e o que aspiram a ser.
C) afirma que também fora das redes sociais procuramos passar uma imagem do que nós não somos.
D) avalia o Orkut como uma rede social atualizada.

2. A palavra contrabandeada, empregada no trecho “ou outra atriz famosa, cuja imagem foi contrabandeada para aquele álbum”, pertence a uma área semântica relacionada à ilegalidade. O autor utilizou esse termo, pois:
A) a foto demonstrava um gesto de ousadia.
B) a moça estava fraudando a própria imagem.
C) a imagem postada, atualmente, é fato corriqueiro.
D) o retrato faz referência a delírios de grandeza.

3. Para construir sua argumentação, o autor só NÃO usa como recurso:
A) frases interrogativas.
B) relações entre passado e presente.
C) primeira pessoa do singular.
D) excesso de ironia.

4. Ao concluir o texto, o autor confessa que vê nas moças que colocam fotos de belas atrizes entre as suas “a capacidade de aceitarem-se na harmoniosa mistura entre o que são e o que gostariam de ser”. Assinale a alternativa cujo trecho retirado do texto mais se aproxima da afirmação destacada acima.
A) “No fim, acabamos sendo um meio-termo entre o ator e o roteiro que tentamos escrever”.
B) “De início topar com a destoante atriz me dava certa pena: afinal, por mais bonita que fosse a moça, nunca alcançava a musa”.
C) “E a distância – às vezes menor, às vezes maior – entre a estrela de cinema e a mulher do Facebook, surgem sentimentos contraditórios”.
D) “Estamos enviando aos outros e a nós mesmos a soma de nossos fardos e nossas aspirações.”

1. O texto trata de um fenômeno que vem se difundindo bastante nos últimos tempos, em todas as faixas etárias.
a) Qual é o fenômeno?
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b) O narrador faz referência as “priscas eras do Orkut”. Qual é a avaliação apreciativa que se revela no emprego da palavra priscas para caracterizar o orkut?
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2. Ao navegar nas redes sociais, o narrador entra no perfil de uma moça.
a) O que as fotos da moça retratam?
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b) Que surpresa tem o narrador?
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c) O narrador diz ter tido um sentimento de “vergonha alheia”. Explique o sentido dessa expressão no contexto.
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3. Baseado nas observações que faz, o narrador chega a conclusão sobre os perfis apresentados nas redes sociais.
a) Qual é a conclusão? Explique-a.
........................................................................................................................................b) O que o narrador conclui quanto ao papel que têm as imagens, os pensamentos e os links de filmes?
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4. Durante o desenvolvimento do texto, o narrador expõe a mudança de suas reflexões acerca do assunto.
a) de acordo como 5º e 6º parágrafo o confronto que ele vê entre o real e o ideal restringe-se as redes sociais? Justifique sua resposta com exemplos.
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b) Na afirmação, “acabamos sendo um meio-termo entre o ator e o roteiro que tentamos escrever” Quem é o autor? O que é o roteiro?
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5. No início do texto, o narrador achava que a moça que postava fotos de artistas no meio das suas queria “fugir de si mesma”. No ultimo parágrafo, entretanto, ele revê sua posição e diz até admirá-la.
a) Que argumento apresentado no texto justifica essa nova visão?
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b) Do seu ponto de vista, A admiração do narrador é verdadeira ou irônica? Justifique sua resposta.
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A LINGUAGEM DO TEXTO

1. O narrador vai, aos poucos, mudando seu ponto de vista sobre as pessoas que postam fotos de artistas entre as próprias fotos. Entre as seguintes expressões empregadas no texto, quais marcam essa mudança de visão?
·         Desde as priscas eras
·         Pensando bem
·         Aos poucos, contudo
·         Hoje, portanto
·         Então

