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domingo, 9 de março de 2025

CONTO AFRICANO _ POR QUE A ZEBRA É TODA LISTRADA - 6º ano

 

CONTO AFRICANO _ POR QUE A ZEBRA É TODA LISTRADA

 

          Os mais velhos contam que tudo aconteceu quando a zebra e o burro eram companheiros e tinham a pelagem da mesma cor.

          Naquela época, todos os animais eram amigos e viviam em paz. Não havia nenhum rei, rainha ou outro tipo qualquer de líder para dar ordem a ninguém.

          Um dia os bichos reuniram-se e decidiram que estava na hora de eles escolherem um chefe. Mas isto causou uma confusão danada, pois cada um tinha uma opinião diferente para dar. Houve tantas propostas que as discussões acabaram rolando durante dias e noites sem parar.

          _Tem que ser o mais pesado _ bramiu o elefante, exibindo o corpanzil.

          _ O melhor caçador _ exigiu o leão, sacudindo a juba.

          _ O mais veloz _ argumentou o leopardo, que parecia ter asas nas patas.

          Então, a lebre teve uma ideia genial:

          _ Eu proponho que todos que tenham chifres escolham o seu líder. Os que tenham o corpo coberto de pelos, escamas ou penas também. No final realizaremos uma festa para escolher o rei da floresta.

          A zebra e o burro achavam que poderiam ganhar a disputa. Os dois combinaram que iriam ajudar-se um ao outro, para ficarem o mais bonito possível. O problema é que a zebra queria se embelezar primeiro, e o burro também. Então, resolveram pedir conselho à lebre, que era muito conhecida por sua esperteza em solucionar qualquer tipo de disputa.

          _ Como a zebra é a mais velha, ela é que deve ser enfeitada primeiro _ disse a orelhuda.

          O burro,imediatamente, começou a trabalhar. Ele pintou a zebra com listras brancas e negras, bem devagar e com cuidado, até a ponta dos cascos. Foi tão cuidadoso que só conseguiu terminar a tarefa pouco antes de o concurso começar.

          Assim que se viu pintada, a zebra correu para se juntar aos outros animais, esquecendo de ajudar seu irmão. O burro tentou pintar-se sozinho, mas acabou se borrando todo.

          É por isso que hoje em dia ele tem essa cor sem graça, toda amarelada.

          A zebra não ganhou o concurso, pois o vencedor foi o leão, mas passou a ser admirada pela beleza de suas cores. O burro, magoado, deixou a floresta e foi trabalhar em um vilarejo.

ROGÉRIO ANDRADE BARBOSA- histórias africanas para contar e recontar.

 

 

1. Identifique as personagens do conto.

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2. Entre esses personagens, quais são os principais?

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3. Como a zebra e o burro são caracterizados no começo da história?

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4. Qual foi o motivo para os animais se reunirem?

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5. Quem se manifestou em relação à escolha do chefe dos animais e quais argumentos foram usados?

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6. Os argumentos apresentados pelos animais revelam que;

a) ninguém estava interessado em assumir a responsabilidade de chefiar os animais.

b) o leão e o leopardo tinham maiores chances na disputa devido ás suas habilidades.

c) o elefante era o mais indicado ao cargo, devido ao seu tamanho imponente.

d) cada um argumentou em benefício próprio, destacando sua principais características.

 

7. A zebra e o burro recorreram à lebre para saber quem iria se embelezar porque ela:

a) entendia de beleza.

b) era considerada esperta.

c) tinha proposto a disputa.

d) era o animal mais velho da floresta.

 

8. A frase “os mais velhos contam que tudo aconteceu quando a zebra e o burro eram companheiros e tinham a pelagem da mesma cor” indica que a história foi:

a) contada por alguém que a presenciou.

b) publicada em um livro e lida na escola.

c) passada de uma geração a outra oralmente.

d) criada em uma época  em que os animais falavam.

 

9. onde se passa a história? Que parte do texto confirma isso?

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10. O que o uso da expressão “ naquela época” revela sobre o tempo em que essa história se passa?

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11. Analise as expressões indicadas a seguir e responda ao que se pede: ASSIM, ENTÃO, UM DIA, É POR ISSO.

a) identifique a expressão que está associada a noção de tempo.

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b) É possível, por meio dessa expressão, saber exatamente quando a  história se passa? Explique.

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12. Como viviam os animais no inicio da história?

