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sábado, 8 de maio de 2021

CANÇÃO – ANDANÇA - 6º ANO

 

CANÇÃO – ANDANÇA - 6º ANO

 

Canção: “Andança” (1968)

Compositores: Danilo Caymmi,

Edmundo Souto e Paulinho Tapajós

Vi tanta areia, andei

Da lua cheia, eu sei

Uma saudade imensa

Vagando em verso, eu vim

Vestido de cetim

Na mão direita, rosas

Vou levar

Olha a lua mansa (me leva amor)

A se derramar

Ao luar descansa

Meu caminhar (amor)

Seu olhar em festa (me leva amor)

Se fez feliz

Lembrando a seresta

Que um dia eu fiz

(por onde for quero ser seu par)

Já me fiz a guerra (me leva amor)

Por não saber

Que esta terra encerra

Meu bem-querer (amor)

E jamais termina

Meu caminhar (me leva amor)

Só o amor me ensina

Onde vou chegar

(por onde for quero ser seu par)

Rodei de roda, andei

Dança da moda, eu sei

Cansei de ser sozinha

Verso encantado usei

Meu namorado é rei

Nas lendas do caminho

Onde andei

No passo da estrada (me leva amor)

Só faço andar

Tenho meu amor

Pra me acompanhar (amor)

Vim de longe léguas

Cantando, eu vim (me leva amor)

Vou, não faço tréguas

Sou mesmo assim

(por onde for quero ser seu par)

Já me fiz a guerra (me leva amor)

Por não saber

Que esta terra encerra...(amor)

Meu bem-querer

E jamais termina

Meu caminhar...(me leva amor)

Só o amor me ensina

Onde vou chegar

(por onde for quero ser seu par)

 

1. Analisando a letra e a melodia da canção

a) Por que o título da canção é “Andança”? Justifique sua resposta.

 

b) Sublinhe as rimas e comente sobre seus efeitos na canção.

 

c) Como podemos caracterizar a voz do eu lírico? É uma voz masculina ou feminina? Justifique sua resposta com versos da letra da canção.

 

d) Por que o dueto é essencial para a melodia e o ritmo da canção “Andança”?

 

2. Analisando as expressões da canção

a) Procurem explicar o sentido dos seguintes versos:

A)  “vagando em verso, eu vim”:

B) “já me fiz a guerra”:

C) “vim de longe léguas”:

 

3. Que sensação o ouvinte tem ao ouvir a repetição das expressões “me leva amor” e “por onde for quero ser seu par”?

CANÇÃO – BOLACHA DE ÁGUA E SAL

 

CANÇÃO – BOLACHA DE ÁGUA E SAL

Compositor: Paulo Tatit

 

Gosto quando vou brincar na rua

Gosto quando encontro meu amigo

Gosto quando a mãe do meu amigo

Me oferece uma bolacha

De água e sal

Gosto de bolacha sem açúcar

Gosto de bolacha sem recheio

Gosto de bolacha sem perfume

Gosto do que é normal

Uma bolacha de água e sal

É... uma coisa natural

É... barato e não faz mal

De qualquer marca

É tudo igual

Quando a gente está meio enjoado

Quando a gente está passando mal

Quando a gente fica aperreado

Bolacha de água e sal

Quando a minha avó era criança

Quando a vida era sempre igual

Lá na roça acordavam cedo

Pra comer bolacha de água e sal

Quando o meu avô era criança

Veio num navio de Portugal

A viagem ficou na lembrança

Só comiam bolacha de água e sal

O meu gosto é radical

Gosto porque é fundamental

Farinha, fermento, água e sal

Simplicidade, no trivial

Se um dia você for lá em casa

Pra brincar comigo no quintal

Vamos combinar um pic nic

Pra comer muita bolacha

De água e sal

 

A canção “Bolacha de água e sal” faz parte do DVD e CD Palavra Cantada 10 anos, gravados em 2004. Sandra Peres/Paulo Tatit. CD Pé com pé, Palavra Cantada.

 

1. Conversando sobre a canção

a) O que vocês acharam da letra da canção? Justifiquem a resposta.

 

b) Essa canção faz lembrar outras que vocês já conhecem? Que semelhanças elas têm?

 

c) O que mais chama sua atenção? A letra, a melodia, o ritmo ou as rimas?

 

d) “Bolacha de água e sal” fala de comida do mesmo jeito que “Fome come”?

Por quê?