2. No 1º parágrafo, o narrador refere-se a uma foto de um “carnaval já amarelado do século 20”. Qual é o sentido da palavra AMARELADO no contexto?
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3. A palavra CONTRABANDEADA, empregada no trecho “ou outra atriz famosa, cuja imagem foi contrabandeada para aquele álbum” pertence a uma área semântica relacionada á ilegalidade, ao proibido. O que justifica o emprego dessa palavra pelo narrador, no contexto?
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4. Releia este trecho do texto
“ tentando pegar esse aglomerado de defeitos, qualidades ansiedade, desejos e frustrações e emoldura-lo de modo a valorizar o quadro- engraçado, profundo, hedonista?”
A que se referem os adjetivos engraçado, profundo, hedonista?
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SELFIES CEREJA INTERPRETAÇÃO 9º ANO pg.29

       SEFIES (Marcelo Coelho)

           Muita gente se irrita, e tem razão, com o uso indiscriminado dos celulares. Fossem só para falar, já seria ruim. Mas servem também para tirar fotografias, e com isso somos invadidos no Facebook com imagens de gatos subindo na cortina, focinhos de cachorro farejando a câmera, pratos de torresmo, brownie e feijoada.   
           Se depender do que vejo com meus filhos —dez e 12 anos—, o tempo dos “selfies” está de todo modo chegando ao fim. Eles já começam a achar ridícula a mania de tirar retratos de si mesmo em qualquer ocasião. Torna-se até um motivo de preconceito para com os colegas.
           “Fulaninha? Tira fotos na frente do espelho.” Hábito que pode ser compreensível, contudo. Imagino alguém dedicado a melhorar sua forma física, registrando seus progressos semanais. Ou apenas entregue, no início da adolescência, à descoberta de si mesmo.
            A bobeira se revela em outras situações: é o caso de quem tira um “selfie” tendo ao fundo a torre Eiffel, ou (pior) ao lado de, sei lá, Tony Ramos ou Cauã Reymond.
           Seria apenas o registro de algo importante que nos acontece —e tudo bem. O problema fica mais complicado se pensarmos no caso das fotos de comida. Em primeiro lugar, vejo em tudo isso uma espécie de degradação da experiência.
           Ou seja, é como se aquilo que vivemos de fato —uma estadia em Paris, o jantar num restaurante— não pudesse ser vivido e sentido como aquilo que é.
           Se me entrego a tirar fotos de mim mesmo na viagem, em vez de simplesmente viajar, posso estar fugindo das minhas próprias sensações. Desdobro o meu “self” (cabe bem a palavra) em duas entidades distintas: aquela pessoa que está em Paris, e aquela que tira a foto de quem está em Paris.
            Pode ser narcisismo, é claro. Mas o narcisismo não precisa viajar para lugar nenhum. A complicação não surge do sujeito, surge do objeto. O que me incomoda é a torre Eiffel; o que fazer com ela? O que fazer de minha relação com a torre Eiffel?
            Poderia unir-me à paisagem, sentir como respiro diante daquela triunfal elevação de ferro e nuvem, deixar que meu olhar atravesse o seu duro rendilhado que fosforesce ao sol, fazer-me diminuir entre as quatro vigas curvas daquela catedral sem clero e sem paredes.
            Perco tempo no centro imóvel desse mecanismo, que é como o ponteiro único de um relógio que tem seu mostrador na circunferência do horizonte. Grupos de turistas se fazem e desfazem, há ruídos e crianças.
           Pego, entretanto, o meu celular: tiro uma foto de mim mesmo na torre Eiffel. O mundo se fechou no visor do aparelho. Não por acaso eu brinco, fazendo uma careta idiota; dou de costas para o monumento, mas estou na verdade dando as costas para a vida.
           (......)
          Talvez as coisas não sejam tão desesperadoras. Imagine-se que daqui a cem anos, depois de uma guerra atômica e de uma catástrofe climática que destruam o mundo civilizado, um pesquisador recupere os “selfies” e as fotos de batata frita.
          “Como as pessoas eram felizes naquela época!” A alternativa seria dizer: “Como eram tontas!”. Dependerá, por certo, dos humores do pesquisador.



