Princesa Arabela, mimada que só ela!
Mylo Freeman
– Minha querida
Arabelinha, o que você quer ganhar de presente? – perguntou o rei. A princesa
Arabela pensou... Pensou...
– O que você acha
de um par de patins com rubis nas rodas? – sugeriu a rainha.
– Eu já tenho –
respondeu a princesa Arabela.
– E uma bicicleta
dourada? – eu já tenho – respondeu a princesa.
– E um ratinho de
pelúcia gostoso de abraçar?
– Eu já tenho –
respondeu a princesa.
– E uma zebra de
balanço?
– Já tenho.
– E um joguinho
de chá? E um carrinho de boneca? E um...
– Eu já tenho
tudo isso! – exclamou a princesa. – Agora eu quero uma coisa diferente. Eu
quero... Um elefante!
– Um elê o quê? –
gritou a rainha.
– Xiiii...
Murmurou o rei. – Onde vamos encontrar um animal desses?
– E quem vai
deixar que ele fique conosco?
A princesa
Arabela nem quis saber das dificuldades. Ela queria um elefante.
No dia seguinte,
o rei ordenou a seus servos que fossem procurar um elefante.
Os servos procuraram
por sete dias e sete noites. Voltaram no oitavo dia. Com um elefante.
Finalmente chegou
o grande dia do aniversário da princesa Arabela.
Quando ela abriu
os olhos de manhã, seu presente já estava lá. Arabela dançou de alegria em volta
do elefante.
– Eu vou brincar
com ele agora mesmo! – ela disse, toda contente. Venha, Elefante, sente-se aqui!
Elefante ficou parado, triste, olhando
para frente.
– Ei, você é o meu
presente, tem que brincar comigo! – gritou Arabela, impaciente.
Mas Elefante nem se mexeu. Uma grande
lágrima escorreu devagar pela sua tromba. E mais uma, e mais outra. Não demorou
muito, e a princesa Arabela estava num lago de lágrimas que alcançava seus
tornozelos.
– Pare com isso, senão eu acabo me
afogando! – ela disse.
– Quero ir pra casa! – soluçava Elefante. – Por favor, leve-me de
volta. – Não posso você é meu presente – protestou a princesa. Mas quando Elefante começou a
soluçar de novo, ela gritou
depressa: – Por favor, pare de chorar. Eu vou levar você de volta agora mesmo!
Pelo caminho, a princesa Arabela viu uma
porção de bichos diferentes.
– Eu quero este, e aquele, e aquele outro
também! Elefante foi andando depressa...
Quando finalmente chegaram ao lugar onde Elefante
morava, uma elefantinha correu em direção a eles.
– Mamãe! Você chegou bem na hora! E
trouxe meu presente com você!
– Sim, filhinha – Elefante respondeu.
– E é justamente o que você sempre quis:
uma princesinha de verdade!
FREEMAN, Mylo. Princesa Arabela,
mimada que só ela! Tradução Ruth Salles.
Coleção Giramundo. São Paulo:
Editora Ática, 2008.
1. A princesa Arabela pede de presente um elefante porque:
a) gosta de animais exóticos.
b) pretende montar um zoológico.
c) quer aprender sobre os animais.
d) não tem mais o que pedir.
2. Os sentidos das palavras são construídos de acordo com o
contexto em que são empregadas. A troca da letra minúscula na palavra elefante pela letra maiúscula em Elefante, no decorrer do texto,
expressa que:
a) ao animal foi atribuída uma identidade, uma personalidade.
b) antes era uma característica e depois passou a ser um
substantivo.
c) o bicho era um ser vivo e passou a ser coisa pertencente a
outro ser.
d) o rei e a rainha nomearam o animal dessa forma para presentear
a princesa.
3. “– Eu já tenho tudo isso! – exclamou a princesa.” No contexto a palavra sublinhada
indica que a princesa:
a) sussurrou bem alto.
b) reclamou em voz alta.
c) proferiu com serenidade.
d) estava exaltada de felicidade.
