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segunda-feira, 1 de junho de 2020

CRÔNICA O MATO RUBEM BRAGA 9º ANO RIO 18


CRÔNICA O MATO RUBEM BRAGA 9º ANO RIO 18

O mato
       Veio o vento frio, e depois o temporal noturno, e depois da lenta chuva que passou toda a manhã caindo e ainda voltou algumas vezes durante o dia, a cidade entardeceu em brumas. Então o homem esqueceu o trabalho e as promissórias, esqueceu a condução e o telefone e o asfalto, e saiu andando lentamente por aquele morro coberto de um mato viçoso, perto de sua casa. O capim cheio de água molhava seu sapato e as pernas da calça; o mato escurecia sem vaga-lumes nem grilos.
        Pôs a mão no tronco de uma árvore pequena, sacudiu um pouco, e recebeu nos cabelos e na cara as gotas de água como se fosse uma benção. Ali perto mesmo a cidade murmurava, estava com seus ruídos vespertinos, ranger de bondes, buzinar impacientes de carros, vozes indistintas; mas ele via apenas algumas árvores, um canto de mato, uma pedra escura. Ali perto, dentro de uma casa fechada, um telefone batia, silenciava, batia outra vez, interminável, paciente, melancólico. Alguém, com certeza já sem esperança, insistia em querer falar com alguém.
         Por um instante, o homem voltou seu pensamento para a cidade e sua vida. Aquele telefone tocando em vão era um dos milhões de atos falhados da vida urbana. Pensou no desgaste nervoso dessa vida, nos desencontros, nas incertezas, no jogo de ambições e vaidades, na procura de amor e de importância, na caça ao dinheiro e aos prazeres. Ainda bem que de todas as cidades do mundo o Rio é a única a permitir a evasão fácil para o mar e a floresta. Ele estava ali num desses limites entre a cidade dos homens e a natureza pura; ainda pensava em seus problemas urbanos – mas um camaleão correu de súbito, um passarinho piou triste em algum ramo, e o homem ficou atento àquela humilde vida animal e também à vida silenciosa e úmida das árvores, e à pedra escura, com uma pele de musgo e seu misterioso coração mineral.
        E pouco a pouco ele foi sentindo uma paz naquele começo de escuridão, sentiu vontade de deitar e dormir entre a erva úmida, de se tornar um confuso ser vegetal, num grande sossego, farto de terra e de água; ficaria verde, emitiria raízes e folhas, seu tronco seria um tronco escuro, grosso, seus ramos formariam copa densa, e ele seria, sem angústia nem amor, sem desejo nem tristeza, forte, quieto, imóvel, feliz.
Rubem Braga BRAGA, Rubem. O lavrador de Ipanema. Rio de Janeiro: Record, 2003.
1- No primeiro parágrafo existem trechos que marcam a passagem do tempo, explicitam espaço e modo. Transcreva-os.
Tempo__________________________________________________________
Espaço_________________________________________________________
Modo__________________________________________________________

2- Em que parte do dia se passa a crônica? Justifique sua resposta com um trecho do texto:
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3- Qual a causa de o homem ter recebido gotas de água na cara e nos cabelos? (2º. parágrafo)
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4- Que características humanas foram dadas ao telefone, no segundo parágrafo?
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5- Qual o sentido dos termos “ atos falhados” no terceiro parágrafo?
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6- A que se referem, no terceiro parágrafo, as palavras: desencontros, incertezas, jogo de ambições, procura de amor etc?
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7- De acordo com o texto, o que faz o Rio ser diferente de outras cidades?
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8- Que termos são usados pelo cronista para fazerem oposição à “natureza pura”, no terceiro parágrafo?
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9- O que permitiu ao homem ir se sentindo pouco a pouco em paz? Que trecho do texto ratifica essa afirmação?
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10- Qual o tema do texto?
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CANÇÃO O ANO PASSADO 9º ANO RIO18