 

2. Analisando as palavras da canção

a) De acordo a letra, como se pode caracterizar o eu lírico? Confirme sua resposta com versos.

 

b) Que sentido têm para você estes três versos da segunda estrofe: “Gosto de bolacha sem açúcar / Gosto de bolacha sem recheio / Gosto de bolacha sem perfume / Gosto do que é normal”?

 

c) Por que o eu lírico chama de “normal” a bolacha de água e sal?

 

d) Que importância tem para você o fato de a bolacha de água e sal ser “uma coisa natural”, ser “barato e não faz mal”, ser “de qualquer marca”, ser “tudo igual”?

 

e) Em que situações o eu lírico prefere bolachas de água e sal?

 

f) Por que o eu lírico apela para os tempos dos avós dele, “quando a vida era sempre igual”, para dizer que já comiam bolacha de água e sal?

 

g) Na estrofe “O meu gosto...” até “... trivial”, o eu lírico faz uma declaração de por que come bolacha de água e sal. Que declaração é essa?

 

h) Na última estrofe, o eu lírico já avisa o que vai servir àquele que um dia for a sua casa pra brincar e fazer um piquenique. O que ele vai servir?

 

i) Pelo que você entendeu da letra dessa canção, qual é intenção do eu lírico?

CANÇÃO – FOME COME - 6º ANO

 

CANÇÃO – FOME COME

 

Não encontrámos nada.

Gente eu tô ficando impaciente
A minha fome é persistente
Come frio come quente
Come o que vê pela frente
Come a língua come o dente
Qualquer coisa que alimente
A fome come simplesmente
Come tudo no ambiente
Tudo que seja atraente
É uma fome absorvente
Come e nunca é suficiente
Toda fome é tão carente
Come o amor que a gente sente
A fome come eternamente.
No passado e no presente
A fome é sempre descontente

Fome come, fome come
Se vem de fora
Ela devora, ela devora
(qualquer coisa que alimente)
Se for cultura
Ela tritura, ela tritura
Se o que vem é uma cantiga
Ela mastiga, ela mastiga
Ela então nunca discute
Só deglute, só deglute
E se for conversa mole
Se for mole, ela engole
Se faz falta no abdômen
Fome come, fome come

Gente eu tô ficando impaciente
A fome sempre é descontente
Toda fome é tão carente
Qualquer coisa que alimente
Come o amor que a gente sente
Come o amor que a gente sente

 

Composição: Paulo Tatit / Sandra Pere disponível em: https://www.letras.mus.br/palavra-cantada/240281/

 

1.  Conversando sobre a canção

a) Vocês já conheciam essa canção? Comentem onde e como a conheceram.

 

b) O que essa canção lhes faz lembrar?

 

c) Vocês escolheriam essa canção como uma de suas favoritas? Por quê?

 

d) Do que vocês mais gostaram da música, da letra ou da interpretação? Por quê?

 

2. Explorando a letra e a melodia da canção

Cante ou releia com atenção a letra de “Fome come” para entender o que ela diz.

a) Observe bem os 16 versos que compõem a primeira estrofe. Que palavras têm o mesmo som final? Sublinhe-as no texto.

 

b) Que papel essas palavras desempenham na letra da canção?

 

c) E na melodia da canção, como essas palavras são cantadas?

 

d) Ainda nessa primeira estrofe, a fome já está satisfeita ou não? Como você explica isso?

 

3. Observe bem as outras estrofes menores da letra da canção.

a) Pode-se dizer que nessas estrofes a fome já está sendo satisfeita? Por quê?

 

b) Quais as fomes que você percebe do eu lírico na canção?

 

c) O que acontece com as rimas agora? Permanecem as mesmas da primeira estrofe? Por quê?

 

d) Em sua opinião, por que as rimas mudam?

 

e) Que inovação as outras estrofes introduzem na melodia da canção?

 

f) E como é que, mudando tanto as rimas e o canto, a canção tem continuidade?

 

g) No final da canção há alguns versos repetidos. Escute-a novamente e procure explicar o porquê da repetição na conclusão.

 

4. Analisando palavras e expressões da letra da canção

Agora, é sua vez. Escolha na letra de “Fome come” uma expressão em sentido figurado e explique o que entende dela.