O reizinho mandão Ruth
Rocha
Eu vou contar
pra vocês uma história que o meu avô sempre contava.
Ele dizia que
essa história aconteceu há muitos e muitos anos, num lugar muito longe daqui.
Nesse lugar
tinha um rei, daqueles que têm nas histórias. Da barba branca batendo no peito,
da capa vermelha batendo no pé.
Como esse rei
era rei de história, era um rei muito bonzinho,
muito justo... E tudo o que ele fazia era para o bem do povo.
Vai que esse rei
morreu, porque era muito velhinho,
e o príncipe, filho do rei, virou rei daquele lugar.
O príncipe era
um sujeitinho muito
mal-educado, mimado, destes que as mães deles fazem todas as vontades, e eles
ficam pensando que são os donos do mundo.
Eu tenho uma
porção de amigos assim. Querem mandar nas brincadeiras... Querem que a gente
faça tudo o que eles gostam...
Quando a gente
quer brincar de outra coisa, ficam logo zangados. Vão logo dizendo: "Não
brinco mais!"
E quando as mães
deles vêm ver o que aconteceu se atiram no chão e ficam roxinhos, esperneiam e tudo.
Então as mães
deles ficam achando que a gente está maltratando o filhinho delas.
Então, como eu
estava contando, o tal do príncipe ficou sendo o rei daquele país.
Precisa ver que reizinho chato que ele ficou!
Mandão, teimoso, implicante, xereta!
Ele era tão
xereta, tão mandão, que queria mandar em tudo o que acontecia no reino.
Quando eu digo
tudo, era tudo mesmo!
A diversão do reizinho era fazer leis e mais
leis. E as leis que ele fazia eram as mais absurdas do mundo.
Olhem só esta lei:
"Fica
terminantemente proibido cortar a unha do dedão do pé direito em noite de lua
cheia!"
Agora, por que é
que o reizinho queria mandar
no dedão das pessoas, isso ninguém jamais vai saber. Outra lei que ele fez:
"É proibido
dormir de gorro na primeira quarta-feira do mês".
Agora, por que
é que ele inventou essas tolices, isso ninguém sabia.
Eu tenho a
impressão de que era mesmo mania de mandar em tudo.(...)
Rocha, Ruth. O reizinho mandão. São Paulo: Quinteto Editorial, 1997.
4. O diminutivo “INHO”,
indica diminuição de tamanho, intensidade maior ou menor de uma
qualidade. Ele pode expressar a ideia de carinho, afetividade ou indicar nosso desprezo,
depreciação por um objeto ou pessoa. Marque a alternativa que traz a
interpretação CORRETA da ideia representada.
a) “era um rei muito bonzinho,
muito justo...” – Desprezo ou depreciação.
b) “era um sujeitinho
muito mal-educado, mimado” – Desprezo
ou depreciação.
c) “ficam roxinhos,
esperneiam e tudo.” - Diminuição de
tamanho.
d) “está maltratando o filhinho delas” – intensidade de uma qualidade
Desprezo: sentimento de superioridade em
relação a alguém |
Depreciar: diminuir o valor de algo ou
pessoa. |
5. “Como esse rei
era de história, era um rei muito bonzinho, muito justo...”.
Podemos inferir
através desse fragmento que para o
narrador:
a) O rei “de história” existiu na realidade.
b) Os reis do mundo real costumam ser bons e justos.
c) O rei “de história” era lendário e mítico.
d) Os reis do mundo real costumam ser maus e injustos.
Inferir
(perceber uma informação que não está escrito |
Sem limites, chatas e mandonas: as
crianças que sofrem da Síndrome do Imperador
Se o
comportamento de birra, agressividade e desrespeito não forem ajustados ainda
na infância, na vida adulta será ainda pior, de acordo com a especialista Lilian
Zolet
Crianças que mandam em casa, xingam os
pais, babás e professores, escolhem o que vão comer e definem todas as escolhas
da família: desde o que vai ser visto na televisão até qual é o horário mais
adequado para dormir sofrem da “Síndrome do Imperador”. São pequenos “reis”
criados sem orientação e limites. Mas o que fazer?