1. No texto, o autor, Marcelo Coelho, aborda o uso do telefone celular.
a) Ele vê esse uso de maneira positiva ou negativa? Por quê?
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b) Das múltiplas funções do celular, qual é a que mais o incomoda?
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c) O que ele pensa de fotos banais, como “gatos subindo na cortina, focinhos de cachorro farejando a câmera, pratos de torresmo, brownie e feijoada?
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2. De acordo com o texto, apesar do uso quase ilimitado do celular nos dias de hoje para tirar fotos, o sefie é uma unanimidade entre os adolescentes?  Por quê?
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3. O autor se posiciona claramente sobre os selfies.
a) Em que situação ele acha que haveria sentido alguém fotografar a si mesmo?
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b) Em que tipo de situação ele rejeita os selfies?
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4. Segundo o autor, a onda dos selfies provocou uma “espécie de degradação da experiência”. Explique o que ele quer dizer com isso.
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5. Para ilustrar seu ponto de vista, o autor cita uma viagem a Paris.
a) Em tese, o que uma pessoa procura quando vai a Paris?
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b) O que muda quando ela fotografa a si mesma em Paris?
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c) Por quê o autor vê narcisismo nesse tipo de atitude?
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6. O autor explica: “Desdobro o meu ‘self’ ( cabe bem a palavra) em duas entidades distintas: aquela pessoa que está em paris, e aquela que tira foto de quem está em paris”.
Dos itens a seguir, qual indica um procedimento que não seria próprio de uma “pessoa que está em paris”? responda no caderno.
·         “Poderia unir-me a paisagem”
·         “Poderia(...) sentir como respiro diante daquela triunfal elevação de ferro e nuvem”
·         “Não por acaso eu brinco, fazendo uma careta idiota”
·         “Perco tempo no centro imóvel desse mecanismo”
·         “Poderia(...) deixar que meu olhar atravesse o seu duro rendilhado que fosforesce ao sol”

7. Interprete: Em relação ao trecho” dou de costas para o monumento, mas estou na verdade dando as costas para a vida”, por que, para o autor, o selfie indiscriminado é uma forma de negação da vida?
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8. No final do texto, supondo a destruição do mundo civilizado e a recuperação dos selfies e as fotos de batata frita, o autor imagina que o pesquisador vai dizer “Como as pessoas eram felizes naquela época!” ou “ como eram tontas!”
a) O que você acha que o pesquisador diria?
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b) Se o jornalista Marcelo coelho fosse o pesquisador, o que ele diria?
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c) E você, o que diria?