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13. Essa situação é alterada ao longo da narrativa? Por quê?

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14. O que a lebre sugere para tentar resolver a confusão?

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15. O que a zebra e o burro decidem fazer para vencer a disputa.

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16. A estratégia dos dois dá certa? Quem vence a disputa?

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17. na sua opinião, a situação inicial, de paz e amizade entre os animais, é restabelecida após a escolha do rei da floresta?

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18. Como era de esperar, o leão vence a disputa e torna-se o “rei da selva”. Será que o leão merece esse título? Pesquise isso e depois escreva um parágrafo explicando se o leão tem esse título por mérito ou por acaso.

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19. Numere as informações, considerando a sequência em que os fatos ocorrem.

(   ) A zebra e o burro decidem concorrer ao título e combinam de se ajudarem.

(   ) O leão é escolhido o rei da floresta.

(   ) Os animais decidem que deveriam ter um chefe.

(   ) o burro, decepcionado, decide ir trabalhar em um vilarejo.

(   ) A lebre apresenta uma proposta para a escolha do rei.

(   ) O burro pinta a zebra, mas ela vai embora e não o ajuda como havia prometido.

 

20. Leia o trecho a seguir e responda; Se você estivesse no lugar do burro, como reagiria a atitude da zebra?

ASSIM QUE SE VIU PINTADA, A ZEBRA CORREU PARA SE JUNTAR AOS OUTROS ANIMAIS, ESQUECENDO-SE DE AJUDAR SEU IRMÃO. O BURRO TENTOU PINTAR-SE SOZINHO, MAS ACABOU SE BORRANDO TODO.

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21. Alguns contos servem para transmitir ensinamentos ou fazer advertências. Que lição pode ser extraída desse conto?

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22. A principal finalidade desse conto é:

a) divertir e entreter os leitores.

b) esclarecer a escolha do rei da floresta.

c) criticar o comportamento dos animais.

d) dar explicações reais sobre fatos naturais.

 

23. Entre as características listadas a seguir, quais podem ser observadas no conto?

a) gírias.

b) marcas de oralidade.

c) vocabulário simples.

d) diálogos em discurso direto.

sábado, 8 de março de 2025

REDAÇÃO - PROIBIÇÃO DO USO DE CELULAR - INTERPRETAÇÃO

 REDAÇÃO - PROIBIÇÃO DO USO DE CELULAR NAS SALAS DE AULA nota 840

Adaptado de:  https://vestibular.brasilescola.uol.com.br/corrige-aqui/23023

OBS:  A finalidade dessas atividades é fornecer vários exemplos de redações para que o aluno entenda a estrutura básica. O público alvo são alunos dos anos finais do ensino Fundamental (6º,7º,8º,9º anos). Dúvidas ou sugestões postem no comentários. 

TÍTULO:_______________________________________________________________________

          Ao se discorrer sobre a proibição do uso de celular nas salas de aula, é relevante analisar alguns aspectos relativos à referida questão. Nesse contexto, destacam-se tanto o risco de distração quanto a saúde mental como fatores importantes à discussão.

          Primeiramente, entende-se que o uso do celular durante as aulas pode comprometer o foco dos alunos, visto que as redes sociais, os jogos e as mensagens ou as ligações competem com a atenção que deveria ser direcionada às aulas. Diante disso, é necessário pensar sobre essa questão porque o uso inadequado pode contribui para o “cyberbullying” e a exposição de conteúdos impróprios, os quais ampliam os desafios vivido pela comunidade escolar. Logo, é crucial o engajamento tanto da comunidade quanto do governo para atenuar essa triste prática. (Melhore a construção dessa discussão)

          Além disso, outro fator significativo é a saúde mental, a qual pode ser prejudicada devido ao uso excessivo do celular. Sobre isso, salienta-se que a depressão e a ansiedade são transtornos que mais afetam os jovens, conforme dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde - OMS. Esse fato ocorre porque a dependência digital resulta no medo irracional de ficar sem o dispositivo eletrônico e em problemas de interação social. Dessa forma, fica evidente a necessidade de uma atenção maior a esse público. 

          Portanto, diante do mencionado, destaca-se a fundamental atenção à proibição do uso de celular nas salas de aula, pois a redução do foco ou uma saúde psíquica fragilizada contribuirá para que o jovem tenha uma perda de aprendizagem. Por fim, faz-se necessária ações midiáticas e governamentais para construir uma consciência coletiva sobre esse impasse. (Não apresentou a proposta de intervenção propriamente dita)

 1. Já que o autor da redação não colocou um título, escreva um título para a redação.

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2. Responda com uma palavra: qual o assunto do texto?