 

5. Percebendo a letra e o ritmo da canção

Como pode caracterizar a canção “Fome come”:

a) assunto:

b) eu lírico:

c) emoções provocadas:

d) combinação da letra com a melodia e o ritmo:

e) instrumentos utilizados:

f) coro e voz:

 

 

 

CANÇÃO – SÓ VOCÊ – 6º ANO

 

CANÇÃO – SÓ VOCÊ – 6º ANO

 

Canção não é qualquer tipo de composição musical cantada. Canção “é a fala por trás da melodia”. Na canção, a melodia está casada com a letra, com o ritmo das frases

e com a sonoridade das vogais e das sílabas das palavras.

     Você já percebeu que, ao falar, nossa voz sobe e desce? Do mesmo modo, na canção, a melodia sobe e desce de acordo com a letra que está sendo cantada.

 

Compositor e autor não se confundem com “eu lírico”

     Ao escrever uma canção ou um poema, o autor/compositor pode fingir que é outra pessoa. Um homem pode fingir que é mulher e vice-versa. Uma mulher madura pode fingir que é um jovem ou uma jovem. Um jovem pode fingir que é a mãe, o pai ou um dos irmãos dele.

     Essa “pessoa fingida” é a voz da canção. Ela fala, faz declarações, reclama, conversa com outras pessoas. A essa “voz” chamamos de “eu lírico”, ou “eu poético”. Por que “eu”? Porque é a “palavra usada por aquele que fala” na letra da canção. Mesmo que seja um “eu” imaginado, fingido, de faz de conta.

     E por que “lírico”? Porque, na Antiguidade, os textos poéticos eram cantados e acompanhados da lira (instrumento musical). Por isso se diz que a poesia é irmã gêmea da música.

 

 

Canção: “Só você” (1985) Compositor: Vinicius Cantuária

 

Demorei muito pra te encontrar

Agora quero só você

Teu jeito todo especial de ser

Eu fico louco com você

Te abraço e sinto coisas que eu não sei dizer

Só sinto com você

Meu pensamento voa de encontro ao teu

Será que é sonho meu?

Tava cansado de me preocupar

Quantas vezes eu dancei

E tantas vezes que eu só fiquei

Chorei, chorei

Agora eu quero ir fundo lá na emoção

Mexer teu coração

Salta comigo alto e todo mundo vê

Que eu quero só você

 

1. Analisando a letra da canção

Releia com atenção a letra da canção “Só você” para entender bem o que ela diz. Em seguida, responda às questões.

a) De que assunto trata a canção?

 

b) A qual público se dirige essa canção: crianças, jovens, adultos? Justifique sua resposta.

 

c) Por quais situações passou a pessoa que ama antes do encontro?

Cite versos.

 

d) Que verso, na canção, equivale a uma declaração de amor? Sublinhe-o na letra da canção.

 

e) Qual recurso a canção usa para tornar essa declaração bem evidente?

 

f) Ao ouvir e ler a canção, você notou que existem versos ou conjunto de versos que se repetem? Que resultado o compositor pretende alcançar com essa repetição?

 

2.  Analisando palavras e expressões da letra da canção

a) O verso “Demorei muito pra te encontrar” pode ser facilmente compreendido. Ele indica para o ouvinte da canção que havia tempo o eu lírico procurava alguém. Como você interpreta o verso “Quantas vezes eu dancei”?

 

b) Nesse verso, que sentido tem o verbo “dançar”?

 

c) Cite dois outros versos da canção em que haja palavras em sentido figurado. Em seguida, explique o que elas querem dizer.

 

3. Compreendendo a composição da letra da canção.

Localize as informações do texto que vocês acabaram de ler.

a) Autor do texto e da melodia

 

b) Papel social do produtor ao escrever o texto

 

c) Interlocutor (para quem o texto foi escrito)

 

d) Intérprete da canção

 

e) Estilo musical

 

 

4. Releia os versos da canção “Só você”:

“Demorei muito pra te encontrar [...] Eu fico louco com você”.

“Te abraço e sinto coisas que eu não sei dizer / Só sinto com você”.

“Tava cansado de me preocupar / Quantas vezes eu dancei”.

“E tantas vezes que eu só fiquei / Chorei, chorei”.

a) Quem fala na letra da canção: um homem ou uma mulher? Como você chegou a essa conclusão?

 

b) O que você acha que levou Vinicius Cantuária a compor essa canção nos anos 1980? Se possível, faça uma pesquisa para descobrir.

 

c) Em sua opinião, um compositor poderia compor uma canção fingindo ser uma mulher ou uma criança? Justifique sua resposta.

