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domingo, 28 de março de 2021

PRINCESA ARABELA, MIMADA QUE SÓ ELA - O REIZINHO MANDÃO INTERPRETAÇÃO

Princesa Arabela, mimada que só ela!

Mylo Freeman

      Era uma vez uma princesinha chamada Arabela. Ela morava num grande palácio com seu pai e sua mãe: o rei e a rainha. O dia do seu aniversário estava chegando. Mas o que se pode dar a uma princesinha que tem tudo?

      – Minha querida Arabelinha, o que você quer ganhar de presente? – perguntou o rei. A princesa Arabela pensou... Pensou...

      – O que você acha de um par de patins com rubis nas rodas? – sugeriu a rainha.

      – Eu já tenho – respondeu a princesa Arabela.

      – E uma bicicleta dourada? – eu já tenho – respondeu a princesa.

      – E um ratinho de pelúcia gostoso de abraçar?

      – Eu já tenho – respondeu a princesa.

      – E uma zebra de balanço?

      – Já tenho.

      – E um joguinho de chá? E um carrinho de boneca? E um...

      – Eu já tenho tudo isso! – exclamou a princesa. – Agora eu quero uma coisa diferente. Eu quero... Um elefante!

      – Um elê o quê? – gritou a rainha.

      – Xiiii... Murmurou o rei. – Onde vamos encontrar um animal desses?

      – E quem vai deixar que ele fique conosco?

      A princesa Arabela nem quis saber das dificuldades. Ela queria um elefante.

      No dia seguinte, o rei ordenou a seus servos que fossem procurar um elefante.

      Os servos procuraram por sete dias e sete noites. Voltaram no oitavo dia. Com um elefante.

      Finalmente chegou o grande dia do aniversário da princesa Arabela.

      Quando ela abriu os olhos de manhã, seu presente já estava lá. Arabela dançou de alegria em volta do elefante.

     – Eu vou brincar com ele agora mesmo! – ela disse, toda contente. Venha, Elefante, sente-se aqui!

     Elefante ficou parado, triste, olhando para frente.

     – Ei, você é o meu presente, tem que brincar comigo! – gritou Arabela, impaciente.

     Mas Elefante nem se mexeu. Uma grande lágrima escorreu devagar pela sua tromba. E mais uma, e mais outra. Não demorou muito, e a princesa Arabela estava num lago de lágrimas que alcançava seus tornozelos.

      – Pare com isso, senão eu acabo me afogando! – ela disse.

      – Quero ir pra casa! – soluçava Elefante. – Por favor, leve-me de volta. – Não posso você é meu presente – protestou a princesa. Mas quando Elefante começou a

soluçar de novo, ela gritou depressa: – Por favor, pare de chorar. Eu vou levar você de volta agora mesmo!

     Pelo caminho, a princesa Arabela viu uma porção de bichos diferentes.

     – Eu quero este, e aquele, e aquele outro também! Elefante foi andando depressa... Quando finalmente chegaram ao lugar onde Elefante morava, uma elefantinha correu em direção a eles.

      – Mamãe! Você chegou bem na hora! E trouxe meu presente com você!

      – Sim, filhinha – Elefante respondeu.

      – E é justamente o que você sempre quis: uma princesinha de verdade!

 

FREEMAN, Mylo. Princesa Arabela, mimada que só ela! Tradução Ruth Salles.

Coleção Giramundo. São Paulo: Editora Ática, 2008.

 

1. A princesa Arabela pede de presente um elefante porque:

a) gosta de animais exóticos.

b) pretende montar um zoológico.

c) quer aprender sobre os animais.

d) não tem mais o que pedir.

 

2. Os sentidos das palavras são construídos de acordo com o contexto em que são empregadas. A troca da letra minúscula na palavra elefante pela letra maiúscula em Elefante, no decorrer do texto, expressa que:

a) ao animal foi atribuída uma identidade, uma personalidade.

b) antes era uma característica e depois passou a ser um substantivo.

c) o bicho era um ser vivo e passou a ser coisa pertencente a outro ser.

d) o rei e a rainha nomearam o animal dessa forma para presentear a princesa.