CANÇÃO O ANO PASSADO 9º ANO RIO18
O ano passado
Roberto Carlos e Erasmo Carlos
O ouro no ano passado subiu sem parar
Os gritos na bolsa falaram de outros valores
Corpos estranhos no ar Silenciosos voadores
Quem sabe olhando o futuro do ano passado
O mar quase morre de sede no ano passado
Os rios ficaram doentes com tanto veneno
Diante da economia
Quem pensa em ecologia
Se o dólar é verde é mais forte que o verde que havia
O que será o futuro que hoje se faz
A natureza, as crianças e os animais?
Quantas baleias queriam nadar como antes
Quem inventou o fuzil de matar elefantes?
Quem padeceu de insônia
Com a sorte da Amazônia
Na lei do machado mais forte do ano passado?
Não adianta soprar a fumaça do ar
As chaminés do progresso não podem parar
Quem sabe um museu no futuro
Vai guardar em lugar seguro
Um pouco de ar puro relíquia do ano passado
O que será o futuro que hoje se faz
A natureza, as crianças e os animais?
Os campos risonhos um dia tiveram mais flores
E os bosques tiveram mais vida e até mais amores
Quem briga com a natureza
Envenena a própria mesa [...]
O que será o futuro que hoje se faz
A natureza as crianças e os animais
 O que será o futuro que hoje se faz
http://musica.com.br/artistas/roberto-carlos/m/o-ano-passado/letra.htm


1- Que efeito produz no leitor o uso da expressão “outros valores” no 2.º verso?
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2 - O que significa a expressão “futuro do ano passado”?
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3- Que crítica podemos perceber nos versos “Quem padeceu de insônia/Com a sorte da Amazônia/Na lei do machado mais forte do ano passado?”?
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4- Que verso explica por que “não adianta soprar a fumaça no ar”?
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5 - De que assunto trata o texto? E qual o tema do texto?
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6 – No caderno pedagógico do primeiro bimestre, você estudou a linguagem figurada. Uma figura de linguagem bastante significativa é a personificação, que consiste em atribuir ações, qualidades e sentimentos humanos a animais e a seres inanimados. Aponte, na letra da canção, a ocorrência de personificação.
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7 - Com que texto dialogam os versos “Os campos risonhos um dia tiveram mais flores/E os bosques tiveram mais vida e até mais amores”. Qual o efeito do uso do tempo verbal nesses versos?
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8- Indique trechos do texto em que se critique
a) a valorização dos aspectos materiais em detrimento do cuidado com o meio ambiente:
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b) o progresso a qualquer custo:
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TEXTO DE OPINIÃO POSTO LOGO EXISTO RIO18