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3. Responda com uma frase: qual o tema do texto?

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4. Qual a tese? (Primeiro parágrafo)

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5. Qual o primeiro argumento?

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6. Qual o segundo argumento?

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7. Qual a conclusão apresentada? ( A conclusão ficou muito vaga, o autor deveria ter explicado melhor o que são ações midiáticas e governamentais.)

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 8. Quais conectivos foram empregados para iniciar o segundo e o terceiro parágrafo?

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9. Qual conectivo foi usado para iniciar a conclusão?

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10. Qual dos conectivos abaixo não substituem o conectivo PORTANTO?

(   ) Conclui-se     (   ) Em síntese     (   ) Logo   (   ) Por isso   (   ) mas

 

 

11.  Escreva três linhas argumentando sobre “o risco de distração” causado pelo uso do celular em sala de aula.

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12. Escreva três linhas argumentando sobre “problemas de saúde mental” causado pelo uso do celular.

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14. O que poderia ser feito para evitar “o risco de distração” causado pelo uso do celular em sala de aula. Responda com no mínimo duas linhas.

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15. Que ações poderiam ser tomadas pelo governo para evitar “problemas de saúde mental” causados pelo uso excessivo do celular? Responda com no mínimo duas linhas.

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Obs: Há redações que pedem uma proposta de intervenção, ou seja, uma proposta de solução para o problema, mas a maioria só pede uma conclusão.


PROPOSTA DA REDAÇÃO:

O uso de celulares em sala de aula tem gerado debates, os quais são impulsionados por diagnósticos internacionais que apontam tanto benefícios quanto riscos. Enquanto podem ser ferramentas úteis para aprendizado interativo, há preocupações com distrações, queda no desempenho escolar e impactos na saúde mental, como aumento da ansiedade e dependência tecnológica. Diante disso, a proposta do Banco de Redações do Brasil Escola do mês de janeiro é que você desenvolva uma redação sobre o seguinte tema: Proibição do uso de celular nas salas de aula.

Para realizar a proposta, você deverá construir um texto dissertativo-argumentativo respondendo ao questionamento da proposta, demonstrar domínio da norma culta da língua, mobilizar diversas áreas do conhecimento, ou seja, seu conhecimento de mundo para desenvolver o tema, respeitando a estrutura do texto dissertativo-argumentativo.

Além disso, você deve levar em consideração os textos apresentados na coletânealevantar os principais argumentos, dados e exemplos e realizar uma análise crítica, deixando claro seu posicionamento diante do tema na conclusão do texto. Apresente uma proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.

Atenção aos motivos que podem zerar sua redação:
1) Fuga total ao tema;
2) Não obediência à estrutura dissertativo-argumentativa;
3) Texto com até 7 linhas;
4) Impropérios, desenhos e outras formas propositais de anulação ou parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto;
5) Redação em branco;
6) Cópia do texto motivador.

Texto 1:

A restrição de celulares na escola não é uma medida inédita no mundo. Além da França, entre os países que anunciaram a proibição estão Espanha, Grécia, Suíça e México. 

Nas escolas francesas, os estudantes até 15 anos não podem usar qualquer objeto conectado, como celulares, tablets e relógios. A medida também vale até na hora do recreio. [...]

No Brasil, leis para restringir o celular já foram adotadas em alguns estados. É o caso do Rio de Janeiro, que proibiu dispositivos eletrônicos em escolas públicas municipais. 

A decisão foi embasada em consulta pública realizada pela Secretaria Municipal de Educação, que teve a participação de mais de 10 mil contribuições. Os resultados mostraram que 83% dos participantes foram favoráveis à proibição, 11% parcialmente favoráveis e 6% contrários. [CNN Brasil] 

Texto 2:

Com o propósito de proteger a saúde mental, física e psíquica de crianças e adolescentes, o projeto proíbe o uso de celulares durante as aulas, o recreio e os intervalos, com exceções para fins pedagógicos ou em casos de emergência. A utilização desses dispositivos também é permitida para garantir a acessibilidade, inclusão e atender às condições de saúde dos estudantes.