 

3. “– Eu já tenho tudo isso! – exclamou a princesa.” No contexto a palavra sublinhada indica que a princesa:

a) sussurrou bem alto.

b) reclamou em voz alta.

c) proferiu com serenidade.

d) estava exaltada de felicidade.

 

 

O reizinho mandão Ruth Rocha

       Eu vou contar pra vocês uma história que o meu avô sempre contava.

       Ele dizia que essa história aconteceu há muitos e muitos anos, num lugar muito longe daqui.

        Nesse lugar tinha um rei, daqueles que têm nas histórias. Da barba branca batendo no peito, da capa vermelha batendo no pé.

       Como esse rei era rei de história, era um rei muito bonzinho, muito justo... E tudo o que ele fazia era para o bem do povo.

       Vai que esse rei morreu, porque era muito velhinho, e o príncipe, filho do rei, virou rei daquele lugar.

       O príncipe era um sujeitinho muito mal-educado, mimado, destes que as mães deles fazem todas as vontades, e eles ficam pensando que são os donos do mundo.

       Eu tenho uma porção de amigos assim. Querem mandar nas brincadeiras... Querem que a gente faça tudo o que eles gostam...

       Quando a gente quer brincar de outra coisa, ficam logo zangados. Vão logo dizendo: "Não brinco mais!"

       E quando as mães deles vêm ver o que aconteceu se atiram no chão e ficam roxinhos, esperneiam e tudo.

      Então as mães deles ficam achando que a gente está maltratando o filhinho delas.

      Então, como eu estava contando, o tal do príncipe ficou sendo o rei daquele país.

      Precisa ver que reizinho chato que ele ficou! Mandão, teimoso, implicante, xereta! 

      Ele era tão xereta, tão mandão, que queria mandar em tudo o que acontecia no reino.

     Quando eu digo tudo, era tudo mesmo!

     A diversão do reizinho era fazer leis e mais leis. E as leis que ele fazia eram as mais absurdas do mundo.

     Olhem só esta lei:

     "Fica terminantemente proibido cortar a unha do dedão do pé direito em noite de lua cheia!"

      Agora, por que é que o reizinho queria mandar no dedão das pessoas, isso ninguém jamais vai saber. Outra lei que ele fez:

       "É proibido dormir de gorro na primeira quarta-feira do mês".

        Agora, por que é que ele inventou essas tolices, isso ninguém sabia.

       Eu tenho a impressão de que era mesmo mania de mandar em tudo.(...)

Rocha, Ruth. O reizinho mandão. São Paulo: Quinteto Editorial, 1997.

4. O diminutivo “INHO”, indica diminuição de tamanho, intensidade maior ou menor de uma qualidade. Ele pode expressar a ideia de carinho, afetividade ou indicar nosso  desprezo, depreciação por um objeto ou pessoa. Marque a alternativa que traz a interpretação CORRETA da ideia representada.

a) “era um rei muito bonzinho, muito justo...” – Desprezo ou depreciação.

b) “era um sujeitinho muito mal-educado, mimado” – Desprezo ou depreciação.

c) “ficam roxinhos, esperneiam e tudo.” - Diminuição de tamanho.

d) “está maltratando o filhinho delas” – intensidade de uma qualidade


Desprezo: sentimento de superioridade em relação a alguém

Depreciar: diminuir o valor de algo ou pessoa.

 

5. “Como esse rei era de história, era um rei muito bonzinho, muito justo...”.

Podemos inferir através desse fragmento que para o narrador:

a) O rei “de história” existiu na realidade.

b) Os reis do mundo real costumam ser bons e justos.

c) O rei “de história” era lendário e mítico.

d) Os reis do mundo real costumam ser maus e injustos.

Inferir (perceber uma informação que não está escrito

 

      Sem limites, chatas e mandonas: as crianças que sofrem da Síndrome do Imperador

       Se o comportamento de birra, agressividade e desrespeito não forem ajustados ainda na infância, na vida adulta será ainda pior, de acordo com a especialista Lilian Zolet

       

      Crianças que mandam em casa, xingam os pais, babás e professores, escolhem o que vão comer e definem todas as escolhas da família: desde o que vai ser visto na televisão até qual é o horário mais adequado para dormir sofrem da “Síndrome do Imperador”. São pequenos “reis” criados sem orientação e limites. Mas o que fazer?