SELFIES INTERPERTAÇÃO MARCAR X 4Q

       SEFIES

           Muita gente se irrita, e tem razão, com o uso indiscriminado dos celulares. Fossem só para falar, já seria ruim. Mas servem também para tirar fotografias, e com isso somos invadidos no Facebook com imagens de gatos subindo na cortina, focinhos de cachorro farejando a câmera, pratos de torresmo, brownie e feijoada.   
           Se depender do que vejo com meus filhos —dez e 12 anos—, o tempo dos “selfies” está de todo modo chegando ao fim. Eles já começam a achar ridícula a mania de tirar retratos de si mesmo em qualquer ocasião. Torna-se até um motivo de preconceito para com os colegas.
           “Fulaninha? Tira fotos na frente do espelho.” Hábito que pode ser compreensível, contudo. Imagino alguém dedicado a melhorar sua forma física, registrando seus progressos semanais. Ou apenas entregue, no início da adolescência, à descoberta de si mesmo.
            A bobeira se revela em outras situações: é o caso de quem tira um “selfie” tendo ao fundo a torre Eiffel, ou (pior) ao lado de, sei lá, Tony Ramos ou Cauã Reymond.
           Seria apenas o registro de algo importante que nos acontece —e tudo bem. O problema fica mais complicado se pensarmos no caso das fotos de comida. Em primeiro lugar, vejo em tudo isso uma espécie de degradação da experiência.
           Ou seja, é como se aquilo que vivemos de fato —uma estadia em Paris, o jantar num restaurante— não pudesse ser vivido e sentido como aquilo que é.
           Se me entrego a tirar fotos de mim mesmo na viagem, em vez de simplesmente viajar, posso estar fugindo das minhas próprias sensações. Desdobro o meu “self” (cabe bem a palavra) em duas entidades distintas: aquela pessoa que está em Paris, e aquela que tira a foto de quem está em Paris.
            Pode ser narcisismo, é claro. Mas o narcisismo não precisa viajar para lugar nenhum. A complicação não surge do sujeito, surge do objeto. O que me incomoda é a torre Eiffel; o que fazer com ela? O que fazer de minha relação com a torre Eiffel?
            Poderia unir-me à paisagem, sentir como respiro diante daquela triunfal elevação de ferro e nuvem, deixar que meu olhar atravesse o seu duro rendilhado que fosforesce ao sol, fazer-me diminuir entre as quatro vigas curvas daquela catedral sem clero e sem paredes.
            Perco tempo no centro imóvel desse mecanismo, que é como o ponteiro único de um relógio que tem seu mostrador na circunferência do horizonte. Grupos de turistas se fazem e desfazem, há ruídos e crianças.
           Pego, entretanto, o meu celular: tiro uma foto de mim mesmo na torre Eiffel. O mundo se fechou no visor do aparelho. Não por acaso eu brinco, fazendo uma careta idiota; dou de costas para o monumento, mas estou na verdade dando as costas para a vida.
           (......)
          Talvez as coisas não sejam tão desesperadoras. Imagine-se que daqui a cem anos, depois de uma guerra atômica e de uma catástrofe climática que destruam o mundo civilizado, um pesquisador recupere os “selfies” e as fotos de batata frita.
          “Como as pessoas eram felizes naquela época!” A alternativa seria dizer: “Como eram tontas!”. Dependerá, por certo, dos humores do pesquisador.


1. Nesse texto, o autor, Marcelo Coelho, aborda o uso do telefone celular. De acordo com o
texto, NÃO é correto afirmar que o autor:
A) vê, terminantemente, o uso do celular de forma negativa.
B) critica o selfie banal, como fotografar-se tendo ao fundo a torre Eiffel.
C) considera como entidades distintas a pessoa que está em Paris e a que tira foto de quem está em Paris.
D) considera razoável que alguém faça um registro de si mesmo com finalidade prática.

2. O texto  tem como objetivo:
A) descrever as múltiplas funções do celular.
B) relatar situações corriqueiras e desinteressantes do uso ilimitado do celular.
C) instruir os leitores sobre o uso adequado dos selfies.
D) ilustrar o ponto de vista do autor sobre o uso dos selfies.

3. Por suas características formais, por sua função e uso, o texto pertence ao gênero:
A) artigo de opinião por se tratar de um posicionamento do autor diante de um tema atual.
B) depoimento, pela apresentação de experiências pessoais.
C) relato, pela descrição minuciosa de fatos verídicos.
D) reportagem, pelo registro impessoal de situações reais.

4. No trecho “Se depender do que vejo com meus filhos – dez e 12 anos –, o tempo dos “selfies” está de todo modo chegando ao fim”, o travessão:
A) destaca um esclarecimento.
B) substitui os dois-pontos.
C) indica a fala no discurso direto.
D) isola um chamamento.