TEXTO DE OPINIÃO POSTO LOGO EXISTO RIO18
Posto, logo existo
Martha Medeiros
       Começam a pipocar alguns debates sobre as consequências de se passar tanto tempo conectado à internet. Já se fala em “saturação social”, inspirado pelo recente depoimento de um jornalista do “New York Times” que afirmou que sua produtividade no trabalho estava caindo por causa do tempo consumido por Facebook, Twitter e agregados, e que se vê hoje em dia diante da escolha entre cortar seus passeios de bicicleta ou “alguns desses hábitos digitais que estão me comendo vivo”.
       Antropofagia virtual. O Brasil, pra variar, está atrasado (aqui, dois terços dos usuários ainda atualizam seus perfis semanalmente), pois no resto do mundo já começa a ser articulado um movimento de desaceleração dessa tara por conexão: hotéis europeus prometem quartos sem wi-fi como garantia de férias tranquilas, empresas americanas desenvolvem programas de softwares que restringem o acesso a web, e na Ásia crescem centros de recuperação de viciados em internet. Tudo isso por uma simples razão: existir é uma coisa, viver é outra.
       Penso, logo existo. Descartes teria que reavaliar esse seu cogito, ergo sum, pois as pessoas trocaram o verbo pensar por postar. Posto, logo existo.
       Tão preocupadas em existir para os outros, as pessoas estão perdendo um tempo valioso em que poderiam estar vivendo, ou seja, namorando, indo à praia, trabalhando, viajando, lendo, estudando, cercados não por milhares de seguidores, mas por umas poucas dezenas de amigos. Isso não pode ter se tornado tão obsoleto.
       Claro que muitos usam as redes sociais como forma de aproximação, de resgate e de compartilhamento – numa boa. Se a pessoa está no controle do seu tempo e não troca o virtual pelo real, está fazendo bom uso da ferramenta. Mas não tem sido a regra. Adolescentes deixam de ir a um parque para ficarem trancafiados em seus quartos, numa solidão disfarçada de socialização. Isso acontece dentro da minha casa também, com minhas filhas, e não adianta me descabelar, elas são frutos da sua época, os amigos se comunicam assim, e nem batendo com um gato morto na cabeça delas para fazê-las entender que a vida está lá fora. Lá fora!! Não me interessa que elas existam para Tati, pra Rô, pro Cauê. Quero que elas vivam.
        O grau de envolvimento delas com a internet ainda é mediano e controlado, mas tem sido agudo entre muitos jovens sem noção [...]. São garotos e garotas que não se sentem com sua existência comprovada, e para isso se valem de bizarrice na esperança de deixarem de ser “ninguém” para se tornarem “alguém”, mesmo que alguém medíocre.
       Casos avulsos, extremos, mas estão aí, ao nosso redor. Gente que não percebe a diferença entre existir e viver. Não entendem que é preferível viver, mesmo que discretamente, do que existir de mentirinha para 17.870 que não estão nem aí.
Revista O Globo. Ano 8. 25 de março de 2012.
1- Qual o sentido da palavra pipocar, no primeiro parágrafo?
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2- Qual a causa de a produtividade no trabalho de um jornalista do “New York Times” ter diminuído?
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3- O trecho “ alguns desses hábitos digitais que estão me comendo vivo” , no primeiro parágrafo, aparece entre aspas. Por quê?
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4- O que tem sido feito na Europa e nos Estados Unidos para diminuir o uso da internet? Retire do texto o trecho que confirma sua resposta.
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5- Segundo o texto, o que significa fazer bom uso das ferramentas virtuais? ______________________________________________________________________________________________________________________________

6- A crônica, gênero textual em que fatos do cotidiano estão presentes, possui, geralmente, uma linguagem informal para tentar se aproximar de seus leitores. Retire do texto dois exemplos que comprovam essa afirmação: ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

7- A quem se refere a palavra destacada no trecho: “ O grau de envolvimento delas com a internet ainda é mediano e controlado [...]”. (6.º parágrafo) ______________________________________________________________________________________________________________________________

8- O que significa, no texto, “solidão disfarçada de socialização”. (5.º parágrafo) ______________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________

9- Qual o efeito de sentido das exclamações e da repetição em “Lá fora!!”, no quinto parágrafo?
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10- . Qual a tese defendida no texto? Cite um parágrafo que contenha argumentos usados para defendê-la:
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TEXTO DE OPINIÃO GERAÇÃO CELULAR RIO 18



GERAÇÃO CELULAR
      Mal podemos imaginar a vida dos adolescentes sem os telefones móveis: multifuncionais, eles servem como gravadores de música, central de comunicação, símbolo de status – cientistas estudam a relação dos jovens com esses aparelhos para compreender o comportamento de grupos e desvendar interesses
Revista Mente e Cérebro - junho de 2009 , por Annete Schäfer.