GÊNERO ENTREVISTA - MAURICIO DE SOUZA - 6º ANO

 

GÊNERO ENTREVISTA -  MAURICIO DE SOUZA  - 6º ANO

O pai dos planos infalíveis e das coelhadas devastadoras

Por Hugo Silva

Mauricio de Sousa,criador da Turma da Mônica

      Ele é o quadrinista mais bem-sucedido do Brasil. Com quase 50 anos de carreira, continua conquistando leitores em todos os países onde seus trabalhos são publicados. Colecionador de prêmios, tem no Yellow Kid, que recebeu em 1971, no Festival de Lucca, na Itália, o principal de sua vitoriosa caminhada profissional.

      Claro que o entrevistado em questão é Mauricio de Sousa, que foi, sem sombra de dúvida, o principal destaque da 14ª edição do Festival Internacional de Banda Desenhada de Amadora (FIBDA), em Portugal.

[...]

      De uma gentileza e simpatia infindável, Mauricio de Sousa concedeu, em Portugal, a entrevista exclusiva que você lerá a seguir. Mas, antes, prepare-se bem para entrar no universo dos personagens criados pelo autor! Portanto, bole um plano infalível, pegue um pedaço de melancia, apanhe o guarda-chuva e deixe seu coelho de pelúcia pronto para

qualquer eventualidade! [...]

       Universo HQ: Como é continuar a conviver com os mesmos personagens após tantos anos? Ainda mais por saber que eles foram responsáveis por influenciar gerações durante as três últimas décadas?

        Mauricio: Bem, como meus personagens são baseados nos meus filhos, e partindo do princípio que nunca nos cansamos dos filhos, eu não me canso deles jamais (risos).

E essa responsabilidade é muito grande, mas dá uma enorme satisfação.

É bom saber que muita gente cresceu lendo e se divertindo com meus personagens, já que eles foram criados com essa intenção.

       UHQ: Como era o seu processo criativo? Sabemos que os personagens principais da turminha são baseados em seus filhos, mas e o restante, surgiu como? De amigos das crianças?

      Mauricio: Fui me apegando a algumas características da personalidade e até a estéticas dos meus filhos e de alguns amigos deles para criar os personagens. O Cascão, por exemplo, era um menino que brincava ali perto de nossa casa. O mesmo ocorreu com o Cebolinha e outros que povoam os gibis da turma.

     Agora vão surgir mais personagens novos, como Vanda e Valéria (que serão lançadas em breve), baseados nas minhas duas filhinhas; ou o Marcelinho, que é inspirado no meu filho de cinco anos, que já nasceu politicamente correto e é tão certinho e “patrulheiro” que não dá para acreditar! Ele brinca e depois arruma os brinquedos, lava as mãos antes de comer, apaga a luz quando sai do quarto… E já nasceu assim, certinho. Às vezes, é até difícil de aguentar (risos). E como eu tenho dez filhos, sempre haverá personagens para serem lançados! [...]

      UHQ: Na Turma da Mônica há uma preocupação constante com os problemas sociais. Existem, inclusive, várias edições especiais nesse sentido, como “Maternidade saudável”, “Água boa pra beber”,

“Educação no trânsito não tem idade” etc. Normalmente, de quem parte essa iniciativa?

      Mauricio: Geralmente, a iniciativa é minha, e tenho grande orgulho e prazer de poder ajudar de alguma forma a transmitir mensagens importantes que possam auxiliar a população em geral a ficar alerta.

     A Turma da Mônica tem uma preocupação muito grande com todos os temas mundanos. Ninguém pode acusá-la de ser alienada ou algo do gênero. Mas faço questão que todas as histórias sejam um momento de relax. Se vamos transmitir uma mensagem, que seja de forma suave e relaxada. [...]

Entrevista publicada originalmente no site Universo HQ (www.universohq.com), em novembro de 2003.

 

1. Para qual perfil de leitor esse texto foi produzido?

 

2. Qual o objetivo do texto?

 

3. Por que o texto foi intitulado “O pai dos planos infalíveis e das coelhadas devastadoras”?

 

4.O que indicam/representam os termos Universo HQ e Mauricio que aparecem, respectivamente, no início das perguntas e das respostas na entrevista?