Para Lilian Zolet, psicóloga e autora do livro Síndrome do Imperador: Entendendo a Mente das Crianças Mandonas e Autoritárias, impor limites não é simples e errar nas tentativas é comum. (...) Leia parte da entrevista:

 

       1. Crianças precisam de limites e isso todos os pais sabem. Mas como saber quanto é esse limite? Como saber se foi longe demais ou se falta repreensão?

(...)

       Lembremos que as crianças são como “esponjas”, aprendem e modelam seus comportamentos a partir dos exemplos das pessoas que convivem com elas, principalmente dos pais.

     

 2. E quando os pais não conseguem dar os limites necessários?

Quando os pais aceitam os maus comportamentos ou oferecem algum tipo de recompensa (presentes), eles estão na verdade reforçando a atitude errada da criança. Com isso, o filho aprende que pode ter tudo o que deseja, em seu tempo e a seu modo, e que as pessoas irão servi-lo, tornando-se um “imperador doméstico”. Tais crianças mandam em casa e também nas brincadeiras fazendo com que as demais crianças obedeçam às suas ordens. Elas choram e se atiram no chão, batem a cabeça na parede, jogam os alimentos ou cospem no rosto dos pais e agridem e ameaçam psicologicamente os progenitores quando seus caprichos não são atendidos. (...)

Adaptado da Reportagem de Amanda Milléo, Gazeta do Povo,16/07/2017. Disponível em <http://www.gazetadopovo.com.br/viver-bem/comportamento/descubra-se-seu-filho-tem-a-sindrome-do-imperador/>. Acesso em: 18 de ago. 2018.

6. Em “Para Lilian Zolet, psicóloga e autora do livro Síndrome do Imperador: Entendendo a Mente das Crianças Mandonas e Autoritárias, impor limites não é simples e errar nas tentativas é comum.” O trecho destacado tem como objetivo indicar:

a) uma opinião de especialista no assunto.

b) uma informação considerada irrelevante.

c) uma comparação entre especialistas do tema.

d) um exemplo do comportamento de crianças mimadas.

7. Marque a alternativa que contenha a fala que melhor corresponde ao comportamento de uma criança com Síndrome do Imperador segundo as explicações da psicóloga Lílian Zolet.

a) Mãe, eu quero tanto comer pipoca...

b) Mãe, por favor, me dá pipoca aí...

c) Mãe, eu posso comer pipoca?

d) Mãe, me dá pipoca agora! 

MADAME NÃO EDUCA

       A mãe de um aluno de um colégio particular tradicional da Tijuca, no Rio, pediu que a direção proíba o pipoqueiro de trabalhar na porta da escola. É que ela proibiu o filho de comer pipoca. Mas, sempre que vê o pipoqueiro, o miúdo pede à mãe para comprar. E ela não sabe dizer não. Ah, bom!

https://blogs.oglobo.globo.com/ancelmo/post/mae-que-nao-consegue-dizer-nao-ao-filho-pede-escola-que-proiba-pipoqueiro-na-porta.html

 

8. De acordo com o texto, assinale V, para VERDADEIRO, e F, para FALSO. Depois indique a alternativa correta.

(F) a culpa de o menino fazer birra é do pipoqueiro.

(V) a culpa da falta de controle do menino é da criação da mãe.

(F) Ancelmo Gois, o jornalista que noticia o ocorrido, considera o pedido da mãe correto.

(F) A mãe pediu ajuda a Ancelmo Gois para forçar a saída do pipoqueiro da porta da escola.

a) F – V – F – F

b) V – F – V – F

c) F – V – V – F

d) F – V – V – V 

9. No texto do colunista Ancelmo Gois “Madame não educa” o que se pode inferir do uso do termo “Madame” no contexto?

a) Indica faixa etária.

b) Indica uma crítica.

c) Expressa um elogio.

d) Expressa respeito. 

10. “o miúdo pede à mãe para comprar.” A palavra destacada se refere a:

a) pipoqueiro

b) Filho

c) Pipoca

d) Diretor.

 ADAPTADO DE: http://www.cmrj.eb.mil.br/images/2018/concurso/PROVA6PORT.pdf

 GABARITO:

1. D

2. A

3. B

4. B

5. D

6. A

7. D

8. A

9. B

10. B

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