Alessandro defendeu a proposta. De acordo com ele, com pleno conhecimento dos impactos que o uso do celular tem na vida das pessoas, mais ainda em adolescentes, a competição por atenção hoje é desumana.

— Em todos os lugares do mundo onde se apresentou a medida de restrição de uso de aparelhos celulares, houve a melhoria do desempenho escolar, da disciplina na escola e redução do bullying — apontou.

O senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) ressaltou que a tecnologia celular, ou qualquer outro tipo de tecnologia, primordialmente é criada para auxiliar e melhorar a qualidade de vida. Contudo, lembrou, muitas vezes a tecnologia concorre com o desenvolvimento humano.

— O uso do celular é bastante prejudicial para a formação dos jovens, quando eles não se interagem, porque faz parte do desenvolvimento de competências. Outra coisa é a tendência natural do ser humano de sempre buscar a menor energia. Portanto, é muito mais fácil, em vez de eu pensar algum resultado, eu olhar no celular, digitar aqui e procurar a resposta — ponderou.

Para o senador, dentro da escola, existe sim a possibilidade de utilização didática de alguns aplicativos, coordenados pedagogicamente, para que sejam utilizados no momento correto, da forma correta. Isso, segundo ele, pode ajudar bastante os jovens. [Agência Senado] Leia o texto na íntegra https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2024/12/18/senado-aprova-restricao-do-uso-de-celulares-por-estudantes-em-escolas

 

Texto 3:

A pedagoga e coordenadora de educação básica do Colégio Mackenzie em Brasília, Débora Camargos, afirma que o celular favorece o dinamismo das aulas, o engajamento dos alunos e a agilidade nas pesquisas, além de promover a interação direta entre professores e estudantes. No entanto, ela ressalta que, apesar dos benefícios, o celular pode gerar exclusão, uma vez que nem todos os alunos têm as mesmas condições de acesso à internet.

[...]

Débora destaca que o uso excessivo do aparelho traz sérios “prejuízos ao desenvolvimento social” e que a proibição do celular pode oferecer alguns benefícios, “especialmente para o professor, que não precisará gastar tempo e energia coibindo o uso indevido dos aparelhos que não tenham cunho pedagógico”.

“No entanto, não acredito em proibição e sim em orientação, educação que promove a consciência, a emancipação. Proibir o uso em sala de aula não irá difundir a cultura e a compreensão de que a sociedade contemporânea necessita”, explica a pedagoga. [Metrópoles] 

 


sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

FÁBULA- O LEÃO E OS DOIS BÊBADOS

 

A fábula do leão e dois bêbados

       Decrépito o leão, terror dos bosques, e saudoso de sua antiga fortaleza, espairecia um deles ao entardecer à sombra do parque onde o prenderam.

      Assim levava a vida, ou assim esperava a morte.

      Sua missão não era valorosa; incumbia-lhe, todos os dias, e de preferência aos sábados e domingos, fingir que era de fato um leão feroz e assustar os visitantes com pálidos rugidos.

      Em troca, recebia três fartas refeições ao dia (fora o breakfast), água fresca, sombra, agradável companhia, e o título honorífico de rei das selvas, que na verdade era o que mais o comovia.

      Mas não era de fato um leão de verdade; faltavam-lhe a certeza de sua intrepidez, o horizonte aberto, a liberdade, que não ia além do arame farpado entre as sebes disfarçado.

      Tratava-se de um jogo previamente combinado: em troca do alimento e da tranquilidade, o mísero leão, rugindo apenas, aceitava digerir todas as afrontas.

      Um belo dia aconteceu, porém, que três bebuns, enganando-se de boteco, erraram o atalho e foram cair, por puro acaso, nos domínios reservados ao leão domesticado. E tão bebuns estavam os três-loucados que nem se deram fé do risco que corriam: a moita onde dormiam desmaiados nada mais era que a juba da fera enjaulada.

     Surpreendeu-se o leão com tamanha audácia, que não constava nas cláusulas contratuais que assinara com o empresário-empregador. E logo lhe veio à mente, num impulso atávico, o justo desejo de provar daquele banquete que se oferecia assim de mão-beijada. De fato, há muito o leão não saboreava um prato humano, como nos velhos tempos de antanho.

      Já se lambia o bicho, com sua língua áspera e salivada.

      Mas a civilização também cobra os seus tributos - e o leão, que conhecia algo de Direito, antes de se lançar ao ataque, resolveu reler o seu contrato, a ver se nas entrelinhas (sábio leão!) não constava algo que o prejudicasse: pois não queria o rei das selvas perder o emprego por justa causa. Pra tanto procurou um leão mais velho - e presumidamente mais experiente - e lhe propôs a delicada questão: se era lícito, naquela conjuntura, devorar os três bebuns incautos, que haviam invadido o parque e ali dormiam.

      O velho leão examinou o contrato, verificou se não era falso, e concluiu que, pelo escrito, nada impedia legalmente que o leão mais novo os devorasse. Mas enquanto consultavam a lei, corria o tempo, de sorte que, por sorte, os três bebuns, passada a carraspana despertaram para a vida. Sobressaltados, antes que o leão, apoiado na lei, voltasse e os atacasse, trataram os três de fazer o que a situação impunha: mandar-se.

     E foi desta maneira que o leão perdeu o acepipe, frustrando-se o ensejo de fartar-se com carne de primeira, tenra e fresquinha (ainda por cima regada a canjebrina).

      Amuado, foi novamente ao leão mais velho (e mais experiente) queixar-se de que o excesso de escrúpulo contratual o havia feito perder o nobre prato.

      Ao que o mais velho respondeu, com a sabedoria própria dos leões fabulosos:

       - Queixas-te de barriga cheia, o que é um mal. Se de fato estivesses com fome, certamente primeiro os teria devorado, e só depois te lembrarias do contrato. Mas não te lastimes: quem faz o bem sempre o tem. Nenhum leão está livre neste mundo de, amanhã, por acaso, adormecer num parque e ser comido de surpresa por três bebuns esfomeados. A vida não está difícil só para os animais, rapaz.

 

 

 

 

Vocabulário:

decrépito: velho, caduco

espairecer: entreter-se

honorífico: honroso

intrepidez: coragem

 

sebe: arbusto

juba: crina

audácia: coragem

cláusula: artigo; preceito

atávico: reaparecimento de uma característica dos ascendentes

antanho: antigamente

incauto: imprudente

carraspana: bebedeira

acepipe: guloseima

ensejo: oportunidade

canjebrina: cachaça

escrúpulo: cuidado

 

 

1. O texto que você acabou de ler apresenta os elementos essenciais da narrativa: personagens, fato, tempo, lugar (espaço), narrador.

 

a) Quem são as personagens?

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b) O que acontece?

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c) Onde acontece a história?

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2. O que seria necessário para que o animal desta fábula fosse “um autêntico leão”?

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3. Por que o leão não devorou os bêbados? Copie a alternativa mais acertada. Justifique sua escolha.

(A) Porque as cláusulas contratuais o proibiam.

(B) Porque, enquanto ele e o leão mais velho consultavam o contrato, os três bêbados, conscientes do risco que corriam, fugiram.

(C) Porque, além de não querer perder o emprego, não estava faminto.

 

FÁBULA - O CONSELHEIRO

 

O CONSELHEIRO

 

    Contam que um certo lavrador possuía um burro que o repouso engordara e um boi que o trabalho abatera.

 

    Um dia, o boi queixou-se ao burro e perguntou-lhe :”Não terás, ó irmão, algum conselho que me salve desta dura labuta?” O burro respondeu: “ Finge-te de doente e não comas tua ração. Vendo-te assim, nosso amo não te levará para lavrar o campo e tu descansará”.

 

    Dizem que o lavrador entendia a linguagem dos animais, e compreendeu o diálogo entre o burro e o boi.

 

    Na manhã seguinte, viu que o boi não comera a sua ração: deixou-o e levou o burro em seu lugar. O burro foi obrigado a puxar o arado o dia todo, e quase morreu de cansaço. E lamentou o conselho que dera ao boi.

 

    Quando voltou à noite perguntou-lhe o boi: “Como vais, querido irmão?”. Vou muito bem, respondeu o burro. Mas ouvi algo que me fez estremecer por tua causa. Ouvi nosso amo dizer:” Se o boi continuar doente, deveremos matá-lo para não perdermos sua carne. Minha opinião é que tu comas tua ração e voltes para tua tarefa a fim de evitar tamanho infortúnio”.

 

    O boi concordou, e devorou imediatamente toda a sua ração.

 

    O lavrador estava ouvindo, e riu.

 

Do livro,As mil e umas noites, apud MansourChalita,As mais Belas Páginas da Literatura Árabe,

 

 Rio de Janeiro. Ed. Civilização Brasileira, 1967,p.281.

 

 

 

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO:

 

1)     Quem é o conselheiro?

 

(     ) o burro;             (     ) o lavrador;       (     ) o boi;               (     ) o pássaro

 

2)    Quem foi que pediu o conselho? O que motivou esse pedido?

 

 

 

 

 

3)     O conselho surtiu o efeito desejado? Justifique sua resposta?

 

 

 

 

 

4)     Foi bom para o burro ter dado o conselho ao boi? Por quê?

 

 

 

 

 

5)     Por quê o burro mudou seu conselho? Justifique.

 

 

 

 

 

6)     Qual é a principal características do burro, neste texto:

 

(     ) a maldade;             (     ) a esperteza;             (     ) a bondade;             (     ) a preguiça;

 

7)     Qual a característica do lavrador que mais chama a atenção?:

 

(     ) a compreensão;               (     )a paciência                (     ) a esperteza;

 

Explique sua resposta:

 

 

 

 

 

8)    Qual das alternativas a baixo mais condiz com o texto?

 

(     ) o lavrador conversava com os animais;

 

(     ) o boi é um animal guloso;

 

(     ) o burro é um animal bem burro mesmo ;

 

(     ) o boi é um animal preguiçoso ;

 

(     ) o burro é um animal esperto;

 

ANÁLISE TEXTUAL

 

 

 

1)    Qual é o título do texto?

 

 

 

2)    Qual é o tema?

 

 

 

3)    Quem é o autor?

 

 

 

4)    Quantos parágrafos contém?

 

 

 

5)    Quantas frases existem no texto?

 

 

 

6)    Quantos e quais são os personagens?

 

 

 

7)    Qual é o gênero deste texto? Justifique sua resposta

FÁBULA DA ESTRELA - DO- MAR

 

A fábula da estrela-do-mar

 ASSUNTO: MEIO AMBIENTE

Todos os dias de manhã um escritor passeava numa praia muito calma em busca da sua inspiração diária para continuar a escrever o seu livro.

Um dia, ao caminhar pela areia, o escritor viu ao longe um menino a correr entre a água e a areia seca. Ao chegar mais perto, viu que o menino estava pegando as estrelas-do-mar que se encontravam na areia e levando-as novamente para o mar.

– Bom dia. – disse o menino sorrindo e sem parar o que estava fazendo.

– Olá. Por que você está fazendo isso? – perguntou o escritor.

– Como a maré está baixa e o sol forte, as estrelas-do-mar vão secar e morrer antes que a maré suba de novo. – disse o jovem.

O escritor olhou novamente para o menino, sorriu e disse:

– Acho muito bonito o que está fazendo, só que existem milhares de quilômetros de praia por todo o mundo, ou seja, milhões de estrelas-do-mar devem estar agora mesmo a secar na areia por todas essas praias. Você tem tanto trabalho e que diferença faz salvar algumas se outras milhões vão morrer?

O menino agarrou em mais uma estrela-do-mar, levou-a até a água, olhou para o escritor e disse:

– Para esta estrela-do-mar eu já fiz a diferença.

O escritor não conseguiu fazer mais nada durante o dia inteiro, mal conseguiu dormir e sentiu-se bastante triste.

No dia seguinte, como habitual, o escritor foi dar o seu passeio matinal à praia, mas desta vez passou toda a manhã ajudando o menino a devolver as estrelas-do-mar ao oceano.

 

Disponível em: <http://www.motivo.me>.

 

1. As fábulas são textos que utilizam a linguagem figurada, ou seja, linguagem conotativa. Sua finalidade é transmitir um ensinamento moral. O texto acima deve ser interpretado em sentdo conotativo ou no sentido denotativo?

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2. Identifique quem narra a história:

a) um narrador que participa da história.

b) um narrador que apenas conta a história.

c) o jovem escritor.

d) o menino.

 

3. De acordo com o texto, o escritor tinha o hábito de passear em uma praia calma nas manhãs. Por quê?

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4. Segundo o texto, certo dia, o escritor observou um acontecimento novo em um de seus passeios pela praia. Conte-o:

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5. Diante do acontecimento, o jovem escritor mostrou-se:

a) nostálgico

b) alegre

c) esperançoso

d) pessimista

 

6. Aponte o ARGUMENTO utilizado pelo autor para jusfificar a sua reação diante do fato observado na praia:

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7. De acordo com o texto, qual foi a ATITUDE do menino diante do argumento utilizado pelo escritor?

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8. Segundo o texto, o escritor não conseguiu fazer mais nada naquele dia e sentiu-se muito triste. O que ele fez a partir daí?

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9. Esse texto tem a finalidade de:

a) informar o leitor.

b) entreter o leitor.

c) ensinar o leitor.

d) criticar o leitor.

 

 

FÁBULA - A RATOEIRA E O RATO

 

Fábula “A Ratoeira e o Rato”

AUTOR ESOPO

Um rato, olhando pelo buraco na parede, vê o fazendeiro e sua esposa abrindo um pacote. Pensou

logo no tipo de comida que haveria ali.

Ao descobrir que era uma ratoeira ficou aterrorizado.

Correu ao pátio da fazenda advertindo a todos:

- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa!

A galinha disse:

- Desculpe-me Senhor Rato, eu entendo que isso seja um grande problema para o senhor, mas não

me prejudica em nada, não me incomoda.

O rato foi até o porco e disse:

- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira!

- Desculpe-me Senhor Rato, disse o porco, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser orar. Fique

tranqüilo que o Senhor será lembrado nas minhas orações.

O rato dirigiu-se à vaca. E ela lhe disse:

- O que? Uma ratoeira? Por acaso estou em perigo? Acho que não!

Então o rato voltou para casa abatido, para encarar a ratoeira. Naquela noite ouviu-se um barulho,

como o da ratoeira pegando sua vítima.

A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia pego.

No escuro, ela não viu que a ratoeira havia pego a cauda de uma cobra venenosa. E a cobra picou a mulher. O fazendeiro a levou imediatamente ao hospital. Ela voltou com febre.

Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma canja de galinha. O fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal.

Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram visitá-la.

Para alimentá-los, o fazendeiro matou o porco.

A mulher não melhorou e acabou morrendo.

Muita gente veio para o funeral. O fazendeiro então sacrificou a vaca, para alimentar todo aquele povo. Na próxima vez que você ouvir dizer que alguém está diante de um problema e acreditar que

o problema não lhe diz respeito, lembre-se que quando há uma ratoeira na casa, toda fazenda corre

risco. O problema de um é problema de todos.

 

1. O rato ficou aterrorizado porque:

a) viu o fazendeiro abrindo um pacote.

b) não era a comida que ele queria que havia no pacote.

c) porque viu uma ratoeira no pacote.

d) ficou preso no buraco que tinha feito e não conseguiu ver a comida.

2. O objetivo maior do rato ao correr para avisar aos amigos foi:

a) não morrer sozinho.

b) pedir ajuda aos amigos para que ele não morresse.

c) avisar aos amigos que iria acontecer algo ruim.

d) que todos ficassem unidos e preparassem a morte do fazendeiro.

3. De todos os animais avisados o que se preocupou foi:

a) a galinha.

b) o porco.

c) a vaca.

d) nenhum deles.

4. A atitude da galinha demonstra:

a) indiferença.

b) insatisfação.

c) preocupação.

d) amizade.

5. A atitude do porco demonstra:

a) religiosidade

b) coleguismo.

c) egoísmo.

d) humanidade.

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6. A fala da vaca: “O quê? Uma ratoeira ? Por acaso estou em perigo? Acho que não !” Poderia ser substituída,

com o mesmo sentido de:

a) Coitado do rato!

b) O problema é seu!

c) Vou te ajudar!

d) Não posso ficar em perigo!

7. O pronome “a”, destacado no texto está substituindo:

a) A vaca.

b) A ratoeira.

c) A mulher

d) A galinha.

8. Em “O fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal.”, o autor referia-se:

a) à uma faca grande para matar a galinha.

b) à uma faca grande para matar a vaca.

c) à uma bota para esmagar o rato.

d) a um animal grande desconhecido que serviria de jantar.

9. No final das contas, que animal sobreviveu?

a) A galinha, o porco e a vaca.

b) O porco e a vaca.

c) O rato.

d) O rato e a vaca.

10. Qual dos fatos abaixo encaixa-se na frase: “O problema de um é problema de todos.”

a) A falta de dinheiro numa conta de banco.

b) Uma roupa nova que estava com uma parte rasgada.

c) A poeira acumulada durante uma semana no móvel de uma sala.

d) A falta de água no planeta.