 

5. No texto de abertura, o repórter faz uma brincadeira ao convidar o leitor para a leitura da entrevista: “Mas, antes, prepare-se bem para entrar no universo dos personagens criados pelo autor! Portanto, bole um plano infalível, pegue um pedaço de melancia, apanhe o guarda-chuva e deixe seu coelho de pelúcia pronto para qualquer eventualidade!”. Que brincadeira é essa?

 

6. Por que Mauricio disse “E como eu tenho dez filhos, sempre haverá personagens para serem lançados”?

7. O entrevistador, direta ou indiretamente, transmite uma imagem negativa, positiva ou neutra do entrevistado? Sublinhe as partes do texto que comprovam sua resposta.

CONTO - A ROSA ASSOMBRADA – 6º ANO

 

CONTO -  A ROSA ASSOMBRADA – 6º ANO

 

         Há mais ou menos uns cem anos, vivia em Bom Despacho uma moça órfã que vira e mexe ia rezar para Santo Antônio e acabou arrumando um fã: o sacristão.

       Certo dia, a moça estava rezando com muito fervor. Sem perceber, pediu em voz alta:

      — Santo Antônio, me dá um sinal! Quero saber com quem eu vou casar.

      O sacristão, que estava atrás do altar, aproveitou a deixa e sapecou na hora, disfarçando a voz:

      — Você vai casar com aquele que lhe entregar uma rosa bem na saída da igreja.

      Depois, tratou de sair pela porta da sacristia, para pegar depressa a primeira rosa no primeiro túmulo do cemitério e ir para a frente da igreja.

      Acontece que o túmulo era justamente o da mãe da órfã, mas o sacristão só se lembrou disso quando a moça apareceu.

      Sentiu um frio na espinha.

      Havia muita neblina naquele fim de tarde chuvoso, mas, mesmo assim, olhando para o lado do cemitério, dava para ver que o túmulo tinha sido roubado.

      A moça vinha esbaforida com a resposta que ouvira no altar. Quando viu o sacristão lhe estender uma flor, arregalou os olhos e exclamou:

      — Mãe!

      Era só uma exclamação.

      Mas o sacristão achou que a moça estava vendo a alma da mãe atrás dele.

      Largou a flor e saiu correndo.

      Vinha passando um rapaz bonito. Foi ele quem apanhou a rosa.

      Aí aconteceu uma coisa realmente estranha.

      A moça escutou uma voz muito clara:

      — Vai casar é com este!

      Dito e feito. Alguns meses depois, a moça casou com o rapaz bonito.

(Agora, cá entre nós, quem falou “Vai casar é com este” foi o sacristão – de novo. Ele olhou para trás enquanto corria, viu o rapaz entregando a flor e adivinhou na hora.).

LAGO, Angela. Sete histórias para sacudir o esqueleto. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2002, p. 35-43.

 

1) No conto, a moça rezava para:

a) São João;

b) São Pedro;

c) Santo Antônio;

d) São José.

 

2) A moça órfã tinha uma intenção ao rezar. Que intenção era essa?

 

3) Quando rezava com muito fervor, o que a moça pedia em voz alta? Releia: “O sacristão, que estava atrás do altar, aproveitou a deixa e sapecou na hora, disfarçando a voz…” O sacristão modificou a voz porque ele:

a) Queria casar com a moça órfã;

b) Queria sair correndo da igreja;

c) Queria apresentar um rapaz à moça órfã;

d) Queria enganar a moça órfã.

 

5) O suspense no conto “A ROSA ASSOMBRADA” se dá quando:

a) O sacristão pega a rosa no túmulo;

b) O sacristão pensa que a moça órfã viu a mãe dela atrás dele;

c) O sacristão largou a flor e saiu correndo;

d) O sacristão viu um rapaz bonito pegar a rosa branca.

 

6) Releia o seguinte trecho retirado do conto: “Aí aconteceu uma coisa realmente estranha...”.

Explique que coisa realmente estranha aconteceu no conto.

 

7) Imagine que você é o escritor e precisa reescrever, modificar o final do conto. Preste bastante atenção aos elementos do texto narrativo e às características do conto de assombração. Vamos lá? Chegou a hora de soltar a imaginação e escrever um final bem interessante para o conto “A ROSA ASSOMBRADA”.

 

 

CONTO - A PRINCESA ADIVINHADORA - 6º ANO

 

CONTO -  A PRINCESA ADIVINHADORA - 6º ANO

 

      Era uma vez um rei que tinha uma filha muito inteligente e perspicaz.