Para Lilian Zolet, psicóloga e autora do livro Síndrome do
Imperador: Entendendo a Mente das Crianças Mandonas e Autoritárias, impor
limites não é simples e errar nas tentativas é comum. (...) Leia parte
da entrevista:
1. Crianças precisam de
limites e isso todos os pais sabem. Mas como saber quanto é esse limite? Como
saber se foi longe demais ou se falta repreensão?
(...)
Lembremos que as crianças são como
“esponjas”, aprendem e modelam seus comportamentos a partir dos exemplos das
pessoas que convivem com elas, principalmente dos pais.
2. E quando os pais não conseguem dar os
limites necessários?
Quando os pais aceitam os maus
comportamentos ou oferecem algum tipo de recompensa (presentes), eles estão na
verdade reforçando a atitude errada da criança. Com isso, o filho aprende que
pode ter tudo o que deseja, em seu tempo e a seu modo, e que as pessoas irão
servi-lo, tornando-se um “imperador doméstico”. Tais crianças mandam em casa e
também nas brincadeiras fazendo com que as demais crianças obedeçam às suas
ordens. Elas choram e se atiram no chão, batem a cabeça na parede, jogam os
alimentos ou cospem no rosto dos pais e agridem e ameaçam psicologicamente os
progenitores quando seus caprichos não são atendidos. (...)
Adaptado da Reportagem de Amanda Milléo, Gazeta do Povo,16/07/2017. Disponível em <http://www.gazetadopovo.com.br/viver-bem/comportamento/descubra-se-seu-filho-tem-a-sindrome-do-imperador/>. Acesso em: 18 de ago. 2018.
6. Em “Para Lilian Zolet,
psicóloga e autora do livro Síndrome do Imperador: Entendendo a Mente das
Crianças Mandonas e Autoritárias, impor limites não é simples e errar nas
tentativas é comum.” O trecho destacado tem como objetivo indicar:
a) uma opinião de especialista no
assunto.
b) uma informação considerada
irrelevante.
c) uma comparação entre
especialistas do tema.
d) um exemplo do comportamento de crianças mimadas.
7. Marque a alternativa que
contenha a fala que melhor corresponde ao comportamento de uma criança com Síndrome
do Imperador segundo as explicações da psicóloga Lílian Zolet.
a) Mãe, eu quero tanto comer pipoca...
b) Mãe, por favor, me dá pipoca aí...
c) Mãe, eu posso comer pipoca?
d) Mãe, me dá pipoca agora!
MADAME NÃO EDUCA
A mãe de um aluno de um
colégio particular tradicional da Tijuca, no Rio, pediu que a direção proíba o
pipoqueiro de trabalhar na porta da escola. É que ela proibiu o filho de comer
pipoca. Mas, sempre que vê o pipoqueiro, o miúdo pede à mãe para comprar. E ela
não sabe dizer não. Ah, bom!
8. De acordo com o texto, assinale
V, para VERDADEIRO, e F, para FALSO. Depois indique a alternativa correta.
(F) a culpa de o menino fazer
birra é do pipoqueiro.
(V) a culpa da falta de controle
do menino é da criação da mãe.
(F) Ancelmo Gois, o jornalista
que noticia o ocorrido, considera o pedido da mãe correto.
(F) A mãe pediu ajuda a Ancelmo
Gois para forçar a saída do pipoqueiro da porta da escola.
a) F – V – F – F
b) V – F – V – F
c) F – V – V – F
d) F – V – V – V
9. No texto do colunista Ancelmo
Gois “Madame não educa” o que se pode inferir do uso do termo “Madame” no contexto?
a) Indica faixa etária.
b) Indica uma crítica.
c) Expressa um elogio.
d) Expressa respeito.
10. “o miúdo pede à mãe para comprar.” A palavra destacada se
refere a:
a) pipoqueiro
b) Filho
c) Pipoca
d) Diretor.
1. D
2. A
3. B
4. B
5. D
6. A
7. D
8. A
9. B
10. B