      Nos dias de hoje, encontrar um adolescente que não tenha um celular é tão improvável quanto achar um menino de 13 anos que seja fã de ópera ou uma menina de 15 que não se preocupe com a aparência. Nenhum grupo incorporou tão rápida e amplamente a tecnologia à sua rotina quanto os jovens de 12 a 19 anos. [...]
      Mas qual o efeito causado pelo uso constante desses aparelhos nos relacionamentos e no comportamento? Nos últimos anos, cientistas alemães estudaram essa questão minuciosamente e por meio de entrevistas com adolescentes e seus pais – observando atitudes dos estudantes na escola, linguagem e conteúdo de mensagens enviadas e recebidas – foi possível mapear o “comportamento telefônico” dos grupos. Os pesquisadores constataram que os celulares mudaram a vida dos adolescentes sob vários aspectos – muitos deles para melhor. Um exemplo disso foi na organização do dia. Assim como para os adultos, o celular ajuda os adolescentes a manter o controle da sua vida: é possível informar os pais de que estão saindo da aula, avisar sobre seus planos para a tarde, marcar atividades escolares e lúdicas – tudo simultaneamente. [...]
     A maioria dos jovens que usam celulares concorda que é importante seguir algumas regras, que entre pessoas de outras faixas etárias poderiam ser facilmente contestadas. Por exemplo, julgam grosseiro não enviar uma resposta rápida para um recado deixado na caixa postal ou um SMS (short message service, em inglês): um “atraso” de 20 a 40 minutos ainda é aceitável   – mais que isso costuma ser tomado como falta de educação. Mais: o celular pode (e deve) ser utilizado a toda hora e em qualquer lugar. Muitas vezes, no caminho da escola para casa, eles ligam para os amigos com quem acabaram de passar a manhã. [...]
     A professora de psicologia Nicola Döring, da Universidade Técnica de Ilmenau, na Alemanha, analisou o conteúdo de mil mensagens instantâneas. Os resultados mostram que os jovens não usam o celular apenas para a troca de informações objetivas, mas para participar da rotina do outro, expressar proximidade, afeto e dar vazão aos sentimentos. Segundo estudo norueguês de 2005, feito com aproximadamente 12 mil jovens, com idade entre 13 e 19 anos, a troca de carinhos virtuais é considerada por eles como essencial para seus relacionamentos e parece funcionar como uma espécie de “reanimador”: os resultados mostraram que, quanto mais um adolescente telefonava ou mais mensagens escrevia, menor a possibilidade de se sentir solitário. [...]
     O advento do celular também mudou relacionamentos familiares e despertou controvérsias. Por um lado, existem questões bem práticas a ser relevadas, como o valor da conta no final do mês [...]. Por outro, o celular interfere na estrutura de poder entre pais e filhos. Na puberdade, o desejo parental de controle e a necessidade de liberdade dos adolescentes entram inevitavelmente em conflito. Isso acontece em todas as gerações – o celular, porém, modificou a forma como esses impasses são resolvidos. Assim, o limite entre estar em casa e estar fora torna-se confuso. Um jovem com celular próprio pode entrar em contato com seus amigos a qualquer momento e em qualquer lugar sem a interferência dos pais. E estes, por sua vez, podem participar mais intensamente da vida de seus filhos.
       O telefone móvel ainda pode ter outras graves consequências para os jovens. Como ocorre com toda nova tecnologia, existe o risco de abuso. Alguns estudos isolados indicam que jovens podem desenvolver dependência do celular. Em uma pesquisa americana feita em 2005, foi pedido a 102 universitários que passassem dois dias inteiros sem usar o aparelho. Apenas 82 concordaram e somente 12 conseguiram chegar ao fim da experiência. [...]
Adaptado de http://www2.uol.com.br/vivermente/reportagens/geracao_celular.html Acesso em 06 03 2016.
1- No primeiro parágrafo, destaque os termos que estabelecem uma relação de comparação.
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2- Explique o significado do uso das aspas nos seguintes trechos do texto:
a)”[...] foi possível mapear o “comportamento telefônico” dos grupos.” - _______________________________________________________________
b) ‘[...] parece funcionar como uma espécie de “reanimador”: ‘ - _______________________________________________________________

3- Qual o significado da palavra destacada no trecho: “Na puberdade, o desejo parental de controle e a necessidade de liberdade dos adolescentes [...].” __________________________________________________________________________________________________________________________

4- Segundo o texto, qual o efeito, no jovem, da troca de mensagens pelo celular?
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5- No penúltimo parágrafo do texto, sublinhe o trecho em que são colocadas em paralelo duas controvérsias quanto ao uso do celular e as relações familiares: questões práticas / estrutura de poder entre pais e filhos. Que expressão liga essas ideias, construindo o paralelismo e estabelecendo uma relação de oposição?
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6- Releia os trechos:
“Por exemplo, julgam grosseiro não enviar uma resposta rápida para um recado deixado na caixa postal ou um SMS (short message service, em inglês): um “atraso” de 20 a 40 minutos ainda é aceitável – mais que isso costuma ser tomado como falta de educação.”

“Muitas vezes, no caminho da escola para casa, eles ligam para os amigos com quem acabaram de passar a manhã.”
Explique em qual dos trechos há um fato e em qual há uma opinião.
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TEXTO DE OPINIÃO CÉREBRO R CELULARES RIO 18


TEXTO DE OPINIÃO CÉREBRO R CELULARES RIO 18

Cérebros e celulares: aliados ou inimigos?
Leonardo Faria - 06/11/2015
        Há cerca de trinta anos, algumas das maiores empresas de tecnologia do mundo, como a Apple, IBM e Ericsson já vislumbravam o futuro da comunicação interpessoal. Na verdade, com o surgimento da internet, muita coisa mudou. E mudou também a forma como as pessoas veem umas às outras e interagem entre si. Aquela conversa que se estendia por horas e horas, na porta de casa, com o intuito de atualizar todo tipo de assunto, ou mesmo o envio de cartas, recados e telegramas foram cedendo espaço a aparelhos portáteis cada vez mais funcionais [...].
       Telefones públicos, máquinas fotográficas, agendas, calculadoras portáteis, relógios, alarmes, bloco de anotações… A velocidade com que isso tudo vai ficando restrito ao passado é realmente assustadora. E chega a preocupar os especialistas. Será que o futuro é negativo no que diz respeito aos aspectos sociais humanos mais primitivos? Será que as pessoas estão preferindo teclar a conversar umas com as outras? Que tipo de impacto o uso dos smartphones pode trazer para o cérebro das pessoas e para a sociedade como um todo?
       O futuro é incerto e os cientistas já correm contra o tempo para descobrir o melhor uso de toda essa tecnologia. Algumas descobertas já merecem a nossa atenção. Refletir sobre o assunto é necessário.
[...]
      Recentemente, pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Boston levantaram questões interessantes sobre o uso dos tablets e smartphones como ferramentas educacionais adicionais. As conclusões foram publicadas na revista Pediatrics. Uma das maiores preocupações dos pesquisadores foi em relação ao comportamento cada vez mais difundido de se utilizar esses dispositivos para acalmar as crianças.
       Embora haja estudos com conclusões diferentes, os pesquisadores descobriram que o uso da tela interativa por crianças com idade inferior a três anos poderia prejudicar também o desenvolvimento das habilidades matemáticas e relacionadas às ciências. Outros estudos, no entanto, identificaram alguns benefícios do uso desses dispositivos móveis, como o aumento da taxa de alfabetização precoce, e um melhor engajamento acadêmico em alunos com autismo.
       Houve evidências de que alguns livros eletrônicos e aplicativos para aprender a ler poderiam ajudar na formação do vocabulário e compreensão de leitura. Entretanto, os dados se relacionaram positivamente a crianças mais próximas da idade escolar.
1- O que, segundo o texto, foi responsável pela mudança da comunicação interpessoal?
______________________________________________________________________________________________________________________________ 2- No primeiro parágrafo são citadas algumas mudanças da interação entre pessoas. Que mudanças são essas?
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3- O que expressa o uso das reticências no trecho “Telefones públicos, máquinas fotográficas, agendas, calculadoras portáteis, relógios, alarmes, bloco de anotações…”
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4- A que se referem os termos destacados no trecho: “A velocidade com que isso tudo vai ficando restrito ao passado é realmente assustadora.” ?
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5- O texto apresenta uma conclusão a que chegaram os pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Boston em relação ao uso de tablets e smatphones por crianças com menos de três anos. Que conclusão foi essa?
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6- O uso de várias perguntas, no segundo parágrafo, ajuda a reforçar que ideia do texto?
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7- Você sabe que existem palavras que fazem a conexão das ideias no texto, estabelecendo relações – de causa, de consequência, de oposição, dentre outras. Qual a relação estabelecida pelo termo destacado no trecho “O futuro é incerto e os cientistas já correm contra o tempo para descobrir o melhor uso de toda essa tecnologia.”?
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8- Substitua a palavra destacada no trecho: “Embora haja estudos com conclusões diferentes [...]” por uma expressão sem alterar o significado do texto.
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9- Qual o efeito que a informação “As conclusões foram publicadas na revista Pediatrics.” confere ao texto?
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10- Transcreva do texto argumentos favoráveis ao uso de tablets e smatphones:
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11- Volte ao penúltimo parágrafo. Nele fica explícito que há opiniões diferentes sobre o mesmo tema, em estudos diferentes. Que palavra estabelece a relação de oposição entre os estudos?
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TEXTO DE OPINIÃO A PICANHA E O UNIVERSO 9º ANO RIO18


TEXTO DE OPINIÃO A PICANHA E O UNIVERSO 9º ANO RIO18

A picanha e o Universo

         A ferramenta mais potente do mundo é essa massa gosmenta que fica entre as suas orelhas. Ela pesa o mesmo que uma picanha bovina, pode ser erguida com uma só mão, e ainda assim cabe um universo inteiro dentro dela. São 86 bilhões de neurônios, conectados entre si por 100 trilhões de sinapses, o que resulta num número infinito de caminhos diferentes para um impulso nervoso percorrer. Dessa infinitude emerge toda a espetacular diversidade humana.
       As pinturas rupestres de Lascaux, os textos sagrados das religiões antigas, os afrescos da Capela Sistina, as leis de Newton, as sinfonias de Beethoven, as canções dos Beatles, os toques de bola de Pelé, o design do Iphone, o roteiro de Breaking Bad – cada uma dessas maravilhas surgiu na escuridão de algum cérebro humano. Inteligência, memória, percepção, humor, amor, consciência, emoção, intuição. Cada uma das mais profundas capacidades que nos definem se origina ali.
       Ao longo da história, o cérebro humano desvendou os mais íntimos segredos da matéria, a lógica da vida, os confins do Universo, a bilhões de anos-luz daqui. É impressionante que um órgão de pouco mais de 1 quilo na cabeça de um primata sem pelos de um planeta da periferia de uma galáxia qualquer tenha compreendido tanto. Mas é impressionante também que falte tanto para o cérebro humano compreender do próprio cérebro humano. Nossa complexa máquina de entender coisas é complexa demais até para ela própria.  
     Aqui na SUPER nosso trabalho é alimentar o seu cérebro. Natural que, ao longo dos anos, tenhamos produzido dezenas de grandes reportagens sobre o próprio cérebro e suas capacidades. As mais marcantes entre elas estão nesta edição. Espero que o seu cérebro goste.

Denis Russo Burgierman DIRETOR DE REDAÇÃO Revista Superinteressante, edição 354 – Novembro de 2015.
1 – No primeiro parágrafo são dadas algumas pistas para que você entenda que o texto se refere ao cérebro humano. Indique uma dessas pistas:
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2 – Você percebeu que o primeiro parágrafo do texto se refere ao cérebro de um modo que pode até ser considerado negativo para depois mostrar que ele é mesmo “a ferramenta mais potente do mundo”, numa relação de oposição. Que expressão explicita essa relação?
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3 - Resuma, com suas palavras, a ideia principal do segundo parágrafo:
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4- No terceiro parágrafo, destaque a marca que revele uma opinião sobre um fato.
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5 – Ainda no terceiro parágrafo há dois fatos considerados impressionantes e contrapostos. Qual o conectivo que marca essa contraposição, essa relação de oposição?
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6 – Destaque dois trechos do texto em que você perceba a interlocução com o leitor:
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7 – Qual a finalidade desse texto? Explique citando um trecho.
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TEXTO DE OPINIÃO ESTAMOS MAIS INTELIGENTES RIO18


TEXTO DE OPINIÃO ESTAMOS MAIS INTELIGENTES RIO18

Estamos mais inteligentes
António Damásio
O neurocientista português afirma que o cérebro se adapta bem ao ritmo veloz das novas tecnologias digitais
       É inegável que os novos meios de comunicação facilitam a vida, ao acelerar os contatos e a colaboração entre pessoas de regiões e continentes distantes. No entanto, isso não se dá sem consequências para o cérebro. A internet, as mensagens instantâneas e o correio eletrônico obedecem a um tempo virtual, um tempo acelerado, descolado e diferente do tempo do mundo real. Ele se desenrola de forma muito mais lenta. É o tempo ao qual o cérebro se adaptou para desenvolver suas funções cognitivas ao longo da evolução da nossa espécie.
       Não é apenas a velocidade dos novos meios digitais que estimula e impacta o cérebro. A multiplicidade de tarefas que realizamos ao mesmo tempo graças aos meios digitais também cobra um preço das funções cognitivas. Para conseguir processar, analisar e responder de forma adequada à enorme quantidade de informações recebidas, o cérebro precisa se adaptar ao tempo acelerado do mundo virtual. E o cérebro consegue fazer isso, pois ele é muito maleável e adaptável às novas condições.
       Essa adaptação do cérebro a um acelerado mundo multitarefa é tão fácil e mais rápida quanto mais jovens somos. Não por acaso, as crianças e adolescentes que nasceram e cresceram fazendo uso das novas tecnologias têm mais facilidade para processar e fazer uso do volume crescente de informações da nossa civilização tecnológica.[...]
       A capacidade do cérebro das crianças e adolescentes para se adaptar a um mundo com múltiplas tarefas também tem um custo: a dificuldade de concentração. É comum ver adolescentes que conseguem realizar três, quatro, cinco tarefas ao mesmo tempo, como responder e-mail, enviar mensagens de texto e falar ao celular, mas apresentam dificuldade de concentração quando executam uma única tarefa, que exige maior grau de atenção, compreensão e reflexão, como ler um livro e interpretar um texto.
       Há estudiosos que se apressam em enxergar nessa dificuldade de concentração uma primeira evidência dos malefícios cognitivos da era da informação. Enxergam aí a raiz para o que consideram o efeito emburrecedor da internet sobre os adolescentes. É uma conclusão muito apressada. [...] Ainda é muito cedo para sabermos quais serão as alterações cerebrais e cognitivas que o atual dilúvio de informações acarretará no cérebro humano.
       [...] O ser humano nunca foi mais inteligente e criativo do que hoje. [...] Desde a evolução de nossa espécie, o cérebro vem sendo cada vez mais exigido e moldado para responder às mudanças ambientais e sociais.
       O ser humano da nossa civilização tecnológica é estimulado a desenvolver e usar funções cerebrais mais complexas e sofisticadas que as exigidas no passado [...]. Até o momento, graças à incrível capacidade de adaptação do nosso cérebro, o Homo sapiens tem conseguido responder às pressões do meio, sejam elas provenientes do mundo real ou do mundo virtual. Estamos ficando cada vez mais inteligentes – não o contrário. Nada indica que esse processo atingiu o seu limite. Não sabemos qual será esse limite nem se ele existe.
Adaptado de Revista Época. 31 de outubro de 2011.
1 - No trecho “Ele se desenrola de forma muito mais lenta”, do primeiro parágrafo, a que se refere a palavra em destaque?
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2 - De acordo com o primeiro parágrafo, que diferença há entre o tempo do mundo real e o do mundo virtual?
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3- Além da velocidade dos meios digitais, que outro aspecto das novas tecnologias estimula o cérebro?
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4- Que características tem o cérebro que permitem que ele acompanhe o tempo do mundo virtual?
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5- Transcreva do terceiro parágrafo o trecho que contém uma ideia de proporcionalidade, destacando os termos que indicam essa relação: ______________________________________________________________________________________________________________________________

6-Que facilidade e que dificuldade as crianças e adolescentes apresentam em relação ao uso das novas tecnologias?
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7- No trecho “Enxergam a raiz para o que consideram o efeito emburrecedor da internet sobre os adolescentes.”, a que se refere o termo em destaque?
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8- No quinto parágrafo, qual a opinião do autor sobre a conclusão a que chegaram os estudiosos sobre a dificuldade de concentração dos adolescentes?
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9- Ainda no quinto parágrafo, que termo é uma hipérbole, ou seja, uma figura de linguagem que expressa exagero?
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10- Transcreva do sexto parágrafo o trecho que contém uma ideia de comparação, destacando os termos que indicam essa relação:
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11- No trecho do último parágrafo “[...]. Até o momento, graças à incrível capacidade de adaptação do nosso cérebro, o Homo sapiens tem conseguido responder às pressões do meio, sejam elas provenientes do mundo real ou do mundo virtual.”,
a)que termo expressa uma circunstância temporal?
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b) o que tem feito o Homo sapiens conseguir responder às pressões do meio real ou do virtual?
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