      Quando se pôs moça, não havia problema que ela não decifrasse nem pergunta que ficasse sem resposta. O rei ficou tão orgulhoso da prenda da princesa que disse dar a mão em casamento a quem desse uma adivinhação e ela não destrinchasse em três dias. Muita gente correu para ganhar a mão da princesa, mas ela explicou todas as charadas e os candidatos apanhavam uma surra, voltando envergonhados. Os tempos foram se passando e ninguém aparecia para vencer a princesa.

      Muito longe da cidade vivia uma velha com um filho muito amarelo, mas sabido como ele só. O rapaz entendeu de tentar a sorte e não houve conselho que o arredasse desse desejo. Agarrou uma espingarda e tocou-se para a cidade.

Depois de muito caminhar, sentindo fome, procurou caçar e avistou um veado comendo. Foi devagar e largou-lhe um tiro que o matou. Indo esfolar verificou que era uma veada, com uma veadinha no ventre. Tirou o couro e seguiu viagem. Adiante encontrou os carpinteiros trabalhando numa Igreja e colocaram um altar muito velho do lado de fora. O rapaz carregou as tábuas desse altar. Adiante parou, fez uma fogueira com os paus do altar, assou a veadinha e comeu. Estava comendo quando viu que um jumento morto ia descendo pelas águas do rio, com muitos urubus trepados em cima. Bebeu água que estava entre as folhas das macambiras.

       Logo que chegou à cidade procurou o palácio do rei e disse que queria apresentar um problema. No dia marcado, a princesa veio para o salão, com muito povo, e o rapaz amarelo sentou-se em cima do couro da veada e disse:

Atirei no que vi

Fui matar o que não vi.

Foi com madeira santa

Que cozinhei e comi.

Bebi água não do céu...

Um morto vivo levava.

O que me serve de assento,

Acerte, para seu tormento.

      A princesa pensou, pensou, matutou, matutou e pediu três dias para estudar. Vendo que não arranjava nada, mandou uma criada fazer-se de namorada do amarelo e saber o segredo. O amarelo conversou e pediu que a moça lhe desse a camisa que ele dizia o segredo. A moça cedeu e ele deu umas explicações sem pé e sem cabeça. A princesa mandou outra criada e saiu a mesma coisa. Foi ela mesma na terceira noite, e o rapaz pediu a camisa, recebeu-a e deu a explicação direita.

        Quando ficaram todos no salão, a princesa contou tudo direitinho. Atirei num veado, matei uma veada com uma veadinha. Assei a comida com lenha que fora do altar. Bebi água da macambira. Um jumento morto ia levando uma porção de urubus. Ficou sentado em cima do couro da veadinha.

      Fizeram muita festa à princesa e o rei ia mandar dar uma surra no amarelo quando este pediu que o deixassem falar. O rei deixou. O amarelo disse:

Quando no Paço cheguei

Três pombinhas encontrei,

Três penas já lhes tirei

        E foi mostrando as camisas das criadas. Quando ia puxando a camisa da princesa, esta correu para ele e disse que queria casar, que gostava muito do rapaz e só adivinhara porque ele mesmo dissera. O rei fez o casamento e foram todos muito felizes.

CASCUDO, Luís da C. Contos tradicionais do Brasil. 13. ed., 6ª reimp. São Paulo: Global, 2009.E agora mostrarei!

 

1. Qual é a condição para se casar com a princesa?

2. Quando o rapaz sabido resolve tentar a sorte com a princesa, qual é a reação daqueles que sabem dessa sua intenção? Sublinhe no texto a parte que mostra isso.

 

3. Que estratégia o moço usa para obter provas de que as criadas da princesa estiveram com ele, tentando arrancar-lhe a resposta do desafio?

 

Releia um trecho do texto “A princesinha adivinhona”. Em seguida, responda às questões propostas.

       E foi mostrando as camisas das criadas. Quando ia puxando a camisa da princesa, esta correu para ele e disse que queria casar, que gostava muito do rapaz e só ADIVINHARA porque ele mesmo DISSERA. O rei fez o casamento e foram todos muito felizes.

4. Observe os verbos destacados e marque a opção correta. Esses verbos se referem a ações que ocorreram:

(   ) antes de o moço mostrar as camisas das criadas

(   ) enquanto o moço mostrava as camisas das criadas

(   ) depois que o moço mostrou as camisas das criadas

 

5. No trecho analisado, a quem se referem os pronomes

 A) esta:

 B) ele:

C) todos: