Artigo de opinião
O artigo de
opinião, como o próprio nome já diz, é um texto em que o autor expõe seu posicionamento diante de algum tema atual e de
interesse de muitos. É um texto
dissertativo que apresenta
argumentos sobre o assunto abordado, portanto, o escritor além de expor seu
ponto de vista, deve sustentá-lo
através de informações coerentes e admissíveis.
Logo, as ideias defendidas no artigo de opinião são de total
responsabilidade do autor, e, por este motivo, o mesmo deve ter cuidado com a
veracidade dos elementos apresentados, além de assinar o texto no final.
É muito comum
artigos de opinião em jornais e revistas. A leitura é breve e simples, pois são
textos pequenos e a linguagem não é intelectualizada, uma vez que a intenção é
atingir todo tipo de leitor.
Uma
característica deste tipo de gênero textual é a persuasão, que consiste na tentativa
do emissor de convencer o destinatário, neste caso, o leitor, a adotar a opinião
apresentada. Por este motivo, é comum presenciarmos descrições detalhadas, apelo
emotivo, acusações, humor satírico, ironia e fontes de informações precisas. Como dito
anteriormente, a linguagem é objetiva e aparecem repletas de sinais de
exclamação e interrogação, os quais incitam à posição de reflexão favorável ao
enfoque do autor. Geralmente, é escrito
em primeira pessoa, já que trata-se de um texto com marcas pessoais e, portanto, com indícios claros de subjetividade, porém, pode surgir em
terceira pessoa.
A indiferença que é
vandalismo
Havia no Museu
Nacional muito mais dedicação do que se possa mensurar por parâmetros
cretinos de gestão
Paulo Roberto Pires,
Revista Época œ 07/09/2018
"No Brasil ainda não começou a
demonstrar-se verdadeiro empenho em conservar igrejas, capelas, simples casas
ou simples objetos que se recomendem por algumas recordações históricas“,
escreve Joaquim Manuel de Macedo em Um passeio pela cidade do Rio de Janeiro,
livro que é um roteiro por ruas e lugares históricos cariocas baseado em
crônicas escritas para o Jornal do Comercio. "Destruímos esses tesouros do
passado sem dó nem piedade“, prossegue o doutor Macedinho, "e, quando os
não destruímos, deixamos que o tempo os destrua sem nos lembrarmos de que há
uma espécie de indiferença que um pouco se aproxima do vandalismo.“
O que motiva a reflexão dura num texto
saboroso é a penúria em que então se encontrava a Capela do Menino Deus,
erguida em 1742 e tida como pedra fundamental do primeiro convento das
carmelitas descalças na cidade. Quem se dispusesse a visitá-la deveria então
vencer um portão que, da Rua de Matacavalos, dá em "um pátio de triste aspecto“.
Não se gastam lá mais de dez minutos, observa o autor de A moreninha, que adverte: "Voltareis desagradavelmente
impressionados pela pobreza ou quase miséria“ e
"pela ruína que a ameaça e que nos ameaça de perder nela“. Ah, sim,
Macedo escreve em 1862.
Não vai no cronista reclamação baldia ou
improvável dom divinatório. Talvez devamos a ele a perspicácia de registrar a
força destrutiva do descaso já no Império, que, imbuído de espírito
civilizatório, criou em 1818 o Museu Nacional. Esse mesmo que foi destruído em
2 de setembro de 2018, data a se lembrar como resultado da vigência de muitas
formas – e por muitas gerações – daquele mesmo desapreço. Ou, para usar o termo
de Macedo, da "indiferença que um pouco se aproxima do vandalismo“.
Na última vez em que estive no museu, em
fevereiro do ano passado, fui tomado, como milhares de pessoas, pela memória da
infância – foi meu primeiro museu. Me impressionaram, como a Macedo na
Matacavalos, a precariedade física e a sensação da ruína ameaçadora. E, também,
o empenho de quem frequentava aquele palácio com abnegação, dos pesquisadores
ao porteiro que me ofereceu café antes de me guiar por um labirinto de salas.