CRÔNICA A VISITA CEREJA INTERPRETAÇÃO 9º ANO pag. 107

A VISITA ( WALCYR CARRASCO)
            Há pessoas que ficam guardadas na alma da gente. De repente minha memória ilumina um sorriso, uma palavra, um gesto de alguém que não vejo há muito tempo. No último Dia das Mães, resolvi rever minha antiga professora de ciências, dona Thelma. Estudei com ela no Instituto de Educação Monsenhor Bicudo, em Marília, no interior de São Paulo, no tempo em que o ensino médio era chamado de ginásio. Mas perdi o contato: fui criado na cidade somente até os 15 anos. Quando minha família se mudou, veio completa. Não deixamos parentes a quem visitar. Durante mais de quarenta anos, não voltei a Marília. Sempre me lembrava de dona Thelma, mas, contraditoriamente, nunca a visitei.
          Uma ex-colega de classe, Malau, que também só revi recentemente, localizou seu endereço. Minha mãe raramente comparecia às festas escolares quando eu era garoto. Em um Dia das Mães os alunos receberam rosas para oferecer. Entreguei a minha a dona Thelma, que, às vezes, eu chamava de mãe, um pouco por malandragem. Certa vez, na fila do cinema, dona Thelma chegou com o filho pequeno e me pediu para comprar seu ingresso. O funcionário proibiu:
          — Não pode comprar, ela tem de ir para o fim da fila!
          Gritei, muito espertinho: — Mas ela é minha mãe!
          — Ah, se é mãe, pode!
          Passei a chamá-la de mãe e sempre recebia um sorriso cúmplice de volta!
          Em suas aulas contemplei a beleza das células através do microscópio. Apaixonei-me pela teoria da evolução das espécies. Ela me ensinou a pesquisar por conta própria, já que gostava tanto do tema.
           Assim, um pouco me sentindo como um molequinho, apareci de surpresa em sua casa, em Marília. Em dúvida sobre o presente adequado, levei uma caixa de bombons e o meu livro Anjo de Quatro Patas. Ela me recebeu com o mesmo sorriso e os gestos leves, divertidos, juvenis apesar dos seus 77 anos.
         — Nem estou arrumada! Entre, entre!
          Adorou os bombons, autografei o livro. Serviu café com bolo. Quis saber da minha carreira. Eu, de sua vida: teve cinco filhos. O mais velho mora nos Estados Unidos, a mais nova com ela. Aposentada, dedica- se a seu marido, João Décio, professor de literatura da Unesp, autor de quatro livros.
          Falou da juventude, dos tempos de pobreza durante a faculdade. Da vida de professora. Lembramos meus tempos de escola. Mui tas vezes, na época, eu a visitava. Ela me dava xerox das poesias que o marido usava como material para as aulas na universidade. Assim conheci Fernando Pessoa e Florbela Espanca.
          Mas durante todo o tempo da visita tinha a sensação de que deveria ter levado um presente mais valioso. De repente confessei:
          — Odiamos quando você começou a nos dar aulas!
          — Verdade?
          — Ainda me lembro da primeira prova. Decorei tudo. Só caíram perguntas que exigiam raciocínio! Foi um desastre.
Ela riu.
          — Sempre fui contra a decoreba.
          — Depois eu comecei a juntar uma coisa com a outra. Você também me mostrou como fazer pesquisa. Fiz uma pausa, procurando as palavras certas.
          — Tudo o que aprendi com você me acompanha até agora, Thelma. Sabe, você me ensinou a pensar. Eu não teria me tornado quem sou hoje se você não tivesse sido minha professora.
           Compreendi que meu verdadeiro presente estava além do material. Era meu profundo agradecimento por ela ter existido em minha vida. O brilho de seus olhos me disse quanto se sentiu gratificada. Eu também, pela oportunidade de dizer que ela se tornou inesquecível não só para o garoto que eu fui, mas também para o homem em que me transformei.

