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domingo, 3 de março de 2019

CRONICA O HOMEM TROCADO, CHATEAR E ENCHER INTERPRETAÇÃO ESCRITA


O HOMEM TROCADO
O homem acordada anestesia e olha em volta. Ainda está na sala de recuperação. Há uma enfermeira do seu lado. Ele pergunta se foi tudo bem.
- Tudo perfeito - diz a enfermeira, sorrindo.
- Eu estava com medo desta operação...
- Por quê? Não havia risco nenhum.
- Comigo, sempre há risco. Minha vida tem sido uma série de enganos... E conta que os enganos começaram com seu nascimento. Houve uma troca de bebês no berçário e ele foi criado até os dez anos por um casal de orientais, que nunca entenderam o fato de terem um filho claro com olhos redondos. Descoberto o erro, ele fora viver com seus verdadeiros pais. Ou com sua verdadeira mãe, pois o pai abandonara a mulher depois que esta não soubera explicar o nascimento de um bebê chinês.
- E o meu nome? Outro engano.
- Seu nome não é Lírio?
- Era para ser Lauro. Se enganaram no cartório e...
Os enganos se sucediam. Na escola, vivia recebendo castigo pelo que não fazia. Fizera o vestibular com sucesso, mas não conseguira entrar na universidade. O computador se enganara, seu nome não apareceu na lista.
- Há anos que a minha conta do telefone vem com cifras incríveis. No mês passado tive que pagar mais de R$ 3 mil.
- O senhor não faz chamadas interurbanas?
- Eu não tenho telefone!
Conhecera sua mulher por engano. Ela o confundira com outro. Não foram felizes.
- Por quê?
- Ela me enganava.
Fora preso por engano. Várias vezes. Recebia intimações para pagar dívidas que não fazia. Até tivera uma breve, louca alegria, quando ouvira o médico dizer:
- O senhor está desenganado.
Mas também fora um engano do médico. Não era tão grave assim. Uma simples apendicite.
- Se você diz que a operação foi bem...
A enfermeira parou de sorrir.
- Apendicite? - perguntou hesitante.
- É. A operação era para tirar o apêndice.
- Não era para trocar de sexo?

1) Nas crônicas de humor, é comum haver uma situação inicial ou uma fala que gera outras situações de humor. Na crônica "O homem trocado", a partir de que fala do protagonista são introduzidas as várias situações engraçadas que ocorreram com ele?...............................................................................................................................................

2)A crônica  é quase sempre um texto curto, como poucas personagens. O tempo e o espaço são limitados. Na crônica em estudo:
a) Quais são as personagens principais envolvidas na história?.............................................................................
b) O protagonista é tratado de modo superficial, como se fosse um indivíduo comum, ou é tratado de modo mais aprofundado psicologicamente? Por quê?.............................................................................................................
c) Onde a história acontece?......................................................................................
d) Qual é o tempo de duração da história?.........................................................................
3) A crônica normalmente apresenta situações rápidas, em que a fala das personagens assume um papel importante para a construção da história.
a) Que tipo de discurso predomina na crônica lida: o direto ou indireto?........................................................................
b) O que o emprego desse tipo de discurso confere à narrativa? ...........................................................................
4)Na crônica o narrador pode ser observador ou personagem. Qual é o tipo de narrador presente na crônica O homem trocado? Justifique a sua resposta.................................................................................................................................
5) A crônica  normalmente se encaminha para um desfecho inesperado.
a) Na crônica "O homem trocado", qual é a surpresa final?................................................................................................
b) Há, antes do final da história, alguma pista explícita desse desfecho?...........................................................................
c) Se houvesse antecipação do desfecho, o texto continuaria engraçado?..........................................................
d) Essa característica da crônica   aproxima-se de outro gênero textual cuja finalidade é divertir. Que gênero é esse?
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6)Nas crônicas, o registro de fatos dia-a-dia ou veiculados em notícias de jornal é feito de modo a levar o leitor a se divertir ou refletir criticamente sobre a vida e os comportamentos humanos. Na sua opinião, a narrativa feita de humor lida apresenta esses mesmos objetivos? Justifique sua resposta...........................................................................................
7) Observe a linguagem empregada na crônica lida. Que tipo de variedade linguística é adotado na crônica de humor: a variedade padrão formal ou a variedade padrão informal?...................................................................................................


Chatear e encher

Um amigo meu me ensina a diferença entre “chatear” e “encher”.
Chatear é assim:
Você telefona para um escritório qualquer na cidade.
– Alô! Quer me chamar por favor o Valdemar?
– Aqui não tem nenhum Valdemar.
Daí a alguns minutos você liga de novo:
– O Valdemar, por obséquio.
– Cavalheiro, aqui não trabalha nenhum Valdemar.
– Mas não é do número tal?
– É, mas aqui não trabalha nenhum Valdemar.
Mais cinco minutos, você liga o mesmo número:
– Por favor, o Valdemar já chegou?
– Vê se te manca, palhaço. Já não lhe disse que o diabo desse Valdemar nunca trabalhou aqui?
– Mas ele mesmo me disse que trabalhava aí.
– Não chateia.
Daí a dez minutos, liga de novo
– Escute uma coisa! O Valdemar não deixou pelo menos um recado?
O outro desta vez esquece a presença da datilógrafa e diz coisas impublicáveis.
Até aqui é chatear. Para encher, espere passar mais dez minutos, faça nova ligação:
– Alô! Quem fala? Quem fala aqui é o Valdemar. Alguém telefonou para mim?
                                                                                                                             Paulo Mendes Campos.
Interpretação textual
1. O que acontece nas conversas que provocam a impaciência de quem atende o telefone?
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2. Quais são as dicas dadas  no texto para chatear quem atende o telefone?
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3. Quando a situação descrita deixa de chatear e passa a encher quem atende, segundo o narrador?
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4. A situação descreve um trote por telefone. Explique com suas palavras o que é um trote.
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5. . Releia este trecho.
O outro desta vez esquece a presença da datilógrafa e diz coisas impublicáveis.
- Por que as coisas ditas por quem recebe o trote são impublicáveis?
6. Onde não poderiam ser publicadas?
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7. O que a pessoa que recebia o trote estava sentindo naquele momento?
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8. No início da conversa pelo telefone as repostas de quem atende são educadas. No decorrer das ligações essa relação se mantém ou se modifica? Por quê?
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9. Cite um dos recursos que aparecem nessa crônica para provocar humor.
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