Fui até lá para entrevistar Moacir
Palmeira, sociólogo e antropólogo, personagem importante na biografia do editor
Jorge Zahar que eu então escrevia. Com a pressa caricata do jornalista, sempre
oprimido por um deadline real ou imaginário, estranhei que, mesmo sendo
vizinhos de rua, ele tivesse marcado o encontro no museu, onde desde o final
dos anos 1960 é professor e pesquisador no Programa de Pós-Graduação em
Antropologia Social, o mais importante do Brasil.
Quando entrei em sua sala de trabalho,
repleta de estantes e com o ar-condicionado a meia bomba, entendi tudo. Não é
que o museu fosse uma extensão de casa: o museu era, efetivamente, sua casa. O
lugar ideal para lembrar quando, com 20 e poucos anos, começou a coordenar uma
coleção de ciências sociais na Zahar. Seu mundo intelectual era aquele, na
documentação de pesquisa que não vi e torço para ter sido preservada, nas centenas
de livros que de vez em quando ele consultava, só passando os olhos, na tentativa
de confirmar alguma informação ou elucidar um episódio de nossa conversa.
A monumental cápsula de passado que se foi, parte mais vistosa e popular
do Museu Nacional, funcionava de par com uma usina de futuro que, mesmo
avariada, não deixará de produzir. Terá de enfrentar as dores da reconstrução
física, óbvias, e superar os labirintos burocráticos que deram seu tanto de
contribuição para a tragédia. É improvável que falte ânimo aos que lá
trabalham.
É preciso, no entanto, armar-se contra o
inimigo insidioso que Macedinho detectava
no século XIX: a indiferença que é vandalismo. E que, ao contrário do
que sugerem os cínicos e oportunistas,
não parte dos dirigentes da instituição ou mora na alma do brasileiro. A
indiferença agressiva, isto sim, estrutura um governo que tem o
anti-intelectualismo como ideologia e a
vendeta política como modus operandi. E que já decretou, pela repetição tendenciosa de planilhas e números, que o
culpado é a vítima – ou seja, a UFRJ.
Disponível em: http://www.epoca.globo.com/paulo-roberto-pires/a-indiferença-que-e-vandalismo-23045475.
Acesso em: 15 out. 2018.
ALUNO:..................................................................................................................DATA..............
1. Retire do texto uma citação.
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.................................................................................................................................................................
2. Retire do texto um exemplo de D.D.
.................................................................................................................................................................
.................................................................................................................................................................
3. Para que foram usadas as aspas nos exemplos acima?
.................................................................................................................................................................
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4.Retire o texto um fragmento que indique que o texto é um texto subjetivo, com marcas pessoais, ou seja escrito em 1ª pessoa.
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5. Quem escreveu o texto?
.................................................................................................................................................................
6.
O emprego das aspas, recurso gráfico comum na linguagem escrita, está
condicionado a situações de uso preestabelecidas. No texto tal recurso foi
utilizado diversas vezes, como, por exemplo, em: "No Brasil ainda não começou a demonstrar-se
verdadeiro empenho em conservar igrejas, capelas, simples casas ou simples
objetos que se recomendem por algumas recordações históricas“ ou em "Destruímos esses tesouros do passado sem
dó nem piedade" Marque a alternativa que melhor justifique o uso das
aspas nos exemplos citados do texto I:
a) Para conferir destaque a uma palavra ou expressão empregada fora de
seu contexto habitual.
b) Para ressaltar a ocorrência de empréstimos linguísticos (palavras estrangeiras) no texto,
sobretudo quando não estiver
disponível a opção "itálico“.
c) Para indicar nomes de publicações (científicas, literárias, da mídia) ou
de obras artísticas.
d) Para antes e depois de uma citação textual. As aspas, nesse caso,
indicam uma mudança de emissor do discurso.
e) Para realçar palavras ou expressões irônicas, em sentido figurado, apelidos, termos de gíria e populares.
7. Considerando a presença
do discurso citado, analise as alternativas e escolha a afirmação correta:
a) Em "Voltareis
desagradavelmente impressionados pela pobreza ou quase miséria“ o jornalista se
apropria do discurso alheio de modo indireto para referendar seu posicionamento
denunciando que descaso com os prédios antigos
ocorreu também no passado.
b) Em "pela ruína que a ameaça
e que nos ameaça de perder nela“ é possível averiguar o uso do discurso
indireto em que o jornalista se apropria do texto alheio para analisar o
conteúdo ali exposto.
c)
Quando o articulista utiliza
o seguinte trecho "Destruímos esses tesouros do passado sem dó nem
piedade“, do escritor Joaquim Manuel de Macedo percebemos o uso do discurso
indireto livre.
d) Em "e, quando os não
destruímos, deixamos que o tempo os destrua sem nos lembrarmos de que há uma
espécie de indiferença que um pouco se aproxima do vandalismo." , temos o
discurso direto, seu uso pretende criar um efeito de verdade, conservando a integridade
do discurso citado.
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"No Brasil ainda não começou a demonstrar-se verdadeiro empenho em
conservar igrejas, capelas, simples casas ou simples objetos que se recomendem
por algumas recordações históricas“, escreve Joaquim Manuel de Macedo
É possível perceber que o trecho
acima entre aspas comporta palavras não ditas pelo autor do texto em questão,
mas por outro autor. Como esse recurso é nomeado e qual é a sua finalidade?
a)
Citação – serve para fornecer credibilidade às palavras e aos argumentos do
autor.
b)
Paródia – recurso humorístico aplicado a partir da recriação de um texto.
c)
Paráfrase – reescrita de um texto, mantendo o seu significado original.
d)
Discurso indireto – recurso bastante utilizado em textos literários, eficaz
para imprimir fluência e ritmo.
e)
Discurso indireto livre – utilizado, com liberdade artística, para produzir um
efeito estético,
com
pouca preocupação denotativa.
9. Para mostrar ao leitor a extensão do problema do
"descaso com os prédios históricos",
o autor faz uso de vários recursos argumentativos EXCETO:
a)
exemplificação com um fato amplamente divulgado pela mídia.
b) uso
de dados estatísticos obtidos em pesquisa institucionais.
c)
apropriação de outras vozes em forma de citação.
d)
menção de fatos históricos como forma de comparar o passado e o presente.
10.A
alternativa que não apresenta opinião é:
a) Talvez
devamos a ele a perspicácia de registrar a força destrutiva do descaso já no
Império.
b) O que
motiva a reflexão dura num texto saboroso é a penúria em que então se
encontrava a Capela do Menino Deus, erguida em 1742.
c) Voltareis
desagradavelmente impressionados pela pobreza ou quase miséria.
d) Esse
mesmo que foi destruído em 2 de setembro de 2018.
11.
evidencia-se uma opinião do narrador em:
a) "No Brasil ainda não começou a
demonstrar-se verdadeiro empenho em conservar igrejas, capelas, simples casas
ou simples objetos que se recomendem por algumas recordações históricas“
b) .
"Destruímos esses tesouros do passado sem dó nem piedade“
c) "e,
quando os não destruímos, deixamos que o tempo os destrua sem nos lembrarmos de
que há uma espécie de indiferença que um pouco se aproxima do vandalismo.“
d) foi
meu primeiro museu. Me impressionaram, como a Macedo na Matacavalos, a
precariedade física e a sensação da ruína ameaçadora
12. "Destruímos
esses tesouros do passado sem dó nem
piedade“, O pronome destacado no fragmento retirado do primeiro parágrafo se
refere a:
A)
jornal do comércio
b) crônicas
escritas
c) igrejas,
capelas, simples casas
d)
cidade do Rio de Janeiro
13. "Talvez
devamos a ele a perspicácia de registrar a força destrutiva do descaso
já no Império", as alternativas abaixo possuem o mesmo significado da
palavra destacada EXCETO:
a) inteligência
b) astúcia
c) inépcia
d)
sagacidade
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