1. A crônica “ A visita” narra o reencontro, depois de anos, do narrador com sua ex-professora de Ciências , dona Thelma.
a) Que sentimento ele, agora adulto, cultiva em relação a sua professora?
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b) Por que ele perdeu contato com sua ex-professora?
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c) Por que ele considera contraditório nunca tê-la visitado?
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2. O narrador comenta: “No último Dia das mães, resolvi rever minha antiga professora de Ciência dona Thelma”. Por que se lembrou da professora e resolveu revê-la justamente no dia Das Mães?
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3. A professora de Ciências marcou a vida do narrador.
a) De que ele mais gostava em sua professora?
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b) Do que não gostou? Por quê?
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c) Em relação ao que não gostou em sua professora, hoje ele ainda pensa assim?
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4. Releia este trecho e levante hipóteses.
“ Em dúvida sobre o presente adequado, levei uma caixa de bombons e o meu livro Anjo de Quatro patas”
a) Qual é a profissão do narrador?
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b) Em que medida a professora pode ter contribuído para que ele despertasse para essa profissão?
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5. Em certo momento da conversa, ele procura “as palavras certas”. No contexto, o que isso significa?
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6. Observe o trecho: “Mas durante todo o tempo da visita tinha a sensação de que deveria ter levado um presente mais valioso”.
a) Nesse momento, o que ele estava imaginando que fosse um “presente mais valioso”?
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b) Aos poucos, entretanto, o narrador percebe que já estava dando a ela um presente ainda mais valioso. Qual era ele?
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c) Ele, que foi levar um presente á sua professora, também foi presenteado? Explique.
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7. Considerando que o narrador visita sua ex-professora no Dias das mães e gostava de chama-la de “mãe” quando era menino, você acha que o que o narrador sente por sua professora é uma forma de amor?
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8. E você também teve um professor especial, que marcou a sua vida? Se sim, conte para seus amigos.
R. pessoal


CONTO CEREJA FELICIDADE CLANDESTINA 9º ANO INTERPRETAÇÃO

FELICIDADE CLANDESTINA

         Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.
        Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como "data natalícia" e "saudade". 
         Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.
        Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato. 
        Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria.
        Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança da alegria: eu não vivia, eu nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.
        No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez.
        Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono de livraria era tranquilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do "dia seguinte" com ela ia se repetir com meu coração batendo.
        E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra. Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. As vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados.
         Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler!
        E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: "E você fica com o livro por quanto tempo quiser." Entendem? Valia mais do que me dar o livro: "pelo tempo que eu quisesse" é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de quere.
        Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo.
        Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada.
        Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo. 
        Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.

Felicidade Clandestina
Clarice Lispector Felicidade Clandestina.

1. Os três primeiros parágrafos formam a introdução do conto lido. Nele são apresentadas as características das personagens da história.
a) Quais são as personagens principais da história?
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b) Como é feita a caracterização das personagens: de modo  superficial ou de modo minucioso, aprofundado?
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c) Que aspectos dessas personagens são ressaltados?
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2. Embora a filha do dono de livraria não tivesse muitas qualidades, algo a fazia parecer superior aos olhos da narradora. O que era?
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3. Observe estes trechos do texto:
“Mas que talento tinha para a crueldade”
“Ela toda era pura vingança”
a) Por que, na opinião da narradora, a outra menina tinha talento para a crueldade?
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b) Qual a explicação da narradora para o ódio e o desejo de vingança da menina?
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4. Releia este trecho:
“ Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente informou-me que possuía As Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato”
a) O emprego da expressão como casualmente da a entender que a iniciativa da filha do dono de livraria foi uma ação casual ou planejada?
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b) O que a menina provavelmente imaginou a respeito da importância do livro para a narradora? Justifique sua resposta.
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5.  A posse do livro As Reinações de Narizinho possibilitou a menina exercer sobre a narradora uma “tortura chinesa” num jogo infindável de promessas e mentiras.
a) Que características da menina e da narradora se observam nesta relação?
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b) Que consequências físicas resultam dessa tortura para a narradora?
........................................................................................................................................c) Explique: Por que a narradora se submetia a esse jogo criado pela menina
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6. Um dia, a mãe descobre o jogo que a menina vinha fazendo com a narradora.
a) O que parece ter chocado mais a mãe nessa descoberta?
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b) O que a decisão da mãe representou para a narradora?
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7. Nos três últimos parágrafos do texto, a narradora tem atitudes que surpreendem.
a) Por quê?
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b) Levante hipóteses: Por que a narradora fingia que não sabia onde tinha guardado o livro e depois “achava-o”?
........................................................................................................................................c) Interprete: Que relação há entre as atitudes surpreendentes da narradora e o título  “felicidade clandestina”, dado ao conto?
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8. Com base em suas respostas anteriores, interprete o final do texto: “Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com seu amante”

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